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Avassalador

Um

Leane pousou a rosa branca sobre a lápide a sua frente, ignorando as lágrimas que lhe escorriam pelos olhos.

— Adeus, mamãe... — ela murmurou e uma rajada de vento forte fez com que seus cabelos se agitassem, indo para a frente de seu rosto.

Afastou-os rapidamente e então secou os olhos.

Ela sabia que estavam inchados de tanto chorar, afinal, mesmo que soubesse que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, ela não estava preparada para aquela despedida.

Sua mãe era sua única companheira.

Sempre havia sido Leane e Rose contra o mundo.

Não importava se fossem momentos bons ou ruins, as duas sempre estiveram juntas.

Lembrar-se disso fez com que soluçasse novamente e então sentiu uma mão tocando suavemente seu ombro.

— Leane... Eu sinto muito... — Flora murmurou.

Ela era uma grande amiga de sua mãe.

A velha senhora a ajudara nos últimos meses, cuidando de sua mãe doente enquanto ela saia para trabalhar, aceitando todo tipo de emprego que encontrasse para ser capaz de custear o tratamento de sua mãe.

Mas todos os seus esforços haviam sido em vão, porque agora não lhe restara mais nada.

Sua mãe partira.

Ela estava sozinha e sem emprego.

E logo ficaria sem uma casa onde morar porque o banco levaria tudo.

— Ela não vai sofrer mais... — murmurou, consolando a si mesma enquanto secava os olhos novamente.

— Você ficará bem? — Flora quis saber e Leane podia sentir a preocupação em sua voz.

Não, ela não ficaria bem.

Ela ficaria tudo, menos bem.

Mas ela não precisava deixar a bondosa senhora preocupada.

— Sim. — respondeu, tentando soar convincente. — Tenho mais uma semana para ficar na casa, então tenho tempo para encontrar um novo lugar e um emprego.

— É muito pouco tempo para encontrar um emprego, querida... — ela retrucou, arqueando as sobrancelhas, o que evidenciava ainda mais as linhas que o tempo deixara em seu rosto.

Sim, era muito pouco tempo.

Mas era o tempo que tinha e não havia outra saída.

— Sabe que eu sei fazer de tudo um pouco. Não será tão difícil assim arrumar um emprego. — disse, tentando convencer a si mesma.

Não tinha esperanças de pagar a hipoteca da casa em que morara todos aqueles anos com sua mãe.

Isso estava completamente fora de questão já que a dívida era gigantesca.

Mas precisava de um lugar para morar e não conseguiria isso se não tivesse algum dinheiro.

Flora ainda a observou por um instante antes de suspirar em derrota e assentir.

—Venha, eu vou te levar para casa. — ela ordenou.

Leane queria um tempo sozinha, mas sabia que negar a carona significaria voltar andando para casa depois ou gastar o pouco dinheiro que ainda tinha na carteira para pagar uma passagem de ônibus de volta para casa.

Olhou uma última vez para a lápide sentindo a garganta se apertar novamente.

Então se virou e acompanhou Flora até o carro.

Momentos depois, quando as duas chegaram em frente a velha casa em que vivia, Flora a encarou novamente.

—Lenie, você sabe que pode contar comigo para o que precisar. Há um quartinho sobrando em minha casa e o Lerry não vai se importar que fique lá por um tempo até as coisas se ajeitarem para você...

—Hei, eu vou conseguir um emprego, Ok! — ela a interrompeu.

Flora respirou fundo.

—Certo, mas se isso não acontecer eu quero que me procure. Você sabe onde eu moro.

Leane agradeceu e saiu do carro em seguida, olhando para a velha casa enquanto ouvia o ronco do motor do carro de Flora se afastando umas cinco casas a frente.

Nos últimos meses andava tão ocupada que nem sequer cuidara do tão amado jardim de sua mãe, que agora não passava de um amontoado de ervas daninhas e flores secas.

