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Pra Você Guardei O Amor

Azarada

Lágrimas escorriam pelo rosto de Olívia enquanto dirigia pela rodovia. O relógio marcava 7:37 da manhã de uma quinta-feira, ela fazia o mesmo trajeto todos os dias para ir ao trabalho. A semana havia sido péssima, absolutamente tudo estava dando errado, pois havia recebido uma notificação de que seria despejada do apartamento, o dono simplesmente havia decidido que não alugaria mais, recebera também um aviso de que em breve a desligariam de seu trabalho, não podia ser mais azarada na vida.

No carro não se ouvia som nenhum além de seu próprio choro e enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, na boca sentia um gosto amargo, e sua garganta parecia que estava cheia de nós. Ela ia dirigindo distraidamente, como se estivesse no piloto automático, sem prestar muita atenção. Nem ao menos percebe quando um lindo Jaguar preto surge à sua frente, sente apenas o impacto da batida. Pronto! Agora a desgraça estava completa, com tantos carros por perto e ela “escolhe” justo o mais caro para bater!

Passado o susto, e perceber que não havia sido nada grave, ela encosta a cabeça no banco do carro, fecha os olhos e dá um longo suspiro, só conseguia agradecer mentalmente por apesar de tudo, estar bem. Ela ouvia o som de muitos carros parando e freando rapidamente afim de evitarem um acidente maior, sem contar os curiosos que gritavam ao redor querendo saber se estavam bem. Assim que abre novamente os olhos, percebe um homem alto, bem vestido e de óculos escuros saindo do belo jaguar e indo em sua direção, ela então abaixa o vidro e o olha ainda meio atordoada. Ele fica um tempo a encarando até finalmente quebrar o silêncio.

- Você está bem?

- Sim, não se preocupe, acho que o estrago foi somente material, o senhor se machucou?

- Não, eu estou bem.

- Só um momento que eu vou sair do carro, quero ver o tamanho do estrago, com licença, vou abrir a porta.

Olívia ainda sentia suas pernas tremendo, mas se prepara para sair do carro, não tinha certeza se conseguiria se manter em pé, afinal o susto havia sido grande, e assim que abre a porta e coloca os pés para fora, sente seu corpo muito mole, como se não obedecesse ao seu comando, sua visão escurece e no ouvido, um zumbido aumentava cada vez mais. A última coisa que ela consegue se dar conta, é de alguém a erguendo nos braços e a levando para algum lugar, depois disso foi um completo apagão.

Algumas horas depois Olívia abre os olhos vagarosamente, sentia seu corpo muito leve, como se flutuasse, e aos poucos ia se lembrando do que havia acontecido, recordava de uma batida de carro e de um homem que havia falado algumas poucas palavras com ela, porém não conseguia se lembrar do rosto desse homem, apenas de um cheiro agradável de perfume masculino. Ela passava os olhos ao redor com muita atenção, e percebe estar deitada numa cama de hospital num quarto muito bem equipado, certamente aquele lugar lhe custaria um rim. Em sua cabeça só passava o tamanho da dívida que estava metida, como se não bastasse as dívidas antigas, agora tinha novas para colecionar.

Ela puxa o lençol e coloca os pés para fora da cama, pois precisava ir ao banheiro, já não sentia mais sua cabeça rodando, nem o gosto amargo na boca, se sentia bem melhor, como se tivesse descansado por muito tempo. Assim que sai do banheiro, encontra um médico à sua espera.

- Como se sente senhorita?

- Me sinto muito bem, sem nenhuma dor no corpo.

- Isso é muito bom, a mantive em observação aqui apenas por precaução, a senhorita foi trazida para cá na manhã de ontem.

- Na manhã de ontem? Eu dormi esse tempo todo?

- Sim, seu corpo precisava se recuperar, mas não se preocupe porque está tudo bem, a batida não foi grave, porém a senhorita entrou em estado de choque, levou um susto e seu corpo reagiu.

- Eu fiquei mesmo assustada com o acidente, me lembro de ter batido num carro muito caro inclusive, e falando nisso......A pessoa que me trouxe ao hospital, um homem se não me engano, ainda está aqui? Eu preciso entrar em acordo com ele sobre a conta do hospital, esse lugar me parece tão caro, nem sei como farei para pagar.

- Não se preocupe, a conta do hospital já foi paga, e o homem que a trouxe não está mais aqui, ele teve que ir embora, apenas disse que a tratasse da melhor forma possível, e que não poupássemos gastos, então não tem que se preocupar. Aliás ele deixou sua bolsa ao lado da cama.

