Brady Foster , 34 anos
Eduard Foster, 31 anos
Charlotte Foster , 26 anos
Brady Foster
Acendi a luz da imensa sala de reuniões do último andar de uma das torres do complexo que ocupamos na cidade de Chicago, em Illinois. Observei o lugar vazio. Não era uma surpresa que estivesse ali antes de todos, já que o fuso horário me proporcionava uma hora de vantagem e, por incrível que pareça, não houve imprevisto com o meu vôo internacional. Havia cerca de dois anos que não pisava naquele lugar. Coloquei minha pequena mala de viagem no canto da sala e tirei a jaqueta de couro, pendurando-a no encosto da cadeira. Dobrei as mangas da blusa social até o meio dos braços, já estava desacostumado a usar esse tipo de vestimenta. Se fosse há alguns anos, estaria vestindo um terno sobre medida, um sapato ilustrado e uma gravata slim, mas a situação hoje era diferente, e já estava incomodado com a única peça que sobrou do meu antigo vestuário. Dei uma olhada ao redor e fui pegar um café.
Eu odiava café expresso, tanto que em casa eu preparava o meu em um filtro de pano, que eu comprei quando estive em Fernando de Noronha, no Brasil. Da primeira vez que fui, me apaixonei pelas praias , pela pouca urbanização e suas iguarias. E como já esperado, compramos uma rede de hotéis naquele arqueólogo vulcânico e santuário ecológico, sendo hoje o melhor hotel e o mais procurado da região.
Estava preparando um cappuccino, a única bebida que prestava naquela máquina, quando ouvir os dois elevadores, quase uníssono. Caminhei em direção à porta e vi meu irmão Eduard, saindo do elevador privativo e Charlote, minha irmã mais nova, saindo do social.
Charlotte abriu um enorme sorriso ao vê-lo e Eduard com 1,90m de altura e seus cabelos incrivelmente alinhado puxou-a para um abraço de urso fraternal deixando um beijo no topo da sua cabeça. Charlotte, ao contrário de nós dois, era baixinha, a "tampinha" como chamamos-a, mas pensa em uma mulher boa de briga, a mais barraqueira como dizia a mamãe. Ele passou um braço ao redor do ombro dela, tirando, com a outra mão, a bandeja de isopor que ela carregava com três copos de café, e os dois vieram em minha direção.
- Tem um para o irmão mais gato da família?- Apontei para a bebida. Os dois me olharam como se eu fosse um espírito saindo direto do submundo.
Com os olhos vermelhos, Charlotte ergueu a sombrancelha, provocadora e tirou um, entregando-me.
- Não sei se merece depois de tanto tempo longe! - sua voz suou melancólica, e mesmo contra sua vontade uma lágrima escorreu sobre seu rosto.
- Não seja dramática, tampinha! Nós nos falamos por pelos menos duas horas por dia nesses últimos dois anos. - falei puxando-a para um abraço e bagunçando seu novo corte de cabelo, um Chanel curtinho, sabendo que ela odiava.
- Por que vocês tem que ser tão grandes? - sua indignação era evidente, mas seu sorriso deixava claro o quanto estava feliz.
Saindo do meu abraço, ela colocou os cabelos no lugar, alisando os fios loiros.
- E eu não ganho um abraço? - Com os braços já erguidos, Eduard me puxou para um abraço meio desengonçado. - Vem cá, mano, sentimos muito sua falta!
- Pode ter certeza que sentir mais- o abracei mais forte, sem me importar com o café em nossas mãos.
- Tá bom, agora chega desse mi mi mi!- pronunciei
Entramos na sala e os dois tomaram seus assentos
- Obrigado por ter vindo, sei o quanto é difícil estar nesse lugar... - minha irmã não poderia ser mais direta. Realmente estar ali me trazia lembranças das quais fiquei anos tentando esquecer. - fico muito feliz por tê-lo conosco, não só hoje, mas amanhã, no meu grande dia.
- Não poderia faltar no casamento da minha irmã caçula. Vou ter que dar os parabéns ao Tom por atura-la por tanto tempo e ainda decidir registra-la em seu nome. - Eduard me passou um olhar como se me alertasse do perigo.
