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Vivendo O Agora - História Intercalada De Um Mafioso Em Minha Vida E Na Mira Do Seu Olhar)

Sinopse

SINOPSE

Passaram seis anos desde que meu mundo virou de cabeça para baixo. Ele me expôs ao lado mais sombrio da vida e eu nunca poderia voltar para a pessoa que era. Eu tinha passado por tantas coisas que pessoas normais sequer entenderiam.

Se eu tivesse a oportunidade de voltar e fazer as coisas de forma diferente no entanto?

Sem chance.

Eu o escolheria mil vezes. Um milhão de vezes.

Pela eternidade.

Creio que nada mudou.

Meu nome é Alexa Ballentine, e ainda estou apaixonada pelo meu perseguidor.

PRÓLOGO

AJ

AJ era um garoto esperto. Ele só tinha cinco anos, mas sabia o valor de um segredo.

Ele não gostava de guardar segredos de sua mãe, e quando lhe perguntou se havia problema em mentir, ela disse que nunca seria certo ser desonesto.

Não fazia sentido.

AJ ouviu sua mãe mentir antes.

Por que ela podia mentir quando ele não podia?

Sua mãe explicou que às vezes as pessoas mentiam para impedir que outra pessoa ficasse triste, e essas eram chamadas de “mentirinhas brancas”.

AJ pensou sobre isso.

Seu segredo machucaria sua mãe, tinham lhe dito isso, então não era realmente uma mentira, ele pensou.

Manter seu segredo era mais como uma “mentirinha branca”. Enquanto sua mãe o colocava na cama, ele sorriu para ela. — Eu te amo, — ele disse a ela, e quis dizer isso.

O sorriso de sua mãe suavizou. — Eu te amo mais, querido, — ela respondeu baixinho enquanto passava os dedos suavemente pelo cabelo bagunçado dele.

Ela soprou um beijo quando saiu do quarto, apagando a luz e fechando a porta atrás dela.

AJ ficou deitado em sua cama, acordado e esperando.

Ele não tinha certeza quanto tempo esperou, mas quando ouviu a janela balançar, em seguida, levantar em lentidão excruciante, ele sorriu animadamente.

Sua mentirinha branca estava aqui. Papai estava em casa.

***

Lexi

— Mamãe?

Eu o ouvi. Como eu não poderia?

Mas continuei dirigindo em silêncio. Eu não estava realmente com vontade de conversar; no entanto, o monstrinho no banco de trás tinha outras ideias.

Meu peito estava pesado, oprimido. Que dia.

Tudo parecia tenso. Meu corpo, meu queixo, meu aperto no volante. Até meus olhos pareciam fixados firmemente na estrada. Mas isso não era culpa de AJ, e eu não o deixaria saber que sentia que estava morrendo por dentro.

Um suspiro me deixou.

Dia do papai nunca foi um bom dia para mim.

— Sim, querido?

Ele não respondeu por um longo tempo, e quando franzi minha testa e olhei para ele através do espelho retrovisor, seus olhos estavam fixos em mim, sem piscar.

Meu coração doeu quando olhei em seus olhos castanhos suaves. Os olhos do pai dele.

Bem, merda.

Meu nariz começou a formigar. E assim, novas lágrimas rolaram pelas minhas bochechas. Eu as sequei e afastei rapidamente, tentando em vão reprimir a familiar picada de tristeza.

Jesus Cristo. Controle-se.

Meu filho, ele não gostava de me ver chateada. Sua voz era pouco mais que um sussurro e quase desesperada. — Não chore, mamãe. — Sua voz ficou pesada, e ele murmurou: — Eu não gosto disso.

Eu ouvi o pai dele nessas palavras endurecidas.

Ugh. Isso estava me matando.

Nós paramos em um semáforo e eu tirei minhas mãos do volante, olhando para trás e forçando um sorriso. Eu falei baixinho, quase pacificadora. — Desculpe, amigo.

Era o aniversário de seu pai e estávamos voltando para casa do cemitério. Toda vez que eu via aquela lápide de mármore branco reluzente, isso me levava de volta a um tempo que eu escolhi lembrar, quando seria melhor esquecer. Uma época há muito tempo atrás, mas tão vividamente fresca em minhas memórias. Não importa quanto tempo havia passado, eu estava presa lá, naquela época. Em um lugar onde eu era selvagem e descuidada e nos braços do homem que amava.

