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Manicômio Do Amor

Capítulo: 1

Felipe Narrando 

Mais uma vez ali estava eu, abrindo os olhos com meu despertador irritante tocando. Eu sempre gostei de trabalhar naquele hospital, mas tinha dias que eu estava mais para baixo do que para cima. Me levantei da cama e me direcionei para o meu banheiro, tomei um banho bem relaxante, e logo sai, coloquei uma uma camisa preta, e o meu jaleco que usava todos os dias. 

Peguei as chaves do meu carro e sai de casa. Em toda a minha vida de adulto eu sempre morei sozinho, as vezes saia de casa, frequentava algumas baladas, pegava algumas meninas, mas nunca quis nada fixo com nenhuma delas, o por que eu não sabia explicar, acho que eu já estava acostumado com a minha vida solitária, e ter que me preocupar com outra pessoa, estava fora da minha rotina.  

Meus pai moravam aqui no Brasil, mas acabaram recebendo um proposta de emprego para trabalhar fora. Eles me chamaram para ir junto, mas naquele tempo, eu já tinha conseguido meu emprego no hospital psiquiátrico, e não estava nenhum pouco afim de abandonar o que tinha conseguido. As vezes eu telefonava para eles, apenas para saber como estavam em relação a saúde e situação financeira.   

Estava um silêncio absurdo no carro, então foi quando decide colocar uma música, liguei o rádio do carro e estava tocando uma música agitada, mas a letra era um pouco melancólica. Eu gostava desse tipo de música, achava que algumas delas retratavam coisas que eu vivia no meu cotidiano. 

Depois de alguns minutos, cheguei em frente ao hospital, parei o carro em frente a guarita, e encarei o segurança que sempre estava com a mesma cara amarrada 

- Bom dia segurança Brandon, pode liberar para mim- falei dando um sorriso de orelha a orelha 

- Bom dia doutor, como esta está manhã ?- perguntou sem esboçar nenhuma reação 

- muito bem, e animado para trabalhar 

- ok, vai lá, bom serviço para você - falou ele apertando o botão para que eu pudesse passar

estacionei o carro no estacionamento do hospital. Desliguei o motor e retirei a chave guardando no bolso do meu jaleco. Peguei a minha pasta que sempre ficava jogada no banco de trás do carro, e fechei a porta, travando logo em seguida com a chave. 

Entrei no hospital e apresentei meu crachá na portaria. Sempre que entrava ali naquele local a única coisa que eu sempre escutava toda manhã, eram gritos, muitos dos pacientes se recusavam a tomar a medicação, e por isso as vezes era preciso utilizar a força. Entrei em minha sala e fechei a porta para impedir que os gritos chegassem até meus ouvidos. 

Me sentei em minha cadeira, e liguei o computador para organizar alguns arquivos. Após alguns minutos o telefone da minha mesa toca, peguei o mesmo e levei até o ouvido.

Telefone ☎️

- bom dia doutor Oliveira

- bom dia senhor diretor, em que posso ajuda-lo nesta manhã ?- perguntei sorrindo

- a enfermeira Lopes não vai poder vir hoje, por tanto eu vou precisar que você fique tomando conta da paciente Gertrudes, apenas por hoje

- sem problemas,  já estou a caminho- falei revirando os olhos

☎️  Telefone

coloquei o telefone no gancho, e apoiei minha cabeça sobre as mãos. A paciente Gertrudes é uma mulher que matou todo mundo que morava com ela, incluindo os filhos, e depois colocou fogo na casa para eliminar as provas. Mas felizmente ou infelizmente a policia conseguiu encontrar todas as provas que precisavam. A família dela explicou sobre os problemas que ela vinha sofrendo, e por fim, acabou sendo mandada para cá, onde passa o dia inteiro a mercê de calmantes e sedativos. 

Peguei algumas seringas de sedativos e coloquei no bolso do jaleco, sai da sala e entrei no elevador apertando o botão do terceiro andar. A minha sala ficava localizada no primeiro andar, e todos os pacientes ficavam em um local que era meio que uma sala, apenas pela parte do dia, a noite todos eram colocados em seus devidos quartos. 

