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Ressurgindo Como Fênix

Capítulo 1

Já passava da meia noite quando Alícia sai correndo em prantos de dentro da sua própria casa, sendo seguida por seu marido Heitor que grita:

- Espera Alícia, eu posso te explicar tudo! Alícia espera!

Mas drasticamente ela apressa ainda mais os passos e ao avançar sobre a rua se depara em meio ao fogo cruzado de uma conflituosa troca de tiros entre bandidos e policiais que os perseguiam e é atingida em cheio por uma bala perdida. Desesperado ao presenciar a cena e desnorteado, ouve-se misturando-se ao barulho dos tiros, ecoar no meio da noite a voz apavorada do Heitor que com as mãos na cabeça, grita:

- Nãoooooooo!

Ele sai correndo apressadamente em direção a sua mulher que desfalecendo vai caindo aos poucos sobre o chão e ao alcançá-la, a segura firme em seus braços enquanto fala:

- Alícia seja forte se não por mim, seja por nossos filhos, minha vida eles precisam de você, você tem que resistir, está ouvindo Alícia? Você precisa resistir! Meu Deus Amanda chame uma ambulância ela está perdendo muito sangue, ela não pode morrer, não ela... não, não, ela não pode!

Neste momento a Amanda sua secretária e garota pela qual ele estava aos beijos minutos atrás e que também veio atrás deles para ver o que aconteceria, aparentemente está em choque observando a sena e não esboça reação alguma, ficando apenas imóvel.

Heitor: Deus do céu, por favor, alguém chame uma ambulância! ( grita enquanto tenta de alguma forma estancar o sangue que esvaía-se como rio do corpo da sua esposa).

Neste momento ao perceber que o perigo já havia passado e ao ouvir os gritos de desespero do Heitor implorando por ajuda, algumas poucas pessoas aparecem na rua e alguém liga para o serviço de atendimento móvel de Urgência solicitando a presença da ambulância ao local. A mesma chega em poucos minutos e enquanto Alícia está sendo colocada rapidamente no veículo a mãe e os irmãos do Heitor apenas observam de longe o movimento, desejando arduamente que o pior aconteça e Alícia morra de uma vez por todas:

Valéria(mãe): As coisas se saíram bem melhor do que planejamos, tomara que que ela morra e apodreça de vez no inferno!

Briana(irmã): Realmente, se ela morrer todos os nossos problemas estarão finalmente resolvidos!

Guiller: Ela vai morrer, ela tem que morrer!

Com a Alícia já dentro da ambulância, o barulho ensurdecedor da sirenes é acionado e a mesma segue em alta velocidade em direção ao pronto socorro.

- Aí meu Deus eu nunca vou me perdoar se acontecer alguma coisa com você, resista Alícia, resista."Pensa o Heitor com sua roupa toda ensanguentada, desesperado e com alto nível de preocupação estampado em seu rosto, observando a ambulância partir.

Amanda: Não fica assim Heitor, a culpa do que aconteceu não foi sua e todo mundo sabe que o seu relacionamento com a Alícia já não era dos melhores!" ( fala impulsivamente se aproximando do Heitor tentando o acalmar mas com certo receio por causa do sangue que estava em sua roupa).

Heitor: Cala a boca Amanda! Você não sabe o que está dizendo! ( fala virando às costas para entrar novamente na residência e dá de cara com a sua mãe e seus irmãos que vinham ao seu encontro).

Heitor: Mãe você pode ficar de olho nas crianças para mim?( pergunta enquanto caminha em direção ao seu carro).

Valéria: O que está pensando em fazer?

Heitor: Eu não posso ficar aqui de braços cruzados sabendo que a minha mulher está a beira da morte a caminho daquele hospital!

Briana: Não sei se você percebeu mas, olha o estado em que você se encontra! ( fala por causa do sangue em sua roupa).

Guiller: Acha mesmo que indo lá conseguirá salvá-la?

