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Meu Chefe Dominante

Capítulo 1 - Vaga De Emprego

Boa leitura!g

Não fique nervosa. Calma, é só uma entrevista de emprego. Vai dar tudo certo. Estas são frases ao qual fico repetindo a mim mesma a cada 15 segundos. Tento respirar fundo. Olho para o relógio, notando que já se passava 23 minutos desde que a ultima mulher havia entrado.

Pare de bater o pé, vão pensar que você está com tique nervoso. Repreendo eu mesma. Parando os pés imediatamente, minha atenção é atraída por uma mulher alta assim que atravessa a porta com um grande sorriso no rosto. A cena é engraçada. Quem a visse, acharia que tinha acabado de ganhar na loteria. Volto o olhar para as outras quatro candidatas, solto um suspiro pesado.

Verificando as roupas que visto, concluo pela terceira vez naquela manhã que não estou mal vestida. Na verdade, nunca estive tão bem-apresentada. Uma blusa azul solta de seda que se impregna dentro de minha saia, acompanha um par de saltos da mesma cor que a saia escura. Sim, não está mal. Me convenço.

— Senhorita Martin? - Uma voz feminina entoa meu nome - Queira me acompanhar, por favor - A assistente indica, mostrando a entrada da grande porta atrás de seu corpo.

Num sobressalto, levanto da cadeira com o pingar do suor em minhas mãos. Pegando a bolsa de modo desajeitado, recebo um sorriso gentil da mulher que me guia corredor a dentro. Felizmente, ela ignora minha falha coordenação motora.

Passando pelo corredor que se estende num enorme carpete vermelho por ele todo, pegamos o elevador, subindo para o quinto andar. A famosa musica do elevador não me soa estranha. Apostava em Bach tocando em SI maior. Uma sinfonia lenta, agradável de ouvir. Poderia ser relaxante, se não fosse pelo barulho das portas se abrindo. Me despertando do motivo ao qual fui até ali.

Outro corredor se abre para nós duas.

O lugar era bem estruturado, disso não há a menor dúvida. O dono daquela empresa não economizou em seu empreendimento. As portas feitas de vidro escuro me impede de enxergar lá dentro, mantendo a privatização de cada sala para o trabalho. Um enorme exagero se for analisar melhor cada ponto.

— Boa sorte - A assistente diz assim que paramos de frente a única porta transparente daquele local.

A única coisa que sou capaz, é de assentir em agradecimento. O nervosismo volta. Há um homem lá dentro. Os batimentos aceleram. Abrindo a porta, adentro a sala em meio a hesitação. Todas as frases de incentivo que havia visto na internet noite passada, ressurgem num manto sagrado.

— Senhorita Martin ? - Ouço sua voz grave e rouca.

Deixando de olhar para os meus pés, sigo as regras de entrevistas de emprego. Primeiro, nunca abaixe sua cabeça. Levanto meus olhos quase que imediatamente ao relembrar, vejo um homem em minha frente. Com a presença mais próxima do que tinha ouvido sua voz soar, sorrio em resposta, dando um passo para trás, em defensiva.

Noto seu cenho se franzir levemente, sorrindo discreto por fim.

— Sente-se, por favor - Ele diz, quebrando o breve silêncio - Sou Chistopher Bittencourt, dono...

— Da empresa de jornalismo e marketing Bittencourt - Respondo na frente, querendo me matar em seguida.

Minha língua começava a me amaldiçoar novamente. Opto por ficar quieta. A merda já estava feita. Mordendo minha própria língua, escolho me sentar e só responder aquilo que quisesse. Sr. Bittencourt por sua vez, parece achar divertido o que acabara de fazer. O mesmo não reclama ou me repreende por um olhar, apenas sorri brevemente.

Seus olhos verdes me encaram com certo interesse, me deixando desconfortável na cadeira. Por um curto período de olhares, sinto como se estivesse totalmente exposta a ele. Contenho a vontade de rir. Que ridículo, pensar em algo assim.

