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Customizador De Mundos

Prólogo

“Realmente, o balanço é terrível… este jogo é uma droga.”

Cuspindo essas palavras enquanto continuava a triturar os botões num console portátil de jogos, ele estava andando dentro do recinto de um velho templo, localizado próximo da casa dele.

Isto não quer dizer que o propósito dele em vir aqui era para visitar o templo. Havia se tornado um hábito dele vir aqui quando buscava um lugar quieto e deserto para jogar jogos confortavelmente. Quando sua mãe começou a gritar “Você não está fazendo nada além de jogar jogos de novo!” para ele, ele começou à procurar por um lugar pacífico para jogar fora de casa. Este templo foi o resultado da procura dele.

“Droga! Eu obtive isso depois de todo este tempo, mas eu não posso fazer um upgrade nele… Já que chegou nisto, eu vou usar cheats.”¹

Continuando à mover o item, representado no jogo 3D, mostrado na tela, com o cursor, ele estava pensando em como usar o [código de customização]. Era um sistema, usado para modificar os stats do item, obtido num jogo RPG, como você bem quisesse.

Enquanto o tema principal do jogo era um ortodoxo hack ‘n’ slash, que é bem comum hoje em dia, o sistema Item – Customizar – Criar tinha uma grande participação no que fez ele jogar isso.²

Ainda assim, balanço obviamente quebrado e a falta de liberdade fez com que um monte de jogadores falassem mal sobre este jogo. Ele virou sua atenção para sua mala para tirar o disco para o [Código de Customização] para seu console de jogo portátil, e então…

– Venha, Deus Maligno –

Uma voz ecoou na cabeça dele. Ao mesmo tempo, ele sentiu que ele foi puxado para fora de seu corpo.

“O q- o que é isto!?”

Repentinamente, ele sentiu como se seu corpo inteiro estivesse caindo das escadas. Ele estava pasmo no que ele olhou para seus próprios pés enquanto inconscientemente protegia sua cabeça. O que ele viu abaixo dele era seu próprio corpo.

Ele estava olhando de volta para ele mesmo de um lugar levemente acima da cabeça dele.

“Wow, isto é uma experiência fora do corpo! … Não, algo está estranho?”

Seu próprio corpo, que ele estava olhando por cima, repentinamente olhou ao redor inquietamente, como se algo tivesse assustado ele. Pouco depois, o “ele” abaixo colocou o console de jogos em sua mala, se virou para a estrada, e apressadamente saiu.

“O que? … Que… caralhos… acabou de acontecer… …?”

Sua visão começou à balançar como se ele estivesse abaixo d’água e lentamente ficou escura. Dentro da consciência vaga dele, ele pareceu estar flutuando num enorme espaço, lembrando um céu estrelado. Acima, um vasto universo, lembrando um disco, se espalhava sobre ele.

“O elefante e tartaruga… não estão ali…”³

Este universo exista entre as fronteiras entre mundos. A radiância das estrelas brilhantes cobria os céus. Alguém podia ver muitos mundos diferentes desta fronteira, mas apenas a quantia de estrelas prendiam os mundos juntos. Os mundos flutuavam sozinhos (separadamente) nesta gigantesca estrutura em forma de disco.

Os habitantes daquele mundo chamavam ele de “Kaltsio” 『カルツィオ』. Eles construíram países, prosperaram, declinaram e pereceram. Eles deram à luz crianças, criaram elas, e continuaram a viver suas vidas nesta história eternamente se repetindo. Milhares de anos ainda são necessários para eles se libertarem deste mundo e entenderem os segredos que ele mantém escondido.

Havia uma [Vontade], que continuava à observar sobre a história de Kaltsio desde o surgimento deste mundo. Podia ser dito que era uma existência igual aos Deuses deste mundo. Em certos intervalos ela invocava um mensageiro de outro mundo para poder manter e preservar o ciclo de vida em Kaltsio.

Um visitante de outro mundo causava todos os tipos de ondas em Kaltsio que interrompiam a estagnação do mundo e abriam novos caminhos. Através do esforço dele, ele contribuía para o ciclo deste mundo.