Não se engane sobre isso. Eu estava perigosamente apaixonada. Imprudentemente apaixonada.

As luzes ficaram verdes e eu me virei novamente, dirigindo mais uma vez, segurando o volante como uma tábua de salvação. Nós estávamos a meio caminho de casa antes de eu perceber que estava dirigindo no piloto automático, sem prestar atenção ao meu redor.

Meu coração deu um pulo de apreensão. Engoli em seco e balancei a cabeça em uma tentativa fraca de me tirar do meu estupor.

Talvez a conversa não fosse uma má ideia, afinal. — Que tal irmos ao supermercado, comprar um monte de porcaria e assistir a um filme hoje à noite?

O largo sorriso no meu rosto era genuíno então. Havia apenas um homem na minha vida, e ele colou meu coração novamente com lama, risos e desenhos feitos com giz de cera e amor.

AJ sorriu, meu monstro sem dentes, mas tão rapidamente quanto veio, sumiu. — Que dia é hoje?

Eu parei.

Hum...

Eu não pude evitar meu riso silencioso. Que pergunta é essa?

Confusão divertida me surpreendeu e minhas sobrancelhas se levantaram. — Uh... — Eu tentei reprimir o desejo de rir de novo. — Domingo.

Ele piscou em seu colo antes de olhar de volta para mim através do espelho. Ele balançou a cabeça antes de olhar pela janela. — Não, obrigado.

Confusão marcou minha testa.

Hã?

Ele estava recusando guloseimas? Desde quando?

Eu não queria insistir, mas lentamente percebi que precisava de tempo com meu filho, hoje mais do que nunca. Eu ia ter que melhorar a oferta. — Talvez pudéssemos ficar acordados até tarde, dormir e depois sair para comer panquecas amanhã.

Ooh. Eu sorri internamente. Ele parecia tentado.

— E quanto à escola?

Ele sequer me conhecia? Eu era uma mãe legal. O que era um dia faltando à escola para passar com meu filho? — Esqueça isso. Eu direi a eles que você está doente.

— Isso é uma mentira. — Ele olhou para mim por um momento antes de evitar o meu olhar. — E eu gosto da escola.

— Só uma pequena mentira. — Meu sorriso começou a cair. — Uma mentirinha branca.

Espere. Eu estava realmente me justificando para uma criança de cinco anos?

O que estava acontecendo aqui? AJ não estava agindo como ele mesmo.

Depois de um momento de perplexidade, um pensamento surgiu e reconheci o quão egoísta eu estava sendo. Ele era apenas um garotinho e talvez hoje fosse mais difícil para ele do que eu pensava. Talvez ele tivesse acabado de começar a descobrir exatamente o que perdera ao perder seu pai.

Prólogo parte 2

Era uma hipótese, mesmo que eu precisasse de uma distração, que talvez AJ precisasse de tempo para processar o que ele estava sentindo. E meu peito doeu.

Ele poderia estar de luto como eu estava?

Suspirei interiormente e meu sorriso ficou triste. — Tudo bem, querido. Uma próxima vez. — Mas não pude evitar a sensação de desconexão entre nós.

E então chegamos em casa.

Eu estacionei e desliguei o carro. Antes de sair, me virei no banco para olhar para o meu doce menino.

— Ei, — eu comecei, e quando ele olhou para mim com os cílios longos e escuros, eu derreti. — Eu sei que hoje não foi fácil. — Eu coloquei minha mão em seu joelho. — Você está bem?

Ele ficou estoico por um longo momento, meu bebê, e então balançou a cabeça, mas permaneceu com a cara séria. Dei-lhe tempo e um minuto inteiro se passou antes que ele abaixasse o queixo e dizer com cuidado: — Se alguém me contasse uma coisa... um segredo... e eu quiser contar a outra pessoa, tudo bem?

Pensei nos amiguinhos de AJ e perguntei: — O segredo está machucando alguém?

AJ pensou sobre isso. — Não. Acho que não.

— Querido, quando alguém lhe conta um segredo, não é seu segredo para contar. E quando alguém lhe conta esse segredo, eles estão confiando que você o guarde para eles. — Estendi a mão e corri meus dedos pelo lado do rosto dele. — Tem certeza de que esse segredo não está machucando ninguém?

