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Eu Não Posso Te Amar !!!

Capítulo 1

O meu nome é Isabella Morelli, tenho 22 anos e sou filha única. Moro com os meus pais numa propriedade em Toscana, eles possuem uma vinícola e entrei na faculdade para ajudá-los na administração da nossa empresa. Passo a semana na cidade para cursar a minha faculdade, indo sempre no fim de semana para a casa.

Acabei de ficar solteira, até 30 dias atrás eu tinha um namorado, mas nosso relacionamento não ia bem, então resolvemos seguir caminhos diferentes.

Como toda garota romântica, tenho o sonho de achar meu príncipe encantado. Mas primeiro quero ter a minha profissão, ser independente é meu maior sonho.

Tudo na minha vida estava dando certo. Hoje sai com algumas amigas para comemorar as nossas vitórias e o fim de mais um semestre da faculdade, escolhemos a boate mais badalada da cidade.

Capricho no visual, olho-me no espelho e gosto do que vejo.

Sigo com as meninas para a boate, lá bebemos, dançamos e paqueramos bastante, a noite estava perfeita, estávamos nós divertindo bastante, até que tudo aconteceu...

*****************

- NÃO... NÃO..., SAIA DE CIMA DE MIM!

As minhas palavras se perdem entre o barulho das risadas das pessoas e a batida frenética daquela música.

Ele segura-me e começa a puxar a minha roupa me despindo em cima de uma mesa. Tento me soltar e sair dali.

Cada tentativa minha de afasta-lo ele revida com uma tapa no meu rosto. A minha boca sangra, fico apavorada.

Isabella: — ME SOLTA SEU MONSTRO...

Mas uma vez grito para ele parar, mas desta vez levo um soco que atinge o meu olho prejudicando a minha visão.

A dor é grande o medo me domina, paro de lutar, ele puxa o resto das minhas roupas, olho para o lado e vejo, as pessoas se drogando, bebendo e dançando, até parece que para elas, aquela violência é normal. Tento pedir socorro, e mais uma vez ele me bate.

Sinto aquele homem asqueroso passando a mão no meu corpo, me lambendo e chupando meus seios, sinto nojo.

É quando escuto uma voz...

— QUE PORRA É ESSA... SOLTA A MOÇA AGORA!

— O quê??? Quem você pensa que é cara?

— Eu não penso... eu sou! Só vou falar mais uma vez...SAIA DE CIMA DESSA MOÇA AGORA!

Mesmo com a visão prejudicada consigo vê um homem apontando armas para o meu agressor.

O cara em cima de mim olha melhor para o homem que lhe ameaça, os seus olhos se arregalam, ele finalmente parece reconhecer quem fala com ele.

Mesmo assim ele não me solta, ainda me segurando com força pelo pescoço o que me faz respirar com dificuldade.

— DON ENZO!!!, que prazer em vê-lo. Olha desculpa... eu não sabia que a vadia era sua.

Escuto o barulho de um tiro, o cara que estava em cima de mim grita de dor, ele cai para o lado, vejo o homem com as armas se aproximar de mim, assusto-me e tento fugir. Mas minhas roupas estão rasgadas, estou machucada e com dores, não tenho mais forças para sair dali. Ele chega perto de mim e me olha, parece perceber meu medo.

Don Enzo: — Não tenha medo..., vou te tirar daqui.

A minha visão embaça mais ainda, sinto o resto da força do meu corpo indo embora, tudo começa a escurecer... não vejo mais nada....

********** UMA HORA ANTES **********

Estou com as minhas amigas dançando na pista, o olhar persistente de um cara muito bonito e atraente chama a minha atenção. Resolvo ir para mesa beber algo, viro-me e vejo que o homem ainda não parou de me olhar.

Retribuo o olhar dele com um sorriso.

Ele vem até mim...

— Oi linda..., posso te pagar uma bebida?

Isabella: — Talvez...

— Qual é linda, é só uma bebida. Eu não tirei mais os olhos de você desde que entrou na boate.

Sinto meu rosto queimar, já sei que estou vermelha. Dou um pequeno sorriso para ele.

— Posso sentar?