Passo a observa-lo melhor.

O terno preto alinha bem em seu corpo sobre medida. A gravata azul se destacava entre o terno e a camisa cinza por dentro. Os cabelos encaracolados e rebeldes, é o que chama mais atenção em seu visual tão formal. Sendo totalmente fora do padrão que se companha em internet e livros, os cabelos que lhe batem no ombro o deixam de certa forma sexy. Muito sexy.

— Então, o que a trás aqui? -Sr. Bittencourt questiona, sem deixar de me encarar.

— O emprego? - Respondo automaticamente, em ironia.

Meu interior me esbofeteia internamente em fúria, dizendo o quanto era estúpida. Respiro fundo.

— Desculpe. E-eu, estou um pouco nervosa - Explico de uma maneira fula, minha falta de senso.

Sr. Bittencourt não parece se importar.

— Eu compreendo - Ele pronuncia se sentando na cadeira - Vejo que é uma pessoa que não segura muito bem a língua, isso é um problema? - Sua voz rouca me causa arrepios e por um momento me sinto intimidada.

O encaro, desacreditada de suas palavras.

— Por que, está me chamando de fofoqueira? - Não consigo esconder a frieza de minha voz ao rebater sua pergunta.

Meu consciente levanta as mãos para cima em rendição pelo meu ato, relembrando que a porta de saída fica bem atrás. Porém, não é como se eu pudesse evitar responder daquela forma. Afinal, sua pergunta havia sido muito impertinente.

— Sei ser profissional se essa foi sua pergunta, Sr. Bittencourt - Remendo a segunda merda que fiz.

— Entendo – Diz curto, pegando a ficha de cima da mesa. Avaliando o currículo com meu nome.

De forma lenta e parecendo até desinteressado nas folhas que é obrigado a visualizar, espero por sua avaliação numa leve batida de dedos na cadeira.

— Pare com isso - Ele ordena, me olhando por cima da ficha - Vejo que fala francês e italiano fluentemente.

Cesso rapidamente meus dedos.

— Sim - Respondo, exasperada.

Direcionando o olhar para a vista fora das enormes janelas, vejo prédios e mais prédios. O sol começa a se esconder atrás das nuvens. O clima caindo aos poucos com seu tom cinzento.

— Está tudo bem, senhorita Martin ? - Questiona, quase numa provocação.

Não, era para você estar me fazendo perguntas concretas as quais eu treinei ontem em frente ao meu espelho durante três horas e não fazer perguntas obvia sobre o que já está no currículo.

— Sim - Respondo, rapidamente.

Mantendo o melhor sorriso que consigo, disfarço meu descontentamento. A ficha de meu curriculo é fechada com certa irritação. Suspirando, Bittencourt me encara por um breve momento.

— Senhorita Martin, várias mulheres vieram aqui hoje e mais esperam do lado de fora. Me diga com sinceridade, por que seria correto de minha parte dar o cargo a você?

Engulo em seco. A respiração se acelera momentaneamente. Com certeza, não era o tipo de pergunta que eu esperava que fizesse.

— Hã... Porque não vou dar em cima do senhor enquanto trabalho? - Respondo com um tom carregado de dúvida. Me perguntando se aquilo poderia ser considerado uma boa resposta.

— Como? - Ele pergunta, num tom de divertimento.

— Sr. Bittencourt estou aqui deste ás 07h00min - Introduzo, já que havia se interessado no assunto - Todas as mulheres que vi sair daquela porta da recepção depois de se encontrar com você, dão um suspiro e um sorriso de orelha a orelha - Informo, sem conter a careta ao relembrar - E acredite quando a maioria faz isso é porque ficou afim do cara - Concluo, percebendo seu sorriso de alargar.

As covinhas em suas bochechas chamam minha atenção. Por consequência, sorrio juntamente.

