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Sintonia

Loira atrevida

Olha eu aqui escrevendo a história do Brandon... Espero que vocês gostem ❤️

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

O dia ainda não amanheceu lá fora quando eu me levanto sentando na cama. De vez em quando eu tenho um pesadelo ou outro com o homem que me colocou no mundo, sempre com ele me batendo e eu chamando por minha mãe. Hoje eu tive um. Um inferno!

Depois de um tempo olhando pro nada, visto uma roupa de ginástica e saio do meu prédio em direção à academia da minha família.

- Bom dia, Brand.

Abro um sorriso pra garota asiática da recepção, que me cumprimenta mordendo de leve a ponta de uma caneta azul.

- Bom dia, Cassie.

Ela está doida pra conhecer minha cama, e como eu não gosto de negar nada a uma mulher bonita, vou mostrar. Bem, a minha não, vocês já sabem como as coisas funcionam, não é?

Me aproximo do balcão e mordo de leve o meu lábio inferior, enquanto a encaro de um jeito sedutor.

- *Escuta Cassie: sábado, eu, você, Tribal, e uma f*da gostosa de rasgar os lençóis depois. O que acha*?

Não tenho resposta com palavras, ela pega um pedaço de papel e anota o número de telefone. Depois me entrega dando uma piscada.

Depois de malhar eu volto pra casa e tomo um banho antes de ir pra oficina.

Meu interesse por carros começou quando eu tinha seis anos e meu pai me deu um trio de carrinhos de corrida, o avô do meu tio Otto tinha uma oficina especializada em multi marcas, e como nunca foi a intenção daquele ruivo largar o mundo financeiro, eu herdei a oficina. Charlie ainda era vivo quando eu cheguei na família e mesmo estando de idade me ensinou muita coisa quando eu virei adolescente. Fiquei instantaneamente apaixonado por tudo e sigo até hoje nisso.

Mantive os serviços com carros modernos, mas a maior parte da minha atenção é voltada para os carros antigos. Minha família é conhecida por muitos negócios, um deles é a importação, meu bisavô Terry era conhecido como Magnata desse meio, então as peças chegam pra mim muito mais baratas. Me possibilitam prestar um serviço de qualidade e com um preço diferenciado da concorrência. Abri mais nove unidades pelo país e seguimos assim, comigo fazendo o que amo e bem longe de um escritório.

Chego na oficina e encontro Eric com uma pistola de pintura nas mãos. Ele está preparando uma tinta verde metálico pra pintura de um Dodge Challenger 1972.

- Bom dia pau no rabo!

Eric me olha e mostra o dedo do meio da mão esquerda.

- Espero que você já tenha terminado o motor desse aqui.

Tiro minha jaqueta e ligo o aparelho de som colocando uma música do Cannibal Corpse antes de me sentar perto dele e acender um cigarro.

Nada como um "som calmo" logo de manhã.

- Terminei sim, tá no ponto! Coloquei um V8, seis "caneco", vai correr igual um Dart.

Pergunto qual é o designe que ele vai colocar nesse.

- Clássico, pintura metálica e tribal em preto nas laterais.

Me levanto pra pegar um café pra mim e pra ele.

- Por falar em tribal, sábado Nick e eu vamos dar um pulo lá na boate. Você vem? Parece que é aniversário de um colega de faculdade da Sil, ela acabou de fazer vinte e um cara, não dá pra gente deixar ela solta por aí.

- É lógico que eu vou. Tô precisando beber, essa oficina tá me matando.

Dou uma risada pra ele enquanto entrego uma xícara de café.

- Pode largar tudo e ir assumir o banco do papai.

Eric é de família bilionária como eu. Nos conhecemos na faculdade e imediatamente nos demos bem, ele também não consegue ficar o dia inteiro enfiado em um terno.

- Deus que me livre! Eu deixo isso pra minha irmã.

*********

O dia já chegou ao fim. Eric está jogado no sofá da oficina depois de pular uma hora de corda direto. Não sei como ele tem joelhos pra isso.

Eu estou socando e chutando um saco de areia. É quando Nikolai chega, ele me lembra pra c*r*lho nosso pai, a diferença é que não tem barba e usa o cabelo loiro um pouco maior, roçando no colarinho das camisas. Ele é extrovertido até demais, e apesar de andar por aí de terno slin, nunca usa gravata. Tem algumas tatuagens como eu.

- E aí, tem alguma coisa pra comer nesse lugar?

Dou mais uns dois socos antes de responder.

- Cachorro quente.

Ele entra na cozinha e depois volta fazendo uma gracinha com uma salsicha por dentro do fecho da calça que está aberta.

- *Estou sendo humilde e igualando meu p*u ao de vocês dois*.

Estou quase mandando ele ir se f*der, é quando escuto Silvia.

- Não duvido nada que os três sejam desse tamanho aí mesmo. E ainda acham doidas pra experimentar.

Nós viramos a cabeça pra olhar pra ela e a abençoada não está sozinha, veio com mais duas garotas que parecem ter a idade dela.

