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Minha História De Amor

Chegando na Cidade Grande

...Clara Lua...

Primeiro dia em São Lázaro, nem acredito que estou aqui, após passar toda uma vida no orfanato Filhos de São Francisco, finalmente começo uma nova vida aqui, na cidade grande.

Nem acredito que consegui uma bolsa para fazer o meu mestrado aqui na Universidade de São Lázaro, com bolsa e tudo, as irmãs do orfanato ficaram tão orgulhosas, quero fazer valer a pena cada dia aqui, valorizar tudo que fizeram por mim, tornar-me uma grande Neurocientista e abrir um instituto para ajudar crianças com traumas, esse é meu sonho.

Mas antes de qualquer coisa preciso de um emprego. Consegui alugar um apartamento bem modesto, porém agradável pra quem viveu num minúsculo quartinho no orfanato. Dei uma olhada nas páginas de emprego do jornal queria trabalhar como babá, eu li que babás pedagogas podem ganhar um bom dinheiro aqui na cidade, mas não tem nada assim no jornal, e não da pra esperar, então vai a vaga de serviços gerais mesmo, o importante é trabalhar.

Dois dias depois

Realizei as primeiras etapas da avaliação para a vaga de serviços gerais numa empresa de ‘design’ de interiores a "Santini Design", agora estava na última etapa a entrevista com o RH.

— Então moça, o serviço aqui é pesado, você irá trabalhar das 07 às 16h, 1h de almoço e a limpeza deve ser bem feita. Acha que dá conta? — O gerente de RH já havia realizado várias perguntas.

— Claro que sim, não tenho medo de trabalho senhor.

— Está contratada. Começa amanhã. Bem-vinda a Santini Design.

Eu mal podia acreditar que consegui essa vaga.

No dia Seguinte

Meu primeiro dia de trabalho, cheguei no horário, troquei de roupa e parti pra limpeza, eu realmente não tenho medo de trabalho, no orfanato eu trabalhava muito, limpava, ajudava a cuidar das crianças menores enfim, sempre dei duro na vida.

Uma semana se passou desde que cheguei na Cidade e comecei a trabalhar na empresa de Design.

Certo dia estava limpando uma sala quando vi uma criança sentada no chão, era uma menina linda, devia ter uns 4 ou 5 anos. Me aproximei:

— Oi princesinha, tudo bem? — Falei sorrindo, mas ela permaneceu calada. — Por que está aqui sozinha?

Ela não falava nada e me olhava super assustada. Me abaixei e olhei nos olhos dela com carinho.

— Não precisa ter medo, eu só quero te ajudar. Está perdida? — Ela apenas balançou a cabeça dizendo que não. — Certo, te pediram pra esperar aqui?

Novamente balançou a cabeça dizendo que sim.

Então tirei as luvas, limpei as mãos e sentei no chão pra fazer companhia e ficamos brincando, ela gostou, pois, sorria bastante.

Quando estávamos brincando uma mulher entrou. Muito bonita alta, cabelos castanhos preso em coque perfeito, vestia um terninho rosa bem elegante.

Ela nos olhou bem espantada, como se tivesse visto um fantasma, eu quase entrei em desespero, pensei que ela estava brava por eu estar ali brincando ao invés de trabalhar na limpeza.

— Me desculpe senhora, eu vi essa menina e não quis deixar ela sozinha. Já vou voltar ao meu trabalho. — Disse me levantando depressa.

— Ela estava sorrindo com você? Como fez ela sorrir? — A senhora falava meio perplexa.

Fiquei super confusa com essa pergunta. Qual o problema de uma criança sorrir?

— sim, ela estava se divertindo.

— Quem é você?

— Me chamo Clara Lua, sou funcionária aqui na empresa faz 1 semana, trabalho na limpeza.

— Eu sou Gabriela Santini, sou a dona. Essa é Mabel (Belinha) a minha sobrinha, ela tem mutismo seletivo, deixou de falar e de sorrir desde que a mãe faleceu, o meu irmão ficou extremamente triste com a morte da esposa e esqueceu da filha, tentamos de tudo, mas ela não reage a nada, isso já faz 3 anos. E agora ela sorri pra você, uma estranha. Como fez isso?

