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Luxúria - A Queridinha Do Mafioso.

01

Uma semana atrás Jornal das 21:00

-Volta para casa hoje a jovem Amanda de Oliveira, que estava desaparecida desde 2015 após ir para escola e não retornar no bairro xxx da cidade de cabo frio, no estado do Rio de Janeiro.

- O desaparecimento da menina era um mistério, até na tarde de quinta-feira, quando ela e outras centenas de meninas que foram libertadas de uma casa de leilões na cidade de Londres.

- O local foi descoberto graças a uma denúncia anônima, essas garotas que eram obrigadas a se prostituir agora podem respirar aliviadas e voltar para suas famílias.

- Após 7 anos longe de casa nossos repórteres capturaram esse momento emocionante onde os pais reencontram a sua amada filha perdida.

...🎥📺🎤...

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Agora :

Dona Joana

—Até quando ele vão exibir isso? Não temos mais paz , esse bando de repórter em frente a nossa casa é impossível sair a Ângela já perdeu duas semanas de aula por causa desse pessoal.

Seu Antônio

—Onde está a Amanda afinal de contas?

Ângela

— Enfurnada no meu quarto , até quando vou ter que dividir o meu quarto ? Ela já é uma adulta por que ela não procura um trabalho e se muda? Toda essa bagunça é culpa dela .

Dona Joana

— Sua irmã esta passando por um momento difícil , temos que dar um espaço para ela e dar muito apoio, pensa em tudo que ela passou, ela precisa de cuidado.

Seu Antônio

— Eu entendo, mas em uma coisa a Ângela esta certa a Amanda agora é uma adulta já se passou uma semana ela precisa sair daquele quarto e arrumar um emprego , não temos como sustentar uma adolescente e agora uma adulta.

Dona Joana

— Vamos dar um pouco mais de tempo para ela ok ?

Ângela

— Minhas amigas mandaram mensagem dizendo que agora só me chamam de irmã da garota de programa , por que ela teve que voltar afinal ? Seria melhor ela se matar logo!

Dona Joana

— Ângela, vigia garota , foi uma benção de Deus que sua irmã tenha retornado sã e salva para nossos braços, até pensar nessas coisas é pecado.

Ângela

— Ela destruiu a minha vida isso sim ! Se ela morresse me faria um favor.

Quando ela chega a sala escuta sua irmã dizendo essas palavras todos a olham com pena, e essa é a pior parte para Amanda , como podem esperar que ela os encare e siga em frente se vão a olhar para ela como se tivessem pena e vergonha de tê-la por perto .

Ela pega um casaco jogado no braço do sofá e escuta a Ângela gritando que o casaco e dela , quando sai os repórteres na rua vem para cima de ela como um enxame de abelhas, mas ela sai correndo , para que a deixem em paz .

São sempre as mesmas perguntas, Amanda já está tão cansada de tudo isso, quando a casa de leilões foi fechada e foram todas levadas para a delegacia para prestar depoimentos e disseram que todas iriam para casa, foi o dia mais incrível da vida delas nos últimos anos, mas o caos se instalou quando Amanda chegou aqui e o seu rosto estava nos jornais, os seus pais são devotos e acostumados com um vida simples e sem escândalos, ela sabe que ficaram felizes por ela estar viva e voltar para casa, mas todo esse auê que a mídia está fazendo só para conseguir uma simples reportagem está acabando com a estrutura emocional de todos.

Andando pela rua ela consegue perceber o quanto o bairro mudou nesses 7 anos, ela costumava brincar ali com a Lídia sua melhor amiga.

Ela para e observa com nostalgia, como um simples ato pode mudar completamente vida de alguém, ainda parada encarando a casa uma mulher sai.

Lídia

—Você precisa sair da frente da nossa casa.

Amanda

— Lídia? É você?

Lídia

— Você precisa sair Amanda, se não daqui a pouco os reportes começam a acampar na frente da minha casa.

Amanda

—Eu estava lembrando de quando ficávamos aqui na frente brincando e falando mal dos meninos rsrs, você se lembra disso?

Lídia

— Isso já faz muito tempo, não somos mais crianças e você e eu não somos mais amigas.

Amanda sorri amargamente, as suas mãos que estão no bolso do casaco se fecham em um aperto tão forte para consegui manter a sua expressão tranqüila.

Amanda

— Tem razão, foi bom te ver de novo mesmo assim.

Viro as costas e as lágrimas que Amanda mantia presa desde que cheguei no Brasil, finalmente escorrem pelo seu rosto, ela vai caminhando até a praia, se senta ali olhando as ondas quebrando na areia, ela só queria desaparecer, assim todo mundo se sentiria melhor, a sua irmã que ela mal conheceu agora a odeia, o seu pai está completamente desconfortável com a sua presença em casa e a sua mãe que fica mediando a situação o tempo todo.

