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Uma Babá Maluquinha

A fuga da babá

Aviso importante

A autora adverte que esse livro não pode ser lido em locais fechados, trabalho e principalmente durante a madrugada, pois ela não se responsabilizará por ataques de risos incontroláveis de seus leitores.

Sendo assim, para não manchar sua reputação, leia com moderação.

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Capítulo 01

Anthony Green é um empresário de sucesso não só por está a frente de uma das empresas mais importantes de Nova York, mas por preservar a família em primeiro lugar. Pai solteiro de três filhos, ele sempre consegue arranjar um jeito de conciliar seu trabalho e a criação dos filhos, que por vez são um tanto rebeldes e mimados pelo pai nunca negar nada a eles.

Casou duas vezes e colecionou filhos dos dois casamentos. O primeiro por uma fatalidade do destino acabou perdendo sua amada Lorena no parto, o deixando sozinho e único responsável pela criação da filha Madeline, uma linda menina de 10 anos.

Após quatro anos solteiro e focado apenas na criação de Madeline, finalmente ele abriu o coração para o amor, porém ao contrário do primeiro casamento, Stela Miller não tinha o dom para ser uma mãe de família, mimada e com uma inteligência pura mente artificial, sua beleza era mais que suficiente para uma mulher que nasceu sem neurônios e com cérebro tamanho de uma ervilha.

O fato é que a princípio esses detalhes não o importava, estava cego de amores pela bonequinha de porcelana, o encanto só acabou após ela descobrir que Anthony a engravidou, fazendo o momento mais lindo da vida dele torna-se um martírio, por não querer prosseguir com a gravidez alegando que ter um filho iria desfigurar seu corpo.

O pesadelo da vida de Anthony só veio a torna-se real quando descobriram que ele teria gêmeos e um dos bebês era portador da Síndrome Down, foi a partir desse momento que o preconceito começou a surgir por parte de Stela, alegando que não iria ser mãe de um bebê defeituoso. Dessa forma, assim que a criança nascesse era para deixar num orfanato e ficaria com um dos bebês.

Anthony não concordou com Stela e esperou seus filhos nasceram em segurança para finalmente pedir o divórcio e a guarda permanente dos filhos. Ele não teve muito esforço, pois praticamente Stela  havia os dados de bandeja e dito que ele a faria um favor.

Então percebeu que uma mulher que não ama os próprios filhos, jamais o amaria, esse casamento só não foi a pior besteira que ele fez na vida se não fosse os dois filhos lindos que restou dele. Callie e Pietro de cinco anos.

Trabalhando no seu escritório, Anthony foi tirado de sua atenção quando sua secretária Suely  interfonou avisando que a babá de seus filhos estava querendo falar com ele.

Anthony: Mande entrar, Suely!

Falou e logo afrouxou a gravata tenso, ele já sabia o que possivelmente teria acontecido, como todas as vezes seus filhos sempre colocava as babás contratadas para correr com sua rebeldia. Ele já não sabia de onde tirar pessoas para esse papel. A agência que ele contratou já nem estava mais querendo ofertar seus serviços a ele, por tantos comentários negativos que as ex-babás depositavam no site.

Assim que a babá entrou ele tomou um susto quando viu os cabelos da mulher apontando em todas as direções, sua roupa amarrotada e uma cara de brava foi logo extravasando suas lamentações, e antes que ele se quer falasse alguma coisa ela falou a palavra que ele mais temia.

Babá: Senhor Anthony, nem todo o dinheiro do mundo vai me fazer ficar naquela casa outra vez, eu me demito!

Anthony tentou puxar a cadeira para a mulher sentar, e tentou acalmá-la pegando um copo de água e entregando a ela.

Anthony: Calma, me explique direito o que aconteceu, eu tenho certeza que eles não fizeram por mal, só são crianças.

A mulher olhou para Anthony de uma forma tão rápida, que se tivesse fogo nos olhos o derreteria no mesmo instante.

Babá: Crianças? Desculpe senhor, mas aquilo são uns pestinhas. Olha o meu estado?