- Eu........nem sei o que eu dizer.

- A senhorita tem para quem ligar para busca-la? Não posso deixa-la sair sem um acompanhante.

- Sim, agora mesmo ligarei para uma amiga e pedirei que me busque.

Assim que o médico sai do quarto, Olívia pega sua bolsa e procura pelo telefone. No momento em que o encontra, nota que haviam centenas de mensagens de sua amiga, seu chefe, e de seus colegas de trabalho. Àquela altura com certeza já estavam todos pensando o pior.

Olívia então liga para sua amiga Ayla e explica tudo o que havia acontecido, e pede que a buscasse no hospital o mais rápido possível. Cerca de 25 minutos depois Ayla entra no quarto e a abraça, estava aliviada por Olívia estar bem.

- Que susto você nos deu Olívia, ficamos muito preocupados com você. Ligaram do trabalho e eu simplesmente não sabia o que responder!

- Me desculpe, eu não fazia ideia de que tinha se passado tanto tempo assim, depois da batida eu desmaiei e não me lembro de mais nada.

- E no outro carro, alguém se machucou?

- Não! Estava somente um homem, não consigo me lembrar do rosto dele, só me lembro que ele me pegou no colo quando desmaiei, depois disso só me lembro de ter acordado aqui.

- Nossa, uma dívida logo agora que teremos que deixar o apartamento e você ainda vai ser desligada da empresa Olívia? E agora?

- Não se preocupe, o hospital já foi pago por esse homem misterioso, mas o carro com certeza terei que pagar o conserto, o problema é que não sei como encontra-lo, pois como desmaiei não sei o que houve. Mas com certeza ele me achará, afinal em uma ocorrência de trânsito precisa fazer o boletim de ocorrência, certamente ele me acha pela placa do carro, ou algo assim. Mas nessa confusão não faço ideia de onde foi parar meu carro.

- Não se preocupe porque recebi uma ligação ontem dizendo que seu carro estava no estacionamento de uma empresa de guinchos para carros, e que você poderia retirá-lo de lá a qualquer hora, e até onde sei o serviço também foi pago!

- Mas........eu não entendo. Será que foi o mesmo homem que pagou esse hospital que também fez isso?

- Não tem outra explicação, afinal ninguém mais tinha ideia do que havia acontecido com você. Mas sobre o outro carro envolvido......estragou muito? Era um veículo muito novo?

Olívia nesse momento solta uma gargalhada de tensão, só conseguia pensar em como conseguia sempre atrair grandes problemas para ela, como se tivesse um ímã.

- Do que está rindo?

- Estou rindo porque simplesmente bati num JAGUAR!

- Ai caramba!

Olívia ainda ria de nervoso enquanto saía do hospital e entrava num taxi para ir para casa, seus problemas com certeza estavam só começando, pois não havia se esquecido que teria que achar um novo lugar para morar em tempo recorde o que não era nada fácil, e ainda com um preço acessível, e em breve seria desligada de seu trabalho, a deixando desempregada novamente, mas tudo isso seria evitado se algum grande milagre acontecesse.

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Recadinho:

Essa história será atualizada TODOS os dias, irei liberar capítulos aos poucos, quero testar todas as possibilidades no app, mas não se preocupem pq ela já está escrita, não deixarei vcs, leitores na mão.

Tbm não tem os nomes dos personagens na frente, tbm quero testar outras possibilidades de escrita.

Espero que gostem.

Obrigada a todos.

Quem quiser, pode me seguir nas redes sociais: @gizahautora.

Muito obrigada e boa leitura 😘😘😘

O reencontro

O final de semana de Olívia e Ayla havia sido de muita correria, as duas tentavam achar formas de conseguir achar um lugar de boa localização e com um preço justo, mas ou elas encontravam um lugar excelente com um preço altíssimo, ou então um lugar barato, porém deplorável e longe de tudo, elas simplesmente estavam na mesma situação, haviam tentado, mas sem sucesso. Olívia havia buscado seu carro no estacionamento e ficara surpresa de não ter que pagar nada, pois o tal homem misterioso já havia pago pelo guinchamento e por deixar o carro guardado lá. Agora restava arrumar dinheiro para consertar o para-choque do carro, mas isso era o de menos, o importante era que o carro estava funcionando normalmente.