Isabella: — Claro

Ele puxa uma cadeira e senta do meu lado, olho para pista de dança, vejo as minhas amigas que estão vibrando ao me verem ao lado de um gato tão sexy. Ele chama o garçon e pede duas bebidas. Começamos a conversar, o seu nome é Dimitri e me parece muito inteligente, doce e atencioso.

Depois de alguns drinks e um pouco de conversa, ele chama-me para dançar. Eu aceito, dançamos unas quatro músicas e como ele é sedutor dançando.

Dimitri: — Olha eu estou numa área vip com alguns amigos, vamos até lá, depois agente volta para pista.

Aceito o seu convite, o local estava muito animado mesmo, cheio de pessoas bonitas e atraentes. A maioria estava bêbada, mas pareciam está se divertindo bastante.

Nos sentamos num sofá e ele pede mais duas bebidas, bebemos e conversamos animadamente com os demais. É quando ele coloca a mão na minha coxa, olho para ele, mas ele não tira a mão. Percebo que ele começa a mover a mão e vai se aproximando da minha calcinha, me assusto com a sua atitude e tiro a sua mão de mim bruscamente.

Dimitri: — O que foi? Vai me dizer que não quer?

Isabella: — Não..., eu não quero.

As pessoas a nossa volta sorriem, alguns começam a zombar de Dimitri.

Ele então segura o meu braço com força me puxando para perto do seu corpo.

Dimitri: — Olha aqui garota, mulher nenhuma me rejeita ouviu.

Puxo o meu braço e levanto do sofá.

Isabella: — Então eu serei a primeira.

Dimitri se levanta e me olha sério, ele agarra meu braço novamento. Tento me soltar dele, o empurro. É quando o meu rosto sente o primeiro tapa vindo dele...

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O meu nome é Enzo Martins, tenho 30 anos e sou conhecido no meu mundo como Don Enzo o " Senhor das Armas ".

Sou o maior traficante de armas de toda a Europa, herdei esse título após a morte do meu pai. Com o título herdei dinheiro, fama e muito poder.

Sou conhecido pela forma cruel de punir os meus traidores e desafetos, mas também sou piedoso quando necessário, dirijo os negócios ao lado do meu primo Henrico, ele é meu braço direito em tudo, discuto com ele todas as ações e negociações, ele é minha única família e a pessoa que mais confio no mundo.

Em nosso mundo desde cedo apreendemos a não amar, assim não nos tornamos vulneráveis aos nossos inimigos. Tenho inúmeras aventuras e relacionamentos rápido, mas nada que me prenda por muito tempo.

E assim sigo o meu caminho, como o impiedoso Senhor das Armas!

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O meu nome é Dimitri Solano, tenho 26 anos e sou um perfeito bad boy.

Filho do segundo maior traficante de armas europeu eu não sei o que é ter limites.

Fui criado por babás, sempre fiz o que quis então não sei o que é perder, tudo que quero eu consigo de um jeito ou de outro.

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Meu nome é Henrico Martins tenho 28 anos e sou primo do Don Enzo.

Desde a morte dos meus pais fui acolhido pela família dele, criaram-me como filho e Enzo se tornou um irmão para mim.

Eu sou muito grato ao meu primo e a sua família pelo que sou hoje, mas eu gostaria de ter mais, de ter mais poder, mais reconhecimento e mais dinheiro.

Afinal eu sou um Martins também e metade desse império deveria ser meu.

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Capítulo 2

Chego de mais uma viagem onde negociei pessoalmente a venda e o pagamento de uma grande remessa de armas para o Canadá.

Estou satisfeito com os valores que irão me pagar pela compra das minhas mercadorias, quero comemorar.

Resolvo ligar para Helena, minha acompanhante fiel.

— Alô... Helena, está disponível?

— Don Enzo..., para você sempre estou!

— Chego aí em trinta minutos.

Desligo o telefone e encosto a cabeça para descansar um pouco. Chego no seu apartamento, Helena vem me receber com uma lingerie super sexy, puta merda já fiquei duro.

Helena: — Demorou...

Don Enzo: — O trânsito para aqui tava ruim.

Ela aproxima-se de mim, passando as mãos no meu corpo.

Helena: — Gostou da minha lingerie?

Don Enzo: — Vou gostar mais de tira-lá.