Suspirou novamente e entrou na casa que agora não lhe parecia nada acolhedora.

Para qualquer lado que olhasse, ela não conseguia deixar de pensar no quanto ela e sua mãe foram felizes ali, apesar das dificuldades.

Leane foi direto para o seu próprio quarto a fim de tomar um banho e descansar um pouco.

Não havia muito o que poderia fazer naquele dia, já que estava ficando tarde e o tempo lá fora indicava que começaria a chover forte.

Mas no dia seguinte, assim que acordasse, ela sairia em busca de um emprego que pagasse o suficiente para que pudesse sustentar a si mesma.

Uma luz no fim do túnel

Dois dias depois...

Leane jogou a bolsa sobre a mesa da cozinha e se deixou cair na cadeira, exausta.

Já era fim de tarde e estava cansada, faminta e completamente frustrada.

Em todos os lugares em que fora, imaginando que conseguiria um emprego decente, ela saíra decepcionada.

Nem mesmo sua experiência como enfermeira lhe ajudara desta vez.

Deitou a cabeça sobre os braços cruzados na mesa e deixou que os soluços extravasassem a miríade de sentimentos que tomavam conta dela naquele instante.

Raiva.

Solidão.

Tristeza.

Sem contar a frustração e decepção consigo mesma.

Após deixar com que as lágrimas aliviassem um pouco de toda aquela bagagem sentimental, Leane se levantou e abriu a geladeira.

Tirando algumas garrafas de água e legumes murchos, não havia mais nada que pudesse comer.

Teria de se contentar com um macarrão instantâneo novamente, algo que estava comendo muito nos últimos dias e não lhe faria bem algum.

Mas custava menos que uma refeição decente, algo que ela não podia pagar.

Desanimada, ela fechou novamente a geladeira e subiu para tomar um banho e pensar melhor no que fazer.

Flora lhe oferecera ajuda.

Talvez fosse a hora de deixar o orgulho de lado e aceitar o que a bondosa senhora lhe oferecia.

Talvez, uma semana dormindo no quartinho vazio que ela tinha em casa fosse tempo o suficiente para encontrar um emprego. Enquanto isso poderia fazer alguns bicos aqui e ali para ajudar a senhora com as despesas.

Assim que saiu do banho, se vestiu rapidamente e desceu a fim de ir até à casa de Flora, mas quando estava atravessando a sala, a campainha tocou.

Confusa, pois não estava esperando nenhuma visita aquela hora, Leane caminhou até a porta e abriu apenas o suficiente para que pudesse ver quem estava lá fora.

— Olá,  querida. Desculpe vir assim de repente, mas estava esperando que voltasse para falar com você. — Flora disse, parecendo eufórica.

Surpresa pela visita inesperada, mas feliz por ser a Flora, Leane abriu a porta e permitiu que ela entrasse.

— Não se preocupe. Na verdade eu estava indo nesse instante falar com a senhora... — disse. — Se sua oferta ainda estiver de pé,  acho que vou aceitar aquele quartinho vago que me ofereceu. Vou precisar de um pouco mais de tempo para encontrar um emprego.

Flora sorriu abertamente.

— Claro que minha oferta ainda está de pé,  querida. — ela disse, entregando uma sacola que até Aquele momento, Leane não havia notado em suas mãos. — Esse é o seu jantar, imagino que esteja faminta após passar o dia todo fora em busca de emprego.

Leane sentiu o cheiro maravilhoso da comida e sua barriga roncou no mesmo instante.

— Flora, não precisava…

Flora a interrompeu com um gesto.

— Claro que precisava. Olha só para você, está muito mais magra do que quando a conheci. — ela resmungou, empurrando-a para a cozinha e apontou para a cadeira para que Leane se sentasse e comesse. — Quanto ao quarto, você sempre será bem vinda. Mas acho que não será mais necessário. Encontrei a solução perfeita para você.