Tem três moleques com uns 14 a 15 anos brincando na areia eles cochicham e olham na direção de Amanda, então um deles vai na frente e os outros dois atrás dando risada.

Garoto 1

— Oi? você é aquela mulher da TV né? A que faz programa eu e os meus amigos, queríamos saber, quanto você cobraria para fazer um bøqůēťė em nos três.

Os outros dois dão risada enquanto o da frente faz gestos obscenos na sua direção, esses pirralhos sinceramente, ela já teve que lidar com muita Merda essas semanas e agora precisa disso.

Amanda

— Isso depende, posso cobrar 100 reais de cada, mas se eu precisar de lupa e pinça para encontrar o seu pênis minúsculo aí já sobe para 200, vamos abaixar essas bermudas e descobrir?

Amigos

— kkkkkkk se ferrou.

Garoto 1

— Fica longe de mim sua louca, nem se fizesse de graça ia querer essa boca perto de mim, quantos paus já não çhūpøū? Deve estar cheia de doenças.

Eles saem e a Amanda fica ali sabendo que essas piadas vão continuar acontecendo, ela pensa olhando o horizonte se realmente merece passar por isso? Ela já não havia sofrido o suficiente naquele inferno?

02

Amanda olha para o mar a onda quebrando na areia , aquela constância , aquela serenidade, era tudo que ela queria, sem o caos que a vida dela se tornou , Amanda se levanta , retira o casaco e os chinelos e joga na areia e caminha em direção a água , ela pula , quando a onda vem e ela afunda , ela abre os olhos e olha para cima as águas turbulentas acima da sua cabeça se contrasta com a água calma na qual ela está submersa, ela fecha os olhos e fica ali , sentindo seu ar se acabando , seu pulmão começa a arder como se ela queimasse de dentro para fora e quando ela finalmente deixa a água entrar uma sensação de alívio .

As pessoas que estavam por perto vendo que a garota que entrou na água ainda não havia saído começam a ficar preocupados e acionam um salva-vidas que pula na água procurando por ela, quando ele encontra atirando da água, faz massagem cardíaca e respiração boca a boca já que a Amanda não estava respirando, depois de algum tempo ela finalmente expele a água dos pulmões e quando abre os olhos e vê todo mundo em volta dela a encarando como se ela fosse uma aberração de circo ela cobre o rosto com as mãos e começa a chorar todo mundo fica sem entender alguns começam a suar falando que ela tentam se matar outros dizem que pode ter sido a correnteza mas tudo que ela escuta são vozes incessantes na sua cabeça.

Ela se levanta e corre em direção às suas coisas na areia todo mundo começa a chamar por ela inclusive salva-vidas dizendo que ela precisa ir para um hospital fazer exame já que ela engoliu muita água, Mas Amanda não liga ela só quer sair dali ficar longe de todo mundo, quando ela chega na frente da casa dela mais uma vez se encontra com aquele monte de fotógrafo que tentam novamente fazer uma entrevista com ela passar por eles é bem difícil ela finalmente entra na casa fechando a porta e se escorando nela as vozes do lado de fora ainda continua atormentando, fazendo ela deslizar até o chão tapando os ouvidos.

Antônio

— Mas o que está acontecendo agora menina ?

Amanda não responde e sua irmã chega .

Ângela

— Não vê que ela só quer chamar atenção?

Antônio

— Levanta do chão Amanda , está parecendo doida sentada aí cobrindo os ouvidos.

Joana

— O que está acontecendo aqui?

Ângela

— A Amanda querendo chamar atenção aqui.

Joana

— Deixe sua irmã , venha Amanda, levante que precisamos conversar sobre algo.

Dona Joana estende a mão para filha que segura e levanta acompanhando até a sala ela senta no sofá ao lado da sua mãe que é encara seu pai senta numa poltrona olhando para as duas e Ângela fica de pé ali com uma perna apoiada na outra fazendo como se fosse o número quatro mexendo no celular.

Joana

— Olha querida eu estava conversando com uma antiga amiga que tem um mercadinho e eu falei com ela que você estava precisando de emprego e ela resolveu te contratar.

Antônio

— Isso é ótimo.

Joana

— Sim, precisamos voltar a nossa rotina e essas pessoas lá fora vão acabar desistindo e você precisa distrair a cabeça com alguma coisa.

Ângela

— Verdade , e aproveita que vai estar trabalhando aluga uma casa e desocupa o meu quarto não aguento mais você ter que mexer na minhas coisas o tempo todo.