Valéria: Filho você não tem que ter consideração por aquela mulher!

Heitor: Vocês ficaram loucos? queiram ou não aquela mulher é a minha esposa e mãe dos meus filhos, droga! como podem ser tão insensíveis? ( responde inquieto, com certo tom de indignação e na sequência continua caminhando em direção ao seu carro, entra batendo a porta e rapidamente dá partida).

Amanda: Espera Heitor, eu vou com você! (sai correndo em direção ao carro mas ele a deixa para trás).

Já em meio ao percurso rumo ao pronto socorro, Heitor pega seu celular e liga para uma das babás das crianças:

Denise: Alô? Aconteceu alguma senhor? porque está me ligando a essa hora? ( pergunta assustada ao telefone após ser acordada pelo barulho da chamada).

Heitor: Oi Denise! desculpa te ligar a essa hora mas é que aconteceu algo com a Alícia e a ambulância está a levando para o pronto socorro e eu também estou indo para lá agora mesmo, estou te ligando para saber se você pode ir para minha casa e ficar de olho nas crianças, minha mãe e meus irmãos estão lá mas você sabe como eles são.

Denise: Aí meu Deus, senhor o que houve com a dona Alicia como assim ela está a caminho do hospital? o que aconteceu? ( pergunta preocupada).

Heitor: Desculpe Denise eu não tenho tempo para explicações agora, você pode ou não, ficar com as crianças?

Denise: Claro senhor, estou indo para lá agora mesmo! ( responde já se levantando e apressando-se para sair).

Enquanto isso a ambulância chega no hospital e os maqueiros saem com a Alícia rumo a sala de cirurgias.

- Qual o nome da paciente? ( pergunta a médica cirurgiã vindo às pressas de encontro aos paramédicos que ainda seguiam com a maca agitadamente sobre os corredores principais da unidade hospitalar).

- Alícia Oliver!

Doutora:_ O quê? Não pode ser! Alícia? minha amiga? Deus do céu o que houve? ( questiona checando se realmente se trata da mesma pessoa a qual ela conhece).

Paramédico: Segundo o marido, sem querer ela se colocou ao meio de uma troca de tiros que estava havendo entre polícias e bandidos na rua de sua casa e foi vítima de bala perdida!

Médica: Seja forte Alícia, seja forte por seus filhos! ( fala junto ao ouvido dela enquanto apressa seus passos junto a condução da maca).

Paramédico: Depressa, ela continua perdendo muito sangue!

Rapidamente ela é introduzida em uma sala cirúrgica, o seu corpo é ligado ao monitor multiparamétrico e o processo para extração da bala é iniciado imediatamente:

Médica: Como estão seus batimentos cardíacos?( pergunta enquanto ainda está usando o bisturi).

Enfermeira: Doutora estão subindo muito rápido!

Doutora: Em quanto está agora?

Enfermeira: Agora 170 batimentos por minutos e continua subindo doutora!

- Aí meu Deus me passem o desfibrilador, ela vai morrer! ( fala enquanto ela mesma olha para o monitor, observando sua arritmia cardíaca enquanto a Alícia convulsiona sobre a maca).

O aparelho é passado às pressas para a médica que em segundos o pressiona forte contra o peito da Alicia dando- lhe choques hipovolêmicos.

Capítulo 2

Doutora: Como ela está reagindo?

Enfermeira: Não houve alteração a saturação continua diminuindo! ( responde com preocupação).

Doutora: Um, dois, três... (fala e sequentemente pressiona o desfibrilador pela segunda vez). E agora?

Outro Enfermeiro: Ainda não reagiu!

Doutora: Ok, mais uma vez! Um dois, três... Reaja Alícia reaja! você não pode partir assim! ( pensa preocupada enquanto pressiona o aparelho pela terceira vez e de repente):

Enfermeira: Acho que... espera, agora sim! É, graças a Deus, ela está reagindo! ( responde um pouco eufórica)

Doutora: Ufa! Graças a Deus! ( fala respirando fundo após olhar o monitor). Em poucos minutos após perceber a sua estabilidade deixa o desfibrilador de lado e dá continuidade ao procedimento cirúrgico).