— Deste ás 07h00min? - Balbucia, conferindo o relógio em seu pulso. O sorriso se desfaz de seu rosto concentrado - Gostaria de almoçar comigo, senhorita Martin?

— O que? - Digo num engasgo.

Saindo de trás da mesa, Bittencourt caminha em direção à porta. Ele não se vira. Não permitindo que eu tenha ao menos uma chance de responder a sua proposta. Sem saber como reagir, apenas levanto, confusa.

— Pegue sua bolsa e vamos - Diz, autoritário - Aline, peça para as outras candidatas se retirarem. Chega de entrevistas por hoje - Ordena indiferente, quando prontamente sua assistente surge do lado direito.

Boquiaberta com sua atitude um tanto frígida, sua assistente nem se dá ao trabalho de levantar seu olhar e se surpreender com a atitude insensível de seu chefe perante as outras mulheres. Provavelmente, acostumada com sua personalidade.

— Sim, Sr. Bittencourt - Responde automaticamente, enquanto ele segue caminho ao elevador.

Dando um passo para o lado, deixando eu adentrar primeiro no elevador, acabo por encarar minhas mãos. Assim como Aline, tento o meu máximo para transparecer inexpressiva. Não dá certo. Frustrada, começo mexer em minhas unhas.

Solto um suspiro.

Com a porta se abrindo, vejo as outras candidatas sentadas em seus assentos. Seus olhares nos acompanham de forma avaliativa. Sou capaz de apostar que a avaliação maior cai sobre eu. Desconcertada, desacelero ainda mais meus pés, pegando uma distância considerada do homem em minha frente.

— Srta. Martin , por aqui - Bittencourt indica, com uma de suas mãos pousando em minha cintura e me colocando ao seu lado.

A porta principal é aberta. Um BMW preto estacionado está a nossa espera. Pelo canto dos olhos, noto um sorriso discreto se formando em seus lábios.

— Restaurante Ostra - Bittencourt comunica assim que adentramos o automóvel.

— Sim senhor.

Colocando o sinto de segurança, o ronco do motor é ouvido quando o carro dá sua partida. Viro minha atenção para a janela, me recusando a encara-lo. Perguntando a mim mesma, o que raios estou fazendo por simplesmente decidir segui-lo.

— Está me dizendo que se eu a contratar eu não serei uma distração? – Christopher  questiona, voltando ao assunto que foi iniciado em seu escritório.

— Basicamente isso - Balbucio, vendo as arvores sumirem de acordo com a velocidade do automóvel - Estou dizendo que se me contratar me dedicarei ao cargo.

É claro que ele é uma distração. Uma bela distração para ser exata. Contudo, uma distração que não cabe a mim usufruir. Esta é a parte que prefiro não dizer, pois sei que de alguma forma, talvez ele saiba disso também. Pela visão periférica, o vejo assentir, com uma expressão pensativa. De repente, o carro é estacionado em frente a um restaurante. Um restaurante sofisticado.

A viagem se encerra.

— Mesa para dois - Chistopher pede para a mulher que sorri instantaneamente ao reconhecer sua voz. Ela sorri, tirando sua atenção do computador.

— É claro, Sr. Bittencourt.

Andando até a mesa perfeitamente preparada, afastada das outras pessoas. Não é difícil de sacar que ambos estamos no espaço vip. Chistopher  puxa a cadeira para que eu possa me sentar, se sentando logo em seguida na outra disponível a frente da minha.

— Já sabem o que vão pedir?

— Peixe grelhado e uma salada, acompanhamento vinho tinto - Ele diz sem hesitação.

Anotando em seu pequeno tablet os pedidos, a bela mulher sai de nosso campo de visão assim que avista mais pessoas chegando ao estabelecimento. Não posso deixar de avaliar nosso querido CEO.

