Melissa
Acordei hoje de manhã às seis e meia com um humor péssimo. Estou assim desde o ocorrido no final de semana e, mesmo me levantando cedo, ainda consegui me atrasar. Como se não bastasse, tenho que conhecer os novos CEOs.
— Charles vai me matar se eu não conseguir chegar a tempo! — exclamei, sem paciência.
Mas é difícil correr de salto alto na Avenida Paulista, desviando dos pedestres que aparecem do nada.
— Maldita hora que levei meu carro pra arrumar. Pelo menos consegui pegar um café antes de entrar no táxi, porque estou sentindo que o dia vai ser longo. — pensei.
Assim que virei a esquina para entrar no prédio, trombei com alguém, espalhando café e pastas por todo lado.
— Droga, minha blusa branca. Me desculpa, não vi você parado aí.
— Tudo bem, já estou acostumado com gente incompetente.
Meu sangue ferveu e eu o encarei, furiosa.
— Se eu soubesse que você era um daqueles babacas, teria jogado café na sua cara!
Nem esperei para ouvir a resposta do cara sem noção. Peguei minhas coisas e saí correndo. Agora, além de desviar meu caminho para comprar outra blusa, ainda perdi o café. Ótimo dia!
Depois de toda a correria para achar uma loja e trocar de roupa, finalmente cheguei à empresa, e por sorte, dois minutos adiantada.
Entrei na sala de Charles e lá estava ele, com aquele sorriso enorme.
— Bom dia, Sr. Miller. Teve um bom final de semana?
— Tive sim, Srta. Medeiros, e você? Está melhor?
— Melhor? Do que eu estaria melhor?
Charles deu a volta pela mesa e colocou a mão no meu ombro.
— Já estou sabendo do que aconteceu com o Marcos. Melissa, não precisa mentir pra mim.
— Eu vou matar aquelas fofoqueiras mirins.
Ele riu.
— Alexia e Amanda só se preocupam com você. Bem, elas me contaram porque queriam que eu servisse a cabeça dele em uma bandeja.
Ao ouvir isso, meu coração disparou.
— Não fez isso, não é? Quero dizer, você não o mandou embora?! Charles, não pode fazer isso! As pessoas já acham que eu sou sua protegida aqui. Se souberem que você mandou Marcos embora por minha causa, vai ser a minha cabeça que vai estar em uma bandeja.
— Claro que não! Disse isso às meninas, nunca iria prejudicar você por conta disso, mas já avisei a ele para ficar longe de você.
Por um momento, esqueci que estava no trabalho e o abracei. Fomos interrompidos pela porta abrindo, e Charles me soltou na hora.
— Bom dia, Sr. Miller, não queria interromper, mas a recepcionista disse que eu poderia entrar.
— Está tudo bem, Sr. Dumont. Fique à vontade. Esta aqui é Melissa e ela será sua secretária.
Quando me virei para cumprimentar o novo CEO, quase perdi o fôlego.
— Puta que pariu...
Charles engasgou e tentou disfarçar com uma tosse.
— Sr. Dumont, irei resolver um negócio rapidinho com minha secretária e já volto.
Ele me puxou pelo braço e me levou até outra sala.
— Melissa, dá pra explicar o que foi aquilo?
— Me desculpa, não sabia que era ele. Em minha defesa, você disse que ele era um cara ranzinza, fechado e que parecia odiar todo mundo. Eu imaginei um cara careca, barrigudo, de sessenta anos!
— Respira e fale devagar, por favor!
— Talvez, sem querer, eu tenha jogado café nele mais cedo e depois o chamei de babaca. E, pra finalizar, ameacei jogar café na cara dele. Meu Deus, eu estou tão ferrada. Já vejo minha carreira indo por ralo abaixo. — Era a única coisa que passava pela minha cabeça.
Charles suspirou fundo e passou a mão pelos cabelos.
— Olha, talvez as coisas não sejam tão ruins assim. Você vai entrar naquela sala e pedir desculpas pelo ocorrido. Precisamos tratar tudo com naturalidade, você terá que trabalhar com ele.