Olívia era uma jovem de 26 anos, havia saído do interior de sua cidade e ido para a capital em busca de mais oportunidades de trabalho, já que sua cidade natal era de poucos habitantes, sem contar que tinha muitos sonhos a serem realizados, e morando no interior, dificilmente alcançaria.

Parte de sua infância havia sido dentro de um orfanato, pois não tinha tido a oportunidade de conhecer seus pais biológicos, apenas sabia que sua mãe havia a abandonado com uma vizinha, sua mãe tinha pedido para cuidar dela por poucas horas, e nunca mais aparecera. Olívia tinha apenas 3 meses de vida e se acostumara a chamar de Tia Zélia, a mulher que havia a criado, pois depois do abandono, a senhora já de certa idade que vivia sozinha havia entrado em contato com a polícia e o conselho tutelar, explicara o caso, e pedira a guarda da menina.

Quando Olívia completara 10 anos, Tia Zélia havia tido um mal súbito e veio a falecer a deixando sozinha no mundo novamente, assim ela fora levada a um orfanato, pois não sabiam de nenhum parente próximo, muito menos sabia quem era seu pai, pois na certidão de nascimento constava somente o nome da mãe.

Sua infância no orfanato não havia sido ruim, muito pelo contrário, ela era uma criança muito levada, estava sempre alegre e aprontando e todas as outras crianças adoravam as histórias que ela contava, as cuidadoras a tratavam com muito carinho. Ela havia tido sorte, pois a realidade de muitos orfanatos era bem diferente, muitos maltratavam as crianças. Infelizmente o tempo havia passado e ninguém queria adota-la pois já estava ficando numa idade que não se interessavam muito.

Assim que completou 18 anos, ao invés de deixar o orfanato como todos precisavam deixar, a diretora havia oferecido um trabalho a ela como cuidadora, afinal ela tinha um talento especial com crianças, sem contar que adorava falar, a comunicação era seu forte! Olívia trabalhou no orfanato somente por 1 ano, pois aos 19 anos de idade, mudou toda a direção do orfanato e muitos funcionários foram mandados embora. Durante um tempo ela tentou trabalhar na pequena cidade, sem muito sucesso, vivia com suas economias do salário que recebia por trabalhar no orfanato, e como continuou morando lá, não tinha quase gastos nenhum. Por necessidade, e também por ter muitos sonhos a realizar, decidiu ir embora para a capital em busca de novas oportunidades.

Quando chegou na capital trabalhou como garçonete, babá, atendente, operadora de caixa, fez de tudo para arcar com os custos de sua tão sonhada faculdade de fisioterapia, e para conseguir se manter, mas sempre acontecia alguma coisa e a mandavam embora, Olívia era mesmo muito pé frio, sem contar que durante seu estágio, precisou cortar ainda mais gastos desnecessários, pois o salário que recebia estagiando mal dava para as contas básicas. Vivia com o salário contado, pagava as contas sempre atrasadas, comia somente o básico, e o resto de seu dinheiro ia todo na faculdade, pois apesar de ter bolsa parcial, ainda era um valor considerável e para pagar as parcelas de seu carro, que já não era nada novo.

Morava num pequeno apartamento numa localização razoável, vivia pulando de trabalho em trabalho, e assim que conseguiu se formar na faculdade e terminar seu estágio, esperava conseguir um emprego bem rápido em sua área, porém todos diziam a mesma coisa: faltava experiência.

Quando completou 25 anos, depois de muitas tentativas frustradas de procurar trabalho em sua área, conseguiu finalmente entrar num dos escritórios de advocacia mais respeitados do país, havia conseguido uma vaga como auxiliar de limpeza na MARCONDES ADVOGADOS, não era exatamente o emprego dos sonhos, mas quando se precisa pagar as contas, se aceita qualquer coisa, e na verdade o trabalho pagava um pouco mais do que qualquer outro lugar na mesma função.

Logo após completar 3 meses trabalhando naquele lugar, ela havia conhecido Ayla, que era recepcionista, e assim que se conheceram, houve uma amizade instantânea, e em pouco tempo já estavam dividindo as contas do apartamento, pois Ayla também morava sozinha e procurava alguém para dividir o aluguel, assim Olívia pode finalmente começar a guardar um dinheiro a mais, pois as despesas eram divididas em duas pessoas.

A vida de Olívia vinha se acertando por um período, porém de uma hora para outra o senhorio do apartamento resolvera pedir o imóvel alegando que não alugaria mais, havia dado um prazo muito apertado para que desocupassem. Para completar, em seu trabalho já haviam a avisado que teriam alguns cortes e infelizmente ela seria demitida, estava somente cumprindo seus dias de aviso, mas em poucos dias não teria vínculo nenhum com aquele lugar.