Helena: — Quer uma bebida meu amor, estava com saudades?

Ao ouvir ela falar em amor a minha fisionomia muda.

Don Enzo: — Helena, não gosto que fale essas coisas. Não tenho nada com você além de sexo pago e o principal, não sou seu.

Helena: - Não precisa ser tão grosso. Só queria ser carinhosa.

Don Enzo: — Sabe muito bem o que vim buscar, eu não foi carinho.

Helena fica na ponta dos pés e beija meu rosto, ela tira a minha camisa e abre o zíper da minha calça, erguo o seu corpo, ela enrosca as suas pernas em volta da minha cintura, Helena me acaricia sigo para o seu quarto.

A jogo na cama, tiro o resto da minha roupa e subo sobre o seu corpo.

Sugo o seu mamilo com prazer, o corpo de Helena está todo arrepiado, ela geme no meu ouvido me deixando mais excitado.

Não resisto mais, a penetro com vontade, ela grita o meu nome, fico mais louco e aumento o ritmo e a profundidade, logo estamos gozando juntos. Deito ao lado dela, estou bem relaxado agora, o sexo com Helena sempre é muito bom.

Helena: — Don, vamos comigo para boate, quero dançar só para você.

Don Enzo: — É...acho que vou, não tenho nada para fazer mesmo.

Helena: — Hoje você está horrível, olha eu vou tomar o meu banho e me arrumar.

Se quiser pode usar o outro banheiro.

Don Enzo: — Eu vou para casa, depois vou para a boate. Eu te vejo lá.

Saio da casa dela satisfeito, chego em casa vou direto para o meu quarto. Tomo um banho e sigo para boate.

Depois de alguns minutos, aguardando que os meus seguranças fizessem uma vistoria de segurança, entro na boate cercado por alguns dele.

O local está lotado, mas para um homem como eu o melhor local sempre está disponível.

Quando já estou em uma das salas vips vejo Helena vindo na minha direção, ela vem sensualizando para chamar a atenção dos homens que babam com a passagem dela.

Ela encosta o seu corpo no meu, olho nos seus olhos. Ela acaricia o meu rosto.

Helena: — Hoje vou dançar especialmente para você, Senhor das Armas.

Acho graça, mas não falo nada. Ela então vai para o palco e inicia a sua apresentação.

Estou sentado assistindo a performance de Helena, ela dança sem tirar os olhos de mim insinuando-se o tempo todo, isso me deixa excitado. É quando escuto gritos de uma mulher na sala ao lado, isso irrita-me não consigo me concentrar mais na apresentação de Helena.

Procuro ouvir melhor, percebo que alguém está indo além do que devia, depois de mais um grito resolvo ir vê o que está acontecendo.

Faço sinal para que alguns seguranças me acompanhem, sigo para o local e choco-me com o que vejo, uma mulher está sendo violentada diante de várias pessoas que se drogam, bebem e dançam sem se importar com aquela cena.

Uma onda de indignação toma conta de mim e logo estou com as minhas armas apontadas para aquele traste que ainda ousa desafiar-me, depois de alguns segundos atiro no seu ombro e ele cai no chão, os meus seguranças tomam conta do local, mas ninguém ali presente parece perceber o que está acontecendo, continuam bebendo, se drogando e dançando.

Me aproximo da moça que está assustada e muito ferida, seu rosto sangra, suas roupas estão rasgadas, ela está praticamente nua. Vejo alguns hematomas por seu corpo. Ela tenta levantar para fugir, mas parece não ter mais forças e acaba desmaiando.

Apresso-me em segurar o seu corpo para que não caia e se machuque ainda mais.

Tiro o meu blazer e a enrolo nele, a pego nos braços, os meus seguranças envolvem-me e logo saio com ela de lá sem que as pessoas vejam quem nós somos.

No carro dou a ordem para o meu motorista.

Don Enzo: — Vamos para o hospital mais próximo.

Minha comitiva sai queimando pneus, acomodo aquela moça no meu colo e em pouco minutos estou entrado no hospital com ela nos meus braços.

Uma equipe medica se aproxima, alguns me reconhecem baixando a cabeça por medo ou por respeito.

Deito o seu corpo ainda demasiado numa maca trazida pelos enfermeiros. Doutor Lourenzo, um dos poucos amigos que tenho, se aproxima.