Uma é morena e tem um chanel bem cortado, baixa, de corpo delicado. A outra é loira de cabelos em um tom uniforme de dourado, na altura da cintura, tem um rosto delicado e não consigo dizer qual o tom dos seus olhos, está um pouco longe pra isso. Dou uma boa olhada nela. Está usando um vestido rosa claro, coberto de pequenas flores, de alcinhas e que vai até a metade das coxas com uma leve roda. Tem a cintura bem pequena e o quadril largo, não é padrão para o que temos aqui, mas é uma mulher muito bonita. De rosto e de corpo.

💭 Se controla Brandon, a garota cheira a leite 💭

Continuo socando e chutando o saco de areia enquanto vejo Nikolai fechando as calças desesperado.

Minha irmã continua falando.

- Tem cachorro quente?

Nick diz que sim e ela chama as duas que estão com ela pra comer. Ele quase tem um torcicolo pra olhar a garota de cabelo curto.

- De vez em quando Silvia arruma umas amigas gatas.

Eric dá uma risada alta.

- Todas patricinhas mimadas.

Dou uma resmungada quando paro de me exercitar.

- Uhum, parecem feitas em fôrmas.

Estou tirando as luvas de boxe quando elas aparecem comendo.

- Escuta Brand, a Madie tem um Camaro 1969. Nós acabamos de descer ele do reboque aqui na frente, você pode dar uma olhada nele?

Pergunto quem é Madie.

- Sou eu.

A loira abre um sorriso tímido e quando concentro meus olhos nela a vejo ruborizada. Presto atenção nos seus olhos e percebo que são folha seca.

Ela é gata demais e tem um jeito meio inocente.

Minha irmã nos apresenta.

- Amiga, esse aqui é o Brandon, meu irmão. Brandon, essa é a Madison Harrys.

Estendo a mão pra ela e a garota é tão tímida que custa a pegar.

- Do que você precisa nele Madison?

Ela deixa a comida de lado e lambe o polegar direito que sujou com ketchup. Controlo meus pensamentos e meu corpo.

*💭 Deixa de ser c*zão cara, tá parecendo adolescente 💭*

Madison dá de ombros antes de responder.

- De tudo! Comprei ele em um leilão, está acabado. Acredito que vai precisar de uma reforma geral mesmo.

Pergunto se está andando e ela me diz que não.

Ah, ótimo!

Me viro pra Nick e Eric.

- Vamos lá seus imprestáveis, me ajudem a empurrar.

Quando saio na porta da oficina, dou de cara com um caco ao invés de um carro.

Está enferrujado, com os bancos de couro descosturados nas linhas e as lanternas dianteiras quebradas.

- Por que diabos você comprou essa lata velha em um leilão? Esse carro não precisa de reforma, precisa de desmanche!

Com toda certeza vou ter muitas surpresas com esse arremedo de carro.

Madison cruza os braços.

- Talvez você não seja tão bom assim, vou levar na concorrência.

COMO É QUE É?!

Me viro pra ela fechando a cara, e logo a postura de atrevida cai por terra.

- Vou calar sua boca. Pode deixar ele aqui.

Empurro o camaro pra dentro com a ajuda do meninos e quando nós posicionamos ele em uma vaga, Nick comenta:

- Ela tocou na sua ferida, né?!

Reviro os olhos.

- Patricinha atrevida do c*r*lho, tinha que ser amiga de Silvia. Vem, vamos embora, já torraram a minha paciência demais aqui.

A garota parecia um doce, delicada até. Abriu a boca e falou merda.

As aparências enganam Stanton.

Visto uma camiseta e nós baixamos as portas.

Escuto Nikolai falando com nossa irmã.

- Mandei fechar o camarote lá na Tribal no sábado. Você pode falar com seu amigo que vai fazer aniversário, mas não enfiem mais de trinta pessoas lá, não tenho paciência com isso. Aliás, nem o Brand.

Ela dá um abraço nele e depois vem pular em mim.

- Eu estou todo suado garota.

- Não ligo, eu vou tomar banho quando chegar em casa.

Dou um beijo na cabeça dela.

Olho de relance pra Madison e percebo ela prestando atenção em mim quando solto minha irmã.

Até achei ela bonitinha, mas me fez perder o encanto. Detesto que coloquem em dúvida meu trabalho.

Quando falo com ela faço questão de dizer mais uma vez que o carro é péssimo. Foi isso que a fez ficar irritada, e eu não disse por mal na hora, nem nada, mas agora estou dizendo.

- Pega meu número com a Sil e me manda uma mensagem, você precisa saber das coisas dessa lata velha sua, e o que vamos gastar.

Não dou a ela tempo de responder.

Me despeço do pessoal e entro no meu carro pra ir embora, faço questão de não me despedir da loira atrevida.

Sábado a noite

...****************...

Desço as escadas bem animada, é uma quarta feira de manhã e eu nem acredito que comprei um carro ontem.

Tá, tá certo que ele está horrível, mas é que o modelo me lembra meu pai. O senhor Harrys tinha um Camaro 1969, e eu consegui comprar um em um leilão, e usando meu próprio dinheiro. É isso que tem me deixado mais animada ainda.

Fazem cinco meses que eu virei modelo fotográfica, e eu nunca, em toda minha vida, imaginei que fosse ser uma. Quer dizer, eu era bem gordinha na época de escola, sofri um bullying de outro mundo porque não era magrinha como as outras garotas, quando fui para o ensino médio foi pior, eu me encaixava no esteriótipo nerd, as líderes de torcida e os jogadores de futebol americano adoravam zoar a gente no intervalo.