Leane, que abria a embalagem de comida, parou e a encarou, entre confusa e curiosa.

— Como assim...?

Flora se sentou ao seu lado, muito animada.

— Uma amiga minha me disse que estão precisando de uma babá na casa onde ela trabalha. — Flora contou. — O trabalho é em período integral e você pode morar na casa, claro. Você teria um emprego e um lar. E ainda poderia juntar uma grana para quando decidir seguir outro caminho...

— Mas, Flora, eu nunca cuidei de uma criança em toda a minha vida! — Leane disse, em pânico.

Claro que a oferta era maravilhosa.

Teria um salário, comida na mesa e ainda um teto sobre sua cabeça.

Mas ela não tinha experiência com crianças.

Flora revirou os olhos.

— Querida, não é um bicho de sete cabeças.  Você cuidou de sua mãe doente durante todo esse tempo e ainda possui conhecimentos médicos.

Leane ainda estava em dúvida, apesar de completamente interessada na oportunidade.

Sem contar que seria mais uma experiência para acrescentar em seu currículo.

— Quantas crianças? — quis saber e Flora sorriu, percebendo que alcançara seu objetivo.

— São três. A menor tem um ano, mas os gêmeos tem nove.

Leane franziu o cenho.

— E os pais das crianças? — quis saber. Quanto mais informações tivesse, melhor.

— A mãe morreu no parto da mais nova e desde então as crianças ficam com uma babá. — Flora explicou. — O pai passa a maior parte do tempo no trabalho, saindo cedo de casa e voltando apenas no fim do dia.

Leane fez uma careta de desgosto, enquanto começava a comer.

Esse era o momento em que um pai deveria ser mais presente para os filhos, mas ao contrário disso, o homem se enterrava no trabalho enquanto as crianças ficavam  com estranhos.

De repente, ela sentiu um desejo imenso de cuidar daqueles pequenos e dar a eles a atenção que mereciam.

Dar-lhes carinho assim como sua mãe lhe dera até o seu último suspiro.

Era disso que elas precisavam naquele momento, e não do distanciamento frio do pai delas.

Decidida, Leane assentiu em concordância para Flora.

—Se me considera capaz de fazer isso, então sim. Eu quero esse emprego.

Não era como se tivesse muitas outras opções, na verdade.

E saber que teria um teto sobre sua cabeça, pelo qual não teria que pagar nada, era o que tornava aquele emprego ainda mais atraente aos seus olhos.

Só esperava que Flora estivesse certa quanto a sua capacidade de cuidar daquelas crianças e não cometer erro algum, pensou ela.

Flora bateu palmas e se levantou rapidamente da cadeira onde se sentara.

—Vou agora mesmo ligar para minha amiga e contar que encontrei a pessoa certa para o trabalho. — ela disse, caminhando para fora da cozinha. —Aconselho a ir fazendo as malas, querida!

Flora gritou da sala, antes de Leane ouvir o ruído da porta se fechando.

Deu mais alguma colheradas na comida, enquanto imaginava como seria no novo emprego.

Não fique tão nervosa, você consegue! Ela disse a si mesma.

Pelo menos alguma coisa boa acontecera em sua vida e, diferente das outras duas noites, Leane adormeceu mais tranquila apesar da tristeza em seu coração.

Pois aquela, talvez, seria a última noite que passaria naquela casa que um dia ela chamara de lar.

Primeiro dia

Leane pagou ao motorista de táxi pela viagem e desceu do carro logo em seguida.

Ele também desceu, ajudando-a a retirar sua mala de dentro do porta-malas, mas não deixou de parar por um momento e olhar para a enorme mansão onde Leane iria trabalhar.

—Você vai morar aqui? — ele perguntou, claramente admirado pelo lugar.

Leane não sentiu o mesmo, já que achou aquele lugar muito frio e sem vida.

—Sim, mas a trabalho. — respondeu.