Dr. Lourenzo: — Enzo... o que aconteceu?

Don Enzo: — Lourenzo, faça tudo por essa moça.

Dr. Lourenzo: — Não se preocupe meu amigo, vou cuidar dela pessoalmente.

Don Enzo: - Estarei aguardando notícias.

Eles levam-na, resolvo ir para casa tomar um banho, depois poderia voltar para saber como aquela moça estar.

Chegou em casa um pouco agitado, deixei alguns homens cuidando da segurança dela.

Quando estou subindo para o meu quarto escuto Henrico me chamando.

Henrico: — Don o que aconteceu? Está ferido? Por que foi ao hospital?

Don Enzo: — Estou bem Henrico, estava ajudando uma moça que quase foi estuprada por um covarde.

Henrico olha-me estranho, parece não entender a minha atitude.

Don Enzo: — O que foi?

Henrico: — Nada Don, e onde a moça está?

Don Enzo: — Está no hospital.

Henrico: — Precisa de mim?

Don Enzo: — Não, pode voltar para sua festinha.

Henrico: - Obrigada Don, estou com duas Deusas nuas me esperando na minha cama.

Ele sai todo animado, vou para o chuveiro. Tomo um longo banho, me visto e resolvo voltar ao hospital.

Quando chego logo sou conduzido para uma suite onde a moça foi acomodada.

Quando entro sinto-me um pouco incomodado, ela está desacordada, vejo que está tomando medicação através de um soro no seu braço. Não tenho coragem de aproximar-me muito dela.

Dr. Lourenzo: — Enzo, não lhe esperava aqui essa noite.

Don Enzo: — Queria saber notícias dela.

Dr. Lourenzo: — Enzo eu ia te ligar, mas já que veio, a moça que trouxe está bastante machucada e em estado de choque.

Don Enzo: — O que pode fazer por ela?

Dr. Lourenzo: — No momento muito pouco, somente cuidar dos hematomas, aplicar a medicação e observar como ela vai reagir.

Don Enzo: — Entendo... Lourenzo... posso passar a noite aqui?

Ele olha-me com certa desconfiança antes de responder.

Dr. Lourenzo: — Enzo..., o que essa moça significa para você?

Don Enzo: — Tem um local que possamos conversar?

Dr. Lourenzo: — Claro meu amigo, venha.

Lourenzo leva-me para seu consultório, ele convida-me para sentar numa poltrona e ele senta em outra, quando estamos acomodados conto como tudo aconteceu e como tirei aquela moça de lá. Ele escuta tudo em silêncio, quando termino ele apoia os braços sobre a sua mesa antes de falar.

Dr.Lourenzo: — Vou ser sincero com você, aqui não temos como garantir a segurança dela. Mas os cuidados ela irá receber.

Don Enzo: — Por isso quero passar a noite aqui, amanhã verei melhor o que fazer.

Dr. Lourenzo: — Como quiser meu amigo.

Lourenzo me conduz de volta para suíte onde a moça está. Quando entro uma enfermeira olha-me dos pés a cabeça, a mulher parecia que tava me comendo só com o olhar. Logo depois ela abaixa a cabeça em sinal de respeito.

Dr. Lourenzo: — Vou reservar a suite ao lado para você meu amigo, qualquer coisa eu te chamo.

Balanço a cabeça de forma positiva, alguns minutos depois estou acomodado no quarto ao lado da que a moça está.

Resolvo deitar, mas o meu sono é perturbado, rolo na cama de um lado para o outro.

A figura daquela garota sendo agredida não me sai da mente, sou traficante de armas sou cruel com os meus inimigos, mas nunca me envolvi nesse tipo de violência, tive várias propostas de tráfico de mulheres, tráfico sexual, tráfico infantil. Mas nunca aceitei, até puni com a morte ou tortura alguns que me trouxeram tais propostas. Não entendo o por que, mas me sinto responsável pela segurança dessa garota que nem o nome sei ainda.

Insisto na cama, até que com o dia amanhecendo e vencido pelo cansaço adormeci...

**********************

Capítulo 3

Acordo e vejo a hora, levanto rápido e vou ao banheiro, lavo o rosto. Visto minha camisa e vou vê a garota que ajudei ontem. Quando abro a porta dou de cara com Lorenzo.