Ela se levantou enraivecida.

Babá: Fizeram uma armadilha para mim, eu acabei levando um tombo feio na caixa de areia e sabe o que tinha lá dentro? Um presentinho fedido.

Anthony colocou a mão na boca para esconder a risada, ele limpou a garganta e tentou recuperar a pose.

Anthony: Por favor desconsidere, eu vou triplicar seu salário, mas fique pelo menos esse mês.

Babá: Nem mais um dia! Eu prezo minha boa sanidade mental, te garanto já cuidei muito de crianças, mas nenhuma tinha essa má-criação, você precisa educar direito seus filhos ou a rua vai ensiná-los da pior forma.

Anthony ouvido a babá falar mal de seus filhos trincou a mandíbula irritado, ninguém além dele tinha o direito de fazer tal tipo de comentário. Era verdade que as crianças não eram melhores anjinhos da terra, mas era seus filhos e ele jamais iria permitir que uma pessoa de fora os julgassem. Ninguém mais além deles sabiam o como era difícil crescer sem uma mãe, Anthony fazia os dois papéis, mas ele sabia que não era o suficiente, ele cresceu sem sua mãe e mais que ninguém sabia o quão é difícil para uma criança não ter o amor materno.

Anthony: Não precisa falar mais nada, agora sou eu que não quero você cuidando dos meus filhos. Passe no RH e pegue sua demissão e o pagamento do mês.

Ele abriu a porta para a babá sair e logo foi servis-se de uma bebida para aliviar a tensão. Enquanto tomava um gole do seu whisky, ele enviou um e-mail a sua secretária pedindo para que colocasse novamente o anúncio de contratação de uma nova babá.

Na hora do almoço como todas as vezes, ele fazia questão de almoçar em casa e levar seus filhos a escola sempre que dava. Assim que atravessou a porta Anthony acabou pisando num patinho de borracha que fez um barulho irritante, ele acabou franzindo o cenho quando viu vários brinquedos espalhados pela sala.

Anthony: Callie, Madeline e Pietro o que significa isso aqui?

Deu um grito e logo uma das empregadas correu assustada.

Jena: Senhor eu avisei que não era para eles trazerem os brinquedos da brinquedoteca para a sala, mas não me ouviram, eu vou já guardar tudo.

Anthony: Por favor faça isso, cadê eles?

Jena: Se arrumando para o almoço senhor.

Anthony: Certo, eu vou tomar um banho já desço.

Anthony subiu para se refrescar, enquanto isso sua governanta lutava com Pietro que teimava em não querer tomar banho.

Meg: Desce daí Pietro! Vamos menino, seu pai já chegou. Vamos tomar um banho e vestir o uniforme para ir a escola.

Pietro: Eu não desço, e ninguém me tira daqui.

Ele deu língua para a pobre senhora que já não tinha mais um cabelo preto por sinal, ela tentou convence-lo de todas as formas a tomar banho, sempre era uma luta, pois ele não gostava.

Meg: Desça que eu deixo comer a sobremesa duas vezes.

O garotinho então se animou e deu um pulo afobado.

Pietro: Então tá bom, mais bem rápido viu.

Meg: Tá certo querido.

Meg pegou na sua mão e sorriu vitoriosa, ela o levou para o banheiro. No quarto das meninas elas se enfeitaram de xuxinhas e a mais velha Madeline comentavam com a irmã mais nova sobre a fuga da babá.

Madeline: Vencemos mais uma, agora o papai vai demorar achar outra, e vai ficar mais tempo com a gente.

Ela falava animada enquanto terminava de enfeitar o cabelo da irmã.

Callie: Eu tou bonita?

Anthony que acabará de chegar, sorriu ao ver as duas na pequena penteadeira.

Anthony: Está linda minha princesa, vamos almoçar o papai precisa ter uma conversa séria com vocês três.

Anthony suspirou cansado tanto pela rotina de trabalho incessante, como pelas travessuras dos filhos que não davam um dia de paz para aquele homem.