Uma vez um [Dragão] gigante foi invocado. Uma vez uma figura, horrenda para os olhos humanos, um [Monstro], foi invocado. Eles tinham força equivalente ao deuses deste mundo e haviam contribuído grandemente para o ciclo do mundo.

Desta vez novamente, um visitante de outro mundo, com um poder assim como dos deuses, foi invocado.

– Venha, Deus Maligno –

Parecia haver uma infinita quantidade de mundos diferentes. Desses numerosos mundos, uma figura de um jovem humanoide foi invocada.

– Você parece desejar poder –

O poder que ele desejava era uma coisa nunca ouvida, excêntrica para aqueles que foram invocados antes dele. Quase todos os seres que foram invocados antes tiveram poderosos poderes para destruírem os oponentes diante deles, então eles desejaram vida eterna. Mesmo se uma pessoa desejar poder, para derrotar seus oponentes, ele seria eventualmente derrotado pela velhice.

Ainda, aqueles, que desejaram vida eterna, iriam eventualmente se quebrar pela repetida perda daqueles queridos à eles, e, eventualmente, iriam escolher seus próprios fins.

– Você receberá o poder que você deseja –

E então, a [Alma do jovem], arrancada de outro mundo, recebeu um corpo de carne em Kaltsio para realizar seu chamado.

...Nota(s):...

1 – Trapaça, códigos… essa série é bem para quem joga, principalmente no começo…

2 – Hack ‘n’ slash são os jogos de sair matando, sem pensar… God of War é meio assim, se for ver.

3 – Preguiça de achar um link bom, mas existem mitos de que o universo fica em cima de uma tartaruga ou de um elefante… inclusive o mais comum é uma tartaruga que tem vários elefantes em cima dela carregando o universo.

Templo do Deus Maligno

Ding dong

Com um toque de campainha em sua cabeça, Yuusuke Tagami sentiu sua consciência embaçada clareando.

“Está FRIO!”

O ar estava frio. Quando ele tentou mover seu corpo ele sentiu pedra bruta com suas costas e parte de baixo do corpo. Instintivamente abrindo seus olhos, o que ele viu era um claro e balançante fogo de um braseiro que iluminava um quarto, que parecia como se fosse feito inteiramente de pedra.

Depois de levantar e achar seu corpo sem mudanças, ele olhou ao redor novamente para confirmar seus arredores.

Parecia que ele estava deitado num pedestal de pedra. De algum modo ele estava completamente pelado. Na frente do pedestal havia um altar com uma estátua azeviche de um ser que de algum modo lembrava um humano e um monstro ao mesmo tempo e criava uma atmosfera sinistra.

“Que diabos é isto? É algum tipo de ritual?”

Sem saber se algo foi feito em seu corpo, Yuusuke, ao invés de sentir medo ou pânico, queria juntar informação e achar algumas roupas.

Ele se levantou do pedestal que parecia um retângulo de 1 metro de altura. Logo abaixo dele havia um pequeno apoio como uma mesa onde haviam frutas, lembrando tangerinas, e um maço feito de flores levemente secas de várias cores. Além disso um tecido, lembrando roupas, estava alinhado.

“Parece que eu fui uma oferenda no altar”, Yuusuke pensou.

O pequeno apoio era certamente feito de pedra. As superfícies de ambos o altar e o pedestal estavam gastos, fazendo eles parecerem velhos.

“Isso é realmente uma oferenda… ou aliás, o que é aquilo.”

Tendo algumas dúvidas, ele finalmente decidiu que para descobrir isso ele tinha que fazer alguns sacrifícios. Logo ele esticou suas mãos em direção do pano que a estátua e o altar suspeito tinham em suas mãos. Estar pelado deixou ele mais ansioso do que qualquer outra coisa neste momento.

O momento que Yuusuke tocou o tecido branco, levemente amarelado…

Ding dong

“?!”

Agitado, ele recuou sua mão. Era um som que ele ouviu quando ele acordou pouco antes. Ele olhou ao redor do altar mas não viu nada fora do lugar. Depois de olhar ao redor da sala de pedra mais uma vez e confirmando que nada havia mudado, ele levemente tocou o pano.