Ele olhou para baixo, e os longos cílios resvalaram em suas bochechas. Ele então deu um aceno firme. — Tenho certeza.

Graças a Deus.

Eu não tinha certeza se poderia lidar com muito mais tristeza hoje. — Ok, então não, querido. Você não deveria contar a ninguém.

— Nem a você? — Ele perguntou sensatamente.

— Eu? — Eu belisquei sua bochecha levemente, brincando, e ele abriu um enorme sorriso. — Você pode me contar qualquer coisa. — Eu pisquei para ele. — Nós não guardamos segredos, certo?

Eu não entendi. Ele parecia visivelmente chateado, mas sussurrou: — Certo.

Uh oh.

Não é bom.

Meu coração gaguejou quando o ajudei a sair de seu assento. Saí do carro e o puxei contra mim, abraçando-o ao meu lado. Seu braço passou pela minha cintura.

O que estava acontecendo com meu garoto? De repente fiquei ansiosa.

— Você pode me contar qualquer coisa. — Eu olhei para ele, sem piscar. — Qualquer coisa mesmo. E eu não vou ficar chateada. Eu só vou ouvir se você precisar de mim, mas... — Parei, entrei na sua frente e me ajoelhei, olhando meu filho profundamente nos olhos. — ...Nós não guardamos segredos um do outro, amigo.

Ele balançou a cabeça lentamente, sabiamente, como se estivesse preso em uma situação difícil e não tivesse certeza de como proceder.

Merda.

Isso me preocupou.

Uma vez lá dentro, deixei minha bolsa escorregar do meu ombro no balcão do café da manhã e, hesitante, olhei de volta para o menino desajeitado de pé na entrada. Nós continuamos a olhar um para o outro um pouco antes de eu perguntar: — Você tem algo a me dizer, amigo?

Um segundo depois, ele assentiu. — Sim. — Ele arrastou os pés. Ele tinha algo importante para me dizer; Eu podia sentir isso,

como uma mãe sente. Dei-lhe toda a minha atenção. — O que é?

AJ falou, e eu não estava preparada para o que ele disse. De modo nenhum.

— Bem, às vezes, tarde da noite...

Ah, isso não estava começando bem. Meu coração imediatamente começou a correr.

~ 10 ~

— Às vezes... — Ele olhou para o rodapé e esfregou o sapato contra ele. Sua voz baixou alguns decibéis. — Às vezes, papai vem me ver.

A pressão no meu coração foi liberada, a corda apertada desenrolando-se.

Oh senhor.

Hoje não era o dia.

Eu senti vontade de chorar.

— Querido. — Meus olhos se fecharam por conta própria e eu soltei uma risada sem graça, forçando a espessura na minha garganta. Eu o puxei contra mim e apertei-o com força, balançando-o de um lado para o outro, beijando sua têmpora.

Ele me abraçou de volta tão forte e eu expliquei algumas coisas para ele.

— Eu sei que parece assim. — Eu o beijei novamente. — Papai vem até mim também às vezes. — Eu recuei e observei-o com cautela. — Em minha mente. Nos meus sonhos.

— Não. — AJ sacudiu a cabeça. — Não nos meus sonhos, mamãe. É real.

Oh, querido... não.

Meu coração quebrou quando tentei explicar a ele que o que ele estava sentindo, estava vendo, não era nada mais do que um mecanismo de enfrentamento. Eu deveria saber. Em certo ponto, Twitch esteve no meu quarto todas as noites e eu conversava com ele. Ele nunca respondeu às minhas perguntas ansiosas. Levei um tempo e muita terapia para perceber que estava me machucando psicologicamente.

— Quando eu sonho com papai, parece tão real. — Inspirando profundamente, trêmula, eu falei em um suspiro, — É tão real que às vezes não quero acordar de um sonho tão lindo. — Eu fechei meus olhos para enfatizar minhas próximas palavras, agarrando seus antebraços. — Mas é apenas um sonho, querido. — Eu o puxei para mim mais uma vez e serpenteei meus braços ao redor dele. — Não é real.

AJ franziu o cenho. — Não, mamãe. — Ele tentou sacudir a cabeça contra o meu peito. — É real. É de verdade.