Conversa entre pai e filhos

Anthony apenas com seus 35 anos já tinha mais cabelos brancos que o Papai Noel, a pressão de lidar com uma multinacional não era quase nada ao compara-se na questão de educar os filhos.

Ter que encarar os três e dar uma bronca era bem difícil, muitas das vezes Anthony deixava passar, pois já sentia-se bem frustrado por passar muito tempo longe deles e perder boa parte da convivência e da rotina. Às vezes ele viajava e passava dias fora, quando precisava comparecer a uma das suas filiais, isso era raramente, pois sempre mandava o primo ir no seu lugar, pois da última vez que precisou fazer uma viagem desse tipo seus filhos fizeram "A revolução das crianças" na mansão cujo lema era " Pai bom é pai presente".

Uma das empregadas gravou a manifestação e mandou para ele, onde as crianças gritavam: "Não queremos brinquedos, nós queremos o papai" e fizeram até um cartaz exigindo que o pai voltasse.

Aquilo quebrou o Anthony de um jeito cruel, o fazendo voltar no outro dia para casa abandonando tudo lá. Criar filhos não é uma tarefa fácil, e Anthony estava descobrindo aos poucos que ser pai solo é uma disciplina na qual havia reprovado.

Sua ex mulher não o ajudava em nada em relação a criação dos filhos, vivia viajando e a última notícia que ele soube dela é que estava namorando um velho bilionário dono de uma marca de roupa famosa. Stella era uma patricinha mimada, onde a sua única preocupação era saber se a cor dos sapatos combinavam com a cor da bolsa.

Às vezes Pietro e Callie até perguntava por ela, mas nada muito relevante, pois a mesma mais fazia o papel da visita de que de uma mãe. Em relação as crianças deixava claro que tinha o preferido o Pietro, as vezes até levava ele para tomar sorvete deixando a pobrezinha da Callie de canto. Ela não tratava os filhos da mesma maneira, não gostava da menina por ser como ela era.

Aquele preconceito deixava Anthony enlouquecido de ódio, apesar de ser um homem calmo e sereno ele não admitia que Stella fizesse tamanha barbaridade, até havia a proibido de se aproximar dos filhos, porém Pietro não enxergando a maldade da mãe e falava que o pai queria separar ele dela, ficou muito bravo com o Anthony e tentou fugir de casa causando quase um infarto no pai.

Depois desse episódio Anthony ficou mais tempo em casa, para mostrar-se presente e ativo, até ajudava os filhos na lição de casa quando dava, mas uma babá era essencial, isso se conseguisse uma de coragem para aceitar o desafio.

O fato é que babá alguma demorava ali, nem o salário tentador faziam aguentar se quer um mês na casa. As empregadas já falaram que não iam ficar de babá fazendo Anthony se estressar, a única que ainda tentava contornar a situação era a pobre da governanta da família. Ele precisava urgente contratar outra pessoa que aceitasse ficar com os filhos.

Na mesa todos comiam feito anjinhos, na frente do pai se comportavam, mas quando ele dava as costas as crianças pintavam o sete, bordavam e planejavam a próxima travessura que iriam fazer para espantar alguma babá que ousasse a aparecer.

Anthony: Eu já fiquei sabendo o que vocês aprontaram para a babá, e eu tenho certeza que a Madeline foi a cabeça pensante em derrubarem a babá na caixa de areia do cocô do Mimi.

Ele falou sério encarando a garotinha de 11 anos que fitou o prato com medo do castigo. Madeline sempre era a que arquitetava tudo, por ser a mais velha era líder do trio e os dois sempre a obedecia.

Anthony: Madeline eu estou falando com você, olhe para mim.

Falou bravo, a menina encarou o pai mordendo os lábios nervosa.

Madeline: Aquela babá era muito chata, ela só queria mandar na gente não nos deixava fazer nada legal. E eu sei muito bem que você quer se livrar da gente colocando uma babá para nos aturar.

Anthony trincou a mandíbula irritado, a Madeline estava cada vez mais impossível e ele não sabia mais como contornar a situação.

Anthony: Basta Madeline, se eu coloco uma babá pra ficar de olho em vocês é porque me preocupo com o bem está dos três.

