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Seu Cheiro Em Mim

Capítulo 1- E foi assim que ganhei alguém -LUA

O pátio desse internato sempre foi sombrio. Ora, isso não é um internato, aqui é a minha intensa prisão. Eu estou satisfeita em estar aqui a 5 longos anos, afinal, entre esses muros posso esconder minha miséria. Tenho 13 anos e quando cheguei estava imóvel, cega, surda e muda. Sim, exatamente como minha mãe pediu. Ela me disse enquanto eu sentia o fedor de sangue:

-Mesmo com ouvidos abertos, não escute, com os lábios vibrando, não fale e com os olhos acesos, não veja. Salve o nosso melhor minha LUNA.

Eu não sei o motivo dela naquele momento ver o melhor e confiar a mim, eu não via e não tinha esperanças, contaminei tudo com a dor do que me fez calar, ver e escutar. Me tornei apenas mais uma filha escondida da máfia, eu tinha defeitos e isso me salvou de conviver com as demais meninas dessa prisão.

A cada 3 meses meu primo Geovane vem me visitar conferindo minha existência … ele não sabe que a única promessa que mantive para ela foi -viva minha Luna, viva e seja delicada o suficiente para fazê-los sangrar- eu não entendia isso. Me consumia, me dava medo e eu parava sempre que lembrava dessa parte da minha promessa. Quando tudo aconteceu o único que conseguiu olhar em meus olhos foi Geo, ele disse:

- Eu os fiz sagrar para você, pode descansar agora. Tudo está vingado, você voltará a ser nossa flor.

Mais eu já estava quebrada, ninguém além de mim sabia tudo que eu havia passado. Geo se concentrava em cuidar de mim, ele era como um irmão e tentava me dizer que meu pai me amava e que sua distância era o medo de eu rejeita- ló. Mal meu primo sabia que eu não o queria por perto, sou a culpada por ter rancado seu amor dessa vida, eu não podia encara- ló. Meu pai me enxerga de verdade.

Eu estava esperando por GEO quando vi um homem muito bonito brincar com uma jovem linda, seriam namorados? Não, eles tinham os mesmos traços. A jovem ria e dançava a sua volta, como se isso o provocasse, porém ele apenas sorria. Eu estava encantada com a alegra deles… eu já tive aquilo e era com ela, com a minha mãe. Agora estou aqui escondida dentro de um casaco enorme com capuz preto para que ninguém contemple os meus pedaços. Foi quando aquela garota olhou em minha direção e tudo que eu senti foi estranhamente diferente, ela ficou me encarando como se eu fosse um cachorrinho com a pata quebrada, eu comecei a sentir medo e quando me virei para correr bati em um parede de músculos. Meu DEUS, tudo estava dando errado, e o cheiro do homem em que eu esbarrei estava impreguinando em mim… eu precisava correr, mas ele me segurou e eu ceguei. Sempre era a primeira reação que eu apresentava quando o medo me consumia, o homem me sacudiu e disse:

-QUEM É VOCÊ É PORQUE ESTÁ ESPREITANDO MINHA IRMÃ?

Neste momento eu já não via nada eu só sentia o cheiro forte que vinha do homem. Então eu escutei:

-Irmão deixe ela, assim será difícil me adaptar, você já está intimidando minhas colegas, poxa, o que combinamos. -Disse a garota. Logo escutei Geovane gritando:

- SENHOR, SENHOR, solte- a, ela não representa perigo e minha prima, está me esperando.

-Eu perguntei a ela, porque não me respondeu? Sabe com quem esta lhe dando menina. -Disse o homem do cheiro forte.

-Irmão ela é só uma menina, deixe para lá e vamos nos despedir de nossa irmã. -Me defendeu o rapaz sorridente.

O homem me soltou e logo senti o perfume de Geo e suas mãos me seguravam com firmeza e ouvi baixinho:

- Está tudo bem, está tudo bem, eu estou aqui. -Ele já sabia que em minhas crises de pânico meus sentido me abandonavam. Dai comecei a senti uma mão delicada em meus cabelos e logo escutei a voz suave da garota:

- Ei, nova amiga, não fique assim, eu vou cuidar de você, meu irmão é um grosso, sorria pequena, levante. O que ela tem? -Eu já não estava lá, eu só era uma espectadora dos meus sentidos.

-Ela tem crises de pânico e quando sente medo, perde os sentidos, agora não vê, e em seguida não fala e não escuta. Ela só estava me esperando. Calma LUNA o Dom só estava olhando por sua irmã. Ele não vai te machucar.- Meu primo tentava afastar as sobras em mim.