— Bom, eu estudei pedagogia e psicopedagogia, e passei boa parte da minha vida com crianças com os mais diversos traumas. Acho que isso contribuiu pra esse momento.

— E por que está aqui trabalhando na limpeza?

— Eu vim aqui pra Cidade, pois, ganhei uma bolsa de mestrado, mas preciso pagar o aluguel enquanto as aulas não começam.

— Clara, eu tenho uma proposta pra você, me ajuda com a Belinha, quem sabe você consegue ajudar ela a falar. Depois do expediente te levo pra minha casa e lá você auxilia a Belinha, eu pago bem.

Esse era meu objetivo, trabalhar com crianças, ajudar a curar traumas, é isso, essa é minha oportunidade, fora o dinheiro extra eu poderia juntar esse dinheiro para o meu instituto.

— Mas é claro, eu aceito, porém, as minhas aulas começam daqui 2 meses.

— Bom, espero que seja tempo suficiente. Começamos amanhã.

A dona Gabriela me falou que o seu irmão não concordaria em entregar a sua filha aos cuidados de alguém que ele não conhece e isso lhe causaria muitos problemas, então ela faria em segredo, a Belinha iria ficar esses dois meses na casa da tia, parece que isso já era um costume comum, e eu iria pra lá todos os dias depois do trabalho na empresa.

1 mês depois

Era incrível trabalhar com a Belinha, ela é uma menina tão doce, eu me apaixonei por ela. Ela estava muito triste, a mãe dela faleceu de câncer, a Belinha presenciou boa parte do sofrimento da mãe tendo apenas 2 aninhos, e depois que a mãe morreu ainda teve que lidar com o abandono do pai, passou a ficar dias na casa da tia e da vó paterna (a família materna não aceitou o casamento da filha com um membro da família Santini que tanto odiavam, e nunca conheceram a neta, vai entender, coisa de gente rica).

Nesses primeiro mês, eu e a Belinha nos aproximamos muito e ela passou a falar, muito pouco, mas era um grande avanço, a dona Gabriela chorou horrores quando a Belinha chamou ela de " titia".

Na noite que completamos 1 mês de trabalho, eu deixei a casa da dona Gabriela e segui pro meu apartamento. Ao chegar estava muito cansada, fui logo tomar um banho, assim que saí do chuveiro ouvi alguém bater na porta, com tanta força que pensei que iria derrubar, mesmo com medo eu abri, e lá estava ele, o homem mais lindo que já vi na minha vida. Gabriel Santini.

Gabriel Santini

...Gabriel...

A vida tem sido difícil, faz dois anos que a Leticia faleceu, eu fiquei completamente perdido, me afundei em bebidas e muitas mulheres, me enchi de problemas, deixei a minha filha de lado e quase perdi a minha empresa "O Grupo Santini".

Mas finalmente retomei a minha consciência, parei com a bebedeira e as festas, voltei a trabalhar e a cuidar da minha Belinha, ela parou de falar, de sorrir de ser criança desde a morte da mãe. E eu só piorei as coisas deixando ela com a minha mãe e a minha irmã Gabriela.

A Gabi me pediu pra passar dois meses cuidando da Belinha, "como nos velhos tempos", ela disse, tempos esses em que eu não ligava pra minha filha, mas deixei.

1 mês depois

Bateu saudade da minha filha, chega de ficar na casa da Gabi, assim que sair da empresa eu vou passar na casa da Gabi e pegar a minha Belinha.

Na casa da Gabriela

— Ta fazendo o que aqui Gabriel? Combinamos que a Belinha ia passar 2 meses comigo. — A Gabi ja foi me destravando na entrada da casa.

— É, mas a filha é minha e mudei de ideia, cadê a Belinha? — Respondi tenso, tinha algo errado no modo como a Gabi estava.

— Papai! — A Belinha entrou correndo e... falando?

— Ela falou? Ela disse papai?

