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O CEO

Capítulo 1.

DANIEL HARRIS

Sou o CEO da International Food Bell, uma grande empresa do ramo alimentício, com atuação internacional. Tenho 30 anos e sou um homem bem-sucedido.

Sou alto, tenho olhos claros e cabelos castanhos-claro. Considero-me bonito e elegante. Falo várias línguas: inglês, espanhol, francês, alemão e russo. No momento, estou aprendendo português. Confesso que tem sido um desafio — a gramática é complexa e os fonemas, confusos —, mas eu nunca fujo de um desafio.

Sou movido por metas difíceis. Não aceito "não" como resposta. Só descanso quando alcanço o que desejo. Nos negócios, sou como uma muralha: firme, invencível. Sou formado em Direito e exerci a profissão de advogado por alguns anos. Só parei porque tive que assumir os negócios da família após meu pai se afastar da presidência por problemas de saúde.

Há três anos estou à frente da empresa, e desde então, tornei-me um dos CEOs mais respeitados do mercado. Sou frio e direto. Na empresa, sou temido. Ninguém ousa questionar minhas ordens, e tudo deve acontecer exatamente como eu determino.

Na vida pessoal, sou discreto. Saio com algumas mulheres, às vezes, mas nunca me comprometo. Uma noite é suficiente para mim — nada de repetir a dose. Não acredito nesse tal de amor. Para mim, isso é uma invenção. Cresci sem afeto, sem o carinho de uma mãe. Sempre fui apenas eu e meu pai... e as babás.

Dizem que sou um homem com o coração de pedra. A verdade é que não posso dar aquilo que nunca recebi. Como amar, se nunca fui amado?

Ainda assim, sou generoso com meus funcionários. No fim de cada mês, ofereço bônus àqueles que cumpriram suas metas. Acredito em incentivos, e tem funcionado bem desde que assumi os negócios.

ERICA MOORE

Tenho 18 anos. Sou alta, com um corpo bem desenvolvido para minha idade. Meus cabelos são castanhos-claros, meus olhos têm cor de mel e minha pele é clara.

Não tenho boas recordações do meu passado. Perdi meus pais quando tinha apenas 12 anos. Foi um choque. Entrei em depressão, não queria me alimentar, não via mais sentido na vida.

Fui criada por minha tia, depois do trágico "acidente" de carro que matou meus pais. Digo "acidente" porque agora sei que não foi. Alguém tirou a vida deles, e eu não vou descansar até descobrir quem foi. Quero justiça. Não, quero vingança. E vou conseguir.

Minha tia faleceu pouco depois que completei 18 anos. Lutava contra um câncer cruel — leucemia. A quimioterapia já não surtia efeito, e a doença foi levando sua vida aos poucos. Mesmo assim, ela nunca perdeu a fé. Dizia que Deus tinha um plano. Como pode isso ser um plano perfeito? Perdi tudo: meus pais e agora ela. Estou dilacerada.

O que me mantém de pé é o desejo de vingança. Quero encontrar o desgraçado que destruiu minha família... e tirarei dele o que mais ama. Disso eu tenho certeza.

Sei que preciso ir para o outro lado do mundo — os Estados Unidos. Tirei meu passaporte, pedi o visto de estudante e vendi o apartamento da minha tia. Tenho uma herança modesta deixada pelos meus pais. Não é uma fortuna, mas é o suficiente para viver por um tempo.

Minha tia nunca mexeu nesse dinheiro. Dizia que era o meu futuro. E esse futuro chegou.

Duas semanas depois, o visto foi aprovado. Apesar de ter dupla cidadania (meu pai era americano), após a morte deles, fui para o Brasil viver com minha tia. Agora estou voltando ao meu país de origem... e à minha missão.

Despedir-me das poucas amigas que tinha não foi difícil. Sempre fui reservada. Na escola, era vista como metida, distante... uma "loba solitária", como diziam. Nunca namorei. Não acredito em amor. Uma vez beijei um garoto do primeiro ano, Adrian. Detestei. Ele, por outro lado, adorou e saiu dizendo por aí que dormimos juntos. Dei uma surra nele. Faço boxe e judô desde criança — era a forma que minha tia encontrou para eu extravasar a raiva.

Fui suspensa naquele dia, mas não me arrependi.

Agora estou pronta. Pronta para recomeçar. Para estudar. Para encontrar aquele que destruiu minha família.

E para fazê-lo pagar.

Capítulo 2

O Acidente

Erica

Desembarco no Aeroporto John F. Kennedy, no Queens. Passo pelo portão de desembarque e pego minha mala. Ainda bem que falo inglês fluentemente — afinal, saí dos Estados Unidos quase adolescente.