-CATARINA SOPRANO VENHA LOGO AQUI, DEIXE ESSA CRIANÇA MIMADA CHORAR ATÉ CRESCER, EU TENHO QUE IR. -Gritou o homem rude do perfume forte.

-JÁ VOU SEU BRUTO. -Gritou a jovem.- Ei Luna, logo volto e vamos ser inseparáveis, vou cuidar desses lindos cabelos seus e vamos fofocar. Então melhore.

E foi assim que conheci a minha melhor amiga e irmã, foi assim que ganhei pela primeira vez alguém.

Mesmo eu sendo reclusa, ela insistia, ela cuidava, até que meu coração quebrando aceitou de bom grado seus carinhos e nos tornamos inseparáveis. Por conta dela passei a frenquentar as aulas em turma com as demais meninas. Todas zombavam de mim por minhas roupas e meu capuz, mais Catarina as proibia de tocar em mim ou me intimidar. Somente ela cuidava de mim e Geovane vem agora todos os meses me treinar. Ele dizia que esses treinos iam me permitir lutar com as sobras. Mal ele sabia que eu já estava coberta por sobras.

Eu treinava defesa pessoal, pontaria e combate todos os dias por 5 horas, e todo mês Geo me passava lições para que eu aperfeiçoasse cada ataque e defesa. Cat minha melhor amiga cuidava dos meu cabelos longos, ela era a única que eu deixa toca-lós, além disso minhas feridas e cortes ela fazia questão de olhar e pessoalmente limpa-lós. Ela dizia que eu não teria mais nenhuma marca além das que eu carregava na alma.

O Tempo foi passando e eu senti que tinha motivos para cumprir minha promessa de viver, eu tinha Geo e Cat. Eu os amava e eles eram minha família. Eu era quebrada mais ainda os tinha. Completei 16 anos e meses depois Cat 18. Cat era a menina mais linda da escola e todas as demais garotas queriam sua atenção, pois ela era a irmã do Dom.

Foi antes de se despedir de mim que algo estranho aconteceu. Ela estava esperando seu irmão Tomazo e eu estava ao seu lado como sempre, no local que só membros de confiança sabiam, lá que ela saia da escola e eu me encontrava com Geo. Conversávamos sobre sua festa de 18 anos que eu não iria e ela tentava me convencer a mudar de ideia quando, uma das garotas do internato veio correndo em nossa direção e apontou uma arma para Catarina e mandou que ela se ajoelha. Como sempre ninguém me enchegava, afinal eu era insignificante. O desespero da minha amiga foi enorme, eu comecei a sentir pânico e meus sentidos foram forçando tentando me paralisar. Quando ouvi um homem dizendo:

-PARABÉNS irmãzinha. Vamos tocar na irmã do poderoso Dom. E Esse lixo aqui, acabe com ele- Neste momento, minha amiga gritou:

-Não, ela não, faça o que quiser comigo, mais não toca na minha amiga. - Sua súplica empurrou meus sentidos para um lugar muito estranho e eu e pude ver aquele homem e eu reagi.

Eu estava próxima da menina com a arma, então pulei sobre ela e com um golpe único ela desmaiou. O homem era muito mais forte que eu e em fúria veio para cima de mim, eu o desequilibrei e o levei para o chão, não sei como passei para suas costas, só sei que estrangulei o suficiente para que ele perdesse os sentidos. Minha amiga pegou a arma e ficamos as duas olhando tudo aquilo, nervosas e tremendo. Geovane chegou por trás de CAT e tomou a arma, nervoso perguntou:

-O que aconteceu aqui? - Foi nesse momento que eu fiquei desesperada e o medo me levou a ficar novamente cega, eu estava perdendo o controle e a fim de acalmar meus temores combinamos que tudo que aconteceu ali seria atribuído a Geovane e eu não sairia da minha prisão, nada daquilo seria mais falado entre nós, meus medos estão ativos, eu me tornei novamente a Lua frágil que trouxe para sua casa a dor.

Ninguém saberia que eu era a minha própria escuridão, só essa certeza me acamou. Eu fiquei na enfermaria por um mês, ninguém me tocava além de Cat e Geo.

Cat me disse que seu irmão tornou Geovane um homem de confiança e disse que ela ficaria por mais dois anos no internato para sua própria segurança, ela não sabia o que estava acontecendo, mais me prometeu que me ajudaria a sentir paz novamente. E foi assim por dois anos que a paz retornou a minha vida, CAT E GEOVANE colaram pedacinho por pedacinho da minha alma, impedindo que minha escuridão crescesse. Aprendi, línguas, combate, culinária, me destaquei em técnicas de enfermagem , eu havia melhorado em controlar o medo. Eu estava sendo aquilo que minha mãe tando queria. Eu estava sendo delicada por fora e uma lutadora por dentro.