— Vejo que é controlador, já que nem ao menos deixou que eu escolhesse meu próprio prato - Solto sem pensar, fixando meu olhar em sua direção.

— E isso é um problema para a senhorita? - Pergunta, divertido.

— Depende do quanto for - Respondo, sincera.

— Esta foi um bela resposta, Nicole - Diz satisfeito, puxando o celular do bolso.

Os segundos de confusão são substituídos para a surpresa. Chistopher permanece com seus olhos intensamente sobre mim. A diversão é nítida enquanto franzo a testa. Suas palavras seguintes me deixam atônita:

— Aline, cancele as e de amanhã. Já tenho minha nova funcionária.

Capítulo 2 - Estranho E Confuso

— Mas...

— Alguma interjeição? Não quer o emprego Senhorita Martins?

— O que? Não! Eu... Eu quero... Obrigada - Digo balançando a cabeça frustrada e o vejo sorrir desligando o celular.

Instantes depois o garçom surge com nosso pedido.

Em sigilo encaro o prato em minha frente sem saber o que pensar, estava tudo confuso demais.

— Mas, por que...

— Coma – Ele diz me observando bebendo o primeiro gole do vinho.

Mesmo não sendo mais avaliada para o cargo de emprego sinto como se ainda estivesse sendo investigada sobre seu olhar penetrante.

Sem dizer mais uma palavra devoro meu prato em silêncio evitando seu olhar por diversas vezes.

— Satisfeita? – Questiona casualmente.

Assentindo limpo minha boca puxando o guardanapo.

— Fico feliz em ouvir isso.

Num gesto o garçom surge em nossa frente recolhendo nossos pratos com habilidade e rapidez.

— Começará a trabalhar amanhã. Assim que chegar à empresa peça para que Aline me chame - Ordena autoritário.

Se levantando Christopher ajeita seu terno saindo do restaurante sem olhar para trás, me deixando um tanto pasma.

Soltando um suspiro pesado enfio minha cabeça contra a mesa sentindo uma pequena dor ao bater a testa.

Que. Merda. Foi. Essa?

Provavelmente nunca havia sentido tanta tensão em vida.

— Senhorita, está tudo bem?

Levantando minha cabeça rapidamente encaro a recepcionista loira que me olha preocupada.

— Claro. Hã... Quantos que deu a conta? - Pergunto mudando rapidamente minha compostura.

Sorrindo ela nega de leve balançando a cabeça.

— Seu almoço foi pago pelo Sr. Bittencourt, senhorita.

Hã?

— Tá... Hum... Obrigada... - Pronuncio sem jeito me levantando da cadeira.

Caminhando em direção à porta respiro fundo me sentindo de certa forma mais aliviada ao estar longe da presença do Sr. autoritário, porém não posso conter a felicidade sobre a notícia recebida.

De repente, ouço um toque familiar reconhecendo a música quase que automaticamente.

Puxando o celular da bolsa o atendo sem demora.

📲— Alô?

📲— E Então? Conseguiu? - Identificando a voz de Pablo, não é difícil de imaginar seu sorriso ao pronunciar aquelas palavras.

📲— Sim Pablo, eu consegui. Foi estranho mais o importante é que consegui.

📲— Estranho?

📲Escutando várias vozes reunidas em conjunto, ouço murmúrios juntamente de conversas altas. Obviamente ele estava em seu horário de almoço no trabalho.

📲— Fala mais baixo! - Resmunga com alguém me fazendo rir - Eu estou no telefone, caralho! - Diz irritado - Nicole, me desculpe terei que desligar agora, mas a noite conversamos em casa.

📲— E vê se não chegar tarde dessa vez! - Comunico recebendo sua risada em resposta.

📲Sorrindo desligo o telefone.

Com certeza aquela foi à entrevista de emprego mais confusa que já presenciei...

Primeiro porque não era para o verdadeiro DONO estar entrevistando as meninas e segundo, acabei de almoçar com o cara de mais poder empresarial e agora meu chefe. E em terceiro... meu sapato está descolando.