Nada aconteceu desta vez e Yuusuke, depois de pegar o pano em suas mãos, estando desconfortável sobre seus arredores, tentou abrir ele.

“Não é uma peça única de mulher, é?”

Além dos três buracos para braços e cabeça, era apenas um simples pedaço de pano. Ele tinha uma imagem de um lençol de futon com buracos que permitiam uma pessoa vestir como um pedaço de roupa.

“Não pode ser uma roupa de boneco de papel…”

Depois de apertar ele ao redor de sua cintura como um koshihimo², ele parecia uma pessoa dos tempos antigos, mostrados em filmes.

Depois que ele colocou suas roupas, Yuusuke tentou lembrar o que havia acontecido logo antes dele perder a consciência.

“Um sonho… Não, não parece isso.”

Olhando para cima no baixo teto da sala de pedra iluminada pelo braseiro, uma pessoa podia ver uma imagem de uma terra redonda, em forma de disco abundante com oceanos e montanhas. O mural parecia que foi tirado direto da imaginação do povo de tempos antigos. Ele deu à Yuusuke uma forte sensação de déjà vu.

“… O que isso poderia ser…? Eu ouvi uma voz estranha e meu corpo começou à flutuar… eu tenho a impressão que eu já vi essa imagem antes.”

As palavras ao invés da voz. Ao invés de ouvir as palavras diretamente, era como se ele tivesse sentido elas de um jeito misterioso. Depois disso ele viu seu próprio corpo se levantando e saindo da área do templo num passo rápido. As memórias do que aconteceu depois estavam embaçadas na mente dele.

Yuusuke suspirou uma vez, se levantou do pedestal, ele estava usando como uma cadeira, e se virou em direção da saída da sala de pedra. Olhando por trás do pedestal, na frente dele havia uma saída sem porta, levando para um corredor escuro.

Imediatamente depois de deixar o quarto, o corredor se esticava para a direita. Depois de ir em frente um pouco ele foi para esquerda. Depois disso por algum motivo ele voltou para o mesmo lado de novo. Ele pegou um pedaço de madeira do braseiro e segurou ele na frente como uma tocha.

Quando ele tocou o pedaço de madeira, a mesma campainha tocou de novo na cabeça dele, mas, no que Yuusuke se acostumou com ela essas horas, ele não teve pânico.

Curiosidade e sentimentos como ansiedade ou raiva não apareceram dentro dele. Yuusuke também não sentiu sua mente congelar nesta repentina, inaturalmente misteriosa situação. Fundo em seu coração, Yuusuke sentiu um sentimento de aceitação.

Com seu cabelo branco puro flutuando no vento, uma garota se apressou por um pequeno caminho para o templo que estava construído na mata, localizado uma pequena distância da vila.

“Sun, você está indo para o templo, certo?”

“Ah, professor Zeshald.”

Um homem idoso gritou para uma garota de vila, Sun, que estava segurando flores multicoloridas e recém colhidas frutas rara¹, O nome do homem era Zeshald. Ele era um doutor na próxima vila [Rufk]. Apesar de entorpecido pela idade, este homem de cabelo e olhos azuis recebeu proteção divina do [Deus d’água – Shalnar] e era um [artista divino] pertencendo aos [usuários de artes de água].

– Usuários de artes divinas –

Poderes únicos, chamados [artes divinas] eram possuídos pelos quatro grandes deuses. Neste mundo, pessoas acreditavam na religião dos quatro grandes deuses, governando sobre [fogo], [água], [terra] e [vento], que, supostamente, haviam criado o mundo.

A maioria das pessoas receberam bênção divina e proteção dos deuses e, como uma prova disso, tinham a habilidade de usar artes divinas. A lei era que uma pessoa podia usar uma skill divina e, sob o efeito da bênção do deus, seu cabelo e olhos mudavam de cor para a cor pura do deus.

Zeshald podia usar uma arte divina de Shalmar, Deus d’água, que era o segundo mais forte dos quatro grandes deuses e é considerado um Deus de força média. Porque ele masterizou arte divina de água do tipo de cura, ele era tão influente que se ele vivesse na sociedade dos usuários de artes divinas ele seria capaz de levar uma vida luxuosa. Ainda assim, ele era um excêntrico…

“Professor, esses são livros novos de novo?”