Mas aí meu corpo começou a mudar mais e mais, no fim do primeiro ano eu já não tinha mais tanta barriga, na verdade, eu quase não tenho agora, é bem pouco, e meu quadril ficou bem feminino. Eu não sou o tipo de padrão de modelo, alta e magra, sou até baixinha pra profissão, tenho 1,65 de altura, e meu manequim aqui é quarenta e dois, graças à b*nd* e as coxas mais grossas. Comecei a ficar mais feminina, e me interessar mesmo por garotos, então mudei meu estilo e passei a chamar atenção, mas não quis dar chance pra nenhum daqueles babacas da escola.

Quando me formei e entrei na faculdade conheci duas amigas. Tiffany e Silvia. Nós cursamos moda juntas e eu me vi envolvida com esse mundo, mas sempre nos bastidores, nós estamos no último ano de faculdade e no semestre passado a modelo plus size que ia fotografar pra gente não pode vir, então as meninas me enfiaram na roupa porque valia pontos e nós iríamos passar por uma banca avaliadora com um profissional de fora, foi aí que ele me convidou pra modelar.

Estamos em um momento em que a indústria está se adaptando a vários tipos de corpos, e ele me chamou porque precisava de alguém com meu biotipo. Eu estou longe de ser uma mulher grande realmente, mas tenho notado que a cada vez que eu vou compor um casting tem mais e mais mulheres com manequins maiores que o meu. Isso me deixa feliz.

Então foi assim que eu consegui comprar o meu Camaro. Juntei uma grana boa e pretendo colocar nele uma placa de colecionador assim que estiver pronto.

- Bom dia mamãe!

Dou um beijo na minha mãe que está fazendo bacon pro café da manhã. Archie, meu irmão de dezessete anos, está sentado comendo.

- Bom dia fedelho!

Ele me lança uma careta e me cumprimenta debochado.

- Bom dia top model.

Reviro os olhos pra ele e mostro a língua.

- Vão começar logo cedo de manhã?

Mamãe me entrega um copo de suco de laranja.

- Não dona Abigail, não vamos começar.

Quando ela se senta pra comer junto com a gente, me pergunta:

- Já decidiu o que vai fazer com aquilo lá fora?

Aquilo é meu carro.

- O irmão mais velho da Sil é o dono da Saved Car, vou levá-lo lá no fim do dia, em um reboque.

Meu irmão termina de mastigar a panqueca que estava comendo.

- A Silvia é da família Rivers-Stanton?

- É, pensei que você soubesse.

Minha mãe entra na conversa.

- Seu irmão só sabe sobre videogames, minha filha. Ainda diz que quer ser cardiologista como eu.

Mamãe é chefe do setor no maior hospital que nós temos aqui em San Diego.

Não tenho estômago pra ver sangue e não sei como ela aguenta tanta pressão.

Decido mudar o rumo da conversa.

- Mãe, sábado é aniversário de um colega de faculdade, nós vamos na Tribal. Tudo bem?

Ela dá uma risada pra mim enquanto parte um pedaço da comida. Vejo Artchie revirando os olhos.

Minha mãe me olha de um jeito doce.

- Minha querida, você é maior de idade. Não precisa me pedir permissão pra sair Madison, apenas me avise se for dormir fora, tudo bem?

As meninas e meu irmão vivem me dizendo que eu sou careta, mas é meu jeito. Eu gosto de ter a permissão da minha mãe para as coisas, além do mais, nunca fui em uma boate na vida. Estou indo nessa porque Sil e Tiff vão, é da família Rivers-Stanton e nós vamos ficar no camarote. Sou meio ansiosa com pessoas demais.

Eu nem sei como eu tenho conseguido fotografar, é sempre um batalhão de gente nos estúdios e cenários.

- Anda vocês dois, não posso me atrasar. Tenho uma operação hoje, preciso dar um jeito em umas coronárias.

Minha mãe deixa Artchie na escola primeiro, o coitado vai protestando o tempo inteiro porque eu gosto de ouvir Taylor Swift e mamãe acabou pegando meu gosto adolescente. Nós duas viemos cantando a plenos pulmões Picture to Burn.

Quando ela para na porta da faculdade eu dou dois beijinhos nela e salto do Renegade.

Avisto Tiff conversando com Tedy, ele é amigo do cara que vai fazer aniversário, eles são do time de futebol da facul.

- Oi amiga, bom dia.

Dou um abraço nela e cumprimento Tedy, que me pergunta:

- Você vai na festa do Jeff, não vai?

Digo a ele que vou sim e pergunto porque do interesse.

- Porque ele está afim de você Madie.

Ah... ele é gatinho.

- Bom, diga a ele que a gente vê o que acontece.

Me viro pra Tiffany.

- Silvia já chegou?

Mal acabo de falar e o carro dela para na frente da faculdade, ela desce do banco de trás e dá tchau para o motorista. Eu cumprimento ela com um bom dia.

- Você vai me levar mais tarde na oficina, não é?

- Vou sim, não se preocupa gata, meu irmão é o melhor com essas coisas. Brand sabe tudo de carros antigos.

**********

Quando o rapaz do reboque termina de desengatar o carro da prancha, as meninas e eu entramos na oficina.

