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Theo

EU sou forte

Para inicio de conversa, meu nome é Theo. E eu tenho superpoderes. Sei que muitas pessoas têm poderes hoje em dia, no entanto, eu sou completamente diferente e um tanto... Único.

Minha mutação ou minha alteração faz com que eu desperte diferentes habilidades com o passar dos anos. Todo ano uma ou mais habilidade se manifesta, em datas próximas ao meu aniversario.

Moro em Seattle com meu pai, minha madrasta e meu irmão. Minha mãe ficou meio assustada com o que eu podia fazer, por isso deu no pé alguns dias depois de eu nascer. Pelo relato do meu pai, eu acabei incendiando a casa que morávamos, com alguns dias de vida. E aí que eu mostro o meu primeiro poder. A pirokinesis como eu gosto de chamar. Consiste em aumentar a energia cinética dos átomos para gerar calor e combustão, possibilitando a manipulação de chamas e causar incêndios, entre outros.

Acho que para o estopim, foi eu ter teleportado o carro dela, para algum lugar no mundo. Até hoje eu não sei para onde eu levei aquele automóvel. Esse meu poder tem uma limitação insuportável, de eu poder-me teleportar apenas três vezes ao dia.

BOM! BOM! BOM!

Tiro as mãos do teclado do computador, alguém batia na minha porta, de novo tive que parar de fazer a minha redação sobre John F. Kennedy. Levanto e abro a porta, vendo meu pai com uma feição nada amigável.

— O que eu fiz? – Perguntei inocentemente.

— Fica trancado nesse quarto o dia todo, parece que não tem nada para fazer.

Eu revirei os olhos suspirando.

— tenho sim. Dormir, assistir apenas um show e dormir...

— Insolente. Você vai ir com seu irmão jogar futebol.

Abri a boca, incrédulo com que ele estava me dizendo.

— Não jogo futebol. O que eu vou ganhar jogando uma merda de esporte de ficar chutando bola?

— Vai sair do sedentarismo e não vai ficar um obeso. Não vou sustentar uma baleia que não consegue sair da cama

Dou risada. O estresse está me dominando.

— Meu metabolismo não me permite engorda e você sabe disso.

Ele fica sem palavra por um tempo, mas como eu imaginei, ele usa outra carta batida.

— Mas pelo menos vai aprender algo com que possa vir trabalhar, quem sabe você não vire um jogador de futebol no futuro.

— Primeiro: quem tem esse sonho é o Bryan. Segundo: eu tenho superpoderes, acha mesmo que eu estou preocupado em aprender a jogar futebol? Pois eu te respondo: Não!

Ele fechou a cara e gritou:

— Mas vai! Eu estou mandando.

Acenei com a cabeça encarando-o profundamente. Ele se virou e eu me dei por vencido, queria poder obriga-lo a me deixar em paz, mas fiz uma promessa por escrito ao governo dos estados unidos de que não machucaria ninguém. Claro que eles não sabem se eu usar, mas gosto de cumprir promessas.

Comecei a me arrumar, pegando as minhas chuteiras, as coitadas estavam a um bom tempo pegando poeira debaixo da minha cama.

Saí do meu quarto, dando de cara com meu irmão. Sorridente, com leves sardas no rosto, eu perguntei:

— O quê? — Ele negou com a cabeça, dando de ombros, sua respiração estava descompassada, ou seja, estava se aquecendo em casa, antes de ir para o jogo. — Irei nos teletransportar para lá, segura em meu ombro.

Ele fez um barulhinho de negação com a boca, e eu não entendi.

— Qual o problema, idiota? — Bryan cerrou os olhos, como se me avisasse que era para ter cuidado. — Não tenho medo de você, sua peste, agora fala logo.

Ele umedeceu os lábios, os olhos ainda cerrados, o que ocultava seus olhos verdes.

— Papai, falou que temos que ir a pé, para não chamar atenção — me olhou vitorioso. — É melhor que você se aquece um pouco.

Era só o que me faltava! Além de ter que me comportar como um retardado correndo atrás de uma bola, eu, tenho que ir pra lá a pé. São 20 km.