“Desta vez eles parecem ser de um antigo templo de Nossentes.”

“Aquele templo também, claro que de uma vila daqueles sem poderes…?”

“Afinal é improvável que pessoas sem poder e o deus maligno tenham algum tipo de relacionamento.”³

– Os sem poder literalmente significavam pessoas que não podiam usar qualquer tipo de arte divina e, portanto, eram diferenciados dos usuários de artes divinas.

Usuários de artes divinas criaram um [sistema de ranque], governado pelas diferenças em artes divinas. De acordo com este sistema, pessoas com habilidades similares viviam juntos em cidades separadas. Pessoas sem poder por outro lado não eram permitidas a entrar nessas cidades, então elas se juntavam em vilas e comunidades.

Uma típica comunidade onde pessoas sem poder viviam era chamada [uma vila dos sem poder]. Então nas velhas vilas das pessoas sem poder, espalhadas por toda a terra, haviam vários templos misteriosos, chamados [templos dos sem poder]. Aqueles, que estudavam esses templos, mencionaram altares consagrando deidades ameaçadoras. Logo os templos começaram a ser chamados de [templos do Deus Maligno].

Em Kaltsio, o [Deus Maligno] era conhecido como o [Deus da calamidade] desde os velhos tempos. De acordo com a lenda, ele descendeu em Kaltsio por volta de cada 300 anos e trouxe calamidades com ele. Neste ano, exatamente 300 anos se passaram desde a última calamidade.

Contudo, a [última calamidade] e o [deus da calamidade] eram apenas uma lenda no que não havia informação escrita sobre os eventos de 300 anos atrás, nem sobre aqueles que aconteceram mais 300 anos antes. Mais da metade das pessoas educadas acreditavam que este deus era uma superstição.

“Um Deus Maligno? … Isso realmente existe?”

“Hoho, eu, também, sei um monte de lendas sobre bestas malignas, mas eu realmente acho que isso existe.”

O [Deus da Calamidade] é pensado como sendo ligado com eventos tais como desastres naturais e surtos epidêmicos. Pessoas sem poder também se machucaram ou adoeceram, mas, diferente dos usuários de artes divinas, elas não tinham quaisquer artes como as artes de cura que os usuários d’água tinham que podiam imediatamente curá-los.

Então no caso de um desastre de larga escala ou uma epidemia, as pessoas sem poder levavam o grosso do dano. Eles construíram templos para o Deus Maligno próximos de suas vilas para rezarem para aqueles grandes desastres evitarem eles. Era pensado que por esta razão uma estátua lembrando um deus maligno era contemplado nesses templos.

“Nesse caso, para o professor vir até Rufk, o deus maligno não deve ser assustador, certo?”

“Hohoho, você é uma boa garota, Sun.”

Zeshald sorriu com os cantos de seus olhos e passou a mão pelo cabelo de Sun com as costas de sua mão. Ela era uma garota com olhos distintivamente brancos emoldurados pelo cabelo branco, que era a característica de uma pessoa sem poder. Ela vivia em uma das vilas dos sem poder que estavam espalhadas na área, chamada Rufk.

Por causa da diferença de força entre os usuários de habilidade e os sem poder era tão desesperadoramente evidente, isso se tornou uma identificação absoluta de status social. Dependendo do país, pessoas sem poder eram ou consideradas como sendo de baixo status ou nem eram tratadas como humanas mesmo.

Não haviam usuários de artes divinas interessados nas pessoas sem poder constantemente oprimidas, além de piadas e caridade. Zeshald, que vivia na vila dos sem poder, compartilhava do mesmo ponto de vista de viver nas vilas e livremente usava suas artes divinas de cura para ajudar eles, era verdadeiramente um excêntrico.

Então Sun, mesmo que ele era um médico usando artes divinas, mesmo que ele fosse apenas uma pessoa, respeitava Zeshald.

“Então, eu estou indo para trocar as oferendas.”

“Tome cuidado.”