Quando percebeu que ele não parava de olhar para a mansão e sabendo que deveria se apressar e se apresentar para o trabalho, Leane pigarreou.

—Obrigado, mas eu preciso entrar agora. — ela disse chamando a atenção do motorista novamente para si.

Ele piscou, voltando sua atenção para ela e observando-a atentamente da cabeça aos pés antes de olhar uma última vez para a casa antes de dar meia volta e seguir novamente para dentro do carro.

—Se deu bem, garota. Boa sorte no novo emprego. — ele desejou, ligando o carro novamente.

Leane não entendeu o que ele quis dizer com isso, mas agradeceu assim mesmo e seguiu pelo caminho de pedras ladeado por um lindo jardim bem cuidado.

Ouviu quando o carro se afastou, voltando pelo caminho por onde vieram, enquanto se aproximava cada vez mais da mansão.

O barulho de algo se quebrando lá dentro a surpreendeu quando alcançou a porta.

Respirou fundo antes de erguer a mão para tocar a campainha da casa.

O próximo som que ouviu foi o de passos apressados antes da porta se abrir, revelando uma senhora de cabelos grisalhos e feições cansadas.

—Ah, finalmente! — ela exclamou, parecendo realmente aliviada. —Você deve ser a nova babá...?

Leane levou alguns segundos para responder, então assentiu.

—Sim, me chamo Leane e...

—Querida, por favor entre! — a senhora pediu, interrompendo-a. — Não sabe o quanto eu estava ansiosa com sua chegada. As crianças são um amor, mas eu já não tenho pique para cuidar de três pestin...

Leane arqueou uma sobrancelha, ao compreender o que a senhora diria das crianças antes que a mesma se desse conta e interrompesse a fala pela metade.

—Quer dizer, eu não tenho pique para cuidar de três crianças tão pequenas quando já tenho tanto o que fazer nessa casa gigantesca. — ela se corrigiu rapidamente, abrindo espaço para que Leane entrasse.

—Onde estão as crianças? — Leane quis saber, olhando ao redor, confusa. Por um momento ela pensara que as crianças estariam esperando por ela no Hall de entrada, a julgar pelos ruídos que ouvira instantes atrás, mas agora tudo permanecia em perfeito silêncio como se elas tivessem se escondido.

A senhora fechou a porta rapidamente, como se temesse que Leane saísse novamente, e suspirou.

—Eu pedi para que Mary, a cozinheira, as levasse para a cozinha para que eu pudesse recebê-la sem toda a agitação infantil... — ela se explicou antes de observar Leane dos pés à cabeça. — Flora me disse que era nova, mas eu não imaginava que fosse tanto.

Leane sorriu, quando reconheceu a velha senhora como amiga de Flora.

—E você deve ser a Sra. Albert... — Leane comentou. —Eu não sou tão nova assim. Já tenho 27 anos.

A Sra. Albert revirou os olhos antes de sorrir para ela, parecendo finalmente mais relaxada.

—Quando eu tinha vinte e sete anos, minha querida, eu já estava casada e trazendo meu primeiro filho ao mundo. E garanto que isso foi há muitos anos atrás. — Leane riu baixinho, desculpando-se logo em seguida ao perceber que estava sendo rude.

—Me desculpe... — pediu, pigarreando.

A Sra. Albert riu de seu constrangimento.

—Não se preocupe com isso, querida. Já estou velha e isso é um fato! — ela exclamou. — Mas estou preocupada que esse não seja o emprego ideal para uma jovem como você. Cuidar de crianças tão pequenas pode ser um pouco difícil e elas perdera a mãe recentemente.

Leane juntou as mãos em frente ao corpo.

—Eu sei o quanto e difícil e acho que talvez eu possa ajudá-las de alguma forma... — ela disse, fazendo a mulher abrir os lábios em espanto.