Nós nunca tivemos contato com os irmãos de Silvia, nós sempre estamos na casa uma da outra, mas eles não moram com o país há tempos já. São mais velhos e ela nos disse que nunca deixavam ela acompanhar em nada, só agora que ela fez vinte e um é que vai sair com os dois pela primeira vez. Eu só conheço o senhor e a senhora Stanton e são muito gentis.

- Venham vocês duas, Brandon dá um jeito de levar o carro lá pra dentro.

A oficina é toda no vermelho, branco e cinza. É um espaço grande e moderno, em um canto posso ver carros mais novos empilhados em elevadores, e no outro lado alguns carros antigos como o meu. Tem um espaço de lanternagem e pintura e é tudo muito bem organizado.

Assim que colocamos o pé no lugar eu pude ouvir a voz inconfundível de Corey Taylor, e toda a barulheira que Slipknot faz em Psychosocial. Avisto um cara super parecido real com pai de Silvia, usa um terno slin cinza, está balançando uma salsicha através do fecho aberto da calça e fazendo uma gracinha com os outros dois caras. Um de cabelo preto e olhos azuis, que está largado no sofá usando uma bermuda de tecido leve preta e uma regata branca, e o outro que está sem camisa usando um bermuda curta de tecido leve também, em um tom de azul bem escuro. Ele é forte pra caramba, tem algumas tatuagens nos braços e Califórnia escrito no abdômen definido, bem alto, com cabelos castanhos em um corte revolto, e eu consigo perceber os olhos verdes bem claros enquanto ele soca um saco de areia.

Está completamente suado. Enquanto Silvia interage com o cara que é obviamente o irmão dela, eu presto atenção por alguns instantes no sem camisa.

💭 Meu Deus, do céu 💭

Ouço minha amiga falado:

- Vamos comer.

Ela puxa a mim e Tiff pra dentro da cozinha do lugar.

- Olha, o cachorro quente que a gente gosta é o brasileiro. Mas vocês podem montar do jeito que quiserem.

Tiff e eu decidimos experimentar o que ela oferece, e é diferente pra caramba do nosso. Não sei se gosto, é muita informação. Não é ruim, mas não estou acostumada ainda.

Saímos da cozinha e quando voltamos pra onde os caras estão, eu vejo que o descamisado está tirando as luvas de boxe das mãos. Silvia imediatamente fala com ele.

- Escuta Brand, a Madie tem um Camaro 1969. Nós acabamos de descer ele do reboque aqui na frente, você pode dar uma olhada nele?

Então é ele o Brandon...

- Quem é Madie?

Tem uma voz grossa e imponente.

Sinto minhas bochechas queimarem quando digo que sou eu e ele estende a mão pra me cumprimentar.

Tem uma cara fechada mas é bonito demais, bonitão não, o cara é lindo. Reparo no rosto dele e vejo uma argolinha preta no nariz, e uma na orelha. Sil disse que ele é adotado, mas pelo visto a beleza ele conseguiu herdar, os pais deles são um casal e tanto.

Só que o infeliz resolve fazer um comentário sobre meu bebê assim que o vê. Eu sei que meu carro está horrível, mas não precisava falar assim. Dou uma cutucada nele e murcho quando o vejo me olhar bravo depois de eu ter falado sobre a competência dele.

Ele me diz bem seco pra pegar o telefone dele e estou quase tirando meu bebê daqui quando Sil me manda o número dele por mensagem.

**********

É sábado a noite. Já disse que nunca fui em uma balada, então coloquei algo que eu achei que fosse ficar legal. Um vestido preto, justo, costas nadador, que vai até pouco acima dos meus joelhos e que tem duas aberturas, uma de cada lado da saia.

Calço um par de mim miu roxas de veludo, meia pata e com um laço discreto na frente, o salto não chega a ser fino mas também não é muito grosso. Acho que vai dar conforto durante a noite. Sombra básica nos olhos, gloss na boca e bastante iluminador no rosto, mamãe fez ondas no meu cabelo e eu estou bonita.

- Vai dormir fora?

Confirmo com a cabeça antes de responder.

- Vou sim, na casa da Sil.

Espirro um perfume no meu corpo e dou um beijo nela antes de sair.

Silvia vem me buscar de limosine, ela já pegou Tiff e nós seguimos pra tal boate.

- Estou super animada!

Tiffany está bebendo uma taça de champagne, ela vira o negócio com vontade depois de dizer isso. Já é acostumada com bebida, os pais dela deixavam ela beber desde os dezoito, mas só se fosse em casa e com eles, eu não tenho esse costume ainda, então bebo devagar o Cristal.

Silvia que tem um pai ciumento pra caramba também não é muito adepta de beber, mas ela nos disse que começou a se acostumar aos poucos. Parece que Nikolai e Brandon não são tão rígidos assim e deixaram ela experimentar um pouco antes.

O motorista para em um lugar que não tem placa e nem fila.

💭 Que estranho, eu sei que deveria ter pelo menos uma fila quilométrica nessa entrada e não tem uma viva alma💭

Só tem um segurança forte pra caramba, do tipo que curte halterofilismo.

Silvia ajeita a mini saia xadrez e diz:

- Vamos lá, que hoje é hoje e a gente só volta amanhã.