Callie: Não queremos babá, queremos o papai.

Callie falou baixinho fazendo Anthony suspirar pesado, ele tentou falar manso para não criar mais conflitos na mesa do almoço.

Anthony: Querida o papai não pode ficar o dia todo aqui, por isso que precisa de uma pessoa para cuidar dos três. Eu prometo que nas férias o papai vai fazer uma viagem com os três, e não vamos nos desgrudar um dia se quer.

Pietro que ouvia calado balançou a cabeça contente assim como Callie, já Madeline ainda resmungou.

Madeline: Eu quero é ver.

Anthony: Agora eu preciso que me prometam que vão se comportar até achar uma babá nova, e quando ela vier vocês não vão espantá-la daqui como fez com as outras.

Callie: Eu prometo papai.

Anthony: Muito bem filha, Pietro, Madeline eu não ouvi de vocês.

Encarou os filhos com aquele olhar duro de meter medo, mas o coração era mole e quase não sustentava as broncas, mas sabia que eram precisas ou iria perder o controle dos filhos de vez.

Pietro: Tá bom pai.

Madeline: Certo eu vou tentar, mas se for uma chata eu...

Anthony: Madeline!

Ele chamou sua atenção ela encolheu os ombros e voltou a comer fechando a boca. Após o almoço ele levou os filhos a escola e deu um beijo se despedindo, a criançada ficou animada ao perguntar se o pai iria pegá-los, mas como Anthony tinha uma reunião não sabia se chegaria a tempo e achou melhor o motorista pegá-los deixando assim os filhos emburrados novamente.

Quando Anthony chegou na empresa chamou imediatamente a sua secretária Suely, queria saber se já tinha conseguido fechar o anúncio para a contratação de uma nova babá na agência.

Anthony: Então Suely deu certo? A agência aceitou colocar outro anúncio em meu nome?

Suely: Felizmente aceitou, porém até agora ninguém quis pegar a vaga. Eu até fiz a proposta de pagar duas vezes o valor estipulado, mas devido os índices de reclamações vinda das avaliações das suas antigas babás a falta de interesse é grande.

Ele passou a mão nos cabelos exausto. Quando pensava que tudo estava perdido sua assistente resolveu abrir a boca mais uma vez.

Suely: Eu tenho uma amiga que está desempregada, quem sabe ela não aceite o emprego, se você quiser eu falo para ela vim aqui conversar com o senhor.

Anthony soltou um suspiro de alívio e um sorriso bonito surgiu nos seus lábios.

Anthony: Ótimo faça isso Suely, por favor só não comente sobre esse problema que temos em não segurar babás ou a moça vai desistir antes de aceitar o emprego.

Desencantada

Penélope tentava fechar o orçamento do mês, e ficou bem preocupada quando as contas acabaram passando do dinheiro que tinha recebido com animadora de festas infantis. Ela trabalhava animando eventos se fantasiava de princesa, as suas personagens preferidas era a Bela e a Cinderela, mas também tinha no seu vasto armário de figurinos uma da Penélope charmosa onde ela se acha a tal dentro da roupa, tinha também uma da Barbie, a preferida da filha era a fantasia da Elsa. A pequena realmente acreditava de pé junto que a mamãe dela era uma princesa da Disney.

Penélope sempre ria da situação, e se realmente ela estivesse fazendo um papel de princesa só poderia ser a da gata borralheira, e ao invés de um príncipe encantado acabou beijando um sapo.

Ela sempre foi muito bonita, e ainda é só está um pouco abatida por trabalhar muito e ganhar pouco, suas roupas gastas de mais para parecer radiante dentro delas, mas quando se fantasiava fazia a alegria da criançada. Ela amava o que fazia, porém, não dava muito grana, além de gastar muito com os figurinos e maquiagens ela ainda investia nas perucas. Todo o dinheiro que ganhava eram exclusivamente para repor o seu material de trabalho, as despesas de casa, aluguel e o sustento da sua única filha Lily de seis anos. Mãe solteira ela se desdobrava para que não faltasse nada a sua filha.