As portas do elevador se abrem me dando visão de vários pacientes, uns estavam cochilando em algum sofá, outros estavam recebendo cuidados e medicações de seus enfermeiros. Aqui no hospital cada paciente tem seu enfermeiro particular, eu ainda não quis ficar responsável por nenhum, pois alguns dos que estavam ali davam muito trabalho. 

Encontrei a senhora Gertrudes e me aproximei dela sorrindo. 

- olá senhora Gertrudes, como tem passado ?- perguntei sabendo que não iria obter respostas 

Peguei a prancheta que estava atrás da cadeira de rodas. Um medico entre nós todos, era o responsável pela criação da rotina de todos os pacientes, era um trabalho um pouco difícil, mas pelo menos não precisavam ficar fazendo plantões noturnos ou na madrugada. Passei o olho pela prancheta, e notei que a mulher já havia tomado todos os calmantes e também alguns sedativos. O próximo passo de sua rotina seria um belo banho, mas estava fora da minha área dar banhos em pacientes.  

- aguarde aqui senhora Gertrudes - falei seguindo até uma enfermeira chefe que comandava tudo por ali 

chamei a atenção dela que estava organizando alguns papeis. 

- bom dia, o diretor pediu para mim ficar cuidando da paciente Gertrudes, e o próximo passo da rotina dela e um banho, e está fora da minha área dar banho em pacientes, principalmente mulheres 

- bom dia doutor. Então, eu vou pedir para uma outra enfermeira dar banho na Gertrudes, e depois disso o senhor pode ficar cuidando apenas da alimentação e medicação dela - falou a mulher sorrindo de orelha a orelha 

- obrigado enfermeira 

como a mulher disse, logo uma enfermeira levou a mulher para tomar banho, e quando terminou, deixou a paciente sentada em sua cama. Peguei a prancheta novamente, e a próxima tarefa da lista, era deixar a paciente tirar uma soneca da tarde. Com muito cuidado deitei a mulher na cama, cobrindo ela com a coberta. 

Ali no criado mudo tinha um livro, imaginei que era o que ela gostasse de ouvir. Abri o livro e comecei a ler algumas paginas, em pouco tem a mulher já se encontrava dormindo profundamente. Dei uma leve ajeitada em seu travesseiro, e logo apaguei o abajur saindo do quarto em seguida, na porta sou parado pela enfermeira chefe. 

- o diretor convocou a todos, parece que um paciente novo acaba de dar entrada no hospital, e hoje vamos descobrir quem vai ser o enfermeiro particular dele - falou a mulher andando 

entrei no elevador junto com vários enfermeiros, e logo chegamos ao quinto andar onde ficava a sala do diretor. Todos entramos e lá dentro tinham um homem totalmente catatônico sentado em uma cadeira de rodas, e uma mulher sentada ao lado dele, e o diretor em sua frente. 

- bom pessoal, eu convoquei todos aqui, para lhes apresentar, essa é a senhora Maclain, e esse ao lado dela é seu filho nosso novo paciente - falou o diretor encarando a todos que estavam ali  

o homem olhou para mim, e não sei o que aconteceu, mas eu percebi em seu olhar que ele não tinha nada de perigoso comparado a outros pacientes, dava para perceber que ele era uma pessoa sensível e indefesa. 

- o Colin sofre com problemas mentais, e foi preciso aplicar alguns sedativos nele, pois ele chegou em nosso hospital muito agitado. Eu chamei todos aqui, por que precisamos encontrar um enfermeiro fixo para o garoto

- eu posso ser o enfermeiro particular dele, afinal não estou cuidando de ninguém - falei levantando a mão rapidamente

- muito obrigado pela disponibilidade senhor Felipe, mas eu vou lhe deixar na mesma posição que se encontra. Mas e você enfermeira Gilda, não tem nenhum paciente, acho que seria uma boa enfermeira particular para o Colin - falou o diretor encarando a mulher ao meu lado  

- não se preocupe senhora Maclain, eu pretendo cuidar de seu filho com todas as minha forças e muita competência - falou a mulher falsamente  

revirei os olhos. Desde quando eu comecei a trabalhar naquele hospital, eu ouvia histórias sobre os serviços da enfermeira Gilda, muitas outras pessoas diziam que ela não tratava bem os pacientes, e eu estava pretendendo mostrar para todos a verdadeira face daquela mulher. 