Zeshald viu Sun partir, que seguia para o pequeno templo. Ele então sentou olhando em direção da vila Rufk enquanto passava pelos recém obtidos livros relacionados ao [Deus da Calamidade].

Os livros que ele havia estudado até agora continham conhecimento comum sobre o Deus Maligno: [O Deus Maligno trouxe a calamidade ao mundo e então desapareceu].

“Hmm, a mesma coisa está escrita neste livro… Afinal os tipos de doenças infecciosas são notáveis, eh?”

Além de ser um médio de vila em Rufk, Zeshald também realizava pesquisa relacionada aos templos das pessoas sem poder. Na verdade, a razão original pela qual ele começou a viver na vila das pessoas sem poder era para que ele pudesse estudar o estilo de vida rústico das pessoas que não receberam a bênção e não podiam usar as artes divinas, cuja ingenuidade e esforço deixaram uma impressão profunda nele.

Nas cidades dos usuários de artes divinas, se um trabalho de fazer simples jóias ou de construir uma casa esplêndida, o trabalho era feito pelos usuários de artes divinas. Havia quase nenhum trabalho para pessoas que não eram artesãos. Produtos e estruturas que eram o resultado da maestria de pessoas em artes divinas podiam ser vistos em qualquer lugar.

E ainda assim, nas vilas dos sem poder, se uma casa precisava ser construída, a vila inteira trabalhava junta para construir ela. Desde cortar a madeira e preparar a base até completar a porta e o telhado, a pessoa que tinha as habilidades e experiência, enquanto ensinava aqueles que queriam aprender o trabalho, trabalhavam juntos para completar a construção.

Zeshald, reconhecendo este estilo de vida de suporte e cooperação mútuos e tendo obtido a dita experiência e habilidades, não achava que os pequenos templos e as velhas lendas dos sem poder carregam sentido nenhum que deviam ser deixados para o futuro.

“Se eu tivesse que chutar pela descrição e período da última calamidade… Deve ser entre o quinto dia e o décimo dia do mês de fogo de Shalnar. Hoje é o dia 11, eh?”

Havia uma boa quantia de boatos flutuando ao redor nas cidades se tratando do período de 300 anos da calamidade. Mas a atmosfera era calma e de forma alguma lembrava aquela de uma preparação para a calamidade por vir. Uma pessoa podia normalmente ouvir esses boatos como papo furado enquanto bebia álcool.

“…? Há mais pássaros por perto que o de costume?”

Inadvertidamente erguendo seus olhos para o céu acima da floresta, Zeshald se agitou depois de sentir algo parecendo um poder divino parecido com o que ele mesmo manejava.

“Bem, nada aventurado, nada ganho.”

Ele olhou de novo para o bando de pássaros circulando ao redor da floresta, parou seu trabalho, e começou à andar em direção do pequeno templo.

...Nota(s):...

1 – A fruta se chama rara, não é que a fruta em si tenha raridade…

2 – Koshihimo é um tipo de cinto para amarrar um kimono.

Cabelo Preto

Com um leve som, um maço de flores caíram nos pés da garota. Frutas lala seguiram, caindo nas flores e rolando embora. Nos seus arregalados olhos brancos, um reflexo de um homem, acenando suas mãos enquanto murmurava algo podia ser visto. A garota correu embora, gritando, seu rosto congelado em medo.

“Ah, espere um pouco…”

Tendo alcançado a saída da estrutura que guardava a sala de pedra, Yuusuke encontrou uma garota com cabelo branco puro… e essa garota fugiu correndo… gritando…

“Mesmo quando eu só queria falar com ela…?”

Ele se sentiu levemente perplexo enquanto pegava o maço de flores e as coisas que pareciam frutas que ela derrubou. Elas pareciam idênticas às oferendas na sala de pedra.

“Então aquela garota veio aqui para trazer oferendas, eh?”

“Ela não me confundiu com o demônio para quem foi ofertado este robe, confundiu?” pensou Yuusuke depois de lembrar da estátua ameaçadora. Ele estava levemente preocupado sobre sua aparência, mas, pelo menos, ele não parecia com a estátua monstro-humana no altar. “Talvez eu só pareça com uma pessoa suspeita?”

