01 de Janeiro de 2020
Sinto o calor do dia que desponta no horizonte aquecer minha pele.
Meus olhos ardem, meu corpo doe e quando abro os olhos e vejo aquele horizonte com um mar lindo azul cristalino, a dor invade meu coração como uma onda gigante e violenta.
Lembranças da noite anterior assombram meus pensamentos e tudo que consigo fazer é chorar.
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31 de dezembro de 2019
Acordo com um cheiro maravilhoso de café e beijos por todo meu rosto, sorrio antes mesmo de abrir os olhos. Já sei de quem são esses beijos e esse cheiro masculino maravilhoso. Jonh, meu noivo e amor da minha vida.
Hoje é véspera de réveillon e fazem exatos um ano que eu e Jonh nos conhecemos. Me chamo Luna, tenho 22 anos, sou engenheira civil, tenho um cachorro lindo e muito bravinho chamado Pingo, na verdade ele não tem nada de pequeno é um pastor Alemão de 3 anos, ganhei do meu pai quando fiz 19 anos e tive que me mudar pra Seattle quando consegui um estágio.
Meu pai como um bom policial, dizia que ele seria minha segurança, mas desde que cheguei com ele filhotinho não faço outra coisa se não me mudar, atualmente desisti de morar em apartamentos, e acho que ele tá gostando da casa pequena mais muito aconchegante que aluguei próximo ao trabalho. Pingo cresceu muito e apesar de muito companheiro é um senhor bravinho, e não sei por que ele sempre implica com meus vizinhos.
Hoje será meu casamento, tão desejado e sonhado, Jonh e eu decidimos que casariamos na mesma praia que nos conhecemos, e no mesmo dia.
Vai ser mágico, não consigo acreditar como fui feliz esse ano. Fui contratada efetivamente por uma das maiores empresas de construção civil dos Estados Unidos, recentimente consegui fazer parte de um grande projeto e isso também é um dos motivos que comemoraremos hoje.
A cerimônia vai ser simples e com poucas pessoas. Só convidamos nossos pais, alguns colegas de trabalho, o irmão de Jonh e nossos melhores amigos Lia, Caleb, Luiz e Sônia, sou filha única entao convidei minhas amigas pra serem minhas madrinhas e Jonh convidou seu irmão Sérgio e Caleb seu melhor amigo pra serem padrinhos. Tudo parece perfeito.
Jonh: - Bom dia futura esposa. Jonh diz me beijando com aquele olhar sedutor e aquele rosto lindo e carinhoso que só meu Jonh tem.
Luna: - Bom dia futuro esposo. Respondo sorrindo apaixonada
Jonh: Que tal um café da manhã na cama e um banho a dois bem gostoso pra começar o dia? Daqui a pouco sua mãe e suas amigas chegam pro dia de noiva e eu vou pro hotel com os meninos.
Jonh vai se arrumar no hotel onde escolhemos nos casar, o casamento vai ser na área externa do hotel frente ao mar que onde nos conhecemos, não sei como Jonh conseguiu mais ele fechou parte do ambiente externo mesmo o hotel completamente lotado pras festas da virada.
Luna: Umn... que proposta deliciosa. Falo e puxo Jonh pra um beijo apaixonado, pulamos o café e fizemos amor gostoso, sem pressa, cheio de carícias apaixonadas, e promessas de um futuro maravilhoso, tomamos um banho rapido, e comemos as delícias que Jonh trouxe, o café tava frio, mas nem ligamos.
Assim que terminamos como se advinhassem as meninas chegaram, Jonh se despediu, e notei que ele tava um pouco pálido, perguntei se estava sentindo alguma coisa e Jonh sorrio e disse que era só uma dor de cabeça. Notei que a dias ele vem sentindo dores de cabeça, mas quando falei que devíamos ir ao médico Jonh disse que era bobagem, sempre sentia essas dores, já estava acostumado, só que agora elas estavam mais fortes, eu pude notar que ele ficava abatido e preocupado.
Jonh
Luna
Sergio
Lia
Caleb
Sônia
Luiz
Passamos o resto da manhã nos arrumando, minha mãe nos deu um dia de SPA, e de repente minha casa se enche de manicure, cabeleireiro, maquiador e tudo que uma noiva tem direito.
Pedimos almoço do nosso restaurante favorito e o dia foi passando agradavelmente, cheio de risadas, e muita ansiedade. As 21:30 estávamos a caminho do hotel, queremos que a cerimônia aconteça minutos antes da virada, Jonh disse que preparou uma surpresa a meia noite. Estou completamente ansiosa.
Caleb: - E aí Jonh, ansioso pela forca?
Jonh: - Extremamente ansioso pra viver os anos mais felizes da minha vida,( rs) esse ano foi incrível. Nunca amei ninguém como amo a Luna cara, vc devia tentar se apaixonar, é incrível, só precisa ser recíproco irmão.