Eu me senti em anos feliz, eu conseguia controlar a maior parte das minhas inseguranças, estava perto de sair desses muros, eu tinha medo mais tinha certeza que a família que construí estava comigo, então eu só tinha que focar em proteje lós.

Capítulo 2- Minha rotina-Vincenzo

Ser um SOPRANO exigia muito de qualquer membro. Ser o Don SOPRANO exigia muito de mim, lidar com a família era um verdadeiro saco, mais eu tinha o poder, eu exercia dominância além da máfia e isso tornava as coisas mais fáceis. Meu pai o antigo Dom era um homem sem igual, ele não me tornou um homem alheio a família, ele me amava e demonstra a mim, Tomazo e Catarina que podemos amar a família e sermos tão fortes e poderosos que ao menor sinal de desordem todos os outros sangrariam. Então quando meu pai ficou acamado, depois de levar um tiro em que tentava salvar minha mãe de um sequestro, eu surgi. Minha mãe não sobreviveu, mais eu me tornei uma lenda pela quantidade se sangue que derramei,não tive misericórdia, meus inimigos foram apagados da história.

A dor de perder minha mãe deu lugar a um homem sanguinário e protetor. Eu estava ali sempre, então compreendia que o luto era algo normal, mais a dor da perda tornava qualquer um muito mais duro. Tomazo era um ano mais novo que eu. Meu irmão era meu consigliere, ele era igualmente mortal, sua dedicação maior estava entre torna-nos cada vez mais poderosos e cuidar de nossa princesa, nossa Catarina. Minha irmã perdeu nossa mãe aos 14 anos. E em uma fúria de rebeldia tornou nossas vidas um verdadeiro caos, eu estava dividido entre assumir o poder, vigar nossa família e dominar meu mostro interior.

Como disse tive muito amor, mais quando fui treinado para máfia protejer era meu foco e então não existia nada que eu não fizesse para ser o mais temido. As minhas feras estavam soltas e minha irmã só nadava contra a maré, então eu e Tomazo a levamos para o internato da marfia, assim ela teria outras garotas para conversar e aprenderia a ser uma dama da máfia. Não podíamos falhar, não iríamos falhar.

No primeiro contato com internato, Cat encontrou motivo para sobreviver a distância de casa. Uma menina magricela de olhos azuis que parecia uma mendiga à espera de comida. Isso fez bem a minha irmã, tanto que se tornou difícil trazê-la para casa. Confesso que não foi o melhor contato entre eu e o bichinho do mato, mais ela me fazia um grande favor, ensinava minha irmã a ser uma senhora. Tomazzo realizou uma varredura sobre a vida da garota e ela era nada menos nada mais que a esquecida Lua Fontenele, filha de Afonso meu Capo mais confiável.

Afonso Fontenele se casou com a filha do Don da máfia Laguna ele era o antigo conglierie do meu pai, quando deixou o cargo por uma busca pessoal por vingança. Haviam torturando e matado sua esposa, na frente de sua filha. Ele quis fazer tudo sozinho, ele e Geovane seu sobrinho. Nessa luta o homem abandonou sua filha em um internato e a menina tinha sérios problemas. Geovane se tornou meu homem de confiança por salvar minha irmã de um atentado, ele tornou-se meu subchefe.

Todos os anos nesta data as famílias se reunião comigo para apresentar suas filhas em idade para casamento. Um saco, mais um forma de ganhar muito dinheiro e previlégios. Aos 18 anos as jovens estavam dispostas para casamento, algumas estavam prometidas outras seriam arranjadas. No entanto, seus adoráveis paizinhos as jogavam em meus braços. Eu não sou um moleque, não gosto de meninas mimadas e inexperientes. Eu tenho 3 amantes fixas que mantenho para minha única e exclusiva diversão, então essas garotas não me atraem. O que me deixou pensativo este ano foi a mendiguinha Lua Fontenele:

-Don sei que este ano devo apresentar minha filha, porém venho pedir a dispensa dessa tarefa. Minha menina daqui a dois dias estará completando 18 anos e ela não possui condições de se casar. Quero teaze- lá para minha casa e …, - foi falando Afonso.

-Você lembra de sua filha meu caro? Seu sobrinho a meses vem me implorando por ela, assim como minha irmãzinha, porque eu concederia um benefício deste a você que faltou com ela, sendo que posso ganhar muito nessa transação? Afonso, marque o baile de apresentação de sua filha e lá eu decidirei o destino da garota. E deixo claro meu amigo, que qualquer benefício será por seu sobrinho e por minha irmã. Você neste quesito não tem méritos comigo. - ele sabe que minha palavra não pode ser contestada então sai frustrado.