— Senhorita Martins?

— Sim?

Me virando subitamente, vejo um homem engravatado perto de um carro de luxo se aproximando em minha direção sorrindo.

Seus dentes perfeitamente alinhados brancos, com a combinação de cabelos cor de mel assim como a cor de seus olhos me deixa por um momento em transe.

Ele não aparenta ter mais que 30 anos.

— Sou Thiago Santos, motorista particular do Sr.Bittencourt. Ele me pediu para que a levasse até sua casa.

Indicando o carro olho o veiculo desconcertada.

— O Sr. Bittencourt, ele...

— Outro carro veio o pegar Madame.

Entendendo a situação entro no carro com o motor sendo ligado sem demora, a vista em minha frente passar diante meus olhos a medida em que sua velocidade aumenta. Assim como o silêncio constrangedor.

— Ele é sempre assim? - Solto de uma vez não aguentando mais.

— Desculpe? - Thiago me olha pelo retrovisor rapidamente confuso.

— O Sr. Bittencourt, é sempre deste modo?

— Provavelmente, senhorita Martins - Ele sorri singelo estacionando em frente ao meu apartamento.

— Obrigada Sr. Santos.

— Me chame só de Thiago - Concordando sorriu saindo do carro.

Com pressa abro a porta do apartamento arrancando os saltos do meu pé pisando no carpete fofo da sala sentindo as tensões se relaxar entre meus dedos.

— PARABÉNS!

— Pablo!

Rindo com minha reação, ele caminha em minha direção me abraçando apertado, rodando comigo em seus braços.

— Obrigada - Agradeço sincera.

— Precisamos comemorar! Se arrume vamos sair!

— Não mesmo, você sabe que...

— Por favor! - Implora me fazendo revirar os olhos - Se você não for não cozinho mais nessa casa.

— Okay - Rimos.

Em passos lentos ando em direção ao meu quarto me preparando rapidamente, nada exagerado ou grandioso até porque, só iriamos beber numa pub.

Olhando para o espelho fico contente pelo meu reflexo nele.

Nada demais ou depravado, como costumo dizer: "Eu estou apresentável para meu encontro com o copo de cerveja".

— Está pronta? - Silva pergunta impaciente entrando no quarto.

— Vamos, Sr. Pablo - Digo o puxando para fora trancando o apartamento.

Indo a garagem do prédio vejo minha velha, porém conservada companheira de viagem minha moto V-Rod preta em detalhes pelo escapamento prata.

Meu bebê... Riu passando a mão montando em seguida.

Seguindo em direção á nossa festa de hoje, a noite coopera a nosso favor. Está um clima agradável na cidade, mesmo sendo quarta-feira.

Vários bares estão a todo vapor naquele horário.

Ao chegar a nosso destino estaciono a moto me certificando de sua segurança adentrando o local.

Dentro do local a música eletrônica toca em alto som. As luzes e lasers iluminam o ambiente escuro lançando raios coloridos pelas pessoas juntamente as mesas.

— Acho que preciso sair mais vezes - Falo meio alto para Pablo me escutar olhando o pessoal ao nosso redor dançando e o vejo sorrir.

Caminhando diretamente ao bar, nos sentando na bancada pedindo nossas bebidas ao barman.

— Não tem nem 2 semanas que chegou a cidade, você precisa ver isto nos finais de semana.

Sorrio pegando nossas bebidas prontamente tomando um gole.

O álcool doce e meio azedo desce pela minha garganta provocando um pouco da ardência pela hortelã nele.

— E então como foi? - Questiona não aguentando mais sua curiosidade.

— Ele é intimidante - É tudo que consigo expressar tomando mais um pouco da bebida recebendo uma expressão confusa de Silva.

— Espera um pouco o Sr. Poderoso estava lá?