- Bom enfermeira Gilda, leve o Colin para o quarto vinte e dois, e o resto de vocês podem retornar aos seus serviços - falou o diretor enxotando todo mundo de dentro de sua sala 

o quarto vinte e dois ficava no segundo andar, assim ficaria mais fácil para mim vigiar as ações da enfermeira Gilda. 

Capítulo: 2

Felipe Narrando

Saímos da sala do diretor, e vi Gilda carregando Colin para o quarto. Peguei o elevador, e cheguei no quarto da paciente Gertrudes, a mulher ainda permanecia deitada mas com os olhos abertos

- como foi o descanso senhora Gertrudes ?, vamos para a próxima etapa da sua rotina - falei ajudando ela a se levantar

Olhei na prancheta e a próxima coisa da lista era levar a mulher para receber massagem. Coloquei os chinelos nela, e sentei ela na cadeira de rodas, entrei no elevador e apertei o botão do sétimo andar, quando as portas se abriram, dei de cara com um corredor extremamente diferente dos que eu já estava acostumado.

Alguns enfermeiros já havia me falado sobre as maravilhas do sétimo andar, mas como eu nunca tive um paciente, nunca frequentei esse andar, pelo menos até agora. Parei uma mulher que me encarou

- onde que fica o setor de massagens ?- perguntei encarando ela, que apenas apontou para uma porta

Me aproximei da porta e dei algumas batidas, e logo e aberta por uma mulher

- eu vim deixar a senhora Gertrudes na massagem

- ok, pode deixa-la comigo. Daqui a trinta minutos volte para buscá-la - falou ela fechando a porta

Peguei o elevador novamente e apertei o botão do segundo andar, estava curioso para saber como estava indo os cuidados de Gilda com Colin.

As portas se abriram e eu segui até o quarto vinte e dois, ao entrar percebo que Colin estava no banho, me aproximei da porta, e me surpreendi com o que ouvi

- até que você não tem um corpinho ruim, vai ser perfeito para mim passar o meu tempo- falou Gilda dando uma leve gargalhada

Sai do quarto, eu não conseguia acreditar no que tinha acabado de escutar. Segui até a sala do diretor e acabei entrando sem bater

- o que deseja senhor Felipe ?- perguntou ele me encarando com a cara fechada

- senhor diretor, por favor,  me deixe ser enfermeiro particular do paciente novo - falei quase implorando

- por que quer tanto isso ?

- não sei, algo nele me chamou atenção- falei pensando

- senhor Felipe, como eu já disse, você vai continuar no posto em que eu te coloquei desde o começo- falou ele me encarando

Sai da sala totalmente impaciente, e foi nesse momento que eu tive uma grande ideia. Em todos os quartos tem câmeras, e eu imaginei que pudesse existir alguma escondida nos banheiros ou coisa parecida.

Subi de escada, pois a sala das câmera ficava no andar seguinte, entrei na porta com o número trinta, caminhei um pouco  e logo dei de cara com vários monitores

- bom dia Francis, você pode me ajudar com algumas coisas ?- perguntei chamando a atenção do homem que estava bem focado no monitores

- bom dia doutor Felipe,  em que posso te ajudar ?

- eu sei que em todos os quartos tem câmeras, será que nos banheiros não tem nenhuma, escondida ou coisa parecida

- bom, então, eu já falei para o diretor colocar uma câmera escondida nos banheiros, mas ele fala que é a privacidade dos pacientes. Mas por que quer saber disso, presenciou algum ato fora do comum ?- perguntou ele tombando a cabeça de lado

- não

- se você tiver visto algo parecido. Procure gravar com outros meios, por que se for apresentar para o diretor, vai precisar de provas concretas - falou ele sorrindo

- muito obrigado Francis,  até logo - falei saindo da sala

Já tinha dado o horário de buscar a paciente Gertrudes, peguei o elevador e logo estava no sétimo andar, e logo dei algumas batidas na porta.

A mulher da massagem me entregou a paciente. Olhei na prancheta atrás de sua cadeira, e não tinha nenhuma rotina até as cinco da tarde, então levei a paciente para a sala no terceiro andar, lá também estava Colin, ele estava sentado no sofá olhando para a janela.

