Alan
Quando cheguei no galpão de treino e vi Lili ali, não acreditei. Com certeza o pai dela não tinha autorizado.
Fiquei por ali e ajudei Martina com o treino. Fingi que não sabia de nada.
Mas quando Henrique chegou e viu, a chamou para conversar. Nós conhecíamos bem o pai dela, ele era meio louco e claro, só podia ser o bravo direito do nosso pai.
Após Henrique conversar com ela ele diz para mim:
- cuide disso Alan! Ele diz e sai
Lili fica me olhando. Eu penso um pouco no que fazer.
- sabe atirar? / Pergunto já sabendo a resposta
- não... / Ela diz
- vem comigo! / Falo e saio andando
Lili me segue e vamos até o estande de tiros. Escolho uma arma pequena e fácil para ela.
Coloco óculos de proteção nela e a posiciono contra o vidro de proteção da plataforma.
- segure firme, mire no alvo e respire fundo, depois puxa isso para trás e dispara! / Falo
Ela faz o que eu disse e fecha os olhos
- Deus... Não! Não feche os olhos mulher! Pode acabar se machucando! / Falo
Ficamos meia hora ali, acerta por dez minutos o alvo, para hoje vai servir.
- vem, vamos embora! / Falo
Ela vem comigo e entramos na minha caminhonete.
No caminho digo:
- Lili, vou ter que deixar você na sua casa. Temos uma missão hoje e não sabemos até que ponto nossas casas vão estar sob o alvo de alguém. Vamos levar boa parte dos homens. Mas será só hoje! / Falo e abro o porta luvas e pego um celular e entrego a ela
- se precisar de qualquer coisa, se sentir em perigo, me ligue e eu vou até você imediatamente! / Falo sério
- obrigada/ ela diz meio sem jeito
- depois de hoje, vamos ver onde você vai ficar, mas manteremos você em segurança. Henrique é um homem bom, apesar de tudo!
- meu pai não vai deixar vocês me levarem, ele vai preferir me matar! / Ela diz
- bom, então mataremos ele! Se importa se tivermos que chegar a esse extremo? / Pergunto
- não! Eu o odeio! Sei que ele matou minha mãe e sei que em algum momento fará o mesmo comigo! / Ela diz e um arrepio percorre meu corpo
Se ele tentasse matar Lili, eu o mataria, com toda a certeza do mundo!
Deixo ela na sua casa e além do celular, dou a a arma que ela treinou no estande.
Saio dali um pouco preocupado, mas ela sobreviveria mais um dia.
...
Depois da missão meio fracassada e estranha estamos bebendo na sala do Henrique quando recebo a ligação do número que dei a Lili.
- oi / falo
- Alan... Alan socorro! Meu pai tá bêbado e tentando entrar no meu quarto! Me ajuda, me ajuda! / Ela diz aflita e meio gritando
- estou indo! / Falo e desligo
- o que foi? / Henrique pergunta
- é a Lili, seu pai está tentando invadir seu quarto! / Falo
- vamos! / Henrique fala
Vamos nós três o mais rápido possível até a casa dela.
Quando entramos, eu subi correndo até o segundo piso, assim que cheguei no alto, Romeo entra no quarto dela.
Ouço logo atrás de mim os passos dos meus irmãos.
Corro até o quarto e quando chego ele tá batendo a cabeça dela no chão e socando a cara dela.
Imediatamente me jogo em cima dele e rolamos no chão. Eu perco completamente o controle e dou vários socos nele, até que Henrique me para.
- Alan... Chega! / Ele diz
- me de um motivo, só um motivo para não matar você? / Falo cuspindo as palavras nele
- não pode! Sou muito .... valioso... Para seu ... Pai! / Ele diz com sangue em seus dentes
Eu levanto e saio do quarto, ou iria matá-lo.
No corredor, vejo Nick agachado no chão ao lado de Lili que estava sentada e escorada na parede, com o rosto inchado.
Eu a pego no colo e desço com ela nos braços, a coloco no banco de trás e sento ao seu lado. Não sei o que dizer, nem o que fazer.
Logo Nick e Henrique entram e vamos para a casa do Henrique. Assim que chegamos Martina abre a porta de trás e tira Lili colocando um cobertor em volta dela.