Estou animada e determinada. Já fiz várias pesquisas sobre o homem que destruiu a vida dos meus pais. Agora, preciso de um táxi. Reservei um quarto de hotel ainda no Brasil, espero que tenha dado tudo certo.

Quase chegando ao meu destino, um estrondo repentino me faz gritar. O carro freia bruscamente. Sinto minha cabeça bater contra o banco da frente, mesmo estando com o cinto de segurança. Alguém bateu no táxi.

— Ai... — murmuro, passando a mão na cabeça, sentindo dor imediata.

O motorista desce rapidamente. Faço o mesmo, massageando a têmpora. Ao olhar o carro que nos atingiu, vejo um veículo de luxo — chique e caro. Um homem desce, pedindo mil desculpas, visivelmente aflito.

— Você é um idiota?! — grito, já alterada. — É claro que não estou bem!

— Me desculpe, senhorita. — Ele tenta manter a calma.

O taxista observa o estrago no carro. — E agora, quem vai pagar por isso? Esse carro é meu meio de trabalho!

— Mil perdões, eu... acelerei mais do que devia — responde o motorista do carro de luxo.

— Claro! Vocês, ricos e poderosos, acham que podem tudo, né? — rebato com raiva.

— Eu não sou rico. Sou apenas o motorista.

— Ah, claro. Então a culpa é do seu patrão?

Não espero resposta. Caminho até o outro lado do carro e começo a bater no vidro do passageiro.

— Vai sair ou não? Vai deixar seu funcionário com esse problema? Covarde! Bunda mole!

Vou abrindo a porta quando, de repente, ela se abre. Um homem alto, de aparência fria — e absurdamente bonito — sai do carro. Seu olhar é de desprezo.

— O que foi que disse, moça? — Ele me encara com firmeza. — Sua mãe não lhe ensinou boas maneiras? Não pega bem para uma mulher falar com tanta grosseria. Esse temperamento explosivo não combina com sua aparência. E, francamente, insultar estranhos pode ser perigoso, não acha?

— E você quem pensa que é pra me dizer como devo agir? Rei da Inglaterra? — rebato. — O errado aqui é você! Seu motorista correu demais porque o senhor não queria se atrasar, não é?

— Já chega, garota! Você está me tirando do sério. Insolente e petulante.

— Como se eu me importasse! — cuspo as palavras. — Quero que você se exploda, seu babaca inútil. Não tenho medo de você!

Sem que eu esperasse, ele me segura pelo braço e me coloca dentro do carro. Tranca as portas. Tento abrir, mas está travado.

— Me solta! Eu vou te denunciar! Isso é sequestro, seu cretino! — grito, esmurrei o vidro.

— Vamos resolver isso logo — diz ele ao taxista. — Me passe o número da sua conta.

O taxista, confuso, faz o que ele pede. O homem transfere uma quantia generosa.

— Senhor... isso é muito mais do que o necessário.

— É o suficiente para o senhor se aposentar. Viaje, aproveite a vida. — Ele olha para o motorista. — Pegue as malas da jovem, vamos levá-la ao hospital e depois para casa. Sinto muito pelo transtorno.

As malas são colocadas no porta-malas. O homem entra novamente no carro. Assim que a porta se fecha, me jogo contra ele, desferindo tapas e empurrões.

— Me deixa sair! Eu vou gritar! — grito, descontrolada.

Ele ignora e diz ao motorista: — Dirija.

Alguns minutos depois, já numa área mais afastada da cidade, o carro para. O homem sai, dá a volta, abre a porta e me encara.

— Agora vamos conversar com calma.

— Eu não tenho nada pra conversar com você! — continuo gritando, dando mais tapas.

Ele então me segura pelos braços com força. Me debato ainda mais. Meus gritos aumentam.

E, num impulso inesperado, ele me beija.

O choque é instantâneo. Tento me soltar nos primeiros segundos, mas... algo dentro de mim vacila. O beijo é quente, invasivo, intenso. Perco o controle. Ele me puxa pela cintura e me beija com mais força. Meu corpo cede. Meus protestos somem.

No banco traseiro daquele carro de luxo, somos consumidos pela tensão explosiva daquele momento. Ele me possui ali mesmo, sem perguntas, sem palavras.

Sinto dor, pois ainda sou virgem. Mas não conto. Não revelo. Não naquele instante.

Na minha mente, apenas uma certeza:

Nunca mais vou vê-lo.

Nova York é enorme. Quais as chances de cruzarmos novamente?

Aparentemente... nenhuma.

Capitulo03

 Eles desmancham-se de prazer.

Erica sai de cima de Daniel e senta-se no banco ao seu lado. Coloca as mãos na cabeça, junta as coisas espalhadas no carro e diz: — Isso foi um erro.