Penélope: Carambolas, esse mês vou ter que dar mais umas pregas nas minhas calças ou vão sair dançando, porque comer carne esse mês só se for a enlatada.

Falou escolhendo alguns itens básicos no qual precisa reabastecer o seu armário, ao colocar tudo no carrinho quase teve um treco ao ver o valor total. Penélope resmungou, mas acabou comprando, pois, eram indispensáveis, confirmou a compra e saiu do aplicativo.

Deu um suspiro e mordeu a pontinha da caneta tentando fazer mágica e fazer desaparecer os dois alugueis atrasados da casa, a conta de gás e a van escolar da Lily. Penélope precisava arranjar um emprego fixo, pois viver de animadora era bem instável, não era todo dia que tinha evento.

Lily: Mamãe eu estou com fome!

Lily acordou coçando os olhos, ela veio abraçar a mãe que deu um beijo na cabeça dela e a levou para a cozinha. A garotinha sentou na mesa esperando a mãe trazer o lanche, Penélope colocou um pedaço de bolo que a vizinha havia dado a ela e um copo de suco e sentou na outra cadeira satisfeita ao ver a filha comer.

Lily: Você não vai comer mamãe?

Ela quis da um pedaço a Penélope.

Penélope: Pode comer minha princesa a mamãe já comeu o dela.

Lily então devorou o seu bolo com avidez, Penélope estava com muita vontade de comer aquele delicioso bolo de chocolate, mas preferia dar para filha do que comer, principalmente quando era essas coisas gostosas que a vizinha sempre dava, pois muitas das vezes o dinheiro não dava para comprar.

Penélope: Eu acabei de fazer compras pelo aplicativo, hoje vou fazer uma massa deliciosa para gente jantar. Agora come tudo que a mamãe vai se arrumar para o evento.

Lily: Ebá!

Ela sorriu para a pequena, apesar das dificuldades que passava ela nunca deixava o sorriso de lado. Sua filha era sua força e por ela e com ela enfrentaria qualquer barra. Ela sempre levava a vida com o jeitinho maluquinho de ser, ela sempre falava é melhor rir do que chorar, se está na chuva é pra se molhar. Muitos diziam que Penélope era doidinha de pedra, outros falavam que aquela mulher havia nascido com parafusos a menos.

A vida dela nem sempre foi essa maravilha, atrás de um largo sorriso sempre a um passado conturbado.

Penélope acabou engravidando aos 19 anos de um babaca que dizia a amar, ela acreditou nele e se entregou de corpo e alma. O amava muito e acreditou em todas suas promessas, porém logo mais que descobriu a gravidez o príncipe encantado acabou virando um sapo, e todo o encanto que ela sentia se quebrou num passe de mágica quando o castelo de mentiras que ele havia inventado desmoronou em sua volta.

Assim que soube que ela estava grávida foi logo tirando o dele da reta, afirmando que ela tinha que dar um jeito naquele "problema", pois não queria destruir seu casamento. Foi só então que Penélope acabou descobrindo que o safado era casado e apenas se divertia com ela, e ele não estava disposto assumir que a sua distração de momento iria dar um filho bastardo a ele.

Penélope ficou arrasada, foi humildade e destratada quando a tal esposa traída ficou sabendo do ocorrido, colocando toda culpa da infidelidade do marido nas costas da pobre garota que apenas era vítima do cretino.

Para completar toda a desgraça a família de Penélope assim que soube que ela estava envolvida com um cara casado e que havia ficado grávida e seria mãe solteira, acabou sendo expulsa de casa, por ter manchado o nome da família e virado uma sem moral.

Na beira da amargura e marginalizada pela sociedade ela acabou virando motivo de vergonha da cidade. Sem o apoio da família se via sozinha e sem expectativas com um filho na barriga e sem lar.

Penélope foi humilhada de todas as maneiras que uma mulher poderia ser. O desgosto que causará na família foi tão grande que quase matava o pai de um infarto, sua madrasta a proibiu de entrar em casa e não deixava mais ver o pai dela. Jogou todos seus pertences na calçada, a vizinhança toda saiu para fora para ver o espetáculo.