- Repete o que você falou!- Charlotte soltava fogo pelas ventas, parecia aquelas chaleiras pronto para explodir.
- Eu falei que você é minha irmã predileta e sou um sortudo por tê-la em minha vida- Disfarcei antes que levasse um peteleco atrás da orelha.
- Para sua informação eu sou sua única irmã - Ela piscou
Conversamos mais um pouco e enquanto eles organizavam sua coisas para a reunião- ligando notebook, e deixando papéis e canetas em seus devidos lugares - Fiquei observando-os e não consegui disfarçar a saudade que sentia de estar reunido com toda a família, principalmente meus pais.
- Falou para eles que você viria? - Charlotte perguntou, já sabendo no que eu estava pensando- Eles sentem sua falta!
- Não, só decidir vir ontem à noite, não tive tempo de avisá-los. - Meu semblante caiu, foi uma decisão muito difícil.
- Eles vão ficar feliz em te ver ninguém achou que você viria- Eduard entrou na conversa. - Nós te esperamos em todas as data comemorativas, mas no final você nunca aparecia.
- Eduard - Charlote chamou sua atenção!
- Tudo bem, ainda me sinto culpado por isso, mas... - Desde que me conheço por gente, existe três datas comemorativas que meus pais fazem questão da nossa presença; natal; páscoa; e o principal, o aniversário de casamento deles que todos os anos celebramos como se fosse o primeiro com direito a festa, renovação de votos matrimoniais e muitas lágrimas, uma tradição familiar que sinceramente eu amava e fazia questão de estar presente, mas nos últimos dois anos não me sentia emocionalmente preparado para estar presente. - Onde eles estão agora?
- Eles já foram para a vila em Lombard acompanhar os preparativos para amanhã, mas papai vai participar da reunião por vídeo chamada, falar nisso você vai ficar né? - Eduard quis saber.
- Não sei se ainda posso ajudar em alguma coisa!
Puxei alguns assuntos relacionados a à empresa, queria saber como estava nossas filiais e os respectivos setores. Sem muitos detalhes, Eduard falou sobre a emergência da reunião e o porquê precisava da presença de todos. Como o irmão mais velho por muito tempo eu ocupei a cadeira presidencial sendo o CEO da "Illinois foster hotels", porém, a dois anos, o lugar foi ocupado pelo meu irmão do meio, que ficou responsável por gerenciar o legado da família.
Me afastei quando, aos poucos, a sala foi sendo preenchida pelos responsáveis pela administração e RH, todos se reunindo em volta da mesa de carvalho. Uma recepcionista foi a responsável por abrir as cortinas e as janelas , e eu agradeci, pois a vista de um céu azul em meio ao verão era simplesmente perfeito. Ainda parado, distante de todos, me sentir um peixe fora d'água, aquele já não era meu hábitat natural. Me sentindo sufocado, atravessei a sala para pegar minha jaqueta, quando Charlotte segurou em meu braço.
- Não vai embora, vai ?- Sua voz saiu quase como um apelo.
- Não vou! - Deixei um beijo em sua testa e sair ouvindo alguns cochichos!
Honey, 28 anos
Liam, 6 Anos
Cecí, 26 anos
Honey
Sabe aquele momento em que acordamos e precisamos de alguns minutinhos para a alma voltar para o corpo? Pois bem, faz muito tempo que não sei o que é isso.
- mamãe? - ouço gritos e algumas batidas vindo da porta do meu quarto. De olhos fechamos, me arrasto e abro me jogando em seguida na cama. ouço leves passinhos até pararem na minha frente. Continuei de olhos fechados na esperança de que meu pequeno super herói se deitasse ao meu lado e voltasse a dormir, porém, sou surpreendidas por vários beijinhos me fazendo rir do jeitinho desengonçado do Liam.
- Agora é sol ! acorda, mamãe !!
Resmunguei alguma coisa, puxando-o para cima da cama.
- Ainda é muito cedo...Dorme mais um pouquinho com a mamãe !! - chamei-o ainda sonolenta
Se fez um silêncio e agradeci mentalmente por mais alguns minutinhos de sono. Ainda de olhos fechados, sentir algo pequeno em minhas costas.