Bufei, meus olhos foram de encontro ao meu irmão. Ele percebeu que eu faria, e então, quando ia se afastar, eu agarrei seu ombro e teleportei a gente.

Meu irmão foi jogado na grama de fora da área de treino. Eu estava bem de boas, parado com os braços nas costas, encarando ele com a cara enterrada na grama.

— Seu merdinha, vou te quebrar todo hoje nesse treino! — vociferou, com o rosto transformando de raiva.

— Ah claro, que vai! — Debochei dando meia volta e indo para dentro do campo.

O vestiário está cheio de garotos, a maioria amigos do meu irmão, este falava com o treinador sobre mim. Os outros garotos cochichavam sobre mim. Vesti minha roupa e fiquei olhando os outros falarem e falarem, olhei no relógio e vi que era quase na hora de lançar um capítulo de uma série.

— Ei! Sei que as senhoras tem muito que matracar, porém eu tenho coisa para fazer em casa. Temos como começar essa merda de treino logo?

Um menino ruivo se aproximou de mim. Eu franzi o cenho pra ele, meus olhos quase que queimaram com o odor que saia das axilas dele. Era como uma massa de puro fedor.

— Essa é sua irmã, Bryan? — ele sorriu, seus olhos são maldosos.

— Irmão — corrigi — E quem seria você, senhora?

— Gayle. E se me chamar de senhora de novo, eu esmago seu crânio, ouviu, sua bichinha?

—Ou talvez, eu esmague o seu, sua bichinha! — Retruquei. Meus olhos chamavam por um desafio.

A mão dele se fechou. Tenho que agir rápido, por isso, usei outro poder meu. Indução mental.

Mentalmente, eu falei:

"Você está sentindo vontade de se ajoelhar e começar a lamber o chão, e depois vai para a grama e vai começar a comê-la".

Infantil? Talvez. Mas já estou cansado de ficar aguentando certas coisas, sem poder revidar com o que eu tenho, não irei machucar gravemente ninguém, mas irei dar a alguns, o que eles merecem.

Gayle, fez tudo como eu induzi ele a fazer, os amigos dele riram dele e meu irmão me encarava de longe com um leve sorriso de canto.

Olhei o relógio de novo e batendo o pé de nervoso, eu falei:

— Sinto muito, mas tenho que ir!

Andrew veio atrás de mim a passos rápidos e me puxou pelo braço.

— O pai falou...

— Dane-se! — Gritei.

— Seu merdinha! As vezes sinto vontade de te... — Não concluiu

— Bater, matar, xingar... Fala! — Ri de escarnio e coloquei a mão contra o peito dele e o empurrei contra a parede que estava a dois metros dele. — A verdade é que: Você não pode me fazer nada, pois eu sou forte. Tem medo de mim, e eu gosto disso. De ser temido.

Andrew me olhava, seus olhos estavam nervosos. Gostei daquilo, gostei de saber que ele não me faria mal, pois tinha medo.

— Ah, cuidado. Aquele seu outro amigo, o que se chama, Dany eu acho, ele tem inveja de você.

Sai de lá a passos largos e fundos, sentindo mais tédio do que já estava sentindo em casa.

Maluca Obsessiva

Sempre odiei que me vigiassem. Entretanto uma pessoa sempre fez isso, como um espirito ruim dos relatos de terror que eu assisto que ficam no ombro da pessoa sugando sua energia.

A cada olhada que Melanie Dawson me dava, eu sentia como se pedaços da minha alma fossem arrancados. Se ela estivesse perto de mim ela já teria me mordido, com certeza.

Voltei meu olhar para frente, olhando o professor riscar o quadro lentamente, como se tivesse todo o tempo do mundo, e não fosse ter aula após a dele. Comecei a balançar meu pé nervosamente. Eu podia sentir os olhos daquela garota de cabelos escuros me fuzilando. Inevitavelmente eu adentrei os pensamentos dela.

Arregalei os olhos para frente querendo fugir. Que merda pensamentos era aqueles. O que vi me deu um calafrio tão intenso que senti minha pele doer.

"O Theodore é tão fofinho quando está concentrado."

"Quando que o Theo vai prestar atenção em mim?"