Seguimos por um corredor e eu escuto uma batida diferente, não é eletrônica e nem pop.

- Hoje a noite é de funk, vocês sabem que mamãe é brasileira. Papai começou a fazer uma noite assim aqui depois de se envolver com ela, mais de vinte anos atrás.

Hum, por isso não reconheci.

Nós seguimos ela e quando estamos descendo uma escada que dá direto pra pista de dança abarrotada, eu avisto uma placa onde está escrito Tribal.

Silvia grita por cima da música.

- Vamos dar as mãos e seguir até lá.

Ela aponta para uma área que fica no mesmo nível da entrada só que do lado oposto. Dá a mão pra Tiff, que olha pra mim enquanto segura na minha.

- Pronta pra dançar horrores?

Abro um sorriso pra ela.

- Acho que sim!

Assim que subimos para o vip eu avisto só pessoas conhecidas, realmente Nick fechou o camarote só para o pessoal da festa. Corro os olhos pelo lugar cumprimento o pessoal, e então sinto um comichão quando vejo Brandon parado com a mão esquerda apoiada em uma parede, enquanto segura um copo de bebida com outra. Ele está cercando uma mulher com traços asiáticos, vestida com um mini vestido rosa choque e saltos altíssimos, ela está com as costas na parede e os dois estão bem próximos. Ele usa uma calça jeans preta rasgada nos joelhos, uma regata cinza que deixa expostos os músculos dos braços e está calçado com um coturno.

Além dos piercings, ele usa uma pulseira de couro no braço direito, e quando se vira pra ver quem chegou, eu consigo ver uma corrente de prata pura no pescoço.

Tenho a impressão de vê-lo correndo os olhos por meu corpo, mas acho que é só impressão, logo Brandon se vira e beija a garota que está com ele.

Desvio meus olhos pra não perceberem que estou olhando.

- Que bom que você veio, está tão cheirosa.

Jeff se aproxima de mim e me beija na bochecha.

Ele é atleta, tem as mãos grandes, não é fortão tipo Brandon porque é jogador de velocidade nas quatro linhas, mas tem o corpo definido. Olhos pretos e cabelo castanho.

- Feliz aniversário.

Abro um sorriso pra ele e o abraço. Jeff me surpreende e rouba um selinho meu, eu fico constrangida pra caramba com isso, eu não costumo beijar em público, mas eu lembro que estou aqui pra me divertir e que realmente estou muito careta, aí isso passa.

Tiff aparece com uma dose de tequila pra ela, pra mim e pra Sil e antes de virarmos de uma vez, escuto Nikolai falando com ela em um tom de voz autoritário, tipo, autoritário mesmo. O que é um absurdo porque os dois nem se conhecem, se viram na quarta por menos de uma hora.

- Vai com calma!

Tiffany fecha a cara pra ele.

- Cuida da sua vida Stanton, aqui você deixa!

Ele lança um olhar pra ela de desconcertar, eu sei, eu fiquei desconsertada, e olha que nem foi pra mim que ele lançou.

Minha amiga pisca por uns instantes e eu ouço Silvia.

- Vai fazer essa cara de mau patenteada do nosso pai e do nosso avô pra lá, nós somos legalmente responsáveis.

Ele se vira e presta atenção na garota negra de pele clara com quem está acompanhado hoje, ela usa um tubinho branco e tem um rosto zero defeitos.

Registro também a presença do tal do Eric que está acompanhado de uma morena vestida de vermelho. Ele está sentado no sofá do vip, e ela está ao lado dele com as pernas em seu colo, fala alguma coisa no ouvido dele, mas Eric não está envolvido na conversa dela, ele olha demais pra Silvia.

- Anda, vamos virar esse negócio antes que o outro irmão da Sil resolva querer se meter aqui.

Nós fazemos um brinde e viramos de uma vez os pequenos copos. Sinto água nos meus olhos enquanto a bebida desce queimando pela minha garganta. Dou uma chupada no limão que veio pra acompanhar, na tentativa de tirar o gosto forte da boca.

Logo um garçom passa com alguns drinks e eu pego um junto com as meninas, por sorte é Pinã Colada e está bem doce, então desce fácil. É no drink de abacaxi e côco que eu fico a noite inteira.

Alguns garçons aprecem com um bolo cheio de velas daquelas que faíscam e nós cantamos parabéns pra Jeff.

Logo o álcool me anima e eu danço com as meninas até os pés doerem. Sento no sofá por um instante, afim de descansar um pouco, é aí que o aniversariante aparece.

- Oi...

Jeff está exalando Whisky misturado com o perfume dele. Eu também devo estar exalando rum de tantos drinks que eu bebi.

Ele se aproxima do meu ouvido.

- Tedy me deu seu recado, então eu estou aqui pra gente ver o que acontece.

Dou um beijo nele e começa tudo bem, até que o infeliz tenta pôr a mão no meu peito.

- Não, pode recolher essa sua mão boba ou a gente para por aqui.

Jeff concorda com a cabeça e coloca a mão pra trás, me beija de novo, aí ele resolve pegar na minha b*nd*, na frente de todo mundo.

Eu o empurro com força tentando me levantar do sofá, mas ele me agarra pela cintura.

- Me solta, Jeff!