- Olha, mamãe, a liga da justiça! - Meu filho travou uma lutar entre os super-heróis da Marvel em cima do meu corpo.
" Ho, céus ...adeus sono!"
- E quem está vencendo? - soltando um bocejo, pergunto esfregando os olhos.
- O Thor, porque ele é grande, forte e protege todo o mundo e ainda tem um " mantelo"
- martelo, filho ! - o interrompi
- isso aí, quando eu crescer vou ser forte igual a ele para te proteger de gente mal.
- Hum... Mas será que esse meu pequeno valente protetor poderia deixar a mamãe dormir só mais um pouquinho?
Liam colocou o indicador no lábios inferior e olhou para o teto pensativo.
- Hum, não...- Negou, sorrindo mostrando o espaço temporário entre os dentes, mais conhecido como "janelinha".
Suspirei
- Bem, já que não posso dormir, que tal...- Aproximei lentamente do pequeno espertinho...- muitas cosquinha - joguei o na cama, pressionando os dedos contra sua barriga, fazendo-o gargalhar, enquanto o enchia de beijos estalados.
Parei quando achei suficiente
- já que não podemos dormir, que tal irmos tomar banho para ir para escola? - deslizei minhas mãos pelos fios castanhos dos seus cabelos.
- Não quero tomar banho, tomei ontem! - sua expressão mudou deixando claro seu desagrado - Pode perguntar para tia Ceci.
- Tem que tomar banho todo dia, mocinho...se não tomar, você vai virar um porquinho! -
- Não "subtime" minha inteligência, sei que não vou virar um porquinho - Deu de ombro colocando as mãos na cintura.
- Eu acho que é você que está subestimando a minha, tentando me enrolar - bati com o dedo indicador em seu nariz - Agora, vamos, antes que nos atrasamos!
Liam foi para o banheiro, frustrado, enquanto eu preparava seu café da manhã e arrumava seu lanche.
Bocejei, ainda sentindo o torpor do sono em meu corpo. Meu filho apareceu depois de alguns segundos, vestindo uma fantasia do superman ao invés do tradicional uniforme do colégio. Fechei os olhos e respirei fundo ," lá vamos nós para mais uma guerra entre mãe e filho"
- Cadê o uniforme ? - perguntei me aproximando para ficar na altura dos seus olhos.
- Não quero usar aquilo, não quero ficar igual as outras crianças .
- Mas nós já conversamos sobre isso, na escola as crianças tem que ficar iguais, tem que usar uniforme.- peguei em suas mãos e deixei um beijo carinhoso.
- Mas, mãe...
- Por favor, filho!
Quando vi formar um biquinho muito fofo em seus lábios sabia que aquele round eu havia vencido. Pelo menos dessa vez eu não iria levar um sermão da coordenadora pelo meu filho não estar vestido adequadamente. Aquela escola tinha tudo que eu sempre esperei de uma instituição, inclusive o ensino bilíngue, queria manter vivo minhas raízes brasileira. Apesar do grande número de crianças na fila por uma vaga em apenas uma semana fui chamada para fazer a pré-matrícula e não podia correr o risco de sermos expulsos, pois foi a ameaça da dona Carmem da última vez que Liam apareceu vestindo uma fantasia do homem aranha.
Fui para meu quarto e rapidamente tomei um banho me vestindo casualmente e fazendo uma maquiagem básica. Liam apareceu usando a camisa social claramente torta, o suéter azul por cima e a calça que fazia parte do uniforme na cor cinza do avesso. Sorri caminhando em sua direção e levando-o para o quarto a fim de arrumar a sua roupa.
Liam, assim como eu, havia herdado as principais características do meu pai, um viajante brasileiro, cabelos encaracolados, olhos verdes e no meu caso, muitas curvas. Minha mãe me contava que quando se conheceram ela o confundiu com um dos funcionários do restaurante, um lugar que só contratava imigrantes perto do campus onde ela cursava a faculdade de Direito, como forma de desculpa ela convidou-o para jantar. Mesmo quando papai voltou para seu país eles continuaram se comunicando por cartas. Um ano depois, se reencontraram no mesmo lugar, a essa altura já apaixonados.