Jonh pisca e da um murrinho no ombro do amigo que da risada, mas fica pensativo. Sérgio chega se juntando a eles.
Sergio: - E aí irmão... mais um guerreiro abatido na guerra do amor?
Sergio abraça o irmão e da umas batidas nas costas de Jonh.
Sérgio: - Você é o cara irmão! Sempre foi o romântico da família, o caçulinha da mamãe. (ele passa a mão pelo cabelo de John sorrindo e assanhando seus cachinhos)
Sérgio: - Vamos combinar que casar com a mulher dos seus sonhos, e ela ser aquela gata da Luna, superou as expectativas em? Ele da risada.
Sérgio: - Tô muito feliz por você cara. Ele olha o irmão com atenção
Sérgio: - Algum problema? tá meio pálido.
Jonh: Nada cara só uma dor de cabeça, deve ser nervoso.
O pai de Jonh se junta a eles, Luiz também, e quando a organizadora do casamento avisa que a noiva chegou, todos se ajeitam em seus lugares.
Luna: Tô muito nervosa, meus pés soam, minhas mãos tremem, meu coração parece bater na garganta. Meu corpo parece sentir algo estranho, uma sensação de medo, deve ser o nervosismo.
Paro próximo a entrada da cerimônia e meus olhos enchem de água ao ver tudo do jeito que sonhamos. A marcha nupcial começa, meu pai me dá o braço e juntos caminhamos até meu amado Jonh que me olha com aquele olhar apaixonada, com aquele sorriso lindo e carinhoso que só meu ele tem.
Não acredito na sorte que eu tenho de ter vivido um ano incrível ao lado desse homem, mau consigo respirar com a ansiedade que sinto aos próximos que viram ao seu lado.
Jonh
Me avisaram que a Luna havia chegado. Meu coração acelerou, e junto a dor de cabeça persistente aumentou. Não sei o que tá acontecendo comigo, ultimamente elas tem vindo mais constantes e mais intensas.
Vejo Sérgio entrando com a Sônia e o Caleb com a Lia, logo depois foi minha vez de entrar.
Entrei com minha mãe e nos colocamos em nosso lugar esperando a minha amada. Tô nervoso, e um pouco preocupado, Luna sempre quis que Pingo entrasse com as alianças, mais o garotão parece saber que sou uma ameassa pra ele, sem dúvidas não quer dividir o amor dela comigo.
Porém, eu amo tanto essa mulher que estive treinando com ele, ela tá muito envolvida com o projeto de um resort, e com isso tenho passado mais tempo com o Pingo, contratei um adestrador e juntos treinamos o momento da entrada dele com as alianças, sei que ela vai ficar toda boba com isso. Ela ama esse grandão bagunceiro.
Minha dor de cabeça tá aumentando e não sei o que fazer, já tomei um analgésico mas a dor não passa. Minha cabeça parece que ruge um tambor, começo a sentir o sangue quente e minha vista embasa um pouco. Mas quando a marcha nupcial começa e vejo Luna entrando de braço dado com seu pai, o mundo para, meu coração dispara, e eu só consigo admirar a beleza dessa mulher.
Luna
Quando vejo Jonh no altar, lindo com sua camisa branca, calça marrom clarinha, e aqueles chinelos que são um horror, eu duvidei que ele usaria, mas ele disse que foi um presente de um amigo brasileiro, que havaianas era a moda e eu devia experimentar. Que estava na moda e era muito confortável não tenho dúvidas, o problema é aquele modelo estranho que não parecia em nada com meu Jonh, mas ele tava tão feliz que achei melhor não falar nada.
Ele achava que tinha tudo haver com o tema praiano do casamento. O problema é que a cor era de um amarelo forte e tinha cabrestos verde e azul, a cerimonialista quase morreu quando viu ele assim. Lia me contou assim que cheguei ao hotel.(rs)
Jonh era especial, feliz com pequenas coisas, e adorava causar pequenos infartos com sua autenticidade, eu amo isso nele.
Quando enfim chego ao altar Jonh parecia mais pálido que de manhã suas mãos frias suavam, fiquei preocupada mais ele sorria, me deu um beijo delicado na testa e apertou a mão do meu pai que sorria
Carlos (Pai de Luna): - Cuida bem dela Jonh.
Jonh: Cuidarei Sr. Carlos.
Jonh olhou intensamente pra mim, com um olhar que podia mostrar sua alma, ali tinha todos os sonhos, promessa, e um futuro de amor ao seu lado que eu mau podia esperar pra viver. Mais tbm tinha um brilho diferente, uma inquietação que eu não soube compreender. Dor, talvez?
