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Um Amor De Segurança

Quando tudo começou

- Hoje é o último dia que trabalho aqui – digo me olhando no espelho do vestiário.

Faz três anos que trabalho no Cassino de Sóchi, ele não é apenas um cassino é também um resort, então se encontra tudo que é tipo de pessoas aqui inclusive os riquinhos mimados que não suporto atendê-los, mas

é daqui que tiro meu sustento, então todos os dias repito essa frase, já se tornou um mantra.

Faz três anos e meio que perdi minha mãe em um tiroteio enquanto voltávamos para casa após um longo dia de trabalho. Eu trabalhava em uma floricultura de dia e a noite em uma lanchonete, mamãe era costureira e trabalhava até tarde, então todos os dias voltávamos juntas para casa. Aproveitávamos esse momento para curtir um tempo

só nosso pois quando chegássemos em casa lá estaria meu padrasto monopolizando todo o tempo dela para ele.

Mamãe conheceu Augusto quando eu tinha cinco anos, era um homem trabalhador mas depois que sofreu um acidente e não pode mais exercer a sua função de motorista se tornou um encosto em nossa vida, passa o dia em casa, mas não ajuda em nada.

Minha rotina e de mamãe era levantar cedo, tomar café e irmos trabalhar, a noite enquanto eu ia para a cozinha, pois adoro cozinhar, ela organizava a casa, eu fazia a janta sempre com sobra para o almoço de Augusto e deixava alguma coisa organizada para o café da manhã, mamãe já ia organizando a casa desde a hora que entrávamos, nunca vi alguém sozinho fazer tanta bagunça.

As roupas eu que organizava e mamãe cuidava da limpeza dos calçados, nós dividimos as tarefas então não ficava pesado para ninguém e conseguíamos deixar tudo no lugar logo para depois descansar pois no outro dia tudo começava novamente.

Depois que mamãe morreu Augusto mostrou suas garras, conseguiu um advogado e tirou tudo o que tínhamos conquistado, a casa, o carro, até dinheiro que eu e mamãe havíamos conseguido juntar, só não morei na rua porque fui acolhida por uma amiga, que na verdade de amiga não tinha nada, ela e meu namorado estavam tendo um caso e segundo ela ficou com pena de mim.

Decida a me virar sozinha e reconstruir minha vida, decidi me candidatar a vaga atendente no cassino porque pagava mais que meus dois empregos juntos, aluguei um apartamento com um único cômodo com banheiro,

nele já vem uma cozinha completa e com o tempo fui mobiliando ele deixando a minha cara.

Reviso mais uma vez minha roupa e maquiagem, nosso uniforme é uma calça e uma camisa social preta, é bem discreto, mas em compensação nos exigem uma maquiagem forte, não gosto mas são as regras e eu as sigo, afinal com o salário que recebo consigo pagar o meu aluguel, bancar minhas despesas mensais e guardar um dinheirinho para a faculdade de gastronomia que quero fazer.

No balcão do bar verifico minha escala, hoje estou na área VIP, exclusiva para a sala 7. A área VIP é a que mais detesto atender, é onde estão os piores filhinhos de papais, se acham superiores a todos porque tem dinheiro. Quem fica na área VIP é para beber ou ter algum tipo de reunião, me pergunto que tipo de empresário faz reunião em um cassino.

Meu tablet vibra indicando que os clientes fizeram o pedido, separo as bebidas solicitadas e vou até a sala, bato na porta e um deus grego abre, já o vi algumas vezes aqui mas nunca tão de perto. Ele é alto, não sei quão alto, mas para meu 1,58 de altura todos são altos, ombros largos, cabelo farto mas bem cortado e uma barba linda com alguns fios brancos na base do queixo que desenha muito bem sua mandíbula quadrada.

Ele me dá passagem, dentro da sala está mais três homens, dois deles já vi com o que abriu a porta e duas mulheres uma delas também não me é estranha, ela é baixa, cabelos pretos e das vezes que a encontrei sempre

estava de preto, hoje não é diferente, se estivesse com maquiagem forte poderia muito bem ser uma colega de trabalho.

Pergunto qual bebida preferem e sirvo, o deus grego não bebe nada nem o outro cara lindo que está próximo dele, mas o deus grego tem algo a mais, não sei se são seus olhos escuros e profundos, sua expressão fria ou aquele

corpo muito bem trabalhado em músculos.