“Uhm.”

Yuusuke gemeu enquanto checava seus arredores. Era um lugar quieto, cercado por árvores de algum modo altas. As árvores cresceram tão densas que a floresta em si se tornou escura e o outro lado da floresta não era visível.

Parecia que a estrutura com a sala de pedra era localizada numa pequena clareira cercada pela floresta. De certo modo parecia austera e carregava uma sensação similar com o terreno de um templo Xintoísta. Um pequeno caminho, parecendo mais com a trilha de um animal, continuava entre as árvores na direção em que a garota correu.

“Devo tentar ir lá?”

Depois de decidir que não tinha sentido permanecer aqui, Yuusuke tentou ir pelo pequeno caminho. Jogado em algum lugar desconhecido por um repentino fenômeno sobrenatural, ele estava atualmente no meio de outra situação anormal e era incapaz de falar com qualquer um que pudesse explicar qualquer coisa para ele.

Porque de uma garota, parecendo mais uma criança, veio aqui sozinha mais cedo, ele esperava que este lugar não fosse perigoso.

“Professor! Professor Zeshald!!”¹

“Hmm?”

Zeshald, andando no pequeno caminho em direção do templo, não conseguia compreender a aparição de Sun, que estava fugindo da floresta.

Ela correu como se ela estivesse sendo perseguida por alguém, pulou em Zeshald e se pendurou nos braços dele. No que Zeshald acariciou o cabelo de Sun para acalmá-la, ele perguntou se ela teve problemas com malfeitores da cidade de novo.

“O que aconteceu?”

“Professor! Um deus Maligno… um deus preto Maligno saiu do templo!”

“… Deus Maligno, você diz?”

Pensando no que podia ter acontecido, Zeshald ergueu seus olhos em direção ao caminho, levando para a floresta, examinando a figura do homem que havia aparecido nele.

“Preto… não me diga?”

Com ombros tremendo, a garota assustada se virou para olhar e, depois de confirmar a presença de uma [pessoa com o cabelo preto], se escondeu atrás das costas de Zeshald. Usuários de artes divinas, pessoas capazes de usar as artes divinas, tinham seus cabelos e pupilas coloridas de acordo com o Deus de quem eles receberam suas bênçãos.

Os [usuários de artes de fogo] haviam recebido as bênçãos do deus do Fogo Volnar e carregavam a cor vermelha.

Os [usuários de artes de água] haviam recebido as bênçãos do deus d’Água Shalnas e carregavam a cor azul.

Os [usuários de artes de terra] haviam recebido as bênçãos do deus da Terra Zalnar e carregavam a cor amarela.

Os [usuários de artes de vento] haviam recebido as bênçãos do deus do Vento Fyolnar e carregavam a cor verde.

Os [sem poder] que não haviam recebido a bênção de qualquer dos quatro grandes Deuses carregavam a cor branca. O [preto] era a cor de [calamidade] usada para retratar o deus Maligno. Logo, as estátuas do deus Maligno nos templos dos sem poder eram consequentemente pintadas de preto e poderiam haver aqueles que queriam parcialmente tomar aquela imagem.

Ao menos Zeshald não havia visto uma pessoa com cabelo ou pupilas pretas nem uma vez durante seus longos 52 anos, incluindo mais de 30 anos que ele passou viajando por vários países, pesquisando o deus Maligno.

Ativando a arte divina que ele possuía, Zeshald andou levemente para frente para poder proteger Sun da pessoa com o cabelo preto.

“Você, quem é você?”

Yuusuke hesitou em como responder a pessoa idosa que parecia estar em alerta, protegendo a garota de antes atrás das costas dele e, sem qualquer traço de medo em seu rosto, pediu para ele se identificar. Ele não demonstrava hostilidade mas era difícil dizer se ele era um amigo.

“Uhmmm, meu nome é Tagami Yuusuke, eu sou um japonês. Diga, você sequer entende o que eu estou dizendo?”

“Sim, nós estamos ambos falando a mesma língua. Seu nome é [Tagami Yuusuke], certo? E [Japonês], é esse o nome da sua tribo?