Minha filha falou, eu nem lembrava mais como era a voz da Belinha, ela estava ainda aprendendo as primeiras palavras, quando a Leticia faleceu. Eu não consegui conter as lágrimas e abracei ela bem forte. Minha filha falou, ela finalmente falou.

— Como você conseguiu isso Gabi? — Eu mal podia acreditar que isso estava acontecendo.

— Eu conheci uma moça, Clara Lua, ela trabalha na minha empresa de design como faxineira, acredita, mas é uma psicopedagoga incrível, ela veio pra São Lázaro pra fazer mestrado, ela tem trabalhado aqui com a Belinha todas as noites. — A Gabi foi explicando. — Porém, em 1 mês as aulas dela irão começar e teremos que suspender esse trabalho.

Quando a Gabi me contou tudo fiquei louco, não podia aceitar que a pessoa que ajudou minha filha a falar iria se separar dela em apenas alguns dias. Eu tinha que ir atrás dela.

Eu nem pensei, peguei a Gabi e ordenei que me levasse até essa moça.

Chegamos num bairro bem pobre aqui da Cidade, um apartamento pequeno e bem mal localizado. Sai do carro às pressas, o porteiro era um ignorante, não queria me deixar subir, quase dei um soco no imbecil, mas a Gabi conseguiu a autorização.

Subi as escadas num pulo e bati na porta como um louco, nem sei por que agi assim, mas algo me dizia que não poderia perder essa garota. Foi quando ela abriu a porta, e minha nossa ela é tão linda, que todo meu nervoso cessou.

— Quem é você? E que desespero é esse? — Ela era linda, morena, cabelos ondulados presos numa trança embutida, estava de toalha, nossa que corpo perfeito, e com os olhos arregalados.

— Sou Gabriel Santini, você salvou minha filha.

Clara Lua narrando

Meu coração disparou quando ele disse quem era, "ai meu Deus, era ele o pai da Belinha" bem ali na minha frente, e como podia ser tão lindo, bem alto, forte, tipo desses que da pra ver os músculos pelo terno, os cabelos lisos e castanhos claros, como os da dona Gabriela, olhos castanhos e penetrantes, os olhos pareciam me comer viva, "ai caramba lembrei que tô só de toalha, que vergonha".

— O senhor quer entrar? É eu vou trocar de roupa, me desculpa é que eu achei que fosse uma emergência e abri a porta do jeito que eu estava.— "Por que eu tinha que estar de toalha, ninguém nunca me viu de toalha antes. Senhoooor!"

— É claro, eu que peço desculpas pelo modo como bati na sua porta. Mas eu precisava muito falar com você.

Nessa hora a dona Gabriela apareceu na porta e entrou, aproveitei a chegada dela e fui correndo trocar de roupa.

— Pronto, então a que devo a honra dessa visita?

— Clara me desculpa ta, o Gabriel é louco, me arrastou pra cá essa hora da noite, sendo que eu disse que amanhã você estaria lá em casa. — A dona Gabriela foi explicando, mas eu só conseguia pensar nesse homem na minha frente.

— Tá, eu já pedi desculpa, eu sou assim, sou intenso as vezes, mas quando a Belinha falou, eu sabia que não podia perder você. — Ele se aproximou de mim, tipo dava pra sentir a respiração dele. — Clara Lua você não é uma faxineira, você é uma cientista, uma intelectual e profissional de educação. Eu proponho que você saia da empresa da Gabi e venha trabalhar na minha casa. A Gabriela me falou que você quer abrir um instituto pra crianças como a Belinha, eu pago muito bem, bem mais que a faxina, e você vai adquirir bastante experiência, vai sair desse lugar horroroso, com todo respeito, e vai ajudar minha filha. Então o que me diz?

Ele tava certo, eu não sou uma faxineira, sou uma cientista, educadora, e nunca tinha pensado nisso, como um sujeito que nunca me viu, me conhece melhor do que eu, e me valoriza tanto. É era a oportunidade perfeita, eu senti que minha vida ia mudar ali. E eu já amava a Belinha, ia ser muito triste me afastar dela.