Ele não atende ao meu pedido e tenta enfiar a outra mão por dentro da minha saia.

Escuto alguém dizendo:

- Só um minuto, gostosa.

Logo em seguida Jeff é arrancado de cima de mim.

- *A senhorita disse não seu filho da p*ta, qual é a sua dificuldade em entender isso*?

É Brandon que está falando com ele, segura pelo colarinho da polo branca que Jeff veste.

- Tira as mãos de mim Stanton, você sabe muito bem quem eu sou.

Brandon solta uma gargalhada e sacode ele com força.

- Sei, o merdinha playboy filho de um juiz meia boca, que acha que pode tudo. Vai ser uma delícia explanar nas redes sociais as filmagens daqui, onde você tenta forçar uma garota a deixar você abusar dela. Você já começou errado seu imbecil quando roubou aquele selinho, homem de verdade não avança sinal nem nessas coisas.

Espera, ele viu aquilo? Foi tão rápido.

Jeff dá uma gargalhada.

- Essa gorda devia dar graças a Deus que eu quis pegar ela...

Ele não tem tempo de terminar a frase, Brandon acerta um socão na cara dele.

Eu arregalo meus olhos e me viro pra ver minhas amigas que estão em choque como eu.

Logo Tedy e mais um outro cara tentam intervir e aí a merda fica completa, porque Nikolai e Eric entram no meio. Eu só sei que o embolo termina com Nick berrando enquanto os seguranças tiram os três do camarote.

- *SE EU SOUBER QUE VOCÊS CHEGARAM PERTO DELAS DE NOVO, VOU USAR TODO O TEMPO E INFLUÊNCIA QUE EU TENHO PRA F*DER COM A VIDA DE VOCÊS TRÊS*.

Balanço a cabeça rápido tentando entender o que rolou.

Brandon se abaixa perto de mim no sofá.

- Está tudo bem?

Sinto dificuldade em focar nele, acho que bebi demais.

- Está sim, muito obrigada.

Me levanto com dificuldade e me aproximo das minhas amigas.

- Acho melhor eu ir agora. Amanhã a gente se fala.

As duas protestam comigo, mas eu já dei trabalho demais.

- Estou bem, já atingi a cota de diversão hoje.

Me viro na intenção de descer as escadas e tropeço, sou amparada por um par de braços fortes. Sinto a mistura de folha de violeta e madeira âmbar do perfume.

E não é só isso que sinto, vem um arrepio no meu corpo também.

- Sossega garota, já se meteu em confusão demais aqui hoje. Fica aí, e espera o motorista da minha irmã te levar pra casa.

Brandon me pega pela mão e me leva até o bar do camarote.

- Constance, me dá o maior copo que você tiver cheio de água gelada.

A bartender faz um gesto de cabeça confirmando e dois minutos depois coloca o copo no balcão.

Brandon olha pra mim com um olhar que diz: "bebe ou enfio na sua goela".

Assim que termino a água, ele me encara por uns instantes.

- Ótimo! Agora seja uma adulta responsável e curte a noite sem se envolver em mais coisas. Vou cuidar da minha vida, com licença.

Ele se levanta e volta pra perto da garota que estava com ele, ela está de braços cruzados com um cara bem fechada, mas logo ele envolve ela em um abraço pela cintura e fala alguma coisa no ouvido dela, aí ela acaba abrindo um sorriso.

Fico mais um tempo sentada no bar, até que Silvia e Tiffany me ajudam a descer e nós vamos embora.

Envolvido

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Cassie desliza o indicador direito no meu peito por cima da camiseta, nós estamos no camarote da Tribal e ela veio sexy pra caramba em um vestido curto de um jeito indecente.

Olho bem nos olhos dela.

- Quero ver se a sua lingerie é tão pequena quanto sua roupa.

Ela abre um sorriso enorme pra mim.

- Pra saber sobre isso é só no fim da noite garanhão.

Meu corpo está colado no dela, que está encostada na parede. Mesmo usando um salto bem alto ainda é mais baixa do que eu, e eu estou encarando ela. Decido dar um beijo, mas escuto o imbecil do aniversariante falando com dois amigos igualmente imbecis dele.

- A Madie veio. É hoje que eu pego ela daquele jeito.

Viro meu rosto pra direção da escada e percebo que Silvia chegou com as amigas.

Madison vem com um vestido justo, que marca as curvas dela e me deixa instigado pelas fendas laterais. Não é uma peça curta, na verdade, ela é a garota mais comportada daqui se formos analisar o comprimento da roupa, mas acontece que ela tem uma b*nd* surreal e isso fica mais do que evidente na roupa que escolheu.

Ela bate os olhos em mim e eu decido desviar o olhar e beijar Cassie. Primeiro porque Madie é nova demais pro meu gosto, e isso só pode dar merda se eu seguir teleguiado pelo meu p*u. Segundo que já me encheu de raiva ouvir Jeff, conheço ele de baladas por aí, é um p*u no c*, e nem acredito que uma garota delicada dessa vai querer ter algo com esse imbecil.