Bufei só de pensar em pedir desculpas pra aquele homem, mas concordei. Não podia jogar tudo pro alto por causa de uma briguinha.
Quando voltamos para a sala, coloquei o sorriso mais falso que já tive no rosto.
— Sr. Dumont, que prazer em conhecê-lo. Antes de qualquer coisa, gostaria de pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo. Tive um final de semana difícil, sinto muito.
Nunca fui tão falsa em minha vida, e ao estender a mão, para minha surpresa, ele a pegou e beijou.
— Tudo bem, Srta.?
— Medeiros.
— Ah, sim, Srta. Medeiros. Acidentes acontecem, está perdoada.
Com toda a raiva que eu ainda sentia, não percebi como ele era lindo. Aqueles olhos azuis me atravessaram, fazendo meu coração congelar. Por segundos, esqueci completamente que, há algumas horas, ele tinha sido um babaca comigo.
Charles pigarreou, me tirando do transe.
— Fico feliz que se entenderam. Sr. Dumont, a Srta. Medeiros é uma ótima secretária. Tenho certeza de que você e seu irmão ficarão satisfeitos com o trabalho dela. Afinal, onde está o outro Dumont?
— Cristian teve um problema no voo e vai chegar só amanhã. Como eu estava livre, preferi vir na frente pra organizar as coisas.
— Muito bem. Acredito que será melhor esperar ele chegar para passar tudo que deve ser feito. Eu irei viajar na quarta, mas fique tranquilo, a Srta. Medeiros estará a par de tudo antes de eu sair.
Eu não pude conter a surpresa.
— Viajar? Charles... Sr. Miller, o senhor não me avisou sobre irmos viajar. Eu ainda não preparei nada.
— Acho que você não entendeu, você ficará com o Sr. Dumont.
Charles percebeu minha seriedade e, com delicadeza, fez com que o Sr. Babaca (como eu o estava chamando mentalmente) saísse, chamando a recepcionista para mostrá-lo até sua nova sala. Assim que a porta fechou, ele se sentou no sofá e sinalizou para que eu sentasse ao seu lado.
— Charles, você não pode fazer isso! Já vendeu a metade da empresa e agora vai tirar férias? Justo quando temos dois novos CEOs?
Ele pegou minha mão.
— Olha, querida, eu vendi a empresa porque já estou velho e preciso de ajuda pra tocar aqui. Sobre as férias, foi tudo ideia da Celina, e você sabe como aquela mulherzinha consegue tudo o que quer.
— Em relação às férias, entendo, porque a Celina é bem... entusiasmada quando quer algo. Mas velho? Sério? Você tem 52 anos, não está nem à beira da velhice.
Ele gargalhou e me puxou para um abraço.
— Não fique preocupada, sei do seu potencial e esses Dumont vão cair de joelhos aos seus pés quando souberem de todo o seu talento.
Sorri para confortá-lo, mas, por dentro, minha alma estava pedindo socorro.
Para se redimir, Charles me manteve longe do novo CEO o dia todo e me orientou sobre tudo o que eu deveria fazer depois que ele partisse.
No final do dia, estava exausta e só queria cama. Foi exatamente o que fiz. Assim que cheguei, tomei um banho, me deitei e, antes de dormir, mandei uma mensagem para as meninas.
Melissa:
1° Irei matar vocês por terem contado pro Charles sobre o Marcos.
2° Hoje cedo esbarrei em um idiota e o ameacei, quando cheguei à empresa descobri que ele é um dos novos CEOs e, pra ajudar, é um baita de um gostoso.
3° Se contarem sobre isso pro pai de vocês também, juro que serei presa por assassinato!
Henry
- Como assim não chega a tempo?
- Henry\, estou com um problema que preciso resolver\, estarei aí até amanhã cedo.
- Dá pra falar o que aconteceu?
Escuto a respiração de Cristian pesar.
- Problemas com a Vanessa?
- Aquela mulher vai me deixar louco.
- O que ela quer dessa vez?
- Me ligou bêbada dizendo que precisa de dinheiro e ameaçou levar a Ana se eu não ajudar.
Vanessa realmente consegue me tirar do sério.