O reverendo iniciou a cerimônia, Sônia cantou uma linda música chamada Lucky, eu e Jonh sempre amamos essa música, e sempre que vamos a praia dançamos a beira do mar, e nossa amiga tem uma voz linda que deixou de um jeito único e romântico que eu nunca ouvi antes.
Quando iniciamos nossos votos eram 23:30 eu li os meus primeiro, logo depois foi a vez de Jonh.
Mas Jonh olhou pra mim, e seu rosto fez uma expressão de dor, logo em seguida Jonh colocou as mãos na cabeça e gritou com uma dor muito forte.
Eu fiquei apavorada. Sérgio correu até o irmão e o segurou, os pais de Jonh gritavam por socorro, nossos amigos ficaram desesperados e eu só conseguia olhar apavorada, inerte ao meu redor, completamente em choque com a dor que via ele sentir, até que as sirenes soaram ao longe, as pessoas falavam comigo e eu não conseguia ouvir, fogos estouravam e o mais profundo pânico tomou conta de mim.
E tudo que me lembro é de acordar no hospital e minha mãe ao meu lado, chorando e me abraçando aos soluços. Tudo que eu pensava era, onde está meu Jonh? Perguntava a minha mãe e tudo que via em resposta era pena, dor e preocupação.
Comecei a gritar e chorar copiosamente quando percebi o que aquele olhar significava, meu Jonh se foi e eu nem sei por que.... Tudo que me lembro é de Jonh com as mãos na cabeça e seu rosto completamente tomado pela dor.
Tudo que eu sabia era Chorar, gritei, gritei, chorei novamente, implorei a Deus pelo meu Jonh, a dor era tão grande que tive de ser medicada e agora tô aqui, olhando o nascer do sol que devia ser o mais feliz da minha vida, devastada, completamente destruída.
Quando senti o calor do sol entrar pela janela, despertei com o peso do mundo em minhas costas. Olhar o mar agora me causava uma dor insuportável. O lugar onde eu era tão feliz, onde agente sempre criava uma desculpa pra estar, mesmo com a correria dos nossos trabalhos.
Jonh era fotógrafo, tinha uma sensibilidade incrível e podia registrar momentos únicos e impressionantes como ninguém. Um dos nossos hobys favoritos era fotografar pessoas em seu cotidiano, em sua naturalidade.
As memórias me fazem chorar novamente e eu sinto que vou morrer de tanta tristeza. Passei uma semana sobrevivendo, não me sentia digna de viver sem meu amor.
20 de Janeiro de 2020
Estou em casa, sozinha mais uma vez, minha única companhia tem sido Pingo, que parece sentir minha dor também, não que ele amasse Jonh, os dois viviam em uma guerra constante, Pingo tinha um ciúmes irritante de Jonh, ele tentou de tudo, mais o garotão aqui latia como se fosse arrancar a mão do Jonh toda vez que ele se aproximava.
Tenho me recusado voltar ao apartamento em que morava com Jonh, estou na minha casa de solteira. - Rum! a quem quero enganar, nem mesmo deixar de ser solteira eu deixei, Jonh morreu antes de finalmente nos casarmos.
E isso doía. Estava a quilômetros do mar agora, onde nós conhecemos e que ele tanto amava ver da janela do nosso apartamento. Só de lembrar o quanto sonhamos em morar naquele apartamento como marido e mulher. Voltar pra lá todos os dias depois de um dia de muito trabalho, e ter um ao outro pra cuidar.
Dói, como uma faca fina que sempre que você acha que ela não pode mais doer, ela afunda mais e mais.
Ouço a campainha tocar, Pingo corre pra porta e pela agitação e alegria já sei que são meus pais.
Ele é completamente maluco pelo meu pai, que brinca com ele como se ainda fosse um garoto.
Abro a porta, os dois me olham com aquela cara que se tornou típica de todos a minha volta, um olhar de pena. Todos me olhavam com pena e carinho, eu sei, mas aquilo só me lembrava mais uma vez do motivo da minha dor.
Minha mãe me liga todos os dias preocupada, não tenho me alimentado direito, choro por horas.
Faz uma semana que não vou ao meu trabalho e minha secretária disse que marcaram uma reunião para amanhã de manhã, e minha presença foi exigida devido a um projeto internacional que a construtora está executando e eu sou uma das engenheiras chefes, o mais irônico de tudo é que esse projeto é exatamente na praia onde eu e Jonh iríamos nos casar.
Mesmo sem forças preciso do meu emprego, já decidi que amanhã pedirei um período de férias, como planejei sair de férias com Jonh em Fevereiro, por que estou cuidando de um projeto importante, nossa lua de mel iria ser uma semana no hotel do nosso casamento em Coney Island. E depôs retornariamos ao trabalho por alguns dias.
Luna: -Vou pedir um adiantamento das férias, é isso!