Sigo minha noite concentrado na minha companhia, ou melhor, tentando me concentrar. Me pego observando Madison que está envolvida com os drinks hoje, é nítido que não é costume dela beber, e isso é presságio de merda. Aliás, as três estão prontas pra se meter em confusão. Antes delas começarem a encher a cara ouvi Nikolai ralhando com Tiffany por causa de bebida, meu radar me diz que ele quer adicionar ela às conquistas dele, pra meu irmão essa amiga de Silvia não é tão nova assim, ela só tem três anos a menos que ele.

- Que foi?

Me viro e olho pra Cassie.

- Estou de olho na minha irmã, que está bebendo pinãs coladas demais pro meu gosto.

Ela morde o lábio inferior e me olha sedutora.

- E em mim, não vai ficar de olho?

Estou prestes a responder, é quando eu escuto:

- Não, pode recolher essa sua mão boba ou a gente para por aqui.

Presto atenção no sofá e vejo Madison com o imbecil do Jeff.

💭 Ah, ela quis beijar ele mesmo💭

O infeliz está parecendo um polvo na garota, cheio de mãos, e ela está desconfortável. Já foi péssimo ele roubando um selinho dela, me encheu mais de raiva ainda, porque é um inferno admitir, estou com um pontinha de inveja dele nesse momento.

Quando ele pega na b*nd* dela e tenta avançar com a mão, eu a escuto protestando.

Olho pra minha companhia e faço uma gracinha com a ponta do indicador no nariz dela.

- Só um minuto, gostosa.

Estou tomando por um ódio agora. Esse imbecil está colocando a patas sujas em Madison contra a vontade dela.

Não penso muito e agarro a blusa dele de uma vez o fazendo levantar do sofá. Ele se assusta comigo quando junto ele pelo colarinho da camisa.

💭 Covarde de merda!💭

Juro que estou me controlando com ele, mas aí o infeliz resolve fazer um comentário depreciando a garota. É o típico babaca que quando não consegue o que quer, sai caluniando e difamando as mulheres.

Solto ele no chão e não dou tempo de reação: acerto ele em cheio do lado esquerdo do rosto.

- Seu idiota! É você que tinha que agradecer por alguma mulher ter interesse em você, seu escroto do c*r*lho!

Ele tenta me acertar e os dois amiguinhos dele vêm pra cima de mim, meu irmão e meu amigo entram no meio e Nikolai aproveita a situação pra afastar o tal do Tedy de perto de Tiffany.

Depois disso eu me controlo ao máximo pra não pegar Madison pela mão e ir embora com ela, parar em algum lugar e dar nela um beijo de verdade, de um jeito que vai fazer ela esquecer esse filho da p*ta.

Acabo amparando ela em um tropeço e me sinto completamente envolvido pelo perfume de jasmim de Grasse.

P*rra!

Ao invés de seguir minha vontade a levo até o bar e arrumo uma água pra conter os danos do rum. A encaro por alguns instantes e antes que eu perca o resto do meu juízo e a beije aqui e agora, eu me afasto e volto pra perto de Cassie.

Ela está brava comigo, e fazendo um bico.

- Quer ficar com ela? Pode ir...

Ah, inferno...

Eu não tenho paciência pra ceninha de ciúmes, não tenho namorada justamente por isso, mas eu não vou dispensar a garota de olhos puxados aqui. Quero garantir que não vou fazer a merda que estou afim de fazer, e que não vou conseguir evitar se ficar sozinho.

Envolvo ela pela cintura e me aproximo do ouvido dela.

- Para com isso gostosa... e à propósito, estou afim de ficar de olho em você bem de perto, de preferência com a senhorita em cima de mim.

***********

Estamos na terça feira, estou mexendo no carro de Madison, mesmo tendo gente suficiente aqui pra isso eu resolvi cuidar dele todo sozinho.

Acho que estou pensando demais nessa garota pro meu gosto. Não combina comigo, mas estou intrigado com ela.

Dou uma olhada no relógio e vejo que falta meia hora para o fim das aulas. Tiro minhas luvas, troco de roupa rápido e pego meu carro.

Paro no estacionamento do campus, e espero por Silvia, mandei uma mensagem pra ela. Não demora muito eu vejo as pessoas saindo no fim das aulas, avisto Sil vindo com as amigas e quando ela se aproxima eu noto que Madison não olha pra mim, está envergonhada. Provavelmente pelo que aconteceu na Tribal.

- Veio fazer o quê aqui?

Desencosto da lateral do meu carro e dou abraço nela, depois cumprimento Tiffy com um beijo na bochecha, e antes de fazer isso com Madison, eu respondo minha irmã.

- Vim pra saber da sua amiga o que ela pretende fazer com o Camaro, porque se eu for esperar o contato dela... esse carro vai ficar pronto só na próxima década.

Encaro Madie e ela está comprimindo os lábios. Estendo a mão.

- Tudo bem?

Ela me cumprimenta e eu dou uma boa olhada na calça jeans justa que ela usa com uma blusa de mangas caídas.

- Tudo sim, me desculpa não ter entrado em contato antes, trabalhei pra caramba no final da semana passada e ontem.

Silvia fala com ela.

- Olha, eu e Tiffy temos que ir, você vai aproveitar e ir pra oficina com o Brand?

Me adianto e respondo por ela.

- Eu acho melhor sim, tem muita coisa pra fazer naquele carro e eu preciso entender direito.

