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Doce Amargo

Usina Doce Demais...

Helena morava com a sua família numa vila, que ficava dentro da Usina Doce Demais. Ela, Cris e o seu irmão Pedro, nasceram e se criaram nesta pequena cidade do interior.

O seu pai Antônio, era o braço direito do Sr.Germano Mendonça, homem amável, casado com a Sra. Verônica,uma mulher arrogante diferente do seu marido. Seus dois filhos Jaime e Henrique foram educados na Capital, sempre estavam viajando.

A sua Mãe Ana, uma mulher humilde, que durante a sua juventude, trabalhou no canavial, onde conheceu o seu pai e logo casaram-se. Ela sonhava em ter uma família feliz.

Infelizmente, quando os filhos nasceram, foi descoberto um câncer de pele, que adquiriu devido à exposição ao sol forte. Com o tempo ela teve que conviver com o lado obscuro do seu marido.

Um homem autoritário e abusivo, que a cada dia se entregava a bebida, não tinha nenhum carinho pelos filhos. Dona Ana se perguntava a onde estava aquele homem carinhoso e amoroso que conquistara o seu coração, ou ele nunca existiu? A sua maior preocupação era seus filhos, a sua doce Helena o que será dela, quando não estivesse, mas aqui? Cris que teve que crescer, deixando de lado a sua infância, para ajudar a criar a sua irmã, Pedro que enterrou os seus sonhos de ser engenheiro-agrónomo, para trabalhar muito cedo com o pai. Só o tempo me dará estas respostas...

A vila tinha uma pequena praça, a onde as jovens se encontravam com as suas amigas, para conversar, tomar caldo de cana do Sr. José. E esquece a tristeza e o medo que era a noite, quando o seu pai chegaria em casa muitas vezes bêbado e agressivo.

Era estes poucos momentos na praça, com Marilu, que Helena sorria, pois, a sua amiga era divertida e engraçada e ajudava alivia as suas aflições.

Helena,era muito tímida mesmo sendo bonita, com seu cabelo castanho liso, que chegava até a sua cintura, seus olhos, Cor de mel, sua boca carnuda, por onde ela passava todos achavam lindas, muitos falavam que ela seria uma modelo, pois 1.73 de altura e só tinha 15 anos de idade, mas já não sonhava em casa,pois tinha medo de sofre como sua mãe, sua irmã Cris era sua referência, Helena lembrava muito ela, na aparência, Cris tinha olhos castanho escuro ,cabelo liso e longo como a irmã ,pois o pai não deixa ambas corta os cabelos. Diferente de Helena, Cris não era timida, ao contrário ela tinha uma altivez, um olhar endurecido, cheio de raiva e dor. Como Helena, também não acreditava em casamento, com seus 21 anos nunca teve namorado, e não tinha coragem de ter, pois aos 17 anos ela foi abusada pelo seu pai das vezes que ele chegou bêbado em casa, sua mãe estava no hospital, no dia só estava ela e Helena, Pedro estava dormindo no hospital com sua mãe. Ninguém sabia disto,ela carregava este segredo com vergonha e dor dentro do seu coração. Por isto ela defendia Helena , ela temia que a irmã passasse por esta experiência horrível.

Os Mendonças

Os Mendonça eram uma família tradicional, o bisavô do Sr.Germano que fundou a usina Doce Demais, ele era um visionário para sua época, e viu uma grande oportunidade na cana-de-açúcar, com seu irmão e primo eles fundaram a usina, onde se tornou uma empresa família, passado de pai para filhos.

Já o pai do Sr.Germano, não só herdou a usina, também investiu nas plantações de grãos e cabeças de gados, aumentando o seu património, como a sua esposa a Sra.Lourdes teve dificuldades de engravidar, e durante muitos anos fez tratamentos, e por fim, engravidou do Sr.Germano, o qual sempre foi amado e protegido pelo seu pai.

Sr.Germano, se tornou um homem íntegro, dando ainda, mas orgulho aos seus pais, infelizmente o seu pai faleceu aos 48 anos de um acidente de carro, e não pôde acompanhar os nascimentos dos seus netos, e (constatar) a multiplicação da sua riqueza.