Me aproximei dele e me sentei em um pufe que tinha ao lado do sofá.

- oi Colin, como você se sente ?, eu sou o doutor Felipe, é um prazer te conhecer- falei sem obter respostas

O homem olhou para mim, e ficou me encarando. Colin tinha os cabelos ruivos, algumas sardas no rosto, e uma boca extremamente rosinha

- não se preocupe, eu vou conseguir tirar você dos cuidados da Gilda - assim que falei ele me deu um sorriso

Isso raramente acontecia com pacientes que estavam sedados, eu achei estranho, mas resolvi ignorar. Nesse momento Gilda aparece

- o que está fazendo aí  ?- perguntou ele colocando a mão na cintura

- estou apenas conversando com o paciente novo - falei me levantando

- se me de licença, o senhor Colin precisa comer alguma coisa agora - falou ela ajudando o homem a se levantar e saindo dali de onde estavam

Andei pelo corredor, e em um dos quartos estavam um monte de enfermeiros, provavelmente estavam acalmando um paciente agitado. Sabia disso por conta dos gritos, vindo tanto dos enfermeiros quanto do paciente.

Desci as escadas, e entrei em minha sala. Passei o resto da manhã organizando o resto dos papeis. Quando estava quase perto do meu almoço, o telefone em minha mesa toca novamente, peguei o mesmo e levei até o ouvido.

Telefone ☎️

- senhor Felipe, antes que vá para seu almoço, não se esqueça de alimentar a paciente Gertrudes

- mas a enfermeira chefe que alimenta ela - falei franzindo o cenho

- a enfermeira chefe faz isso quando não tem ninguém aos cuidados dela. E hoje ela está por sua conta e risco, então não discuta comigo, vá alimentar a paciente

- como quiser senhor diretor- falei revirando os olhos

☎️ Telefone

Sai da minha sala, e subi de escada mesmo para o terceiro andar, chegando lá, em uma mesa tinham algumas marmitas com comida, peguei uma delas e me aproximei da paciente Gertrudes. Procurei Colin por ali, mas não estava, acho que a Gilda preferiu dar comida para ele no quarto.

- esta na hora do seu almoço senhora Gertrudes- falei dando um meio sorriso

Me sentei em um pufe que tinha na frente dele, e aos poucos fui dando o purê de batata que tinha na marmita. Bom, as marmitas do hospital eram constituídas de duas coisas, algumas vezes eram purê de batata com carne moída, e outras vezes era macarrão com algum tipo de frango, cozido ou frito.

Após alguns minutos terminei toda a marmita, limpei a boca da paciente com um guardanapo que havia pegado.

- agora eu vou me alimentar, mais tarde eu volto para continuarmos com a sua rotina senhora Gertrudes- falei me levantando

Joguei a marmita vazia no lixo, e segui para fora do hospital. Há alguns quilômetros dali tinha um restaurante, e era nele que eu sempre fazia minhas refeições.

Capítulo: 3

Felipe Narrando

Assim que terminei de comer saí do restaurante, após pedi a minha liberação para para Brandon, entrei no hospital, e tudo estava como sempre, vários pacientes gritando e sendo imobilizados por não querer tomar a medicação. Mas teoricamente falando, as vezes penso que se estivesse no lugar deles também não tomaria os remédios, eles deixam as pessoas catatônicas, fora os efeitos colaterais que podem causar.

Como a paciente Gertrudes tinha rotina a partir das cinco da tarde, eu poderia ficar em minha sala organizando as minhas papeladas. Me sentei mais uma vez na frente daquele computador. Mas logo sou interrompido pelo telefone que toca, peguei o mesmo e levei até o meu ouvido.

Telefone ☎️

- senhor Felipe, imagino que esteja em sua sala certo ?