Amanda permanece em silêncio o que deixa o seu pai um pouco irritado.

Antônio

— O que foi? Não gostou da notícia por acaso? Acha que vai ficar para sempre nas nossas custas você já não é nenhuma criancinha Amanda eu entendo que passou por muita coisa, mas está na hora de tomar uma atitude, e começar a trabalhar é o primeiro passo.

Joana

— Ela sabe disso , não precisa ficar gritando.

Antônio

— Sabe mesmo? Desde que essa garota chegou ela não conversa com a gente ela não conta como foram as coisas naquele lugar, ela simplesmente fica andando feito um zumbi pela casa comendo e dormindo comendo e dormindo acha que podemos aguentar isso por muito tempo?

Amanda cansada e estressada e já em seu limite começa a falar.

Amanda

— Você quer saber como era lá pai? Eu te conto.

Ela diz essa palavras com olhos frios e tristes.

Joana

— Querida não precisa se não quiser.

Amanda

— Não, quer saber , melhor eu contar para todo mundo, quem sabe assim vocês entendam o motivo por eu ter me tornado um zumbi como meu pai mesmo enfatizou.

Amanda se levanta abrindo a porta da frente e parando ali ainda chorando ela olha em direção à sua família e depois em direção aos repórteres.

Amanda

— Vocês estão loucos para saber como foi a minha vida nesses anos , então eu vou dizer, ser sequestrada com apenas 16 anos, ser vendida como um pedaço de carne , quer saber como me senti? Eu estava apavorada, fui levada para uma cidade onde não conhecia, onde as pessoas falavam línguas que não conheço, fui drogada para dormir com homens que me viam como um pedaço de carne para se satisfazerem , homens com idade para ser meu pai , meu avô, pessoas que juraram servir e proteger, que juraram cuidar e curar, dia após dia ser tocada e abusada por essas pessoas .

Ela soluça então precisa fazer uma pausa e respirar sua mãe tenta a trazer para dentro, mas ela se afasta e volta a falar.

Amanda

— Achei que voltar para casa seria a melhor coisa que aconteceu em todos esses anos , mas vocês estão aqui, como abutres querendo um pedaço de mim como aqueles homens nojentos, e minha família me olha como se eu fosse uma estranha , me olham com pena e nojo, minha irmã está contando os segundos para me ver longe por que os colegas de classe dela a chamam de a irmã da garota de programa.

Joana

— Querida, entra já chega !

Antônio

— Será que nunca vai parar de nos fazer passar vergonha ?

Angela

— Como eu disse ela só quer aparecer .

Reportes perguntam ao mesmo tempo se ela conseguiria indentificar as pessoas que abusaram dela e se ela sabia quem tinha sequestrado ela a 7 anos atrás , para eles a dor que ela carregava não significava nada eles só queriam mais e mais, vendo que nada daquilo ia dar em nada ela apenas sorri e vira para sua família dizendo .

Amanda

— Acho que seria melhor nunca ter voltado.

03

Muito longe dali.

Dante

— Eu acho que você deve ter algum problema muito sério Josué Por que você acha que eu emprestaria um valor tão alto sem ter nenhuma garantia de que vai me pagar?

Josué

— Eu não seria nem doido em te enganar Dante sabe que vou te pagar e estou pensando em abrir uma boate aqui mesmo em Nova York.

Dante

— Ainda quer abrir uma boate para concorrer com as minhas? Com o meu dinheiro ?

Josué

— Uma boate minha, não chegaria nem aos pés de competir com uma sua e você sabe disso.

Dante

— Verdade, eu lembro que a última vez que eu te vi em Londres, você estava com aquela mulherzinha de nariz em pé, como era o nome dela mesmo ?

Josué

— Charlotte .

Dante

— Sim Charlotte, lembro que quando sua garota me viu parecia uma cadelinha no cio ainda está com ela? Talvez eu me divirta domesticando sua garota !

Josué

— kkk fala sério , ela era só para curtir mesmo, e ela morreu.

Dante

— Ah que peninha estava em busca de algo novo.

Uma reportagem na TV chama a atenção de Dante que pede que aumente o volume naquela hora estava passando a entrevista ao vivo com a Amanda bem no momento em que ela desabafa falando tudo aquilo com a família e com os repórteres, algo nos olhos e na forma dela , chama muito a atenção de Dante.

Dante

— Quem é aquela garota?

Josué

— Uma das garotas do leilão acho que me lembro dela todas elas compravam drogas comigo então os rostos ficam meio bagunçados.

Dante

— Entendo , então que tal fazermos um novo acordo?

Josué

— Mas que tipo de novo acordo?

Dante

—Bem, me traga aquela garota , e eu te dou o dinheiro que precisa.