A Sra.Lourdes após ficar viúva, foi morar com o seu único filho e a sua nora Sra.Verônica, esta que era o oposto do seu marido, de humildade não tinha nada, não gostava de mora na casa da Usina, pois falava que a casa era colonial, e lembrava as casas dos coronéis do tempo da escravidão.

Por muitas vezes o Sr.Germano, queria reforma-la e fazer a sua residência fixa, pois trazia muitas lembranças doces de quando era menino que brincava com os seus primos e filhos dos empregados, o cheiro da cana, se transformado em açúcar, das guloseimas feita na cozinha, a sua avó fazendo bolo de milho…

Quando Jaime, nasceu foi pura felicidade para o Sr. Germano, infelizmente a mãe, fez de tudo para afastar o filho da Usina, alegando que o menino deveria ter uma educação melhor, na verdade, ela só queria status. Eles tinham um apartamento numa cobertura, no prédio onde só morava a elite da capital.

Henrique quando nasceu, Jaime já estava com 10 anos, o ciúme pairava no ar: ele teve que aprende a dividir a atenção dos pais. Conforme Henrique crescia ele ficava, mas parecido com o pai, ele gostava de ir para usina, gostava de ouvir as histórias sobre o seu bisavô e como ele conseguiu construir o seu império.

Henrique era o oposto do seu irmão e da sua mãe, ele amava a sua vó Lourdes era sempre no colo dela que ele corria, quando a sua mãe falava grosserias para ele, a sua avó ao contrário da sua mãe, motivará o menino a ver o quanto ele era inteligente e capaz de administrar a usina, e as fazendas da família.

Henrique tornou-se um rapaz lindo, com sua pele morena, cabelos negros, olhos verdes,1,78 de altura, ombros largos, devido às aulas de natação que teve sempre. Tinha um sorriso encantador, gentil, mas sabia ser viril. Não era um rapaz namorador, sempre estava nas fazendas do seu pai, por isto decidiu fazer engenharia agrônomo ao contrário do seu irmão que forçadamente fez a administração, para não perder as mesadas gordas do seu pai: ele era um ‘playboy’, que vivia em festas, e sempre estava com mulheres lindas e não queria ter relacionamento sério com ninguém.

Como sempre Jaime era o preferido da mamãe, que tinha orgulho de ver o filho ser desejado por mulheres famosas, ele até que era um homem bonito, com o seu 1,77 de altura, cabelo castanho, olhos castanhos claros, sempre malhava, tinha um abdómen definido, sempre se vestia com roupas de marcas luxuosas, perfumes importados, e o seu carro importado Vermelho.

Conforme o tempo se passa, Henrique precisará ter estágios no campo, pois o seu curso esta próximo para termina, e ele escolheu ir para usina para aprimorar a sua pesquisa de campo.

Sr.Germano, levou o seu sobrinho Carlos que era arquiteto para a usina, para fazer uma reforma na casa grande, como Henrique ficaria alguns meses na casa, ele também queria esta com o seu filho, e para sua alegria sua mãe Sra. Lourdes também queria ir com eles.

Carlos, era solteiro tinha 32 anos, acabara de sair de um casamento complicado, este convite do seu tio Germano venho como presente dos céus: ele precisava deste momento para cura as feridas que ainda não estavam cicatrizadas.

Carlos com o seu tio, chegam na casa grande e ele fica a maravilhar com a estrutura da casa, como ela continua linda, mesmo sendo de séculos atrás. Tão antiga, mas com uma beleza impressionante.

Ele observa a entrada da casa, com várias palmeiras-imperiais, formando um corredor a escadaria com colunas desgastadas pelo tempo, o seu terraço que outrora era preenchida por cadeiras a onde acomodava as visitas para apreciar um caldo de cana com um bolo de milho que era cozinhando no fogão a lenha.

Conforme ele andar pela casa, o seu coração se aquece, traz uma alegria que nem ele mesmo sabe explica, mesmo ele não sendo um Mendonça, pois ele era sobrinho da Sra.Verônica ele considerava o seu Germano como o seu tio: ele cresceu ao lado dos seus primos Jaime e Henrique.

Carlos sempre teve, mas afinidades com Henrique, ele lembrava muito o seu pai Germano, pela gentileza e determinação.

O que será que esta Cidade tão pequena, mas cheia de mistério trará para sua vida?