Nesse momento o Heitor chega ao hospital e procura por sua esposa e é informado de que no momento ela se encontra na sala de cirurgias. Ele fica inquieto caminhando de um lado para o outro quando alguém de repente se aproxima e afirma que ele não poderia continuar alí por causa de todo sangue que está sobre si, e que se ele quiser continuar no ambiente precisaria trocar pelo menos a camisa. "Droga o que faço agora?" ( pensa tentando encontrar uma forma de resolver o seu problema, quando impulsivamente pega o seu celular em mãos tentando colocar em prática a primeira idéia que lhe surgiu em mente. Ele procura o número na Agenda e liga para o seu melhor amigo, os dois costumam dividir todos os segredos e são como irmãos, com certeza o Álvaro não mediria esforços e certamente o ajudaria:

Álvaro: O que houve cara, me deixou assustado, porque está me ligando a essa hora? ( pergunta já atendendo).

Heitor: Me desculpa, é que estou desesperado a Alícia está em estado grave no hospital Santa Marta eu acabei de chegar aqui e preciso muito da sua ajuda!

Álvaro: Meu Deus cara, como assim? o que houve com a Alícia?

Heitor: Cara, não sei como isso foi acontecer mas ela foi vítima de um tiro!

Álvaro: O que? como assim? o que você fez? a Alícia está bem?

Heitor: Eu não sei, estou no hospital mas ela continua no centro cirúrgico e ainda não recebi notícias suas, o que eu sei é que ela está muito mal! você pode vir aqui no hospital e me trazer uma de suas camisas? Estão tentando me expulsar por que minhas roupas estão sujas com o sangue da Alícia mas não posso ir embora agora sem antes receber notícias dela!

Álvaro: Mas é claro, chego em poucos minutos, tenta manter a calma, estou indo pra aí agora mesmo!

Enquanto isso na sala de cirurgias a doutora Isis depois de algumas complicações durante o procedimento, finalmente consegue extrair a bala, por sorte a mesma não atingiu nenhuma parte letal do seu corpo e o projétil pôde ser extraído com sucesso sem nenhum dano a mais ao seu corpo.

Alguns minutos se passam e o Álvaro chega ao hospital, estaciona e já perce o amigo agitado vindo ao seu encontro, ele desce do veículo e de repente:

Heitor: Ufa, graças a Deus você chegou, obrigada por ter vindo irmão! ( fala já pegando a camisa de suas mãos e começando a trocar alí mesmo no estacionamento).

Álvaro: Cara eu estou atordoado com essa história, o que... como a Alícia sofreu um tiro irmão?

Heitor: Eu irei te contar mas lá dentro preciso saber antes como a Alícia está!

Álvaro: Ok mas, primeiro me diz que você não atirou nela, me diz que não fez isso!

Heitor: Está maluco? como acha que eu seria capaz de atirar na minha mulher?

Álvaro: Foi você mesmo que disse que vocês dois andam brigando muito ultimamente e já estava a ponto de perder a cabeça!

Heitor: Eu sei o que eu disse mas por mais que não pareça ainda amo a minha mulher e eu jamais teria coragem de fazer algo assim com qualquer pessoa que seja muito menos com ela, entendeu? (responde um pouco irritado).

Álvaro: Desculpa, Relaxa é que... Como isso foi acontecer, não consigo entender?

Heitor: É, Eu também não consigo entender o que houve, tudo isso parece um pesadelo!

Os dois entram e aguardam por notícias na sala de espera e quando o Heitor começa a contar para o Álvaro tudo que havia acontecido, são interrompidos pela presença da médica que está vindo em direção aos dois e o Heitor sai em disparada ao seu encontro:

Heitor: Por favor Ísis me diz que ela está bem! me diz que a Alícia não morreu, ela resistiu não é?