-Irmão, eu a vi. Então se tiver que me casar, quero Lua. Só vi seu rosto e nunca vi uma mulher tão linda.

-Tomazzo você só pensa com a cabeça de baixo. Essa menina é uma bomba. Pode ser nosso trunfo ou nossa vergonha. Então irmão vou olhar bem de perto essa garota. Quero que esse baile seja majestoso, cuide das roupas da garota e convide os nossos parceiros. Chame o avô da garota . Isso será interessante.

-Por que tá fazendo isso? Nós sabemos que a garota não tem…

-Não termine. Eu sou o DOM irmão, nunca tive tantas ofertas por uma desconhecida. Ela não é vista a 10 anos e capos, dons e associados do mundo inteiro tem me apresentado ofertas. O próprio avô da menina me ofereceu aliança em troca de um casamento com alguém de sua escolha. Então irmão não me venha com essa agora. Nos prezamos por nossa família mais todos tem seus deveres, inclusive a mendiga. Então cuide do que eu falei. E amanhã providencie um encontro meu com a garota, quero saber seu nível atual de retardo.

Lua Fontenele quanto você vale para família.

Fui para meu apartamento e mandei Soraia me encontrar:

-Oi meu amor, estava com saudade do seu pau! Vem eu estou aquecida para você!

-Cachorra eu já te disse que não gosto de conversa, aqui você só geme. E pra isso que você serve pro meu alívio. Então calada e abra essas pernas vadia.

Eu me afundei nela até que estivesse saciado, e era para isso que as mulheres me serviam. Mesmo com a pressão do conselho em me casar eu não mudaria minha rotina, minhas cachorras me satisfaziam e de tempos em tempos eu as trocava. Portanto, minha futura esposa que soubesse dividir. Aproveitaria essa temporada de belas virgens para escolher a senhora Soprano e já tinha em mente quem seria a minha escolhida, seria Micaela Braga, essa garota sempre se esfregando em mim, era linda só não tinha idade para que eu a provasse. Agora ela já tem 18 anos e eu aproveitaria a festa de Lua para saber se na cama essa garota me aguentaria e se assim fosse eu a tomaria para mim.

Essa festa será histórica. Minha máfia lucrará com Lua, eu comerei Micaela que poderá se minha senhora e levarei Soraia para que qualquer mulher que eu escolha entenda que uma mulher na minha vida, fora minha irmã, só tem lugar na minha cama.

Capítulo 3- Conhecendo o Dom- Lua

Tudo que eu vivi aqui, neste internato me fez sentir alguém que poderia buscar alguma luz ao sol, eu me sentia mais segura, esses anos com Cat me fizeram ver que posso sim, sorrir, que eu tinha por quem lutar, não sei por que Cat se tornou meu porto seguro, ela conhecia cada dificuldade minha e o detalhe é que percebi que minha melhor amiga estava flertando com meu primo. Seria perfeito! Catarina me contava tudo, mais quando se tratava de Geo percebi que ficava reservada, se sentia culpada. Ela jurava que eu amava meu primo, mesmo eu tendo dito que ele é meu irmão de alma, ela insistia.

Estou um pouco assustada, todos sabem que aos 18 às meninas deixam o internato e voltam para suas famílias para cumprir suas obrigações, mais eu não era comum, eu era a garota quebrada, então ninguém seria louco o suficiente para colocar qualquer responsabilidade sobre meus ombros. Hoje estou arrumando minha mala, para voltar para aquilo que um dia foi meu lar. Estou tranquila porque Geo me prometeu que estará lá todos os dias e Cat disse que Tomazzo já garantiu que ela poderá me visitar sempre que quiser, ou seja todo dia.

-Ei irmã, não fique nervosa, tenho novidades e vamos superar tudo juntas eu prometo. - Veio minha amiga com todo cuidado me abraçar. Lógico que eu já tremia, quem começa uma conversa assim, com alguém problemático como eu? -Menina acalma esse coração que vou te contar o que está por vir. Amiga você precisa acreditar em mim, ok, meu irmão não morde e se ele olhar errado para você eu o mato.

-Do que você tá falando louca, o que tem Tomazzo? -Eu já estava sentada na cama, lutando contra as sombras.