Deixo as bebidas sobre a mesa, me organizo para sair e simplesmente vejo armas sendo pontadas e a do deus grego aponta para minha cabeça.

- O QUE COLOCOU NA BEBIDA DELE? - a pequena mulher de preto me indaga\, mas agora ela parece uma gigante vindo para cima de mim – PARA QUEM VOCÊ TRABALHA?

Eu não entendo nada mas vejo que o homem que nunca tinha visto está espumando e se debatendo como se tivesse tendo um ataque.

- Eu… eu… não sei… eu não sei do que está falando – digo apavorada.

- Ah não sabe lindinha – ela continua falando agora de maneira sarcástica\, o que me dá mais medo - E se eu fizer alguns pequenos cortes em você\, será que se saberia? - fala me mostrando uma pequena faca que parece ser bem afiada.

- Elis\, aqui não é o lugar – um dos homens fala para a mulher.

- Ok\, Call sabe o que fazer – ela diz olhando para o deus grego – E você Mike\, me traga essa outra também – apontando com o queixo para a mulher que vestia uma tentativa de vestido de tão curto que era.

- Vem comigo e sem escândalo – Call fala para mim com uma voz sedutora\, mas extremamente firme.

Saímos da sala e andamos por todo o cassino com a mão forte de Call me segurando na cintura, que nos vê acha que somos um casal, mas só eu sei o quão apertado está o toque dele na minha pele que não apenas dói como

queima, tenho certeza que ficará a marca de seus dedos no local.

Na rua sou colocada em um carro preto com mais dois homens, um no volante e outro no banco do carona, Call senta atrás comigo, sem dizer nenhuma palavra o motorista dá a partida. Call segura meu pescoço, me puxa para bem perto dele, “ele não vai me beijar ou vai?” penso, mas não, o outro homem que está no banco do carona lhe alcança um pano, ele põe no meu rosto e eu apago.

Acordo e estou no que parece ser um quarto, não consigo distinguir muito do local pois está tudo escuro.

Ruivinha

Estamos em Sóchi pois uma carga foi roubada, Jeen e Elis marcaram encontro com um americano que está envolvido com o roubo da nossa carga, sabemos que é peixe pequeno mas ainda não descobrimos nada então vamos começar por baixo.

O encontro é no cassino de um velho conhecido nosso, por isso não precisamos nos identificar e sempre temos uma sala VIP reservada para nós. Convidamos o americano com a desculpa de lhe apresentar o melhor cassino de Sóchi, fazemos o pedido e quando trazem a bebida é uma linda deusa ruiva a atendente.

Seus cabelos devem ser compridos visto a espessura do coque, seu corpo é pequeno mas tem as medidas perfeitas de seio e bumbum, seus olhos são verdes e seus lábios são carnudos. Ela serve as bebidas o babaca do

americano bebe e é envenenado, a ruivinha nem percebe ou finge não perceber ele se debatendo, se assusta ou finge se assustar quando vê o cano de nossas armas apontados para ela e Elis aos berros pedindo explicações.

Elis pede para eu cuidar dela, sei o que tenho que fazer levá-la ao nosso lugar de tortura, no carro Theo me alcança o lenço com clorofórmio e a linda deusa ruiva desmaia em meus braços. Elis me manda mensagem

mudando o lugar que devo levar a ruiva, é um hotel que raramente usamos, normalmente ele é usado quando queremos esconder e não torturar alguém.

No hotel pego ela no colo para levar ao quarto, ela é leve feito uma pena, seu hálito é sabor menta e seu corpo cheira a rosas. Deixo ela deitada na cama fecho bem as cortinas, desligo as luzes e fecho a porta. Espero uma meia hora no quarto a frente é tempo suficiente para ela acordar, quando entro no quarto, ligo a luz ela está em pé

como se tentasse se achar no escuro.

- Você é uma gatinha que enxerga no escuro? Porque não ligou a luz? - pergunto com meu melhor ar de deboche.

- Ah sim eu sabia exatamente onde fica o interruptor da luz – dispara ela furiosa.

- Hum você é uma felina mas não uma gatinha\, uma tigresa talvez.

- Por que estou aqui? Quem são vocês? O que fiz de errado para estar presa?