Sem a aprovação do meu avô, minha mãe grávida, largou tudo e se aventurou ao lado do meu pai. Considerando a união um erro, ele nunca aceitou o relacionamento deles, consequentemente, eu também acabei me tornando renegada.
Quando meus pais faleceram, em um acidente de carro, eu tinha apenas doze anos. Minha avó materna me levou para morar com eles em Nova York. Mesmo com pouca idade, eu já sabia que não seria fácil, ainda que minha avó realmente quisesse cuidar de mim, meu avô, com certeza, tornaria minha vida impossível. No início, ele costuma ignorar minhas tentativas de aproximação, fingia que eu não existia e quando me dirigia a palavra, era apenas para me humilhar ou exaltar a sua bondade em me acolher. Conforme o tempo foi passando, aprendi a evita-lo me isolando dentro do quarto ou em qualquer outro cômodo da casa em que ele não estivesse.
Anos mais tarde, decidida a seguir a mesma profissão que minha mãe escolheu, me escrevi na universidade de Chicago e com apenas 600 alunos no programa de juris Doctor conseguir ficar entre os primeiros. Orgulhosa por ter consigo a vaga e por ser também a profissão do meu avô, liguei para ele para contar a novidade, porém ainda assim não tive sua benção me jogando na cara que logo estaria igual a mulher que me colocou no mundo.
Eu jurei que faria diferente, que conquistaria seu afeto e deixaria-o muito orgulhoso. Então, foi um enorme susto quando, ainda cursando a faculdade , faltando pouco para me formar e começando um trabalho que acreditava deixá-lo feliz, me descobrir grávida.Tinha feito tudo certinho, mas algo falhou!
Scott, meu noivo, pai do meu filho e também estudante de Direito, sumiu logo depois de ter lhe contato sobre minha gravidez - outro motivo de vergonha para o meu avô.
Minha avó, com seu coração imenso, insistiu para que eu voltasse a morar com eles, mas conviver com ele seria padecer no andar de baixo sem passagem de volta.
Eu precisava me formar e viver minha própria vida sem depender de ninguém. Foi quando Ceci me convidou para morar com ela, me garantiu que me ajudaria com tudo.
Mesmo com uma criança pequena, que chorava o tempo inteiro, e sem nenhuma obrigação ou laço sanguíneo, fui muito mais acolhida pela minha amiga de faculdade do que por aquele que deveria ser como meu pai.
Não demorou muito e estávamos arrumados e prontos para sair.
- Bom dia, meu pinguinho - Ceci apareceu na porta do seu quarto, ainda de pijama.
- Bom dia, tia Ceci - Liam deu um sorriso banguelo, o mais lindo do mundo.
- Você está atrasada - olhei no meu relógio de pulso enquanto observava Ceci deixar um beijo demorado na testa do Liam. - E nós também.
- Hoje eu entro às 10:00. Se você quiser, eu posso deixar o Liam na escola. Vai te render alguns minutinhos.
- Você faria isso por mim?
Dei um beijo na bochecha do Liam e outro em sua mão, já me despedindo.
- Claro... E também vou passar naquela loja para pegar o vestido que você gostou!
- já falei que eu não vou! - Abrir a porta e sair, evitando o assunto
- Você vai sim.. - ouvir ela gritar quando entrei no elevador.
Estávamos no início de junho, época mais quente do ano. A preocupação e o nervosismo pelo atraso me seguiam a todo momento. Desejei não ter levado meu carro para revisão. Desci do metrô, meus pés se movendo mais rápido do que eu conseguia pela avenida 201 E Randolph st fazia-me suar como uma louca. Minha camisa social branca estava molhada dava para sentir. Minhas coxas friccionavam uma na outra e mais um pouco me deixariam assadas. Da próxima vez tinha que me lembrar de colocar um shorts embaixo da saia Midi justa para evitar o atrito. A única coisa cômoda que me deixava feliz era por ter optado por amarrar o cabelo em um coque no pé da nuca.
Meus pés quase se embolaram quando cheguei na recepção da " Illinois foster hotels" e troquei os confortáveis chinelos de dedo por um scarpin preto que carregava em minha bolsa.