Assenti em resposta pedindo outra bebida ao barman.

— Não se preocupe poucas vezes ele vem à cidade.

— Como você sabe?- Terminando de beber o líquido em seu copo Pablo me encara sorrindo.

— Não lê muito sobre economia não é mesmo? - Nego o fazendo rir - Os maiores negócios dele fica em New York e Londres. Provavelmente ele estava numa reunião importante por isso veio, ainda este final de semana ele vaza para outra cidade.

Oh... Agora entendo.

E o assunto sobre o Sr. Poderoso se encerra por ali.

Pablo começa a me contar sobre Caroline e a faculdade em Ohio, por enquanto nos semestres ela indo muito bem.

Caroline é minha melhor amiga desde pequenas somos unidas, e graças a essa união eu e Pablo nos tornamos grandes amigos. Sabendo que estava à procura de emprego e um lugar para ficar Caroline liga imediatamente para Pablo que obviamente concorda com a ideia.

E cá estou eu aos 22 anos morando temporariamente com meu melhor amigo.

— Contou aos seus pais sobre o novo emprego?

— Não, vou contar amanhã - Assentindo me levanto da cadeira espantando um pouco da tontura depois do quarto copo - Vamos está na hora, não quero chegar ao meu primeiro dia no trabalho com cara de bêbada varrida.

Rindo, ele se levanta e imediatamente jogo a chave em sua direção.

— Dirige - Peço me sentindo levemente tonta.

— Concordo com sua ideia - Responde com humor.

Indo para fora respiro o ar da noite profundamente, assim que Pablo liga a moto coloco o capacete me sentando logo depois arrancando dali.

A viagem de volta parece mais rápida do que de quando nós fomos, o vento bate contra meus cabelos e quando menos percebo vejo que chegamos ao prédio.

— Tudo bem, chegamos bêbada consciente.

Riu descendo da moto colocando o capacete em minha mão indo para o elevador.

Abrindo a porta vou diretamente ao meu quarto tomando um banho me deitando na cama, não demora muito e o sono logo penetra meus olhos.

***

— Bom dia senhorita Martins

— Oi é Aline estou certa?

Diferente de ontem hoje seus cabelos loiros estavam preso num coque fechado, o vestido preto colado em seu corpo e os sapatos igualmente dando mais sutileza a ela.

Aline era realmente muito bonita.

Concordando retribuo seu sorriso a cumprimentando.

— Prazer em conhecê-la, sou Nicole, mas pode me chamar só de nick fica menos formal.

— niki... Gostei - Sorrio agradecida.

— O Sr. Bittencourt espera por você em sua sala.

Sem dizer uma palavra a sigo até o corredor entrando no elevador. De repente a porta se abre, e nosso caminho é dirigido até a terceira sala quase no final do corredor.

Parando em frente a porta, bato em seguida.

— Entre - Ouço de dentro.

Jogando um sorriso amigável, suspiro pesado adentrando o escritório.

— Bom dia senhorita Martins.

Prendo minha respiração por um momento encarando Sr.Bittencourt. A expressão séria estava em seu rosto, sua atenção estava voltada a alguns documentos em cima de sua mesa ao centro da sala os assinando. Seus olhos se levantam para me olhar e sou pega no flagra o encarando.

— Bom dia Sr. Bittencourt - Ele sorri voltando a assinar os papéis.

— Gostaria de sua presença outra vez no horário de almoço.

Como?

— Costuma a fazer isso com todas as suas funcionárias?

— A fazer o que exatamente senhorita Martins? - O tom divertido está de volta em sua voz - Gosto de saber que tipo de pessoa contratei para minha empresa, se esta foi sua pergunta.

Isso é sério?

— Claro - Respondo revirando os olhos.

— Não faça isso de novo - Ele me repreende sério franzindo sua testa me encarando.

Mudanças Bruscas de humor que ótimo.

— Michelly compareça a minha sala.