Não sei que merda estou fazendo, mas eu quero ficar sozinho com ela. O expediente já acabou, vamos ficar sozinhos lá e eu quero saber mais da senhorita Harrys.

Dou a volta e abro a porta do carro pra ela depois que as outras duas vão embora, Madie me olha tímida e dá um sorriso sem mostrar os dentes.

- Obrigada.

Quando me sento no banco do motorista ela comenta:

- Os anos setenta foram a era de ouro do Mustang, esse Mach é lindo. Você tem muito bom gosto.

Ah, ela entende mesmo de carro.

Interessante.

Ela tem razão, meu Mustangão é lindo! Vermelho, com detalhes em preto e para-choque prateado. Original de fabrica em tudo. É o meu xodó, sem sobra de dúvidas.

- Tenho mesmo.

Digo encarando ela e a vejo corar.

Assim que nós chegamos na oficina ela me acompanha até onde o carro dela está.

- Você quer fazer o quê?

Madison coloca as mãos nos bolsos de trás da calça jeans.

- Quero manter ele bem próximo ao original. Esse modelo é super afetivo pra mim.

Ela tem um modelo 396 SS alimentado por um motor oito cilindros na V, que chega a trezentos e noventa e cinco cavalos de potência, e tem um caixa de três velocidades.

Bom, ao menos era pra se parecer com isso.

- Hum, afetivo?

A loira da um suspiro.

- É, meu pai faleceu há seis anos e ele tinha um, azul cobalto, e metalizado tá?! Minha mãe se desfez dele, não aguentava olhar. Agora ela está bem e eu resolvi comprar esse aqui pra resgatar o meu tempo com ele.

Madison está longe nos pensamentos, certamente se lembrando do pai e de tudo de bom que viveu com ele.

- Foi ele que te ensinou sobre carros?

Ela me diz que sim. Que os dois costumavam passar os sábados de manhã juntos e conversando sobre isso assistindo programas de restauração no Discovery Turbo.

- Vou fazer o máximo possível pra ter as peças mais perto das originais. Te prometo.

Ela olha pra mim e abre um sorriso que me tira o fôlego, esse carro é importante pra ela, e não sei por qual motivo, mas deixar essa garota feliz me deixa contente.

- Obrigada!

Digo a ela que não precisa agradecer porque é meu trabalho, mas ela me surpreende.

- Não é só por isso, é pelo sábado também.

Madison tira as mãos dos bolsos e esfrega o braço direito com a mão esquerda enquanto olha pro chão.

- Também não precisa agradecer por isso. Aquele babaca tentou se aproximar de você na faculdade?

Ela nega com a cabeça.

- Não, eu fiquei sabendo que ele pegou um atestado de uma semana.

Espero que esteja com a cara bem ruim, aquele infeliz.

- Você não tem medo da retaliação?

Solto uma gargalhada e cruzo os braços.

- Retaliação de quem? Do pai dele que só decide sobre multas de trânsito? Não me faz nem tremer. Meu tio avô Don que está aposentado há anos e minha prima Sakura que nem exerce tanto a profissão de criminalista assim, têm mais influência do que ele, e olha que eles nunca foram mais do que advogados.

Ela concorda com a cabeça e fica em silêncio olhando pra dentro do capô aberto do carro.

Não seguro a minha língua.

- Vocês costumam ficar?

Madison olha pra mim e vejo que está surpresa com a minha pergunta. Descruzo os braços esperando pela resposta dela.

- Não, foi a primeira e última vez...

Faz um instante de silêncio e depois pergunta:

- E você e aquela garota? Ela é sua namorada?

Hum, a senhorita Harrys está interessada no meu status de relacionamento.

- Não Madie, eu não namoro. Na verdade, eu não repito mulheres.

Sei que isso é um tiro no meu pé, estou afim de beijar e f*der essa garota por uma noite inteira, mas não posso avançar sem deixar ela ciente. É amiga da minha irmã e é meiga demais pra isso.

- Hum... entendi. Bom Brand, eu tenho que ir agora. Você quer um adiantamento para as coisas do carro?

Me aproximo dela e percebo que está com a respiração acelerada.

- Não, eu vou fazer tudo primeiro e depois te digo sobre a grana.

Cravo meus olhos nos dela e a vejo meio que sem reação.

Madison engole em seco. O clima está carregado, ficou assim de repente e eu não consigo me controlar.

- Me deixa te beijar?

O olhar dela desce pra minha boca e quando ela confirma com a cabeça eu não resisto.

Puxo seu braço esquerdo e a junto no meu corpo, dou uma mordida de leve no lábio inferior e carnudo dela e depois beijo com vontade. Deslizo minha mão direita até puxar de leve a raiz do cabelo macio que ela tem, Madie desliza as mãos pelos meus braços e eu intensifico o beijo sentindo meu corpo acender, e sendo completamente envolvido pelo toque e pelo cheiro dela.

💭 Se controla, Brandon 💭

Faço um esforço monumental pra desgrudar dela e a vejo desnorteada depois do nosso beijo. Eu quero mais, com toda a certeza, mas já estou excitado e isso não vai prestar. Madison tem um jeito inocente e eu sou um galinha pegador, não sou homem pra levar ela pra cama, não importa quão experiente ela possa ser.

- Vem, eu vou te levar pra casa.

Preciso sair de perto dela, e rápido.

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