- Dá o que ela quiser\, mas deixa ela longe da nossa pequena.
- Claro\, ela não vai encostar um dedo na Ana! Preciso ir\, irmão\, te vejo amanhã.
Desligo o telefone e passo a mão no cabelo. Como se já não bastasse toda a preocupação com a nova empresa, Cristian tem mais essa. Acabei de chegar de viagem, e a única coisa que consegui fazer foi tomar um banho.
Agora, preciso ir para a nova empresa.
Desço para o elevador, pego meu carro e sigo em direção ao endereço que me foi entregue. Mas decido parar em um estacionamento a alguns metros da empresa. Mesmo com o estacionamento próprio da empresa, prefiro caminhar um pouco para relaxar.
Quase chegando, alguém desgovernado tromba em mim, derrubando café e um monte de pastas.
- Ótimo\, hoje o dia não está ao meu favor. – murmuro\, frustrado.
- Droga\, minha blusa branca. Me desculpa\, não vi você parado aí.
- Tudo bem\, já estou acostumado com gente incompetente.
Fuimal-educado, eu sei, mas ultimamente ando com um humor péssimo, e tomar um banho de café não ajudou em nada. Quando olho para a mulher, ela me lança um olhar fulminante.
- Se eu soubesse que você era um daqueles babacas\, teria jogado café na sua cara!
O sangue nas minhas veias congela. Não esperava essa resposta. Fico parado, processando a interação, e depois de alguns minutos, suspiro fundo e sigo meu caminho.
- Muito bom\, Henry\, primeiro contato com alguém em uma cidade nova e já foi um desastre. – penso comigo
.
Chego na empresa, explico para a recepcionista que sujei meu terno e logo consigo um novo. Subo para a sala de Charles Miller, meu novo sócio, e ao abrir a porta, me deparo com uma cena intrigante: o Sr. Miller está abraçado com sua suposta secretária.
- Bom dia\, Sr. Miller\, não queria interromper\, mas a recepcionista disse que eu poderia entrar.
- Está tudo bem\, Sr. Dumont\, fique à vontade. Esta aqui é Melissa\, e ela será sua secretária.
A silhueta dela parece familiar, mas é só quando ela se vira que eu percebo. E pela cara dela, ela está tão surpresa quanto eu.
- Puta que pariu...
Charles engasga e tenta disfarçar com uma tosse.
- Sr. Dumont\, vou resolver um negócio rapidinho com minha secretária e já volto.
Ele pega o braço dela e a leva até outra sala.
Dou risada sozinho, mas ao mesmo tempo fico curioso com a proximidade de Charles e Melissa. Depois de alguns minutos, ambos voltam.
-Sr. Dumont, que prazer em conhecê-lo. Antes de qualquer coisa, gostaria de lhe pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo. Tive um final de semana difícil, sinto muito.
Percebo o sorriso forçado dela, mas ao invés de falar algo, pego a mão dela e deposito um beijo.
- Tudo bem\, Srta.?
- Medeiros.
- Ah\, sim\, Srta. Medeiros. Acidentes acontecem\, está perdoada.
Eu também queria pedir desculpas, mas não consigo formular a frase e acabo deixando pra lá. Talvez o que me deixou confuso foi o par de olhos grandes que ela me lançou ou o cabelo tão dourado que parecia brilhar.
Charles pigarreia, fazendo-me voltar à realidade.
- Fico feliz que se entenderam. A Srta. Medeiros é uma ótima secretária\, tenho certeza de que você e seu irmão ficarão satisfeitos com o trabalho dela. Afinal\, onde está o outro Dumont?
Cristian teve um problema no voo e vai chegar só amanhã. Como eu estava livre, preferi vir na frente para organizar as coisas.
- Muito bem\, acredito que será melhor esperar ele chegar para passar tudo o que deve ser feito. Irei viajar na quarta\, mas fique tranquilo\, a Srta. Medeiros estará a par de tudo antes que eu saia.
Percebo que Melissa ficou surpresa.
- Viajar? Sr. Miller\, o senhor não me avisou sobre irmos viajar. Ainda não preparei nada. Acho que não entendeu. Você irá ficar com o Sr. Dumont.