Não sei porque, mas queria ser eu a consolar ela! Eu só não sei o que iria dizer!
Deus... Eu estava com tanta raiva, queria tanto matar o desgracadø do Romeo! Mas ele iria pagar, uma hora ou outra! Ele ia!
***
Este livro é uma continuação dos livros "filhos da máfia H&M"
Lili
Os últimos dias tinham sido intensos, muito treino e boa alimentação.
Quando morava com meu pai, as coisas eram diferentes, muitos dias encerrada no quarto e acabei passando muita fome...
Mas agora ele estava morto! Henrique o matou e foi bem feito! Não sofri, só estranhei o vazio que senti. Alan ficou comigo bastante parte do tempo mas últimas semanas. Ele era incrível.
Estava na minha cama pensando, quando ouvi tiros e estrondos. Dei um pulo, peguei a arma que Alan me deu e quando fui sair do quarto dei de cara ele.
- o que é isso? / pergunto nervosa
- estamos sendo atacamos, vem! / ele diz me pegando pela mão.
Corremos e logo encontramos outros no corredor descendo para a garagem.
Quando chegamos lá em baixo, parece que o tal máximo, filho do senhor Anthony está nos atacando.
Todos pegam armas grandes e automáticas, então pego uma destas também.
Alan me olha e tira a arma que peguei da minha mão, e me devolve a que ele tinha me dado.
- por que? / pergunto baixo
- não tem experiência para essa arma, é possível que acabe se matando! Use essa que já sabe como funciona! /ele diz e me entrega um colete.
Todos saem após Henrique ir na frente jogando bombas de fumaça.
Saímos atirando em todos que aparecem, Deus que adrenalina era aquela? Meu corpo parecia fogo puro.
Alan vai o tempo todo já minha frente. Assim que chegamos num chafariz, alguns vão para a direita e nós vamos para a esquerda.
Quando de repente Nick chega com vários outros homens. Ele vem atirando de cima de uma caminhonete.
Nós destruímos por um segundo, quando vejo, Alan foi atingido e está no chão. Ele mesmo assim me puxa para me proteger.
Quando todos já estão conversando e Anthony dando uma surra no próprio filho, me sento ao seu lado e nos escoramos num muro.
- vou chamar ajuda! / falo
- não tudo bem, Henrique com certeza vai chamar um médico, só fique aqui comigo! / ele diz e logo Henrique vem correndo.
- foi atingido? / Henrique pergunta
- no ombro! / falo
- mandei chamar um médico! / Henrique diz e então o pega pelo braço bom e entramos na casa.
Henrique coloca Alan no sofá e eu fico meia perdida.
Logo Nick entra e diz:
- eita porra! essa família que você arranjou é pior que a nossa!
- nem tanto! / Alan fala suspirando
- como assim? / Henrique pergunta olhando deito para ele
- vi... alguns homens... do nosso pai junto com eles! / Alan diz pausadamente, devia estar com bastante dor
- merda! / Henrique diz
Meia hora depois o médico já havia examinado Alan, a bala passou direto, então ele só precisava de repouso no braço e remédios para dor e antiinflamatório.
Henrique e Nick colocam ele no quarto e saem. Eu fiquei com ele o tempo todo, mas agora o deixaria descansar.
-quer algo para comer? / pergunto
- não obrigado!
- bom, então vou deixar você descansar! / digo já indo em direção a porta
- não, por favor fique! / ele diz
Então eu paro e fico olhando para ele.
- quer algo? / pergunto exitante
- fique aqui! Assista algum filme comigo! terei que ficar em repouso, odeio isso, fico entediado! Então fique! / ele diz e faz sinal com a mão para que eu me aproxime
Eu pego o controle da tv e entrego a ele. Alan segura minha mão e diz:
- deita comigo! Não vou te fazer mal, só quero companhia! / ele diz e eu... acreditava nele
Então tiro meus calçados e deito do outro lado da cama.
Ficamos ali assistindo filmes, até que eu acabo adormecendo, o dia tinha começado normal e terminou comigo na cama com um homem... que loucura!
Alan
Tantas coisas tinham acontecido nos últimos tempos.
Principalmente entre mim e Lili. Eu tinha ajudado ela em relação ao pai. Ela tinha me ajudado em relação ao meu.