A matriz da empresa de hotelaria, responsável por trinta hotéis em doze países, estava localizada no maior prédio de Chicago um complexo de edifícios comerciais.
- Já estão todos reunidos na sala de reunião - Fui recepcionada por Cindy, ligada entre a recepção e o setor administrativo,eu costumava chama-la de ciclope, pois ninguém passava por seus lindos olhos castanhos sem que ela percebesse.
- A reunião já começou?
Cindy possou seu queixo no peito da mão sobre o balcão de mármore.
- Sim, já faz uns quinze minutos!
- Merda !- ouvir o barulho das portas do elevador e sair correndo. O som do salto parecia o ponteiro de um relógio me alertando do meu atraso. - Espera, segura o elevador, por favor - As portas se fecharam antes que eu conseguisse entrar - Cara de pudim...
Me virei de costas e antes que pudesse recuperar o fôlego, as portas se abriram novamente.
- Do que me chamou ?
Meu corpo estremeceu diante daquela voz profunda e penetrante. Era o tipo de voz capaz de perfurar uma rocha.
Virei-me com a mão sobre o peito.
Eu congelei. O homem a minha frente era tão sombrio e intimidante quanto a sua voz. Um olhar, e meus joelhos estavam tremendo. Alto, bem alto, ele usava uma camisa social larga, mas que não deixava passar batido seus ombros largos e músculos exuberantes. Cabelos castanhos claro pairando um pouco acima da gola de sua jaqueta. Um perfil que poderia ter sido escupido em mármore.
Ele permanecia segurando a porta, observando-me
- Não vai entrar ? - sua voz, mais uma vez, vibrou em mim.
- O que ?
- No elevador, preciso liberar a porta !
- Oh, sim... Eu acho que sim..- nem me dei conta que ainda estava parada em frente ao elevador.
Arrepios percorreram meu corpo quando passei ao seu lado e inspirei o aroma rústico do seu perfume almiscarado.
- fiquei interessado em saber do que você me chamou, que xingamento foi aquele?. - sua boca curvou-se em um sorriso leve e cínico, mas ele não riu. Ele parecia estar me estudando.
- Na verdade...- Como explicar que ter uma mini esponjinha de quase seis anos que absorve exatamente tudo a sua volta nos obriga a ser criativos e não usar os palavrões convencionais.... - hum é...não xinguei
- Hum, devo ter imaginado! - Lançou-me um olhar cético, como se conseguisse ver além da minha resposta. Isso me deixou muito inquieta, seus olhos pareciam chocolate amargo conforme eles mediam meu corpo de cima a baixo.
O painel mostrou o numeral vigésimo segundo andar e as portas se abriram. Já tinha até esquecido do meu atraso quando, acompanhada por aquela figura masculina tão perturbadora, sair do elevador.
Os corredores do setor comercial e administrativo estavam vazio e silencioso. Normalmente, em dia de reuniões decisivos e importantes era assim que tudo ficava. Como advogada corporativa minha função primordial era requeri e operar sobre planejamento estratégico de atuação no consultivo e preventivo para isso era necessário um amplo conhecimento sobre operação, mercado e uma formação multidisciplinar com conhecimento em finanças, gestão e negócios. Para tanto minha presença era indispensável em uma reunião como esta.
Nossa respiração e meus passos eram os únicos som que passava por meus ouvidos. Parei diante da porta esperando que ele passasse e fosse para qualquer outro cômodo do grande andar . Mas, surpreendentemente, ele parou na minha frente aguardando para entrar, dei alguns toques na porta.
- Entre! - o som veio meio estridente de dentro da sala.
Ao segurarmos a maçaneta, ao mesmo tempo,nossos dedos se tocaram por um milésimo de segundo . O leve toque foi eletrizante, sem poder evitar, subir o olhar pelo seu braço parando no pomo de Adão que subia e descia freneticamente. Subi mais um pouco parando na exuberante linha da boca que se destacava no rosto totalmente másculo enquadrado por uma barba por fazer que o deixava com cara de mau. Eu gostava daquele ar malévolo. Um calor espalhou por meu abdômen como fogo líquido.
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