Desligando o telefone rapidamente um rapaz loiro aparece à sala sorrindo

— Michelly irá te mostrar onde fica seu escritório e as coisas básicas sobre a empresa, te vejo na hora do almoço - Complementa me deixando frustrada.

Capítulo 3 - Pesquisas Supresas

Boa leitura!

Planilhas e mais planilhas.

Colunas e textos para serem corrigidos antes de ser entregues.

Michelly com sua pequena excursão no prédio comigo não durou mais do que 5 minutos, até porque não estávamos ali para passear.

Ao sentar em minha sala o verdadeiro trabalho começa.

Graças ao meu cargo não é necessário ver muitas pessoas dentro do ambiente, sinto como se fosse o meu cantinho privado para o serviço. Só é preciso concentrar nos textos em minha frente e analisar os detalhes de cada parágrafo.

O que foi se torna um grande aliviou, pois assim evitava o Sr. Poderoso a todo o custo.

— Terminou a correção?

— Há... Não, mas em menos de 3 minutos estará pronto – Pisco para Michelly o fazendo sorrir – Porém, esta planilha está terminada – Aviso presunçoso.

Adentrando a sala ele retira os papéis de minha mão os analisando.

— Serviço rápido, é isso ai garota – Batendo nossas mãos num cumprimento desengonçado acabo por rir – Quando terminar envie a correção para o Sr. Williams.

Quem?

— A sala dele fica a duas adiante depois da minha, tudo bem?

Concordando sorrio o observando sair da sala.

Hesitante meus olhos pousam sobre o relógio em meu pulso, indicando que faltava 1 hora para o horário de almoço.

Tudo bem... É só não pensar nisso.

Talvez ele tenha esquecido, né? É talvez ele tenha esquecido.

Terminando a correção do artigo olho mais um vez para o relógio que indica 15 minutos para o almoço.

Sem tempo a perder, me levanto recolhendo as correções saindo apressadamente da sala fechando a porta.

Seguindo a direção que Michelly- me orientou paro em frente à porta de vidro escura dando três batidas de leve anunciando minha presença.

— Entre. Deve ser a Srta. Martin – Se erguendo da cadeira estendendo a mão encaro o homem em minha frente.

Seus cabelos são pretos lisos bem cortados, os olhos azuis cintilantes, seu porte físico sem comparações.

Realmente era um belo homem.

— Só Niki, por favor – O cumprimento o vendo sorrir sentindo minhas bochechas coradas – Há... Aqui a correção da coluna.

— Está ótima - Ele diz examinando as folhas rapidamente – Nada mal para um primeiro dia não é? – Questiona casual – Está gostando do emprego?

— Há sim, claro. É ótimo trabalhar num cargo que sempre quis – Sorrio respondendo sincera – Bom, se está tudo certo vou indo.

— Foi um prazer te conhecer, Eli.

Retribuindo o sorriso simpático em despedida saio do cômodo dando de cara com Christopher em minha frente. Automaticamente recuo com a aproximação surpresa.

— Está pronta?

— O que? – Respondo confusa.

— Vamos. Santos está nos esperando.

O almoço...

Dando espaço para passar sigo na frente indo direto para o elevador.

Esperando por sua presença, aperto o botão para descer cruzando meus braços.

— Está brava senhorita Martin?

Estou! Estou muito! Quem o senhor pensa para mandar em mim deste jeito?!

— Não – Sorrio de lado sem o encarar escutando sua risada – Porque esta rindo?

— Senhorita Martin és uma péssima mentirosa.

Merda.

De repente, o elevador se abre e o vejo passar em minha frente sorrindo.

O fato dele ser meu chefe não lhe dá o direito de mandar em mim desta forma, certo? Bufo o seguindo para fora do prédio vendo o R8 na frente estacionado.

— Sr. Bittencourt.