Doutora Ísis: A cirurgia foi efetuada com sucesso mas durante o procedimento ela teve três paradas cardíacas e nós quase a perdemos. Ela perdeu muito sangue mas continua sendo forte, resistiu a tudo e no momento está estável mas está muito fraca e ainda corre sérios riscos de vida, por este motivo foi transferida para a unidade de terapia intensiva!

Heitor: Eu posso vê-la?

Doutora Isis: Eu não deveria permitir mas como não tenho a certeza de que ela vai sobreviver irei autorizar que a veja mas com uma condição. (fala emocionalmente abalada). Heitor, você sabe que além de você, sou o que a Alícia tem de mais próximo, não somos irmãs mas fomos criadas praticamente juntas então para mim é como se ela fosse, eu quero que me explique o que de fato aconteceu entre vocês, eu sei... a Alícia me contou dias atrás que o relacionamento de vocês não anda nada bem portanto eu preciso saber, vocês discutiram? Porque a Alícia estava na rua a altas horas da noite? O que houve de fato, Heitor? Essa história está muito estranha, não foi você que atirou na sua mulher não é?

Heitor: Por Deus, vocês me acham tão cretino assim a ponto de atirar em alguém? ok, nós nos desentendemos porque ela viu quando a Amanda me beijou, esse foi o motivo pelo qual ela saiu correndo de casa, mas foi só isso eu juro, eu jamais teria coragem de feri-la!( fala em um tom um pouco nervoso).

Doutora Isis: Meu Deus como pode dizer... Só isso Heitor? Aposto que o estrago que você provocou em seu coração foi bem maior que qualquer ferimento externo e o fato de você não ter atirado não exime a sua culpa, pelo contrário o torna como único responsável pelo aconteceu! quer saber? eu não deveria permitir que a veja, você é um canalha! se a Alícia não sobreviver eu nunca vou te perdoar entendeu? nunca! ( responde querendo fulminá-lo).

Heitor: Não Ísis por favor, pode me xingar de tudo que quiser, eu sei que mereço pela forma como tenho me comportado com ela, mas eu imploro me deixe vê-la!

Isis: Não Heitor! pensando bem eu acho que a Alícia não iria querer vê-lo nesse momento então, te aconselho que vá para casa e quando ela acordar aviso que você esteve aqui e pergunto se ela gostaria de vê-lo isso é, se ela acordar, não é? Além do mais a sua presença naquele quarto nesse momento pode piorar ainda mais o seu quadro clínico!

Heitor: Eu quero ver a minha mulher e você não pode me impedir!

Isis: Não? O que vai fazer? Conseguir uma ordem judicial para isso? Pois tenta, porque como médica denuncio que você é o único culpado pelo que aconteceu e a oferece riscos! Será que pelo menos uma vez na vida você pode levar em conta a decisão da sua mulher? Espera ela acordar e decidir, acho que ela tem esse direito, não? Até porque se falar com ela agora provavelmente ela nem vai te ouvir, nem se dar conta do que está acontecendo de fato!

Capítulo 3

Álvaro: Cara eu sou seu amigo mas acho que a Ísis tem razão, espera ela acordar e decidir!

Heitor: Ok, acho que não tenho outra escolha não é? ( responde encarando a doutora Ísis).

Isis: Não!

O Heitor fica completamente perdido diante daquela situação ao mesmo tempo que está bufando de raiva pelo modo como a Isis lhe enfrentou mas, como não tinha outra opção saí do hospital ao lado do Álvaro e os dois seguem para suas casas. A Doutora Ísis continua seu plantão e enquanto a Alícia continua entre a vida e a morte desacordada no leito da UTI, ainda passando por transfusão de sangue, irei lhes contar como toda essa história se iniciou.

Oito anos atrás...