O homem, que questionava Yuusuke e falava a mesma língua, parecia preferir comunicação ao invés de violência. Depois de explicar o nome de “Japão”, Yuusuke falou sobre as coisas misteriosas que ocorreram com o corpo dele.

Ele falou sobre o chamado da [voz], seguido por aparecer num lugar completamente desconhecido e recuperando sua consciência num templo em seguida. Yuusuke vocalizou sua preocupação que, se uma pessoa normal ouvisse isso, ele iria pensar de Yuusuke como um louco delirante – nada disso trouxe um sorriso ao rosto de Zeshald.

[“Tagami Yuusuke… um homem que apareceu do templo dos Sem Deus poderia na verdade ser o deus Maligno em si. Ainda mais se ele diz que ele foi chamado de outro mundo.”]

“Sua história é muito interessante de fato, mas o deus Maligno…”

“Ah, eu vivi entre humanos normais.”

“Mm, mas você foi sequer chamado de deus Maligno?”

“Não! Isso é… Apenas a voz disso ISSO. Eu sou realmente apenas uma pessoa normal.”

Sun estava se escondendo atrás das costas do velho homem durante a conversa inteira entre Yuusuke e Zeshald.

“Então, você realmente trouxe calamidade à este mundo?”

“Ao invés disso, eu quero dizer que eu sou aquele que experienciou a calamidade…”

Depois de ouvir a história de Yuusuke e decidindo que ele não é uma pessoa perigosa, Zeshald decidiu acompanhar o jovem garoto até a vila Rufk. Sun estava visivelmente pálida e sua cabeça estava tremendo, então Zeshald havia convencido ela ao dizer “Este homem não é perigoso” e persuadiu ela à retornar para a vila na frente deles.

Enquanto andavam na estrada rural, eles conversaram sobre porque Yuusuke era chamado como um deus Maligno e porque Zeshald pensou que ele podia trazer a tona uma calamidade. Apesar de falar durante todo o caminho, a discussão trouxe mais questões do que respostas.

“Há doenças que não podemos curar. Se o contágio se espalha, nós chamamos isso de calamidade.”

“Você parece perfeitamente saudável.”

Normalmente insocial, Yuusuke achou um assunto inusitado de interesse e abriu seu coração enquanto discutia isso com Zeshald. Seu parceiro, afinal, era um amigável e razoável velho camarada que deu à Yuusuke um senso de segurança.

Zeshald falou de coração aberto com Yuusuke, que, apesar de ter sido jogado sozinho numa terra estranha, não estava desorientado e agiu calmamente desde o começo, por fora, mas por dentro ele estava cuidadoso para não se deixar levar e abaixar sua guarda.

“Ainda, essas roupas… você consegue fazer algo para fazer elas parecerem mais compridas?”

Yuusuke suspirou de vergonha por parecer uma pessoa dos tempos antigos enquanto vestia as roupas que foram deixadas como uma oferenda. Já pelas (olhando para) as roupas de Zeshald, ele estava vestindo calças que cabiam folgadas, feitas de pano grosso que estava enfiado em botas marrons. Acima da cintura ele estava vestindo uma camisa branca de aparência confortável coberta por um casaco que parecia mais um manto.

As roupas pareciam aquelas que um nobre da idade média vestiria nos países ocidentais, mas ainda elas pareciam [ordinárias]. Andando atrás de um homem assim enquanto vestido como uma pessoa dos tempos antigos dava uma sensação de algum modo vergonhosa de fato.

“Se eu pudesse ao menos vestir calças ordinárias e uma camisa…”

Yuusuke disse isso enquanto ele estava pegando suas roupas, mas então ele repentinamente parou. Depois de perceber isso, Zeshald, que estava andando 2-3 passos na frente de Yuusuke, se virou. Depois de ver o jovem de pé embasbacado e encarando algo, Zeshald ficou ainda mais cauteloso.

“O que houve?”

“Eu… Eu estou sonhando…”

“Hoho, então nós somos as pessoas, vivendo dentro do seu sonho?”