A pobrezinha catava seus pertences em meia as lágrimas, tinha certeza que se o pai estivesse bem ele não permitirá um ato desumano desses, mesmo que estivesse decepcionado com a filha.

A vida de Penélope mudou muito dali para frente, a fama de fácil, de mulher sem escrúpulos a acompanhava por onde ela ia, enquanto isso o desgraçado que tirou sua inocência, o que fez juras de amor e a enganou da forma mais baixa possível, estava no convívio do lar, com a esposa traída fazendo terapia para casal, por ter sido fraco e caído na tentação de uma presa fácil.

Infelizmente o mundo para as mulheres ainda é machista e cruel, deixando sempre a mercê das más línguas onde as próprias mulheres tem o prazer de difamar sua espécie, enquanto o cara sempre sairá ileso, como fama de pegador.

Cansada de ouvir seu nome na boca do povo Penélope resolveu sair de Jersey City, para morar em Nova York. Sem dinheiro ela vendeu seu aparelho celular e seu notebook que usava para estudar, comprou uma passagem de ônibus e foi embora tentar recomeçar a vida longe de toda aquela lama que estava afundando sua vida. Alugou um quartinho numa pensão e passou o mês procurando emprego até conseguir ser contratada de balconista num restaurante. Aquele foi um dos muitos empregos que ela já teve, conseguiu sair da pensão e mudar-se para um pequeno apartamento no Brooklyn onde mora até hoje.

Ela lutou pelo direito da filha na justiça e conseguiu ganhar uma pensão do cretino, deixando mais furiosa a esposa dele. Penélope dentro de outras circunstâncias jamais iria se humilhar a isso, mas primeiramente via o bem está da família e ela não conseguiria manter a casa, saúde, educação, pagar aluguel e as contas apenas com seu dinheirinho de animadora.

Juan pagava mensalmente a pensão da filha assim como a justiça decretou. Penélope jamais escondeu as origem da filha, ela sempre contou quem era seu pai, mesmo o cretino não estando presente na vida da filha, a visitava duas vezes por ano um no aniversário e outra na páscoa, mesmo assim a menininha adora o pai. Penélope nunca disseminou o ódio e o rancor na filha e sempre tentava fazer parecer que o pai não era o pior homem do mundo para não traumatizar a pequena.

A vida da Penélope nunca foi fácil, mas era grata pelo que tinha, agradecia todos os dias pela filha maravilhosa que tinha, pela casinha caindo os pedaços que seu dinheiro era capaz de alugar e pelo pão de cada dia. A felicidade mora na pequenas coisas ela sempre falava, apesar de tantos altos e baixos que passava diariamente sempre levava a vida de uma forma leve e animada, contagiava tudo ao seu redor com suas maluquices.

Lily adorava o emprego da mãe que sempre a levava para as festinhas, e se achava ao dizer que a mãe dela era a princesa fazendo todas as crianças morrerem de inveja.

Penélope acaba de se vestir com o figurino da Penélope Charmosa, por último ela pos o capacete rosa e deu uma risadinha fazendo sua filha bater palmas e pular animada.

Penélope: Gostou princesa?

Lily: Sim, mamãe você está linda, agora vamos eu estou ansiosa.

Penélope deu risada da filha, ela pegou na mão de Lily e saíram para pegar um táxi, ela já ia fantasiada para o evento, fazendo todos da rua olhar para ela toda vez que passava, algumas pessoas até achava ela meia doidinha de pedra e outras gostavam, as crianças então a venerava e até queria levá-la para casa, Lily tinha ciúmes e falava que a mamãe era só dela.

Penélope: Meu amor quando a mãe estiver se apresentando você fica na frente sentadinha, não fuga das minhas vistas vai ter muita gente e você pode se perder.

Lily: Certo, mamãe.

Quando elas chegaram no evento a criançada correu animada assim que a viu entrar, quando abraçar a figura icônica que acenava com um sorriso gigante no rosto.

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