Dr. Lorenzo: — Já ia te acordar.

Don Enzo: — Algum problema com a moça?

Dr. Lorenzo: — Não, ela está na mesma, mas como vou consulta-la gostaria que viesse comigo.

Don Enzo: — Claro, vamos.

Entramos no quarto dela, a vejo ainda desacordada. É estranho, vê essa moça assim, me sinto incomodado.

Lorenzo pede para a enfermeira ajudar-lhe nos procedimentos, ele verifica alguns aparelhos, vê a pressão, os batimentos cardíacos.

Ele também usa uma lanterna para examina as pupilas dos olhos dela.

Fico num canto observando.

Lorenzo termina e pede para a enfermeira sair do quarto. Quando estamos sozinhos ele me chama para perto dela, quando me aproximo que a vejo, toda machucada, sinto uma sensação diferente, um aperto no peito que nunca tinha sentindo antes.

Minha voz sai um pouco engasgada.

Don Enzo: — Ela vai ficar muito tempo assim?

Dr. Lorenzo: — Vou tirar a sedação, hoje mesmo ela irá acordar.

Ele me olha como se quisesse que eu falasse algo, irrito-me com o seu olhar.

Don Enzo: — O que foi?

Dr. Lorenzo: — Nada!

Quando ia pedir explicações, batem na porta, Lorenzo vai até a porta vê quem é, e por um segundo fico sozinho vendo ela dormir, no impulso acaricio os seus cabelos.

É quando vejo Lorenzo voltando, tiro rápido a minha mão dela. Ele se aproxima, sua cara não é das melhores.

Dr. Lorenzo: — Enzo, seu pessoal quer lhe falar com urgência, melhor ir logo.

Saio do quarto e vejo Henrico com vários seguranças.

Don Enzo: — O que foi?

Henrico: — Don, descobrimos quem é o agressor da garota.

Don Enzo: - Quem é?

Henrico: - Dimitri Solano

Por um minuto esqueço que estou em um hospital.

Don Enzo: - QUE PORRA ...

Vejo o olhar de reprovação de alguns funcionários. Olho para eles...

Don Enzo: - Desculpa.

Viro-me para Henrico.

Don Enzo: - O que mais descobriu.

Henrico: - Que ele planeja invadir o hospital para resgatar a garota a qualquer minuto.

Para mim é o suficiente, aquela afronta é a gota d'água, com quem esse moleque pensa que tá se metendo.

Don Enzo: - Henrico, ative a equipe médica e reforce a segurança da propriedade vou levá-la para casa.

Henrico arregala os olhos mostrando total surpresa com a minha decisão.

Henrico: — Tem certeza disso? Sabe que está comprando uma briga com os Solanos por nada, você nem conhece direito essa garota.

Não respondo, apenas olho para ele, mas meu olhar já é o suficiente.

Henrico: - Desculpa Don... vou ativar o esquema solicitado.

Ele sai, volto para o quarto onde Lorenzo passa algumas anotações para a enfermeira. Quando ele me vê entrar manda a enfermeira sair.

Don Enzo: — Lorenzo, precisamos conversar.

Falo para ele o risco que a garota sofre ficando aqui, não só ela como todos no hospital. Ele concorda comigo, faz-me algumas orientações e recomendações, depois ele sai para providenciar a transferência dela.

Poucos minutos depois a colocam em uma UTI móvel , ela é transportada para minha casa. Quando chegamos a minha equipe médica já nos aguarda.

Todos abaixam a cabeça ao me verem entrar.

Don Enzo: - Façam tudo por ela, fui claro?

Todos respondem ao mesmo tempo.

" Sim, Don Enzo!"

Com cuidado a levam para o quarto onde foi preparado para recebe-la e a equipe poder cuidar dela.

Logo Henrico entra na casa.

Henrico: — Tudo preparado como ordenou.

Sigo com ele para o escritório, preparo dois drinks, dou-lhe um, sento-me em uma das poltronas e conto-lhe toda a história, ele escuta tudo em silêncio.

Don Enzo: — Entende agora o por que sou responsável por ela.