Yuusuke calmamente recebeu a resposta franca de Zeshald no que ele continuou a encarar embasbacado algo na frente dele. Ou, para ser mais preciso, era uma imagem. Na frente dos olhos dele havia uma imagem básica² que continha um menu com um simples layout.

Era o menu de [Criação de Item – Sistema de Customização] – um elemento especial do jogo que ele estava jogando logo antes de ser chamado pela voz misteriosa. Na janela de customização, Yuusuke viu um modelo 3D giratório da vestimenta que ele estava agora vestindo.

Então Yuusuke recordou algo.

“Oh, é isso! A campainha lá trás era o som que você ouvia quando você tocava um item customizável naquele jogo.”

Zeshald inclinou sua cabeça enquanto observava Yuusuke falando consigo mesmo.

“Hmm, eu não consigo entender metade do que você está falando. Você se lembrou de algo?”

“Ah, por favor me dê um momento.”

Enquanto olhava para o espantado Zeshald, Yuusuke processou o item no menu, que ele apenas podia ver.

Ele rudemente customizou a cor e a forma das roupas. Haviam outras barras deslizantes para habilidades e parâmetros do item, mas Yuusuke operou apenas as barras deslizantes necessárias. Uma a uma, quase idêntico àquele jogo, ele podia configurar precisamente todas propriedades do item.

[“Não há pontos de customização, isso significa que eu posso mexer com o item o quanto eu quiser? Isso não é trapacear?”)

Com seus olhos focados em algo invisível, murmurando palavras desconhecidas enquanto movia seus dedos no ar, Yuusuke pareceu muito suspeito, mas ainda, Zeshald sentiu um poder lembrando aquele de uma arte divina emanando do jovem homem.

“O que você está fazendo, Tagami Yuusuke?”

Porque as roupas oferecidas haviam muito pano, Yuusuke dividiu elas numa camisa e um par de calças, e então mudou suas formas respectivamente. No jogo, jogadores podiam remodelar roupas, vendidas pelos NPC, do jeito que eles quisessem e podiam ter seus personagens vestindo isso.

Incidentalmente, ele também alguma roupa íntima. Sendo incapaz de decidir a posição, ele não conseguia sossegar.

“Ok, isto deve resolver… … Executar!”

Estando imerso na tela de customização, Yuusuke, com medo disto ser apenas um sonho, hesitou por um momento, mas, tendo decidido que acordar como se nada tivesse acontecido não seria uma coisa tão ruim, ele pressionou o botão “Executar” na tela.

Yuusuke foi cercado por uma luz morna.

“?!”

“Hey, você! …”

As roupas oferecidas se transformaram numa camisa cinza, um par de calças pretas e cueca verde.

“Kyaaaaaaa!!”

O grito da garota ressoou no momento em que a luz desapareceu. Sun, com seu cabelo branco balançando no vento, correu embora enquanto cobria seu rosto, vermelha de vergonha. No momento que a luz envolveu Yuusuke, Sun, estando preocupada, voltou para procurar por Zeshald. Ela estava encarando na luz enquanto procurava pelo símbolo do deus Maligno…

“Ah…”

“Ela fugiu gritando de novo”, suspirou Yuusuke, de pé no meio da estrada rural, cercado pela abundante vegetação.

“Ah, verdade. Se você customizar o equipamento que você está usando, ele é desequipado no processo. Hahahaha…”

Zeshald, tendo testemunhado o poder comparável com artes divinas, perguntou à Yuusuke, que estava rindo uma risada sem emoção, e estava lentamente recolhendo as roupas espalhadas do chão… no meio tempo, Sun estava correndo de volta para vila.

“O que foi isso agora pouco? Eu não sabia de uma arte divina que te permite instantaneamente remodelar roupas.”

“Arte divina?”

Zeshald estava agora ainda mais convencido que o jovem, que havia virado sua cabeça de lado em confusão, não era uma pessoa deste mundo. Ele pretendia apenas levar ele para vila, mas, depois de conversar com ele sobre os costumes deste mundo, ele decidiu permitir ele se acalmar na vila e então ouvir sua história em detalhe.

“Hmm, o que eu devo lhe ensinar primeiro?”

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