- Calma tigresa\, olha – mostro abrindo a cortina – você não está em uma cadeia está em um hotel\, está certo não cinco estrelas com os quais está acostumada\, mas\, ainda assim\, é um hotel.

- Como assim hotel que estou acostumada? - ela volta a grunhir

- Você trabalha no cassino então deve ter acompanhado muitos clientes aos seus hotéis\, eu deduzo.

- Peraí um homem com barba na cara não sabe a diferença entre uma atendente e uma acompanhante de cassino? Não lhe devo satisfação mas para seu conhecimento sou atendente\, entrego seus pedidos de bebidas\, a senhora muito distinta com um pedaço de pano prateado que ela julga ser um vestido\, essa sim\, te garanto ela é uma acompanhante. Conseguiu ver a diferença senhor?

Enquanto fala posso ver a veia do seu longo e esguio pescoço saltar, posso ver seu rosto ficar vermelho embaixo daquela maquiagem toda e seu olhos tem um brilho que me faz ficar hipnotizado.

- Preciso ir ao banheiro\, posso usar já que não sou uma prisioneira né?

Apenas concordo com a cabeça e aponto onde fica, ela me dá um leve olhar de desdenho e some atrás da porta.

Tenho 40 anos e estou me sentindo um garoto de 18 anos que acaba de perder uma briga com a namorada, cresci apanhando da vida então me considero uma pessoa “osso duro de roer”, não é qualquer coisa que me tira do meu eixo mas essa ruivinha está começando a balançar meu equilíbrio.

Sou filho de uma americana vendida como escrava para um senhor da máfia, ela foi vendida para fazer os trabalhos da casa e da cama dele, muitos mafiosos faziam isso antigamente, a própria Maria é um exemplo disso. Minha mãe engravidou de mim e quando estava com cinco anos o senhor que minha mãe servia se casou, a mulher dele mandou matar minha mãe e eu fui largado em um orfanato, depois disso nunca mais soube de meu pai.

Neste orfanato conheci Jeen, Timothy e Mike. Quando cheguei lá Timothy já morava no orfanato, foi deixado ainda bebê na porta daquele lugar. Jeen chegou uns dois anos depois e sua história se parece com a minha, mas sua mãe morreu no parto e ele ficou sendo criado pela mulher do motorista até que o mafioso descobriu e mandou ele para lá.

Mike foi o último chegar já tinha 9 anos quando foi levado para a instituição. Sua mãe acabara de morrer em seus braços, morreu de tanto apanhar do marido, um carrasco que trabalhava em uma indústria e gastava todo o dinheiro em bebidas e jogatinas, quando chegava em casa batia em sua mulher se não tinha comida pronta. No dia em que matou a mãe de Mike ela não havia feito comida porque não tinha nada para cozinhar e a senhora para quem lavava roupa não havia lhe pago então não tinha como comprar alimentos.

Nos tornamos um quarteto inseparável, certo dia encontramos o diretor do orfanato abusando de um dos meninos menores e damos uma surra nele, ele chamou o benfeitor do orfanato para nos expulsar, o Sr. Donminik Kurwell era o tal benfeitor, o chefe de uma das maiores máfias da Rússia.

Depois de nos ouvir Sr. Don, como nos orientou chamá-lo, nos trouxe para viver com ele, ensinou tudo o que precisávamos saber sobre defesa pessoal e no final delegou a cada um de nós um posto. Timothy o cara da matemática foi aprender contabilidade, Jeen o mais velho de nós e com grande poder de liderança se tornou o auxiliar do chefe de segurança, Mike o “sangue nos olhos”,  Sr. Don deixou ele cuidar do diretor do orfanato e mostrou ótima habilidade com materiais de tortura e nenhum remorso, minha habilidade desenvolvida foi a observação e a leitura das pessoas e ambiente.

Já faz 27 anos que servimos a Máfia Kurwell, antes ao Sr. Don hoje a Elis. Timothy tem a mesma idade que eu, Mike está com 43 anos, Jeen 57 anos e se casou a três anos com Elis. Hoje ele comanda grande parte dos assuntos da máfia mas Elis ainda tem a palavra final por isso meu posto mudou, hoje eu sou o chefe dos seguranças.