-Não é o Tomazzo mana, e o VINCEN. Merda, o que ele quer? Não se preocupe. Vamos estar juntas. Mais preciso te emprestar uma roupa minha, porque será ofensivo aparecer na presença do Don com seu trapos LUNA. Eu sou irmã dele, e nem para mim é permitido esse tipo de coisa. Venha, eu tenho um vestido que vai servir. Não tenho esse tanto de curvas, mais esse vestido vai te ajudar.

-Não mana, eu não vou vestir isso. Eu..eu..eu não consigo, ele é o Dom... Eu não vou.

-Lua, não quero ser rude com você por que eu conheço seus medos, mais nós trabalhamos muito esses anos e você sabia que isso podia acontecer. Agora confie em mim ok.

E com um aceno, ela tomou todo partido da coisa, me vestiu me penteou e me conduziu até o carro que vinha nos buscar. Hoje não foi Geo e sim Tomazzo, ele foi quem nos levou até um local que eu sabia bem como era , tudo estava conforme minha mãe deixou. O jardim estava florido com suas belas rosas brancas, as árvores estavam maiores do que eu me lembrava, o tempo parecia adivinhar que eu estava retornando para aquele lugar, estava muito nublado talvez chovesse, seria o céus implorando para eu sair dali, fugir daquela casa? Não lembro como cheguei lá, mais em 10 anos, eu estava colocando meus pés na casa onde vivi os melhores anos da minha vida.

-Desce Luna, é a sua casa. Tomazzo irmão, para de olhar para minha amiga, ela não é pro seu bico. Ajude com as malas, vamos, onde logo! -Já estávamos próximos ao jardim.

-Maninha eu nunca vi uma mulher tão linda. Lua Fontenele é meu novo referencial de beleza e delicadeza.- Ele ignorou a irmã e veio até mim, tocando minha bochecha.- Permita me apresentar, já que veio até aqui alheia ao mundo a sua volta, eu sou…- neste momento eu comecei a chorar a tremer.

-Eu te falei Tomy, eu te disse para não toca- la. Calma flor, calma!

Não sei quanto tempo passou ou o que aconteceu, eu estava deitada no gramado em posição fetal, gotas grossas de chuvas estavam caindo sobre mim, eu não via e não escutava mais nada. Foi quando senti um cheiro selvagem que não me recordava de onde eu conhecia, alguém estava me pegando no colo, eu senti suas mãos em meu corpo e não senti medo, ou tristeza. Eu sentia que aqueles braços eram minha casa, que aquele cheiro devei se apossar de mim, porque tudo isso estava afastando as sombras. Isso era novo demais para mim, foi quando eu não senti mais nada e a escuridão me tomou.

Acordei no meu antigo quarto, supresa, como vim para ali? Como tudo pode está igual? Sentei na cama e quando olhei para o lado meus olhos se depararam com um homem, o mesmo cheiro de antes, e aqueles olhos verdes cheios de nuvens, quem era ele. Porque a escuridão não vinha?

-Olá Lua! Você mal chegou e já me deu bastante trabalho menina. Sabia que tinha três homens a sua volta e minha querida irmã não permitia que te tocassem para coloca lá longe da chuva. O que eu fiz para merecer isso? O que eu fiz para encontrar você, menina? Você precisa se tornar uma mulher! Você vai se casar e antes que crie mais problemas, já te aviso que quem pagará por suas ações será Geovane, então sugiro que amanhã na sua festa de 18 anos, esteja linda e lúcida ou vai perder mais alguém princesa. E não chore para minha irmãzinha porque eu a enfiarei em um casamento pior que o seu, se alguém pode achar algo pior do que o que você terá. Menina, você não deveria está tão vulnerável naquela chuva e não deveria ter esses olhos. Você não sabe o que seu show despertou em mim, então garotinha, até amanhã. Esteja linda!

Eu fiquei muda, eu não sabia o que estava acontecendo, mais eu o odiei, eu queria esta perto dele, por que não tinha escuridão, mais eu o odiava, eu odiava Vincenzo Soprano por ameaçar a minha família. Eu odie o homem mais lindo que meus olhos virão e o cheiro mais caseiro que eu pude sentir. Eu o queria longe dos meus, eu não falharia com meus amados, eu não deixaria que nada acontecesse com meu irmão e minha irmã. Eu seria como minha mãe me pediu, eu seria delicada o suficiente para fazer lós sangrar. Ele podia me tirar tudo, mais ele tocou no meu sagrado e por isso ele pagaria. E dessa vez as sobras não me atrapalhariam.

Você irá sangrar Vincenzo. Se arrependerá de machucar a minha família. De me forçar ao abismo. Eu sou um buraco negra quem se perderá na escuridão desta vez será você. Essa será a minha meta.

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