- sim senhor diretor, acabei de retornar do meu almoço,  posso ajuda-lo em algo ?-  perguntei dando um meio sorriso

- sim, bom, o garoto que faz as rotinas acabou passando mal e teve que ir embora para casa, e você sabe que nós temos um novo paciente e ele precisa das rotinas

- sim, e eu imagino que o senhor queira que eu faça isso ?- perguntei dando um sorriso de orelha a orelha

- exatamente, eu sei que isso não faz parte do seu trabalho, mas eu lhe prometo que vou colocar um acréscimo no seu salário

- ok, e como vai ser ?- perguntei já ansioso para fazer a rotina do Colin

- eu vou te mandar por e-mail o modelo, e você faz exatamente como esta no modelo, nada de adicionar nem retirar nenhum tópico

- como quiser senhor diretor - falei sorrindo ainda mais

- quando terminar, imprima a folha e leve para a Gilda, ela vai colocar em uma prancheta

-ok, tenha uma boa tarde

☎️ Telefone

Não sabia por que estava feliz, sendo que eu estou fazendo apenas o que eu já fiz em minha vida inteira. Quando estava almoçando eu cogitei a ideia de estar começando a me apaixonar por um homem. Mas acho que isso nunca vai acontecer,  apenas estou gostando do meu trabalho, e estou feliz com o novo paciente.

Logo recebo um e-mail do diretor, abri o mesmo e lá estava a lista rotineira, avaliei cada linha daquela lista, e tudo estava exatamente igual ao dos outros pacientes, exceto os passeios ao ar livre que poucos pacientes possuem.

Copiei o documento, e colei em outro sistema, para que eu pudesse alterar algumas coisas. Na última linha da lista estava escrita uma coisa que me chamou atenção.

" aplicar força bruta no paciente sempre que ele se recusar a tomar a medicação prescrita pelos nossos especialistas "

Eu sabia que se alterasse aquilo poderia correr o risco de ser mandado embora, mas não sei se seria uma boa ideia ver Colin apanhando dos enfermeiros por que não quer tomar os remédios, coloquei meus dedos no teclado e comecei a digitar

" em nenhuma hipótese aplicar força bruta com o paciente em casos de negação ao medicamento, solicitar auxílio de alguém acima de sua posição "

Conclui tudo, e mandei o documento para a impressora, sai da minha sala e peguei o papel na impressora, e subi para o segundo andar de escada, cheguei na porta do quarto vinte e dois, e logo podia escutar a voz irritante de Gilda.

- veste logo essa roupa, não teste minha paciência seu louco varrido- falou ela aos berros

Apareci na porta, e logo ele mudou seu jeito de agir.

- o que faz aqui ?- perguntou ela seguindo até o criado mudo e pegando alguns comprimidos

- vim te trazer a lista rotineira do Colin,  mas ela só começa a valer a partir de amanhã

- ok, deixe aí em cima, daqui a pouco eu avalio - falou ela sem me olhar

- você sabe que nunca vai conseguir colocar a camisa nele do jeito que estava fazendo - falei a surpreendendo

- me desculpe, e que eu estou um pouco estressada com alguns problemas de casa

- deixa para resolver seus problemas em casa - falei me aproximando de Colin

A mulher me lançou um olhar mortal. Desde que eu descobri o que ela fazia com os pacientes, eu queria saber se realmente era real, mas nunca cheguei a perguntar para ele, apenas observava as suas atitude de longe.

- oi Colin,  sou eu o doutor Felipe, que tal me ajudar a te vestir - falei vendo ele sorrir novamente

- como você faz isso ?, pacientes catatônicos não esboçam nenhuma reação - perguntou ela me encarando

Com muita calma coloquei a camisa nos braços de Colin e logo em seguida desci cobrindo aquele barriga branquinha e livre de pelos.

- não sei, acho que varia muito de paciente para paciente. Bom, vou deixa-la com seus afazeres, até outra hora,  tchau Colin- falei vendo o homem sorrir mais uma vez e a enfermeira apenas me mandar um aceno de mão

Voltei para a minha sala, e assim que abri a porta, o telefone toca mais uma vez,  peguei o mesmo e levei até o ouvido.

Telefone ☎️

- senhor Felipe, estou telefonando para dizer, quando dar o seu horário das dez e meia da noite pode retornar para casa, hoje não fará nenhum plantão

- ok, muito obrigado senhor diretor- falei dando um meio sorriso

☎️ Telefone

Me sentei de volta em minha cadeira. Os arquivos que eu tinha para organizar haviam acabado, então o que me restava fazer era ficar ali naquela cadeira sentado olhando para o nada.

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