Mike e eu vivemos na mansão, Mike tem um apartamento separado do alojamento dos seguranças, antes eu e ele dividíamos o lugar, agora eu fico no apartamento que Jeen usava antes de se casar com Elis. Timothy o cara da matemática não gosta da ação então preferiu morar em um apartamento em um dos prédios pertencentes a Máfia

Kurwell, o negócio dele são os números mesmo.

Ruivinha sai do banheiro e quando se aproxima de mim posso notar suas sardas nas maças dos rosto, ela lavou o rosto tirando toda a maquiagem e sua aparência é quase angelical, “como pode um ser tão delicado se transformar em um mulherão apenas com maquiagem?” me pergunto em pensamento e como eu havia deduzido seu cabelo é longo que chega em sua cintura.

Ouço o barulho da porta se abrir, entra Elis, Jeen e Mike. Elis aponta a cadeira próxima a mesa e ruivinha senta, ela tira algumas embalagens da sacola e ordena que ela coma. Ruivinha parece com fome pois não demora e devora um sanduíche e um copo de suco, enquanto Elis me olha como se me perguntasse o que descobri ao analisar a ruivinha no tempo em que estivemos a sós.

“O que analisei? Analisei nada, apenas fiquei perdido em pensamentos enquanto estava com ela” fico me recriminando em pensamentos.

Tudo de cabeça para baixo

Acordei em um lugar escuro, tento me situar e caio da cama quando fico em pé alguém abre a porta e liga a luz, é o deus grego, como se chama mesmo? Call isso esse é Call e o outro acho que Mike não tenho certeza.

Call já entra me provocando e não posso acreditar quando ele supõe que sou uma acompanhante, eu uma garota de programa? Ai que raiva que fico, toda a beleza dele não é o suficiente para abafar minha irritação, mas ele é mais forte do que eu, então apenas posso acertá-lo com minhas palavras, mas estou cansada para discutir, vou ao banheiro e procuro me acalmar, lavo meu rosto e volto a ser eu mesma, tirando o fato de estar de uniforme, prefiro meu rosto lavado e cabelos soltos.

Assim que saio do banheiro a senhora de preto entra acompanhada de mais dois homens, me aponta a cadeira próxima a mesa.

- Sente aqui Irina e coma – fala me oferecendo um sanduíche e suco - Muito bem vamos lá então\, Irina Sharapova\, filha de Judith Sharapova\, pai desconhecido\, em 27 anos\, mãe falecia a três anos e meio vítima de uma bala

perdida, você trabalhava em uma floricultura e em uma lanchonete, sua mãe costureira, seu padrasto Augusto Clark, um americano deplorável que viveu por muitos anos as custas de você e sua mãe e quando ela morreu tirou tudo de você até o mísero centavo que você e sua mãe pouparam com muito esforço, foi traída por sua amiga e

seu namorado e a três anos trabalha como atendente no cassino que a encontramos hoje. Esqueci de alguma coisa?

Enquanto Elis narra minha história sinto tristeza e raiva ao mesmo tempo, tristeza porque me lembra a forma cruel que minha mãe foi tirada de mim e raiva de como me tornei miserável depois disso.

- Conheço minha história senhora\, não precisa relatá-la a mim\, afinal sou a protagonista dela. Quem sabe a senhora me diz quem é já que sabe tudo sobre mim e eu nada sei sobre vocês.

- Seria melhor não saber quem somos mas dado as circunstâncias não vejo outra alternativa. Eu sou Elis Kurwell\, esse é meu marido Jeen Cartter\, esse é Call Tanner e aquele perto da porta Mike Duran. Somos a Máfia Kurweel\, já ouviu falar?

- Não senhora não sei que vocês são – falo olhando em seus olhos\, não tenho porque mentir não tenho ideia de quem são.

- Meninos saiam – ela ordena\, nenhum deles reclama apenas o rapaz que ela apresentou como marido chega ao perto dela e sussurra em seu ouvido ela olha para ele e tenho a leve sensação de um sorriso se formar no canto

de sua boca.

- Agora que estamos sozinhas vamos conversar – continua falando enquanto arrasta minha cadeira para ficar de frente para ela\, ela senta e segura meu rosto para que eu olhe dentro de seus olhos – vamos conversar e quero a

verdade, sabe agora quem somos e mesmos não sabendo nada sobre nós pode imaginar o que posso fazer se tentar mentir param mim.