Daniel a olha, confuso. — Calma, não precisa ficar nervosa. Acredito que tenha gostado do meu desempenho. Sou excelente em tudo o que faço. Vista-se com calma, vou levá-la para sua casa.

Erica termina de se vestir e encara Daniel. — Isso foi um erro. Eu preciso ir embora.

— Um erro? Parecia que estava gostando. Além disso, não te obriguei a nada! Foi só sexo, querida. Não pense nem por um segundo que vou assumir algum tipo de relacionamento com você.

— Isso foi um grande erro, senhor. Um erro que nunca mais vai acontecer! Fui clara. Não preciso que me leve para casa. E, se quer saber, o seu desempenho sexual foi uma merda. (Minto.)

— Eu nunca iria querer ter um relacionamento com você! Nem se me pagasse. Fui clara?

Erica sorri, debochada. — Que bom que gostou, porque foi a primeira e última vez que tocou em mim. Com licença, eu quero ir embora. Até nunca mais, senhor. Foi um prazer! Peça ao seu motorista para me entregar as minhas malas, por favor!

— Como é? Não foi o que pareceu. Os gemidos que deu demonstraram o contrário. Sou Daniel. Qual o seu nome?

— Acha mesmo que vou dizer o meu nome para você? Nem em sonho, cara.

Daniel a observa, incrédulo. — Acredito que não há motivo para não dizer. Afinal, pulamos algumas etapas.

— Não te conheço! E não vou falar meu nome para um estranho!

— Minha nossa, o nome não pode falar, mas fazer sexo com um completo desconhecido, isso pode?

— Vai se ferrar, cara — responde Erica.

— Eu nunca mais espero ter que encontrá-lo. Adeus, e obrigado pela transa.

— Igualmente, sua louca — pensa Daniel.

Daniel a olha atônito, sem acreditar no que acabara de ouvir.

Erica sai às pressas do carro e dá de cara com o motorista. Ela pede por suas malas.

O motorista pergunta a Daniel se pode entregar; ele responde que sim.

— Ela o encara, levantando a sobrancelha. — Essa é boa! Ter que pedir permissão para pegar algo que é meu?

— Pegue suas malas e siga seu caminho — diz o motorista.

— Com prazer, eu farei isso — responde Erica.

Erica pega suas malas e sai arrastando-as pela rua. Caminha até chegar a um ponto de táxi. Finalmente, consegue chegar ao pequeno apê que alugou. Ao entrar, percebe que precisa tomar um banho urgente — está com cheiro de suor.

Enquanto isso, Daniel ordena ao motorista que siga o caminho.

No carro, já em movimento, Daniel nota uma mancha na calça e na camisa. Era vermelha — sangue. — Isso significa que ela era virgem.

— Que mulher mais doida... Como pôde deixar que eu a tocasse desse jeito, sendo virgem? Eu, um total estranho... E agora, como faço para encontrá-la? Se a engravidei, essa desconhecida... que tolo eu fui.

Erica saiu às pressas do carro, ajustando a roupa com as mãos trêmulas e o rosto quente de vergonha e raiva. Ao dar de cara com o motorista, respirou fundo e disse:

— Por favor… as minhas malas.

O motorista lançou um olhar confuso a Daniel, que respondeu com frieza:

— Entregue.

Erica ergueu uma sobrancelha com sarcasmo.

— Que ótimo… até para pegar o que é meu, preciso da sua permissão?

— Pegue suas malas e siga o seu caminho — retrucou o motorista, impaciente.

— Com prazer. — Ela respondeu firme, pegando as malas com pressa e caminhando para longe do carro.

Enquanto se afastava, tentando manter a postura apesar das pernas bambas, pensava:

"Como pude ser tão idiota? Me entregar para um homem que nem sei o nome direito… no banco de um carro! Que loucura. Eu me deixei levar, deixei ele me dominar. E o pior… ele nem sabe que era minha primeira vez. Droga! Isso não pode se repetir. Eu tenho um objetivo aqui, e não envolve homem nenhum. Principalmente um arrogante como ele."

Ela seguiu o seu caminho, sem olhar para trás, decidida a enterrar aquele momento e focar no que realmente importava: sua missão.

Daniel fecha os olhos e suspira.

— Não quero nem pensar nessa possibilidade. Eu não pretendo ter família. Muito menos filhos. Meu legado vai acabar comigo. Não darei mordomias de mão beijada para ninguém.

— Se ao menos soubesse o nome dela... seria mais fácil encontrá-la. Tenho que garantir que ela não ficou grávida.

Ele respira fundo e conclui:

— Não vou esquentar a cabeça agora. Meu hacker descobre quem ela é em segundos.

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