~ 11 ~

Não é não. Ele se foi.

— Baby. — Meu coração doía tanto quanto as palavras faladas. — Papai se foi.

— Ele não foi, — ele disse inflexivelmente apenas da maneira como uma criança de cinco anos poderia.

Mordi o lábio para me impedir de soltar um grito de dor. Em vez disso, sussurrei: — Sim.

Mas AJ não estava aceitando. Ele deu um passo para trás e senti a perda imediatamente. A força total do seu olhar me atingiu. — Não.

Droga.

Ele não sabia o quanto estava me machucando? Twitch se foi.

E ele nunca voltaria.

Mas meu filho era tão importante, tão precioso para mim, que eu cedi e, ao fazê-lo, uma lágrima percorreu meu rosto. — OK bebê.

Um olhar de vitória cruzou seu rosto e, quando ele se atirou em meus braços, segurei meu bebê e chorei em silêncio.

Porque meu filho estava de luto pelo pai que nunca teve. E o jeito que ele escolheu para lidar com isso estava bom para mim.

Mesmo que isso significasse me machucar no processo.

Twitch

Twitch

Na sombra da noite, eu me movi devagar, em silêncio, e quando a casa surgiu, eu parei. As luzes ainda estavam acesas. Eu fiquei ao lado da árvore na esquina da rua e esperei.

Olhando para o meu pulso, chequei meu relógio ao luar e contei os segundos. Quando o relógio bateu onze, eu olhei para a casa e de repente estava inundada de escuridão. Era como um relógio. Todas as noites, às onze da noite, Lexi ia para a cama, mas não antes de verificar AJ.

Um pequeno sorriso apareceu nos meus lábios quando a lâmpada no quarto do meu filho iluminou a janela.

E aí estava. Viu?

Como um relógio. Mesma coisa, dia após dia.

Um momento passou e a janela escureceu, e essa era a minha

deixa.

Com as mãos nos bolsos do meu casaco, eu me movi lentamente,

silenciosamente, e quando cheguei à janela, coloquei minhas mãos no topo da moldura de madeira e empurrei. Ela balançou quando abriu. Puxei a tela de mosquitos e a coloquei no chão antes de entrar. No segundo em que meu pé bateu no chão do seu quarto, ouvi estalos de plástico.

Eu estalei minha língua, e murmurei: — Foda-se. — Quando o homenzinho na cama levantou a cabeça e piscou para mim com sono, eu disse baixinho: — Eu pensei ter dito para você limpar essa merda.

Ele esfregou os olhos e murmurou: — Eu esqueci.

— Você esqueceu. — Eu ri baixinho. — Claro que você fez.

O pequeno sorriso nos lábios dele disse que ele estava mentindo. Meu filho poderia ter herdado a minha aparência, mas ele era sua mãe por completo. Gentil, honesto e bom.

Eu olhei ao redor do quarto, no chão, antes de suspirar com a bagunça, e pisei em silêncio em direção à estante. — Qual você quer, garoto?

— Green Eggs and Ham1, — disse ele imediatamente.

Meus lábios se franziram em uma pequena carranca. — Novamente?

— Novamente. — Ele assentiu, sentando-se na cama.

Outro suspiro saiu de mim, mas foi exagerado. Eu realmente não dava a mínima para o que ele queria que eu lesse para ele. Eu faria isso, leria o mesmo livro uma e outra vez, se isso significasse que passaria algum tempo com meu filho. Porque o pouco tempo que tinha com ele era algo que eu gostava. Era precioso e senti sua falta toda a sua vida. Então, o pouco que tinha dele, eu lidaria com isso.

Livro na mão, fui até ele. — Chegue para lá. — Quando ele fez, eu sentei na beira da cama, deitando contra a cabeceira de madeira, e coloquei meu braço em volta dele e segurei o livro.

Sem hesitar, ele inclinou a cabeça sonolenta no meu peito. Eu pisquei para ele quando ele soltou um pequeno bocejo e eu morri por dentro.

Eu morri porra.

Nunca um filho foi tão amado quanto o meu. Sua confiança não era algo que eu merecesse, mas aceitava porque era um hábito meu - aceitar coisas que não me pertenciam. Reivindicando-os como meus.