- Não tenho porque mentir para a senhora.

- Certo\, me conte exatamente o que aconteceu hoje.

- Comecei meu turno as 21h com todos os dias\, no meu tablet estava minha escala\, atender exclusivamente a sala 7\, logo em seguida o pedido das bebidas\, separei e as levei\, lá eu servi e entreguei.

- Diga-me exatamente como era o pedido.

- Vinho Alma Negra M Blend\, champagne Barons\, whisky Jack Daniels\, conhaque Hennessy.

- E você arrumou o carrinho de bebidas e taças?

- Sim é sempre nós que… Espera\, não\, não pode ser.

- O que aconteceu? O que lembrou?

- Andrew\, ele me ajudou arrumar o carrinho\, ele arrumou as taças\, mas ele não\, ele não faria nada de errado.

- Esse rapaz é Andrew? - fala enquanto me mostra uma foto\, confirmo com a cabeça e ela me mostra o vídeo de segurança onde Andrew coloca algum líquido no copo de whisky.

- Você sabe quem ia tomar o whisky\, Irina?

- O senhor que acompanhava vocês\, o que convulsionou.

- Sim ele que tomou\, mas o pedido foi feito por Jeen\, ele beberia o whisky\, o outro homem que morreu envenenado\, a princípio\, tomaria conhaque. O que me faz presumir que era Jeen o alvo e não quem realmente morreu.

Enquanto ela fala minha cabeça gira, Andrew parecia ser meu amigo porque ele fez isso comigo.

- Irina parece que você não esperava ser traída novamente\, mas quero que saiba que acredito em você\, na verdade não sou mulher de fazer rodeios\, eu acredito mesmo é nas provas\, e você foi apenas um bode expiatório

que usaram. Alguém alterou sua escala de trabalho porque era para você atender no bar inicialmente e foi mudado para a nossa sala minutos antes de começar teu turno então nada tem contra você, nosso foco agora é Andrew.

- O que vai acontecer com ele?

- Agora nada porque ele é apenas a ponta final dessa trama quero pegar o mandante disso.

- Então estou livre? - falo sentindo uma pontinha de esperança.

- Então aí é que está o problema\, não posso deixar você simplesmente ir embora\, a pessoa que está por trás disso deve saber como eu sou\, que não deixo ponta solta e para eles eu já te matei\, se deixar você voltar a viver sua vida como antes corre o risco de matarem você\, na melhor das hipóteses\, mas podem fazer coisas muito pior para tentar descobrir algo que possa usar contra nós.

- Mas eu não sei nada sobre vocês.

- Mas eles não verão assim.

- E o que vai acontecer comigo.

- Você virá conosco para Moscou\, sei que mora sozinha em um apartamento alugado e que quase nada tem nele. Poderá fazer uma lista de alguns itens que seja importante para você\, mas não muitas coisas\, nada de roupas ou

itens do dia a dia, isso darei para você, porque se suas coisas sumirem irão suspeitar. Me diga agora o que quer que traga porque dentro de duas horas estaremos indo para Moscou.

A única coisa que me importa é o álbum de fotos onde guardo as melhores recordações minhas e de minha mãe.

- Então quero apenas um álbum de fotos\, ele é pequeno e sua capa é de couro marrom\, está na gaveta da penteadeira.

- Certo\, vamos pegá-lo agora mesmo e realmente não precisa se preocupar com mais nada\, não deixarei faltar nada a você - Ela sai e Call entra e me entrega uma sacola\, nela tem um conjunto de moletom azul marinho\, um

conjunto de lingerie preta, um par de meias e um tênis branco.

- Acredito que seja do seu tamanho\, se troque e me alcance suas roupas.

Entro no banheiro, tiro meu uniforme e alcanço a ele pelo vão da porta.

- Eu disse toda a sua roupa\, isso inclui\, calçado\, meia e lingerie.

Tiro tudo e coloco na sacola que ele me trouxe as outras roupas, aproveito e tomo uma chuveirada preciso disso para relaxar um pouco, algo me diz que nunca mais voltarei a viver a minha antiga vida, então choro, a última

vez que chorei foi quando enterrei minha mãe e nada mais havia feito eu chorar, mas agora as lágrimas simplesmente insistem em descer.

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