Henrico: — Agiu certo, não entendo como alguém pode cometer tal crime.

Don Enzo: - A minha vontade foi de mata-lo, mas não era o melhor local. Muitas testemunhas.

Henrico: — E a garota, como está?

Don Enzo: — Em choque, muito machucada. Só sinto de não ter chegado antes dele fazer isso com ela.

Ficamos ali uma faixa de duas horas, resolvendo alguns assuntos da organização, é quando escutamos batidas na porta do escritório.

Henrico se levanta e vai abrir a porta, é o médico da equipe, Henrico se afasta para que ele entre.

Don Enzo: — E então doutor?

Doutor: — Apesar do seu estado ela estar respondendo bem a medicação.

Don Enzo: — Ela acordou?

Doutor: — Sim, mas muito assustada. Resolvi seda-la novamente. Ela precisa de descanso está muito machucada e assustada.

Passo a mão pelo meu cabelo, é revoltante saber que aquele cara fez algo assim só para satisfazer o seu prazer animal.

Don Enzo: Já sabe o nome dela?

Doutor: - Sim Don, ela se chama Isabella.

Don Enzo: — E... ela realmente foi estrupada?

Doutor: — Não Don Enzo..., ele não concluiu o ato.

Respiro com certo alívio.

Henrico: — Se não tivesse chegado a tempo a situação podia ser bem pior.

Don Enzo: — Queria ter chegado antes..., ele não a penetrou, mas cometeu outras violências que a marcaram para sempre.

Henrico: — Don..., você não tem culpa.

Don Enzo: — Saiam, saiam todos daqui, quero ficar sozinho.

Eles saem e eu jogo o copo de bebida na parede, estraçalhando ele em mil pedaços. Sinto-me culpado por não te-lá salvo antes dessa violência toda. Se eu tivesse ido no primeiro pedido de socorro ela não estaria assim.

Decido continua ali no escritório, bebo mais algumas vezes, acabo voltando ao trabalho algum tempo depois, pelo menos oculpo minha mente.

Quando a noite chega vou até o quarto onde ela estar, a enfermeira de plantão levanta e se afasta ao me vê entrar.

Don Enzo: - Saia

Ela se retira rápido do quarto. Me aproximo da cama, a olho bem de perto, agora com mais calma a observo, vejo que mesmo machucada possui um lindo rosto. Sem pensar acaricio sua mão, ela faz um pequeno movimento, como se tivesse percebido meu toque, sinto uma alegria por ela ter sentido a minha presença ali naquele instante.

Sento na poltrona ao lado da cama e fico a observando, acabo adormecendo. Acordo com a enfermeira me chamando.

Enfermeira: - Don Enzo..., o senhor adormeceu.

Don Enzo: - Realmente, cuide dela e qualquer mudança mande me chamarem.

Enfermeira: - Sim, Don Enzo.

A olho mais uma vez..., vou para o meu quarto, tomo um banho, lembro que não jantei. Quando desço minha governanta ainda me aguarda na cozinha.

Don Enzo: - Vá dormir Dolores, foi fazer apenas um lanche.

Dolores: - Como queira Don Enzo.

Ela sai, faço um sanduiche e uma xícara de café. Volto para o meu quarto, não vejo Henrico pela casa, deve tá nas suas festinhas de sempre.

Sento na cama para comer, pego meu celular e vejo algumas mensagens, algumas ligações, nada muito importante.

Esculto um áudio de Helena, reclamando por ter saído da boate sem falar com ela. Essa mensagem é que não dou importância mesmo, quem é ela para me cobrar algo.

Resolvo deitar um pouco, apesar de ter dificuldade para pegar no sono, acabo sendo vencido pelo cansaço.

Não sou homem de sonhar durante o sono, mas nessa noite sonho com aquela garota. Ela estava linda andando pela praia, eu olhava-a a distância, o sol começava a se pôr, eu aproximava-me dela. Então aquela garota se virá olhando-me de um jeito que faz meu coração bater mais forte.

Ela chega mais perto, me acariciava o rosto, depois dava- me um beijo doce na minha face.

Acordo ainda sentindo o calor dos seus lábios, balanço a cabeça e começo a sorrir, só posso está sonhando mesmo. Viro para o lado e adormeço novamente.

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