Digo pra mim mesma, satisfeia com minha decisão. Acho que eles podem adiantar um pouco pra que eu possa estar de férias assim que sair da reunião. Preciso me afastar de Seattle.
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O dia da reunião chegou, me levantei no automático, tomei banho, fiz minha higiene pessoal, vesti um conjunto de terninho e saia branco e uma blusa azul Royal, peguei meu crachá e minha bolsa, chamei um Uber, pois desde o fatídico dia em que Jonh morreu nao me sinto bem, tenho tonturas, e muito cansaço, deve ser dos remédios que tenho tomado pra dormir.
Raquel: - Olá Srta. Luna, a reunião começará em breve, alguns acionistas do projeto já estão na sala de reuniões, logo o CEO e seu filho chegaram para a reunião.
Raquel disse rápidamente, com as mãos cheias de pastas e um lápis pendurado na orelha, ri ao vê- lá assim, minha secretária é, uma moça muito bonita, beleza simples, e sorriso meigo. Sempre nos demos muito bem, Jonh gostava muito dela, sempre tentou aproxima-la de Sérgio, mas ele disse que não podia magoar alguém tão próximo a sua querida cunhada.
Sergio se considera um verdadeiro anti romântico, diz que nunca se apaixonou, que não existe mulher capaz de prender sua "paz" é assim que ele chama a vida de farra e bebedeira que ele vive, cheia de mulheres... meu cunhado é lindo, dono de um sorriso que faz qualquer mulher babar. Mais é tão safado quando belo.
Vou a sala de reuniões mais antes passo no banheiro, estou abatida, muito pálida, então resolvi passar um batom pra disfarçar um pouco.
Saiu do banheiro e vou caminhando distraída olhando alguns cálculos do projeto em meu celular, quando derrepente meu salto escorrega em algo no chão, acontece tudo tão rápido quando percebo já estou em queda livre batendo os braços como se fosse voar e escapar da queda.
Fecho os olhos entregue a queda quando esbarro em alguém vindo atrás de mim.
O tombo é tão grande que caiu de bunda em cima de um homem enorme que me agarra pela cintura e me levanta com um braço só. Não sei onde enfiar a cara de tanta vergonha, noto que ele fica irritado, mais curioso, me olha de um jeito estranho.
Homem: - Cuidado Srta, ou pode acabar causando um acidente maior, sei que sentar no meu colo é o que todas querem, mais não precisa me derrubar.
Luna: Meu corpo fica vermelho dos pés a cabeça, não sei o que responder, raiva e vergonha, na mesma intensidade. Como ele ousa achar que cai de propósito, e ainda por cima em cima dele.
Luna: - Me desculpe senhor, não foi nem de longe minha intenção cair, principalmente em cima do senhor, tenho mais o que fazer, com licença.
Saiu quase correndo ajeitando minha saia que quase mostra o que não deve, entrei na sala de reuniões sou saldada por todos, todos prestam suas condolências, agradeço e fico ali, sentada aguardando o CEO e seu filho, noto uma mancha de café no canto da saia, mais não dou importância, sento pra aguardar a chegada do sr. Ricardo e seu filho que pelo que sei, era um homem metido a garanhão, nunca aparecia com nenhuma namorada, se dizia um solteiro convicto e muito jovem pra amar. RUM! Mas o fato é que era um gênio dos negócios
Estava dirigindo a sede de Tóquio, nossa construtora tem muitos escritórios espalhados pelo mundo e o de Tóquio no momento é o maior deles e mais moderno , perde apenas para o nosso que é a filial mais aclamada e premiada da Company Constrution. Nossa sede produz muitos projetos para o Emirados Árabe, onde riqueza e poder são o lema dos grandes investidores.
O CEO senhor Ricardo Avelar, entra e todos nós levantamos e saudamos boas vindas, o homem alto, deve ter por volta de 60 anos, ainda é jovem e muito querido por todos os funcionários, sempre sério, porém educado, nunca faltou com respeito a nenhum funcionário fosse ele o mais simples, sempre mantia sua ética.
Noto que o homem entra sozinho, o filho não apareceu, acho estranho, no entanto ele logo explica o motivo.
Ricardo Avelar: - Olá senhores e senhoras, peço que sentem-se daremos início nossa reunião sem meu filho, infelizmente ele teve um imprevisto e precisou sair antes da reunião, no entanto, logo seram apresentados, Maicon irá ficar no meu lugar a partir de hoje, estou finalmente me aposentando, não foi fácil, convencê-lo de voltar, e dirigir nossa sede, mais agora que minha belíssima esposa Marta se aposentou, finalmente posso viver de amor.
Todos dão risadas e o parabenizam, sentiremos falta, mas sabemos o quanto a senhora Marta é importante pra seu Ricardo, e o quanto ele a ama e já fez por esta empresa.
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