— Eu aceito, eu vou trabalhar na sua casa. — Disse com entusiasmo.

— Maravilha, faça as malas, vamos agora.

— Agora? No meio da noite? Mas eu preciso me demitir na empresa e acertar as contas aqui do apartamento. — Caramba ele era mesmo intenso, eu não podia simplesmente sair assim. — Não posso ir amanhã depois de resolver essas coisas?

— Besteira, vamos agora, faça as malas.

— Meu Deus homem, você não tem jeito. — A dona Gabriela tomou a frente e veio falar diretamente comigo. — Ta tudo bem Clara Lua, amanhã você acerta tudo aqui e passa lá na empresa, já leva as suas malas que eu peço ao motorista pra te levar na casa do Gabriel. Ok?

— Muito obrigada dona Gabriela.

— Ta, mas chega o mais cedo possível. Nos vemos amanhã então. Boa noite Clara Lua.

Quando eles saíram eu ainda tava zonza, caramba, era o emprego que eu queria quando cheguei aqui. Antes de dormir deixei tudo arrumado pro dia seguinte, pra minha nova vida.

Vivendo na casa do Gabriel

...Clara Lua...

Acordei bem cedo, fui até o locatário e quitei o aluguel do apartamento, em seguida fui até o shopping, sim, ao arrumar minhas malas ontem a noite percebi que não tinha roupas boas, e eu ia viver numa mansão, então preciso de roupas, principalmente roupas confortáveis pra brincar com a Belinha.

Peguei parte do dinheiro que tinha guardado e comprei umas blusas, bermudas e calças confortáveis e bonitas também, aproveitei e comprei um maiô, nunca se sabe quando vai precisar de roupa de banho, e umas roupas pra faculdade.

Cheguei na empresa de design e acertei minha demissão, como combinado a dona Gabriela pediu ao motorista pra me levar até a casa do senhor Santini, e minha nossa que casa.

Era uma mansão mesmo, tinha um belo jardim logo na frente da casa, fui recebida por uma senhora que se apresentou como Maria Antônia disse que era a governanta, entramos na casa, a sala era enorme, muito elegante, em seguida Maria me mostrou a sala de jantar, a cozinha e subimos para os quartos.

No andar de cima havia uma ala de quartos que eram dos empregados, e a ala dos quartos de hóspedes e os da família. Maria me levou até o quarto da Belinha, onde ela estava dormindo, era o quarto dos sonhos de qualquer menina, com vários brinquedos.

— A Belinha fica muito tempo no quarto dela, é o lugar preferido dela na casa, venha vou te mostrar o seu quarto. — A Maria foi me mostrando tudo enquanto a seguia.

Ao contrário do que imaginei meu quarto não era na ala dos empregados, e sim o quarto em frente ao da Belinha. Era grande e muito bonito, em tons pastéis, além da cama enorme, tinha uma poltrona tão macia, e uma mesa tipo de escritório, e caramba, eu tinha minha própria suíte.

— Eu vou mesmo dormir aqui? — Eu estava impressionada.

— Vai sim, o Gabriel pediu pra arrumar esse quarto, ainda disse q você precisava da mesa pra estudar. Ele quer que você fique bem perto da Belinha.

— Nossa eu não sabia que ele era tão atencioso.

— Ele é, eu cuidei do Gabriel e da Gabriela desde pequeninos, são como meus filhos, e os conheço bem. O Gabriel mudou muito depois da morte da Letícia, mas ele é um bom rapaz, só precisa de um pouco de paciência.

Arrumei minhas coisas no quarto, quando a Maria saiu, tomei um banho e troquei de roupa. Então fui ver a Belinha que já estava acordada. Eu fiz um cronograma de atividades para a Belinha, ela não frequentava escola devido ao medo de socializar, então além de aprender a falar ela também precisava aprender a ler, a fazer cálculos e todas as habilidades que se aprende na escola. Organizei tudo e passei a aplicar as atividades.