Mas nada além disto. E eu... não sabia se queria mais ou se era porque todos estavam esperando isso de nós.
E ela? queria algo mais? as vezes parecia que sim.
*
E agora, mais um problema Nick tinha sido sequestrado.
Precisávamos de um plano, mas como faríamos algo, se não sabíamos por onde começar.
Estávamos na casa do Henrique quando recebemos o dedo do Nick com o anel dele numa caixa.
- o que vamos fazer? - pergunto
- liga pro Doug e diz pra ele juntar todos, até os que não estão aqui, no quintal, em meia hora! Martina vem comigo! - Henrique diz e eles saem
E é o que eu faço, ligo e dou a ordem que meu irmão falou. Quando desligo percebo que Lili está atrás de mim me olhando.
- o que foi? - pergunto
- acha que ele está vivo ainda? - Lili pergunta
- sim, se não tinha sido a cabeça dele numa caixa que tínhamos recebido. - falo
- eu queria ir junto, resgatar ele! - ela diz
- o que? nem pensar, você está treinando a pouco tempo, não tem experiência! Nem sabemos o que vamos enfrentar, mas com certeza quando botarmos os pés lá, vão querer nos matar! - falo irritado
- mas você já me ensinou sobre defesa e já sei atirar também! - ela diz brava comigo
- Lili, você aprendeu o básico, para se defender em uma situação extrema, mas não o suficiente para ir em uma missão! - digo
- acho que você só está sendo machista! - ela fala e cruza os braços
- machista? por que acho que você não está pronta? por que me preocupo com seu bem estar? se isso é ser machista! Bom então sou muito machista! - falo
E pela primeira vez me sinto tendo uma DR sendo que nem temos nada.
- bom, vou pedir ao Henrique então!
- pode pedir, tenho certeza que ele não vai autorizar uma pessoa despreparada como você na nossa missão! Você só iria nos atrasar! - falo e Lili claramente se magoa
- uau, você é mesmo um idiota! - ela diz e sobe as escadas
- merdä... Lili, espera! - digo e vou atrás dela escada a cima
Quando a alcanço já na porta do seu quarto, Lili segura a porta e fala:
- o que mais você quer? já disse tudo que precisava!
- olha desculpa, talvez usei as palavras erradas Lili, mas o que eu disse é verdade e você sabe disso! - falo sendo sincero
- ok Alan, não vou ir atrapalhar vocês, me preocupo com o Nick e queria ser útil, mas devo ser mais útil lavando louças e varrendo a casa né? - ela diz ainda brava comigo
- Lili eu juro que não foi o que eu quis dizer e assim que você estiver pronta, com certeza quero sua companhia para outras missões! - não era verdade, queria ela segura e não correndo riscos
- ok, então quando isso passar, me prometa Alan que vamos treinar pesado dia e noite, quero ser útil o mais rápido possível! - ela fala sério
- tá bom, eu prometo! - quando termino de falar Lili bate a porta na minha cara, machucando meu nariz
Henrique estava parado no corredor me olhando quando me virei.
- definitivamente vocês são um casal! - ele fala sorrindo
- já disse que somos amigos apenas! - falo
- amigo que se preocupa em fazer promessas que não quer cumprir? irmão o nome disso é namoro ou casamento, fazemos coisas que não queremos para não magoar o outro
Eu bufo e não digo nada, desço as escadas já frente dele.
- eles já estão todos aqui? - Henrique perguntando quando saímos da sala para o quintal
- quase todos - falo e aponto
Pelo portão estavam entrando vários e vários dos nossos carros pretos.
- bom imagino então que já podemos começar - meu irmão diz para mim
- alguém deve ter alguma informação, alguém aqui deve ser traidor, cuidado com o que diz - aviso meu irmão
- sim eu pensei nisso, tenho um plano! - Henrique diz
Ele se posiciona perto dos homens que se aproximam de nós, eu fico ao seu lado com as mãos juntas para frente.
Henrique chama atenção de todos e começa a falar.
- sei que todos aqui já sabem que Nick foi sequestrado. Bom a pergunta é simples: quem de vocês está envolvido ajudando um dos seguidores do meu pai? e mais importante se quer viver, vou dar uma chance, para confessar e nos ajudar! - Henrique diz e fico orgulhoso, ele estava agindo sabiamente.
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