Quando comecei a ler em voz baixa, reconheci que nem precisava mais do livro. Eu tinha lido tantas vezes que sabia a maldita coisa de cor. Mas AJ parecia gostar das fotos, então levantei o livro e deixei-o virar as páginas quando necessário, observando-o sorrir para os desenhos de aparência boba, sorrindo junto com ele.

1 Ovos verdes e presunto é um livro infantil do Dr. Seuss, publicado pela primeira vez em 12 de agosto de 1960. A partir de 2016, o livro vendeu 8 milhões de cópias em todo o mundo.

Eu nunca entendi o que significava quando pessoas diziam que eram as pequenas coisas.

Olhando para o meu filho... eu entendi.

Esses sorrisos, sua risada, a maneira como ele coçava a bunda sem vergonha... valeu a pena todo o tempo que passei longe dele. Por esta criança, por Lexi, eu faria tudo de novo em um piscar de olhos. Eu não queria, mas o faria, e por isso que era tão importante cuidar dos negócios antes de ressurgir do meu túmulo vazio.

Eu estava tão perto de ressuscitar. Eu poderia prová-la, saborear os lábios cheios e doces de Lexi enquanto eles me adoravam.

Pensar na mulher no final do corredor, sozinha em sua cama, fez meu estomago revirar. Como seria fácil entrar em seu quarto e vê-la por um tempo.

Sim. Eu era um doente fodido. E velhos hábitos eram difíceis de morrer.

Deus. A lembrança dela...

Meu peito doía enquanto minha mente conjurava uma imagem dela sorrindo para mim, rindo daquele jeito suave e quente que era reservado para mim e só para mim.

Eu senti a falta dela. Fazia muito tempo.

Terminado o livro, fechei-o e depois abracei meu filho sonolento perto de mim. — Você está cansado, homenzinho? — Ele acenou com a cabeça no meu peito e eu sorri. — Quer que eu fique até você dormir?

Outro aceno, mais fraco desta vez, e um pensamento me atravessou.

Eu mataria por essa criança.

Passando a mão pelo seu cabelo bagunçado, eu fechei os olhos, respirando-o. Ele cheirava a maçãs verdes, amaciante de roupas, e algo exclusivamente AJ. Eu pressionei meus lábios em sua cabeça e os segurei lá, já sentindo sua falta.

Um braço magro caiu no meu estômago e me segurou firme. Sua voz era baixinha. — Você vai voltar, certo?

Eu fiz uma careta para mim mesmo. Como ele poderia me perguntar isso?

Ele se aconchegou mais profundamente em mim e minha expressão se intensificou. — Ei. — Quando ele não se mexeu, eu o cutuquei e, lentamente, ele olhou para mim, seus olhos tristes. — Eu vou voltar. — Mas seus olhos permaneceram tristes, e eu senti a dor familiar que sempre senti antes de partir. — Eu prometo.

AJ olhou para mim por um longo momento antes de concordar. Eu segurei meu pequeno homem com força, querendo tranquilizá-lo, mas inseguro sobre como. Então, abaixei e tirei meu relógio, entregando o metal pesado para ele.

De má vontade, ele pegou, e quando ele piscou para mim interrogativamente, eu disse a ele: — Eu voltarei por isso. — Seus olhos se arregalaram antes de olhar de volta para o relógio. Deus, essa criança. O olhar de orgulho por ter ficado responsável por algo grande como um relógio de pulso caro era mais do que eu podia lidar. — Você vai mantê-lo seguro para mim, certo?

Seu aceno de cabeça foi firme, entusiasmado, e quando vi seu leve sorriso, a sensação de dor no peito aliviou ligeiramente.

Eu não tinha muita certeza na vida, mas estava certo de uma coisa. Eu amava meu filho. Eu o amava ferozmente. E se alguém fosse estúpido o suficiente para foder com ele, eu estaria lá, Glock na mão.

Engatilhe. Clique.

Estrondo.

Tente-me porra.

Uma hora depois, o carinha espalhado em cima de mim estava dormindo e eu precisava sair rápido. Com todo o cuidado que pude, saí de debaixo dele e reajustei as cobertas. Fiquei ali por um tempo, observando-o, meu interior enrolando-se com força.

Eu não queria sair.

Mas eu tinha que fazer isso.

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