Isso vai ser interessante. – penso comigo.
Charles faz com que eu saia da sala, dizendo que a recepcionista vai me mostrar a nova sala, mas eu sinto que não é só isso. Durante o caminho, a apresentação dos lugares, minha cabeça está longe. Penso em Cristian, na minha sobrinha, na nova secretária... menos no meu trabalho.
No decorrer do dia, percebo que o Sr. Miller evita o encontro entre mim e Melissa.
Talvez tenha sido um pedido dela, mas uma hora ou outra ela vai ter que falar comigo. – penso para mim mesmo.
Depois de um dia cheio de novas experiências, vou para casa, peço um jantar e, enquanto não chega, vou tomar banho.
Quando saio do banheiro, ouço a notificação de uma mensagem no celular. Vejo que é de Cristian.
Cristian:
Tudo bem por aí, irmão? Não se preocupe, logo estou chegando e a Ana está comigo.
Henry:
Que bom, Cris, estou com saudades dela. Aqui está tudo certo, conheci a empresa e nossa nova secretária...
Cristian:
Não me diga que já pegou a secretária?
Henry:
Não, pelo amor de Deus, Cristian! Não sou tão cafajeste assim, mas aconteceu algo, uma longa história que só contarei quando você chegar aqui.
Cristian:
Tudo bem então, mal posso esperar :)
Henry:
PS: Ela é gostosa!
Cristian:
KKKKKKKKKK, você definitivamente é um cafajeste!
Melissa
Acordo sonolenta, as cobertas ainda me envolvem enquanto tateio atrás do celular para ver as mensagens. Sorrio ao ver que tenho algumas das meninas, minhas melhores amigas, Alexia e Amanda, as filhas gêmeas de Charles.
Alexia:
Suas ameaças não assustam em nada, Melzinha ;)
Amanda:
Calma aí, que????
Alexia:
Gostoso como? Gostoso tipo um coroa gostoso?
Decido não responder. Esse é o castigo por elas terem contado sobre o Marcos para o Charles. Enquanto dou um sorriso satisfeito, uma nova notificação aparece, de um número desconhecido.
Desconhecido:
Bom dia, Srta. Espero que esteja com um humor melhor do que o de ontem, ha-ha. Seria possível passar em alguma cafeteria e trazer dois cafés? Vim mais cedo para a empresa com meu irmão e não tive tempo.
Ah, só se caso não tenha notado ainda, é o Henry.
PS: Dessa vez, tente não derrubá-los em mim.
No primeiro momento, fico assustada por ele ter meu contato. Depois, sinto raiva dele ter voltado ao assunto do café, mas também quero rir, é um misto de emoções.
- Bem\, já que ele resolveu fazer piadinha\, talvez eu possa também\, não é? – penso\, mas logo me repreendo. Não\, Melissa\, o que é isso? Ele não é seu amigo\, é seu chefe!
Respondo rapidamente.
Melissa:
Bom dia, Sr. Dumont. Já estou indo com os cafés, e novamente, me desculpo pelo incidente de ontem.
- Assim está bem melhor. – suspiro aliviada.
Levanto da cama, pego minhas coisas e sigo para a empresa. Ao chegar, sou recebida por Ângela, a recepcionista.
- Bom dia\, Melissa\, como está? – ela diz empolgada.
- Bom dia\, Ângela\, estou ótima\, e você?
- Está tudo ótimo também\, só está um pouco frio\, não acha?
Olho para os cafés que comprei para os Dumont, aproveitei para pegar um para mim também.
- Aceita um café? Para esquentar do frio?
- Imagina\, Melissa.
- Tome\, pegue\, está sobrando.
Com muita insistência, Ângela aceita.
- Muito obrigada pelo café. – ela sorri. – Os senhores Dumont estão te esperando.
- Que Deus me ajude. – penso\, antes de seguir para o último andar. Quando chego em frente à porta da sala\, respiro fundo e giro a maçaneta.
- Bom dia\, senhores. Aqui está o café. – estico os braços\, segurando a bandeja.
Tento não soltar o ar, mas é quase impossível. Esse Dumont é tão bonito quanto o outro.