No dia do acidente Olívia chorava de angústia de não conseguir achar uma solução rápida, não se achava um lugar para morar da noite para o dia, ainda mais com ela prestes a perder o trabalho. Para completar o ciclo de desgraças do pobre, ela havia batido o carro simplesmente em um Jaguar, por outro lado, não podia reclamar, pois o homem que ela batera o carro, havia pago a conta do hospital, e ainda mandara guinchar seu carro e guardar num estacionamento. Ela gostaria de pelo menos algum dia saber o nome do homem misterioso que a ajudara, pois nem de seu rosto ela se lembrava.

Na segunda-feira, Olívia acordara muito desanimada, pois estava indo trabalhar apenas para cumprir seu aviso, e apesar de desempenhar uma função que não era a dos sonhos, gostava de trabalhar naquele lugar.

Assim que chega na empresa, olha o grande relógio do saguão principal e se assusta, estava atrasadíssima, coisa que acontecia pouquíssimo, ela então sai correndo apressadamente pelo salão impecavelmente limpo e vai em direção ao elevador, ela apertava o botão incansavelmente, porém sem sucesso, a cada vez que ela apertava o relógio marcava mais um minuto, ela decide recuar e ir em direção as escadas, porém no meio do caminho nota um homem parando em frente ao elevador e apertando o botão, que instantaneamente funciona e a porta se abre para ele.

- Só pode ser brincadeira! – fala para si mesma não acreditando na falta de sorte até com a porta do elevador.

Ela sai correndo novamente cortando o saguão do escritório, aos berros pedindo para que o homem esperasse por ela, a essa altura já havia chamado a atenção de todos ao redor.

Olívia ia correndo e escorregando no piso brilhante e liso, era uma cena até engraçada, em poucos segundos consegue chegar à porta do elevador e entrar. O homem à porta, apenas a olhava de uma maneira muito profunda e enigmática, não esboçava reação nenhuma, apenas a olhava muito profundamente nos olhos enquanto continuava a segurar a porta para ela.

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Nem sei o que dizer!

- Obrigada senhor, eu estou terrivelmente atrasada, e esse elevador não colaborou comigo hoje, eu apertei um milhão de vezes esse botão e nada dele abrir, eu o atrapalhei? Por que se atrapalhei peço desculpas, não foi minha intenção, o senhor trabalha aqui, ou está somente vindo fazer alguma coisa? Como esse é um escritório de advocacia, frequentam muitas pessoas, ou o senhor é um cliente? Desculpe tantas perguntas, eu estou nervosa por estar atrasada, e quando fico nervosa falo muito, sem parar na verdade, o senhor já percebeu, não é?

Olívia falava muito rapidamente e sentia seu coração saindo pela boca, não sabia se era por ter atravessado o saguão correndo, se era por estar nervosa pelo atraso, ou se era pela maneira fria que aquele homem tinha, sem expressar uma única reação. Se sentia uma completa idiota por tentar conversar com alguém que simplesmente ignorava sua presença completamente, àquela altura suas bochechas já denunciavam sua vergonha e constrangimento, pois estavam vermelhas feito um tomate.

Seu andar chega e ela desce, antes de sair do elevador apenas o agradece e lhe dá bom dia, o que não precisava ter feito pois o homem continuava firme feito uma rocha, apenas olhando para frente sem encara-la e responde-la.

Olívia vai até seu setor, bate o ponto atrasada e vai ao vestiário para trocar seu uniforme, não sabia porque estava tão nervosa em chegar atrasada, o que poderiam fazer? Mandá-la embora? Isso já haviam feito! Sem perceber Olívia ria sozinha de tal pensamento, não podia ficar se lamentando, tinha que encarar a realidade e pronto.

Cassiano Theodoro Marcondes era o dono do edifício MARCONDES ADVOGADOS, era muito respeitado no ramo e o melhor do país. Era um homem frio e muito fechado, não conversava com seus funcionários, nem tampouco se misturava com nenhum deles, era sempre muito discreto e econômico com as palavras, nunca demonstrava afeto por ninguém, apesar de ser um homem educado.

Naquela manhã tivera uma grande surpresa ao se deparar com a mesma mulher que havia batido em seu jaguar uns dias antes, não podia imaginar que ela fosse sua funcionária.