Vivendo com o Inimigo...

Em uma tarde, após as aulas, Cris e Helena foram à única praça da vila tomar caldo de cana com bolo de milho, que o Sr.José vendia, praticamente era o ponto de encontro das jovens com as suas amigas, momentos raros a onde elas poderiam ser elas mesmas, muitas vezes o sorriso de Helena aquecia o coração da sua irmã, que temia diariamente pela noite em que o seu pai iria chega em casa.

Magali era muito amiga das irmãs, era divertida, a sua mãe Rosa trabalhava na casa grande desde muito jovem, a onde aprendeu a cozinhar com a sua tia. Morava na Usina em umas das casas dos empregados, ao todos eram seis casas, todas iguais.

O pai do Sr.Germano, que mandou construir estas casas para os funcionários da sua residência. Foi neste lugar em que Magali nasceu, ela lembrava de quantas vezes entrava na cozinha, para comer as guloseimas que a sua mãe fazia.

Magali era o oposto de Helena, tinha uma estrutura, mas baixa, olhos escuros que, mas parecia duas jabuticabas, cabelos cacheados a onde descia pelos seus ombros, falava pelos cotovelos e sempre tinha alguma história para compartilhar. Ela sabia ser bonita e chamava atenção de alguns rapazes, porém tinha um que aquecia o seu coração, e ele se chamava Pedro, irmão, mas velho de Helena.

Pedro era tímido, com o seu 1,78 de altura, cabelo castanho sempre curto, olhos castanhos, pele bronzeada pelo sol forte do lugar, raramente se via um sorriso dos seus lábios ao contrário havia uma tristeza misturada com revolta, pois o que ele, mas gostava era de ir para a escola rural em que estudou. Ele queria se formar em agronomia, sair da vila, ter a sua própria fazenda, dar uma vida, mas confortável para sua mãe e irmãs, o relacionamento com o seu pai não era muito fácil, ele aprendeu a reprimir a raiva devido à sua mãe que vivia sempre doente, sentia falta da alegria de Cris, que sem ainda saber do porquê que foi roubada dela.

Cris vivia sempre na defesa, criou uma fortaleza em volta de Sir mesma, poucas vezes ela permitia alguém se aproxima, mesmo com todas as suas feridas na alma ela era gentil principalmente com a sua mãe, era a única que Cris deixava tocá-la, era no colo dela que encontrava forças para prosseguir lutando contra o seu inimigo, aquele que deveria ter amado, cuidado e zelado pela sua inocência, ao contrário destruiu a doçura da sua alma. Ela luta para que o mesmo não venha fazer com a sua irmã Helena.

Infelizmente, já começa anoitece as irmãs precisavam volta para casa, ajuda a sua mãe com o jantar, e reza para que o Sr.Antônio chegue sóbrio esta noite, raramente ele não bebia, só quando o seu Germano estava na casa e precisava dos serviços dele. O seu patrão não sabia do seu desvio de caráter: ele acreditava que Sr. Antônio era um excelente marido e um pai amoroso com os filhos

Mas infelizmente, o Sr.Antônio era alcoólica não aceitava ser, dizia que ele tinha domínio sobre a bebida, mas não era verdade além do alcoolismo ele era muito agressivo, tudo tinha que ser da maneira dele, nada e ninguém poderia ser contra a ele, principalmente os seus filhos.

Helena tinha muito medo do pai, uma certa noite ela ouviu os gritos de Cris, e percebeu que algo estava a acontecer, mas a porta do quarto estava tragada, o barulho estranho que o pai fazia assustava, ela queria entrar e ajudar a sua irmã, mesmo não sabendo o que acontecia naquele quarto, ela tinha certeza que Cris estava sendo machucada.

Infelizmente estes momentos aconteciam quando Dona Ana não estava em casa, devido o câncer ter afetado outros órgãos, principalmente o seu fígado, por muitas vezes ela era levada as pressas para o hospital da cidade, que não era próximo da vila. O Dr.Augusto estava tentando uma vaga para ela num hospital na Capital, a onde tinha melhor estrutura, para fazer os exames detalhados, pois havia uma suspeita que o câncer já estava nos pulmões dela.

A cada dia a saúde de Dona Ana se tornava delicada, e a situação da família também.

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