"Será que ele não percebe uma garota tão linda quanto eu?"

Minha mente foi invadida por uma imagem dela se casando comigo. Os sonhos dela m causaram terror. "Preciso desviar a atenção dela para outra pessoa". "Essa menina é maluca."

Olhei para frente e vi Thommy um dos garotos famosos entre as garotas. Ele até que era boa pinta, mas o que chama a atenção das outras pessoas eram os músculos dele.

Perfeito.

Mandei varias influencias mentais para ele. Ele iria tirar a atenção dela de mim.

"A partir de agora, você vai começar a dar em cima da Melanie, pois está encantado com a beleza dela."

Repeti isso mais duas vezes e ele já tinha se virado para a garota. Ele começou a fazer caras e bocas enquanto falava e eu me afundei na cadeira, cheio de vergonha pelo garoto que não se segurava nas investidas.

Melanie fez cara feia pra ele e começou a ignora-lo, olhando para mim mais intensamente ainda.

"Que droga!"

Olhei de soslaio pra ela, que percebeu e soltou grunhido de satisfação.

"Que merda é essa, um bicho?"

Soltei um suspiro de raiva e movi o caderno dela e o derrubei no chão, junto com todo o seu material escolar.

Ela gritou de susto e começou a se abaixar para pegar as coisas. Vi que ela sorriu e chutou um lápis, discretamente, em direção a minha mesa.

"Inferno!"

— Theo, pode pegar o meu lápis por favor.

A forma como ela falou parecia que ela queria imitar aquelas garotas fofinhas dos animes, o que me deu mais medo ainda. Ignorei o pedido, mas ela insistiu me chamando e o professor chamou sua atenção.

Ela fez cara de magoada e se abaixou para pegar o lápis. Ainda assim, continuou me encarando.

"Preciso sair daqui o mais rápido possível". "Essa psicopata vai me atacar."

Foi então que eu tive uma ideia. Fechei meus olhos e concentrei todas as minhas ondas mentais para o homem que cuidava da sirene de saída.

Ele moveu a mão e a ligou. O professor começou a gritar dizendo que a aula ainda não tinha acabado, mas os alunos não ligaram. Começaram a sair apressados e eu me enfiei na multidão fugindo da louca.

Vi que ela se ergueu toda destrambelhada e começou a me procurar com os olhos arregalados.

"De que manicômio essa garota fugiu?"

Virei em vários corredores para me despistar até que cheguei no meu armário e quem estava lá? Sim, a louca.

Parei olhando pra ela. O sorriso dela era digno de uma psicopata de filme de terror. Fui até meu armário e abri.

— Theo. Aqui, você deixou isso cair.

Olhei e vi que a chave da minha casa estava ali em sua mão. Peguei e a encarei.

"Como essa chave caiu?"

"Ela fica no bolso da minha calça, presa por uma cordinha ao meu cinto, a não ser que...".

— Obrigado, Melanie. Tenho que ir.

Andei apressado para o primeiro andar. Mas quando cheguei lá a chuva caiu. Revirei os olhos quando ouvi a voz da louca atrás de mim. Virei-me ela tinha aberto um guarda-chuva. Ela me convidou para ir com ela e eu dei uma desculpa dizendo que ia ao banheiro antes.

Corri escadas inteiras até chegar ao terraço. Cobri-me com minha mochila. Usei meu poder de controlar a direção do vento e empurrei a grande nuvem para longe.

Desci para saída da escola e lá estava Melanie com uma cara feia, parecia um monstro prestes a matar alguém.

Passei junto a um grupo de alunos e ela não me percebeu. Andei para casa sentindo uma leve dor de cabeça por conta do estresse.

"A única coisa que eu queria era viver em paz, ou pelo menos sem uma pessoa me perseguindo."

Cheguei em casa escutando uma voz arrepiante.

"Como é possível?"

Corri para a sala vendo Melanie sentada no sofá e meu irmão ao lado dela conversando. Ela me olhou dando um sorriso e disse:

— Theo, seu irmão me convidou para conhecer a casa.

O sorriso dela foi sinistro e eu apenas tive a opção de gritar mentalmente. O aquário, com meus peixinhos na sala explodiu.