1 mês depois

Um mês se passou, estou a cada dia mais próxima da Belinha, e ela está se desenvolvendo cada vez melhor, durante esse mês eu mal vi o senhor Gabriel, ele é muito ocupado e reservado também, as poucas vezes que o vi foi no café da manhã sempre correndo pra chegar cedo na empresa. A Maria me disse que ele trabalha com investimentos e que tem clientes muito poderosos, deve ser bem complicado lidar com gente assim, por isso ele é tão irritado.

Hoje começam as minhas aulas do mestrado, estou muito empolgada, passei o dia realizando as atividades com a Belinha, dei um banho nela e a deixei brincando com a Maria. Fui para o meu quarto tomei um banho, fiz uma trança no cabelo e me vesti.

Coloquei uma calça Jeans estilo jogger, e uma blusa justa de manga comprida, como estava frio coloquei um blazer, peguei minha pasta e saí.

Na Universidade

Tive três aulas bem intensas pra um primeiro dia.

— Caramba, primeiro dia e já temos 1 milhão de leituras, querem acabar com a gente. Adeus vida social. — Uma mulher muito bonita falava jogada na cadeira da sala de aula.

— Ai nem fala, eu tava ansioso pro mestrado, mas já passou. — Dizia um rapaz ao lado dela.

– (risos) Eu também não imaginei que seria assim, mas não posso negar que estou muito feliz de estar aqui, com toda essa leitura. — Disse rindo da preguiça deles.

– Você é doida, só pode (risos). Eu sou a Manuela, esse é o Gustavo (Guga) e você?

Manuela

Gustavo

— Clara Lua.

Primeiro dia e eu tinha amigos e muita, mas muita leitura. To feliz.

Dias depois

Hoje não tem aula, vou aproveitar que a Belinha dormiu pra adiantar tudo que tenho pra ler. Mas não consigo me concentrar aqui no quarto e decido sair um pouco, vou ler na piscina.

......................

...Gabriel...

O clima aqui em casa tá bem mais leve desde que a Clara Lua chegou, nem da pra descrever a minha alegria ao ver a Belinha rindo e correndo pela casa, vindo me mostrar as primeiras letrinhas e desenhos que ela tá aprendendo a fazer. A Clara tem sido um anjo nessa casa.

Como eu não sou uma pessoa delicada, prefiro ficar afastado dela, não quero criar motivos pra ela querer ir embora, então só falo com ela o necessário. Eu não sei bem o que é, eu fico esquisito perto dela, me da uma emoção estranha, sei lá.

Essa noite eu não consigo dormir, então decido ir lá fora, eu sempre tomo meu banho nu na jacuzzi, tem nada mais relaxante que isso.

Desço tiro a roupa e entro na jacuzzi quando de repente me aparece a Clara Lua, mas que droga.

O que eu faço?

Ela é tão linda, assim a noite parece que a beleza dela se destaca ainda mais, ela tá de camisola e de roby, que sexy. Mas ela não pode me ver assim e minha roupa tá longe, talvez se eu ficar quieto ela não note minha presença, mas nossa será que ela vai ficar ali a noite toda?

......................

...Clara Lua...

Ta uma noite tão bonita, como todos estão dormindo desci de camisola mesmo, sentei na beira da piscina pra ler, consigo me distrair e leio por um bom tempo, até que o sono vem e decido entrar na casa.

Vou para a cozinhar fazer um lanche e voltar pro quarto. De repente o senhor Santini entra na cozinha, todo molhado, onde ele estava?

— Boa noite senhor, desculpe, eu só vim fazer um lanche.

— Tudo bem Lua não precisa se desculpar, eu estava sem sono e vim tomar um copo d'água. Como está o mestrado?

— Está muito bem senhor, eu estou gostando muito, é bem trabalhoso, mas também é muito gratificante, e estou aprendendo bastante.

— Sobre o que é a sua dissertação?

— É sobre Afasia infantil, um problema parecido com o da Belinha.

Que estranho conversar assim casualmente com o senhor Gabriel, eu não sei bem o que é, mas ele me deixa esquisita, não sei explicar é bom estar perto dele, mas é desconfortável também, que sentimento estranho.

Nos despedimos e fui dormir.

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