—Oh, querida, me desculpe. Eu havia me esquecido que acabou de perder sua mãe... — Leane engoliu em seco ao perceber que a lembrança provocara um nó em sua garganta que logo se transformariam em lágrimas se não mudassem de assunto.

Ainda não estava pronta para falar sobre isso sem ficar emotiva.

—Não se preocupe com isso. — disse apenas e tratou de mudar de assunto. — Podemos chamar as crianças para que eu possa conhecê-las?

A Sra. Albert pareceu um pouco insegura.

—Tem certeza que não quer se ajeitar em seus aposentos primeiro?

Leane negou.

Ela sabia que a intenção da senhora era dificultar sua partida caso desistisse e resolvesse ir embora, desfazendo suas malas.

Mas Leane não tinha pretensão de ir a lugar algum.

Aquela era a oportunidade que precisava para seguir em frente.

E ela não era do tipo de mulher que desistia facilmente...

—Sra. Albert, eu gostaria de conhecer as crianças primeiro. — disse ela. —Fique tranquila, porque não pretendo ir a lugar algum.

A Sra. Albert corou com seu comentário, denunciando suas verdadeiras intenções e Leane se segurou para não rir.

—Tudo bem, me desculpe. — ela se desculpou, apontando para o corredor que Leane imaginava levar até a cozinha. —Deixe suas coisas aqui. Vou pedir para o Norman levar sua mala para o seu quarto.

Leane a seguiu pela sala gigantesca e em seguida pelo corredor, parando em frente a uma porta de vidro escuro e pesada.

Algo que se destacava dentro daquela casa, uma mistura de antigo e moderno.

Quem observasse a casa de fora, jamais imaginaria que por dentro haveria móveis e equipamentos eletrodomésticos tão modernos como os que ela via ali, ao adentrar a cozinha.

Claro, tirando a bagunça de farinha espalhada por todos os lados e as duas crianças mais velhas com as roupas mãos completamente sujas de o que Leane imaginava, ser farinha e ovos ou qualquer outra coisa grudenta parecida.

Mary, a cozinheira, estava em um canto, segurando a bebê no colo, olhando para as duas crianças parecendo completamente perdida.

—Crianças! —A Sra. Albert exclamou, chocada, enquanto olhava para toda aquela bagunça. —Eu me afastei apenas por alguns minutos e olha o que fizeram!

—Nós só estávamos tentando fazer biscoitos para a nova babá. —a menina disse, chamando a atenção de Leane para ela.

Seus cabelos loiros e olhos azuis faziam-na parecer um pequeno anjo, combinado com as bochechas salientes e lábios rosados.

O garoto ao seu lado, possuía os cabelos da mesma cor, mas seus olhos eram ainda mais azuis que os da irmã, o que deixou Leane fascinada apesar da sujeira em seu rosto e roupas.

—Eu pedi para que se comportassem! — A Sra. Albert resmungou. —Eu vou contar ao pai de vocês o que estavam fazendo!

Leane resolveu intervir.

—Sra. Albert, acho que não será necessário. Fiquei emocionada com o esforço das crianças em me prepararem biscoitos de boas-vindas. Portanto, ficarei ainda mais impressionada caso eles me ajudem a limpar essa bagunça para que possamos finalmente assar esses biscoitos. —ela disse, observando enquanto as duas crianças mais velhas olhavam uma para a outra em uma conversa silenciosa, antes de se voltarem para ela novamente.

A Sra. Albert resmungou alguma coisa antes de fazer um sinal para Mary se aproximar com a bebê.

—Tudo bem, senhorita Grey. Vou levar essa pequena para tomar um banho enquanto vocês se divertem... — Leane segurou o riso diante do comentário da governanta. — Se precisar de alguma coisa, basta chamar.

Não levou mais que alguns segundos para que Leane se visse sozinha com as duas crianças, que a encaravam com curiosidade.

—Quanto tempo pretende ficar? — a garota perguntou de maneira direta, pegando Leane de surpresa.

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