- Meu Deus\, a família toda é assim? – acabo dizendo mais alto do que pretendia.
- Como disse? – pergunta Henry\, com uma expressão intrigada.
Corro para corrigir.
- Bem... nada. Olá\, Sr. Dumont\, é um prazer recebê-lo aqui na Millers Finance.
Ele sorri de volta.
- Cristian. – ele responde.
- Como?
- Meu nome é Cristian\, pode me chamar assim\, sem essas formalidades\, ou se preferir pode ser Cris também. – ao dizer isso\, Cristian pisca para mim.
- Tá bom\, Cristian. Acho que já deu de apresentação. – Henry responde com leve irritação.
- Está com ciúmes\, Henry? Não seria possível\, você conheceu a moça ontem.
As bochechas de Henry ficam vermelhas, e eu também me sinto envergonhada, mas fico satisfeita ao ver Henry sem jeito.
- Dá para perceber que\, mesmo você sendo mais velho\, sua mentalidade ainda é de uma criança pirracenta. –Henry retruca.
Cristian ri.
- Nunca perde a graça te irritar... Bom\, Melissa\, não é? Posso te chamar assim?
- Claro\, o que preferir\, Sr. Du... Cristian.
Henry limpa a garganta, visivelmente incomodado.
- Melissa\, apesar de meu irmão ser um pouco ranzinza\, eu sou totalmente o oposto dele\, então não precisa ficar com receio de falar comigo...
- Ei\, eu não sou ranzinza!
Cristian olha Henry de lado.
- Continuando\, Charles falou muito bem de você e sei que o seu potencial é grande. Espero que possamos trabalhar juntos como uma equipe. O que acha?
- Para mim está perfeito!
- Ótimo\, se quiser\, pode se retirar.
Assinto e saio da sala, indo em direção à minha mesa. Sento e pego meu celular. Tenho uma mensagem.
Amanda:
Melissa Medeiros, nos responde!
Sorri e guardei o celular.
Alguns minutos depois, Henry para em frente à minha mesa.
- Posso ajudar?
- O que meu irmão disse lá dentro... só ignore ele\, ele é meio sem noção às vezes.
- Não tem problema\, sei como é.
- Tem irmãos?
- Bem\, não\, mas tenho duas amigas que são como irmãs para mim\, vivem me pirraçando.
Henry ri.
- Tenho 3 irmãos e todos me levam à loucura.
- Você não parece ser fácil também.
Ele se debruça sobre minha mesa.
- É o que acha?
- Bem... eu? É o que parece. – respondo\, tentando esconder o nervosismo pela proximidade.
- Se quer saber\, você também não parece ser uma pessoa muito amigável.
- Não pareço? Pois saiba que sou bem amigável! – digo\, ofendida.
Henry ergue uma das sobrancelhas.
- Está vendo? Já está irritada.
- Não estou não!
- Não mesmo?
- Não!
Ele ri quando percebe que realmente estou irritada.
- Desculpe\, não quis ser grosseira.
- Não precisa se desculpar\, foi eu que comecei.
Nos olhamos por um momento.
- Do que precisa?
- Como? – pergunto\, confusa.
- Veio até aqui\, não precisa que eu faça algo?
- Ah\, não\, só estava passando por aqui.
Henry vira as costas abruptamente e sai.
Após a pequena distração de mais cedo, consigo me concentrar no trabalho. Já quase no horário de almoço, ouço vozes conhecidas e o som de sapatos correndo pelo corredor.
- Alexia? Amanda? O que estão fazendo aqui?
- Você simplesmente está nos ignorando\, então viemos te buscar. – Alexia responde.
- Buscar para quê?
- Para o almoço\, ué. Vamos\, e agora você não escapa de contar tudo!
- Meninas\, vocês nem deveriam estar aqui! Se o pai de vocês descobre que estão perambulando por aqui\, e eu deixei\, ele nos mata!
- Para de bobagem\, Melzinha\, papai ama a gente\, e ele nem está aqui.
- A Amanda tem razão.
As três saem animadas, indo em direção ao shopping que fica algumas quadras da empresa.
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