"Ah não!"

o sem cérebro

A escola sempre foi terrível pra mim. Podem até me achar, arrogante, meus caros leitores, mas é difícil para uma pessoa tão poderosa e rápida como eu, viver entre pessoas mais comuns.

Eu vibro numa frequência completamente diferente de todos e tenho dores e objeções completamente diferentes, além de notar coisas que mais ninguém nota.

Por exemplo, como explicar para as outras pessoas, que eu quebro a quarta parede, falando diretamente com o as pessoas que observam a minha vida.

Sim, eu vejo vocês.

Não dá para explicar a ninguém que estamos num universo repleto de mundos, dimensões e realidades que coexistem com a nossa e que alguma pessoa observa e lê meus pensamentos?

Por isso parece que eu finjo ser superior, mas a verdade é que tudo isso cansa.

Dou uma mordida na maçã sentindo um sabor terrível. Era velha demais. Um dos meus poderes era saber quanto tempo de vida tinha alguma coisa só de toca-la e também me permitia ver os passados desses objetos ou pessoas. Por isso uso uma luva transparente bem fininha, quase que impossível de se enxergar, isso impede que meus poderes se manifestem.

Porém, meus poderes de saber a idade das coisas, não pode ser bloqueado ou contornado. Um simples tocar do objeto contra a minha pele já me permite saber a idade daquilo, isso já me salvou de comer muito alimento vencido. Mas também me deixou um fresco, pois não consigo comer uma maçã que tenha sido distribuída no mercado a mais de uma semana. Por vezes já fiquei um pouco mais de 1 hora só procurando uma maçã decente.

Deixo a fruta na bandeja me contentando apenas com o restante da comida. Tudo estava perfeitamente bem até que noto um olhar.

Olho em volta, a procura da pessoa e vejo Jon Parrish me encarando com um sorriso idiota na face cheio de espinhas. Um sorriso sem graça toma os meus lábios, ele me encarava, parecia que estava em outro planeta.

Fixei meus olhos em minha comida, tentando ignorar aquilo.

Odeio que me encarem!!!

Quando menos esperava vejo que Jon Parrish já está do meu lado. Deixo escapar um gemido de susto e o encaro. Ele se senta a minha frente com o mesmo sorriso estupido.

O fedor de "orégano" pra não dizer outra coisa, fez meu nariz arder e quase que fiquei drogado.

Ele falou lentamente:

— A Melanie, gosta de ti. — A voz dele parecia que tinha passado por um daqueles programas de edição de áudio pra deixar mais lenta.

— Ah que bom. É... O que tem isso? — Perguntei olhando para os lados.

O garoto me ignorou completamente, com aquele sorriso retardado na cara. Sempre odiei o Jon Parrish, ou pelo menos tentei mantê-lo o mais distante possível de mim. O meu problema com ele, é que meus poderes, NÃO funcionam nele. Sejam quais forem eu não consigo fazer nada contra ele, nem com ele.

Dando um sorriso, ainda mais aparente ele repetiu:

— Ela gosta muito de ti, sabia?

Ah, pronto! A maconha não só derreteu o cérebro dele como o deixou surdo também.

A dor de cabeça leve que eu já sentia ficou pior.

— Escuta aqui, Parrish. Não entendo o que você tem com isso, mas vou deixar bem claro que não sou obrigado a gostar de ninguém, muito menos de uma maluca como a Melanie ou um drogadinho de merda como você.

Jon me encarou severamente, pela primeira vez o vi sem aquele sorriso constante e idiota. Visivelmente irritado com o que eu falei, Jon se inclinou sobre a mesa e falou:

— Você acha que é superior a todo. Não é de hoje que noto como despreza as outras pessoas, seu mimadinho de merda. — Jon falou a ultima palavra com seu típico sorriso.

Ergui-me empurrando a mesa para longe. Jon fez o mesmo se afastando para longe de mim. Senti pontadas em minha cabeça e algo escorrendo pelo meu nariz. Olhei para Bryan e disse:

— Chama o Doutor West... Agora...

Senti um forte impacto das minhas costas contra o chão da escola e adormeci.

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