— Para o Mario’s Restaurant – Assentindo Christopher abre a porta para mim e sorrio para Thiago .

— Niki – Ele acena com a cabeça num comprimento simples.

— Olá Thiago.

Entro no carro com Bittencourt me olhando franzindo sua testa, adentrando o veículo. Afundando sobre o estofado do banco, olho a paisagem passar conforme a velocidade do carro.

— O que a está deixando inquieta hoje?

A linha de seus lábios está ríspida, prestando atenção em cada movimento me deixando outra vez desconcertada.

— Você – Respondo baixinho sem pensar direito.

— Eu? Seja mais especifica senhorita Martin.

— O Senhor me intimida e detesto isso – O vejo mordendo os lábios tentando conter o sorriso convincente.

— Isso é normal acostume-se a este ponto meu.

O carro é estacionado saio do veículo vendo o estabelecimento. Diferente de ontem o ambiente do restaurante era mais despojado sem muitos padrões de sofisticação, porém não deixava te ter um charme excepcional.

As mesas forradas com toalhas vermelhas, às paredes eram de um verde claro, os estofamentos nos sofás eram pretos que se destacava mais. Sento-me a cadeira olhando o lugar, na parede direita havia alguns quadros provavelmente barrocos.

— Me diga um pouco sobre você.

Por quê?

— Bem Vindos senhores, já sabem o que vão pedir?

Pego o cardápio vendo que se tratava de um restaurante italiano, ou seja...

— Pizza – Digo rapidamente antes do intolerante Sr. Bittencourt falar por mim – Pepperoni por favor, e um suco de laranja.

Fecho o menu entregando para a garçonete que nem sequer me olhava.

— Espero que tenha anotado – Não contenho minha voz ríspida a fazendo me olhar anotando rapidamente no bloquinho em sua mão.

Sorrio falso olhando instintivamente para Christopher que prestava atenção em meus movimentos sorrindo de leve negando.

— Gnocchi e uma taça de vinho seco – Sorrindo alegremente a garçonete anota tudo saindo – Estou esperando – Complementa me encarando.

— Não há nada de interessante para saber Sr. Bittencourt .

— Duvido bastante Senhorita Martin.

— Hã... Okay... Eu vim de Cheshire Inglaterra, estudei minha vida toda lá... hã...

— Me fale sobre seus pais.

— Não sei dizer – Paro por um momento desviando meu olhar para a toalha na mesa – Eles morreram quando era pequena num acidente de carro, não me lembro deles direito.

— Sinto muito.

— Não sente não – Sorrio negando suspirando pesado e nosso pedido chega.

— Por que não?

— Quando as pessoas dizem isso é porque não tem a menor noção do que dizer depois, ai como uma espécie de consolo momentâneo dizem que sente muito.

— Você me deixa curioso senhorita Martin.

O que?

— Namorado?

— Não.

Caramba isso não pode ficar mais constrangedor que agora. Bebo um gole do suco pegando a primeira fatia de pizza cortando comendo em silêncio.

— E você? – A pergunta é solta involuntariamente.

— Não sou um homem de relacionamentos fixos, isto ocuparia muito do meu tempo. E acredito que a senhorita também não seja.

— Como ousa dizer isso?

— Pesquisei sobre você e vi que também nunca foi uma mulher de comprometimentos de longos anos, no máximo foi três meses com um cara chamado Adrian.

— Pesquisou sobre minha vida e meus relacionamentos?

Que merda era aquela?!

— Sim, fiz isso ontem à noite – Ele diz naturalmente como se não fosse nada demais me fazendo explodir em fúria internamente – Termine seu almoço temos que voltar para a empresa.

Respiro fundo controlando minha língua bebendo o resto do suco.

Final de semana ele vai embora... Final de semana ele vai embora...

Repito essas palavras sem parar para meu consciente voltando para a empresa. Passando o resto de minha tarde em minha sala, ocupando minha cabeça com o serviço.

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