Josué

— O que ? Mas ela está cercada pela mídia depois que tudo aconteceu, como vou trazer ela para Nova York?

Dante

— Você é tão cansativo, vou facilitar para você. Eu tenho uma carga para deixar no Brasil ela chegará lá através de um jatinho particular e você tem o prazo de uma semana contando com hoje para levar ela até o jatinho , se fizer isso o dinheiro é seu não precisa me devolver.

Josué

— Está falando sério? Vai me dar meio milhão de dólares se eu colocar aquela garota dentro de um jatinho particular?

Dante

— Sim, mas tem uma condição só poderá vender meus produtos na cidade entendeu?

Josué

— Claro, eu topo eu vou trazer essa garota para você pode apostar.

Dante sorri com a empolgação de Josué e olha em direção a tv de novo .

De volta ao Brasil Amanda sai da casa dos pais e anda pela rua sem rumo alguns repórteres tentam segui-la , mas ela sai correndo e consegue despista-los , já é noite, ela está sentada no meio-fio quando uma mulher se aproxima e começa a puxar assunto com ela.

Mulher

— Você é a garota que está passando na TV toda hora né ? A que foi sequestrada e foi vendida para uma casa de leilões em Londres.

Amanda

— Olha eu não estou nem um pouco afim de conversar se é mais umas dessas repórteres querendo tirar vantagem está perdendo seu tempo eu já disse tudo que tinha para dizer .

Mulher

— Imagino que sim, mas eu só parei para te dizer que se precisar de um tempo longe de tudo isso tem uma casa na verdade é como uma ONG, onde abrigam mulheres que sofreram violência doméstica, uma amiga minha que toma conta lá posso te levar até lá se não tiver onde ficar.

Amanda

—Por que acha que eu não tenho onde ficar?

Mulher

— Já vi muitas mulheres com um olhar perdido como seu e tudo que elas precisam é de um tempo longe de tudo e de todo mundo e ficar perto de gente que entende o que ela passou.

Amanda

— Acha que alguém pode entender o que eu realmente passei naquele lugar todos esses anos?

Mulher

— E acha que ficar aqui sozinha vai ajudar em alguma coisa? Lá pelo menos vai ter uma cama para dormir e um prato de comida para encher o estômago, mas se não quer tudo bem eu só tentei ajudar.

A mulher está prestes a virar as costas e sair quando a Amanda fala novamente.

Amanda

—Ei por favor espera, se você puder me levar até esse local . Eu agradeço muito.

A mulher sorri para Amanda e faz um sinal com a cabeça para que ela entre no carro, e ela leva gentilmente sem fazer perguntas ou puxar muito assunto até onde sua amiga toma conta ela nem precisa explicar já que o rosto de Amanda está em todos os jornais e nas revistas da cidade a mulher rapidamente a leva até um quarto onde existem três beliches e mostra ela um beliche vazio onde ela poderá passar a noite.

Amanda

— Muito obrigada de verdade.

Mulher

— De nada, o jantar será servido em uma hora esteja lá embaixo ou ficará sem comida hein.

Amanda sorrir pela primeira vez em muito tempo, um sorriso de verdade e não um que ela seja forçada a colocar no rosto para agradar alguém, ou para fingir que está bem, é um sorriso aliviado de não ter que dar satisfações ou conversar assuntos que ela não queira, um sorriso de olhar no rosto daquelas duas mulheres e não vê pena ou nojo quando está perto dela.

Após o terceiro dia sem que ela volte para casa, os repórteres finalmente começam a desistir do acampamento na frente da casa da família a mãe de Amanda está muito preocupada, já o pai acha que ela só está tentando chamar atenção assim como a irmã mais nova sempre diz, pois na cabeça dele após ela ter conseguido uma vaga de emprego fazer todo aquele draminha era só um charme para continuar sendo sustentada.

Joana

— Nossa filha passou por muita coisa e pela graça de Deus conseguiu voltar para casa , mas você é tão cabeça dura que tinha mesmo que pressiona-la tanto a ponto da menina ter que agir daquele jeito e ir embora?

Antônio

— Se preocupa demais a Amanda não é mais uma criança, e pela forma como agil eu diria que nem mesmo é mais nossa filha , aquela garota está muito estranha, sei lá o que fizeram com ela naquele lugar uma lavagem cerebral alguma coisa assim.

Joana

— Ah por favor Antônio, a nossa filha estava perdida passou sete anos longe da gente você achou que ela voltaria e tudo seria como se ela tivesse 16 anos de novo ? O tempo passou seu cabeça dura e nós colocamos ela para fora de novo imagina como ela deve estar assustada nesse momento.

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