O Heitor além de passar por alguns problemas durante o dia, para piorar ainda seu estado de azar e tensão, num impulso durante uma de suas aulas na faculdade respondeu brutalmente a um dos seus professores chatos aliás, essa foi a primeira vez que um aluno ousou responder ao temido e arrogante professor Daniel. Na época o Heitor e o Álvaro cursavam administração de empresas juntos, e após assistirem as aulas e saírem, seguiram conversando até uma pequena praça que havia bem em frente a universidade. Em um fim de tarde quente de um dia de sol, os dois decidem se refrescar, então seguem até uma sorveteria bem frequentada que havia alí, pedem seus sorvetes e ao se sentarem em uma das mesas da área externa, seguem conversando um com o outro:

Álvaro: Cara, que resposta foi aquela que você deu ao professor de antropologia? Ainda não consigo acreditar que realmente teve coragem e ainda por cima, saiu impune!

Heitor: Acredita que eu saí? porque eu não! Já ouviu falar que vingança é um prato que se come frio? certamente ele está escolhendo a pior maneira para me punir!

Álvaro: Mas vamos combinar, você foi ousado!

Heitor: Eu sei que fui mas, não aguentava mais aquele imbecil pegando no meu pé e me enchendo o saco!

Álvaro: Mano não sei se isso te serve de lição mas a verdade é que depois disso você conseguiu piorar ainda mais a sua situação! ( fala tirando onda).

Heitor: Eu sei, já me toquei dessa parada, eu tô f***** essa é a palavra certa!

Álvaro: Mas você consegue...

Heitor: Espera um pouco ( fala o interrompendo fazendo sinal com a mão após focar o olho em uma garota que estava chorando em um dos bancos da praça).

Álvaro: O que houve?

Heitor: Olha aquela garota, ela está mesmo chorando?

Álvaro: Pelo que parece sim, porque?

Heitor: É, Parece que eu não sou o único que está tendo um dia ruim! ( fala se levantando).

Álvaro: Espera, o que vai fazer? ( pergunta desacreditado ao perceber que ele irá falar com a garota do banco).

Heitor: Não posso ser tão egoísta e segurar as lágrimas oras, se nós dois estamos tendo dias ruins irei me juntar a ela pra chorar!

Álvaro: Como assim? Você é maluco!

Heitor: Se eu tive coragem de responder ao professor Daniel, isso já está mais do que provado, sim eu sou louco! ( responde seguindo seus passos).

Heitor se aproxima do banco em que a moça se encontra, senta-se ao lado dela e pergunta:

- Dia Ruim?

Alícia: Antes fosse! Pelo menos eu poderia ter a certeza de que amanhã tudo voltaria a ficar bem! ( responde e automaticamente pensa: "Acho que eu já nasci destinada a viver um inferno antes mesmo de morrer e ir para lá, se é que esse lugar não é realmente aqui!").

Heitor: A sua vida está tão ruim assim?

Alícia: Eu não quero responder porque senão vai parecer que estou fazendo drama, além do mais não quero que fique com pena de mim!

Heitor: Bom, se você continuar chorando pelo menos para hoje você pode ter companhia porque também estou prestes a entrar em prantos, minha vida também está um caos! ( fala respirando fundo e ao focar em seu rosto, percebe uma lágrima cair no canto do seu olho esquerdo e continua): Mas se em meio a essas lágrimas você soltar um sorriso mesmo que seja forçado, quem sabe não me dá também um motivo pra sorrir, aposto que fica bem melhor fazendo isso!

Alícia: O que você quer heim? porque se aproximou de mim? Se quer debochar de mim como tantos fazem, com licença, estou cansada de ser espetáculo de deboche!(fala passando a mão sobre a lágrima que caiu e levantando-se com a intenção de se retirar dali).

Heitor: Ei, espera! (responde a segurando pela mão). Me desculpe se foi isso que dei a entender mas, eu não estou debochando de você!