Ela havia descido no andar que ficava o setor de limpeza, não podia sequer imaginar que ela fosse a faxineira de seu escritório, pois parecia muito jovem, achava que talvez ela fosse uma estagiária, mas ao invés disso era sua faxineira. Ele já sabia de duas coisas a seu respeito: Ela falava muito, coisa que ele não estava nada acostumado, e que ela dirigia muito mal. Aparentemente ela não fazia ideia de quem ele era, nem que era seu patrão, muito menos o homem em que ela havia batido o carro dias atrás.

Ele chega em seu andar, desce do elevador com sua expressão fria de sempre, entra em sua sala, senta em sua confortável cadeira e faz uma ligação.

- Alô, Íris.........sim, sou eu........quero que ligue no setor de limpeza e peça os registros de todos as funcionárias mulheres por favor, e traga para mim o mais rápido possível. Obrigado.

Cassiano queria descobrir tudo o que podia sobre aquela bela jovem, já que a vida havia a colocado novamente em seu caminho, iria descobrir tudo o que podia.

Olívia havia passado o dia muito atarefada, seus pés já estavam doloridos dentro dos sapatos, seu corpo estava cansado de ter feito tanto esforço por ter lavado tantos banheiros, mas a sensação de dever cumprido era reconfortante.

No final do dia, já se preparando para ir embora, o chefe de seu setor a chama em sua sala, e como Olívia já estava acostumada em ser pé frio, só conseguia pensar em motivos ruins para ser chamada na sala do chefe.

- Olívia por favor me acompanhe até minha sala.

- Claro senhor.

Os dois andavam pelos corredores em completo silêncio, a àquela altura o coração de Olívia já estava a mil. Os dois entram na sala e o chefe de setor pede para que ela se sente.

- Senhorita Olívia, o que tenho que falar é sobre sua demissão, eu......

- Ah então é sobre isso? Bom, não se preocupe porque o senhor mesmo já havia me avisado há alguns dias atrás, e eu estou ciente de tudo, eu não queria sair daqui, embora não queira trabalhar de faxineira a vida toda, até porque sou fisioterapeuta formada, só preciso de uma oportunidade para trabalhar com o que eu amo, mas eu gosto deste emprego......mas também não estou dizendo que ser faxineira não seja um trabalho digno, muito pelo contrário, é muito digno sim, o que eu quero dizer é que......... – falava novamente sem parar.

- Calma senhorita Olívia, respire por favor, eu posso continuar a falar? A senhorita me interrompeu.

- Oh, me desculpe, quando eu fico nervosa destampo a falar sem parar!

- Eu percebi, mas.......voltando ao assunto, quero lhe informar que sua demissão foi cancelada e a senhorita poderá continuar a trabalhar aqui se assim for da sua vontade, a não ser que já tenha outro trabalho em mente?

- Não! Quer dizer, sim!

- Então a senhorita tem outro trabalho?

- Não! Eu quis dizer que não tenho outro trabalho, e que aceito continuar a trabalhar aqui! – falava de forma eufórica, não podia acreditar que finalmente alguma coisa boa estava acontecendo.

- Bom, e tem mais, recebi ordens superiores de que seu salário será aumentado em 50%, não sei dizer o motivo, são ordens de cima, mas imagino que seja por desempenhar seu trabalho muito bem, mas peço que não comente com ninguém, para não gerar brigas entre os outros funcionários.

- Eu......nem sei o que dizer, parece bom demais para ser verdade, eu continuar a trabalhar aqui vai me ajudar muito!

- Que bom ouvir isso senhorita Olívia, eu não tenho reclamação nenhuma sobre o seu trabalho, apenas recebo ordens de cima, e da mesma forma que havia a demitido, agora fico feliz em comunicar sua recontratação.

- Muito obrigada, eu não faço ideia do que pode ter acontecido, mas acho que ganhei meu dia, não.......acho que ganhei meu mês!

Olívia ainda sorria de orelha a orelha quando saia da sala de seu chefe, era muito bom saber que não seria mandada embora e ainda por cima recebera um aumento, e com isso poderia ajudá-la a conseguir um local melhor para morar, pois com um aumento de salário, as opções ficavam mais amplas.

Naquela tarde, ela ia feliz da vida embora para casa, apenas aproveitava a música animada que tocava no carro, e cada parada no semáforo ela batia palmas e cantava animadamente, os carros que paravam ao lado dela, apenas a observavam curiosos, uns jogavam beijos, outros faziam sinal de positivo, e outros até piscavam descaradamente para ela.

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