Alícia simplesmente paralisa alí, se perguntando se realmente alguém está sendo gentil com ela ou poderia estar sonhando, quando ele lhe estende a mão já falando:

_ Eu me chamo Heitor, muito prazer! E não! eu não sei porque pensa assim mas eu não estou debochando de você!

Ainda um pouco desconfiada e retraída Alícia responde:

Ali...li...cia, igualmente! ( fala estendendo de devagarinho também a sua mão).

Heitor: Bom Alícia, eu me aproximei porque quando te vi percebi o quanto sou egoísta!

Alícia: Como assim?

Heitor: Primeiro vamos nos sentar novamente, o que acha?( responde apontando para o banco da praça que anteriormente estavam sentados).

Alícia:_ OK! (responde e ambos novamente se sentam).

Heitor:_ Bom, Eu estava concentrado em meus próprios problemas sabe, mas ao te ver percebi que não sou o único a enfrentá-los! ( fala observando o quanto os olhos da Alicia estão tristes). Mas e aí, você vai sorrir ou nós dois vamos chorar? ( fala tentando descontrair).

Alícia: Por que sorrir se eu não tenho motivos? acho que nem ao menos sei o real significado dessa palavra!

Heitor fica pensativo por um momento e de repente: Espera, eu tive uma idéia! ( responde se levantando e Alícia fica sem entender nada). O Heitor caminha alguns passos até uma senhora que está vendendo flores um pouco mais adiante, compra uma delas e retorna de volta para falar com Alícia. Ele lhe entrega a flor, se ajoelhando com um largo sorriso no rosto e pergunta:" Esse item compraria um sorriso seu, minha cara dama?" Porque eu não sei você mas eu estou muito necessitado de ter um dia melhor!

Alícia solta um sorriso espontâneo e fala: Essa é a primeira vez que alguém me presenteia com uma flor, aliás é a primeira vez que recebo um presente e que alguém me trata tão bem, obrigada! Isso não é pegadinha não é? ( fala olhando para os lados automaticamente fechando o sorriso). O que você está querendo com isso me fala? Isso é bom demais para ser verdade! (responde ainda cismada).

Heitor: Bom, o que eu queria já consegui afinal, sem querer você sorriu! ( responde piscando para ela).

Alícia: Cara de onde você saiu?( pergunta o encarando).

Heitor: Eu já te disse, de um dia ruim mas, posso dizer que você já deu uma boa melhorada nele!

Alícia: É sério isso?

Heitor: Claro que é!

Alícia: Você é louco!

Heitor: Desse jeito irei acabar me convencendo, o meu amigo me falou a mesma coisa minutos atrás! ( fala apontando para o Álvaro que acena de onde está com a mão). O nome dele é Álvaro!

Alícia acena de volta sem acreditar que realmente aquilo estava acontecendo: "Será que eu estou ficando louca ou o quê? Ninguém nunca nem parou para falar comigo, pelo contrário, sempre me trataram com desprezo e preconceito por estar acima do peso." Pergunta para si mesma, ficando distante em seus pensamentos quando o Heitor lhe chama novamente a atenção a fazendo retornar a si.

- Alícia??

Alícia: Oi, o que?

Heitor: Porque ficou distante?

Alícia: Não, não foi nada!

Heitor: Eu estava dizendo que também posso fazer o seu dia melhor te pagando um sorvete! Quer se juntar a nós?

Alícia: Será que não vê que estou muito gorda para tomar sorvete?

Heitor: Você não é gorda e quem disse que apenas as magrelas podem tomar sorvete?

Alícia fica um pouco pensativa mas, a seguir responde: Tá, eu aceito mas só porque eu amo sorvete!

Os dois seguem em direção a mesa da sorveteria, o Heitor apresenta a Alicia para o Álvaro, na sequência pede o sorvete de preferência dela e outro para ele já que metade do que ele estava tomando anteriormente havia derretido. Os três continuam conversando e deliciando-se com os gelatos.

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