Dois anos antes...
Vitor Navarro, 38 anos, CEO das empresas Navarro. Casado Com Sophia uma bela mulher de 29 anos, ela foi sua secretária particular e tiveram um envolvimento amoroso que acabou se transformando em amor e consequentemente casamento.
***
Vitor Navarro
Minha bela esposa me ligou várias vezes.
Como havia prometido a mim mesmo, repeti a rodada de bebidas com os meus amigos e meu irmão.
- Rapazes agora preciso ir. Minha bela esposa me espera.
- Não! Fica Vitor. (fala o amigo)
- Não mesmo. Não vou trocar uma bela mulher pela cara de pamonha de vocês.
- Você após o casamento ficou muito domado, virou o cachorrinho dela. (falou Lucas)
- Cala a boca Lucas, quando achar uma mulher que te aguente me fala. Rapazes me despeço de vocês.
Vitor levantou da cadeira.
- Vai de táxi?
- Claro que vou. (diz Vitor)
- Vai na paz irmão.
Vitor sai dali meio cambaleando. Pegando um táxi pra ir pra casa.
No caminho Vitor pensa em retornar a ligação para a esposa, ela sabia que ele estava com seu irmão e amigos. Quando Vitor falou com ela pela última vez no telefone sua esposa disse que tinha uma surpresa para lhe dizer.
Vitor e Sophia eram um casal modelo.
Encostado no banco do táxi ao adentrar sua propriedade, Vitor ficou olhando suas terras, uma beleza de vinícola.
"Uma coisa que minha família manteve durante as gerações foi o selo de qualidade da marca, os vinhos Navarro, e eu fiz questão de reforçar isso quando assumi os negócios. Nossa empresa de vinhos vale milhões."
Vitor tinha orgulho de suas conquistas, tanto nos negócios como no amor. Ele amava Sophia.
O taxista fala:
- Mais que fumaça preta e aquela?
- Fumaça? (diz Vitor)
- Sim olhe senhor! (aponta o taxista)
Vitor se inclina olha pra frente, vê uma coisa terrível. Conforme foram se aproximando da entrada principal.
- Sophia! (grita ele)
Vitor nem espera o carro parar já sai soltando do carro em desespero.
- Sophia? Sophia?
A casa estava em chamas. Alguns funcionários tentavam apagar o fogo.
Uma das empregadas de Vitor Navarro o viu.
- Cadê minha esposa?
- Senhor Vitor. A dona Sophia está lá dentro com mais dois funcionários.
As chamas eram imensas.
O fogo estava a consumir rapidamente toda a casa. Vitor tenta correr pra dentro. Um de seus seguranças o impedem.
- Não senhor não pode entrar. Irá morrer.
- Me solta Gusmão. (grita Vitor)
Vitor empurra o segurança e entra na casa, ele tampa metade do rosto para evitar inalar a fumaça.
- Sophia? Meu amor! (grita ele em meio ao fogo)
Ele tosse.
- Sophia onde você está?
Grita Vitor ao se aproximar no corredor.
Ele vai andando e começa a ficar tonto, seus olhos ardem, e com dificuldade de respirar.
O ambiente estava quente. Muito quente.
Uma viga de madeira cai o atingindo perto do braço e rosto, Vitor grita de dor mas não desiste de buscar por sua esposa.
Ele ouve um barulho.
- Sophia. (fala quase inaudível)
Vitor Tossindo anda mais alguns metros e depois tudo fica escuro.
Horas mais tarde o fogo é apagado. Os bombeiros resgatam Vitor Navarro.
Três dias depois do incêndio.
No hospital.
Vitor abre os olhos.
- Meu irmão. Que alivio te ver acordado.
Vitor olha o irmão.
- Como vim parar aqui? (diz ele com dificuldade)
- Os bombeiros te resgataram. A mansão ficou destruída. (fiz Lucas)
- Cadê Sophia? (pergunta ele)
Lucas fica em silêncio.
- Diz logo Lucas!
- Meu irmão Sophia não... ela não... conseguiu sair com vida. E... sua esposa estava grávida. Foi isso que o legista me disse.
Vitor ficou desnorteado.
- E mentira! Sophia não morreu.
Vitor tenta levantar da cama mas é impedido.
- Você não esta em condições de sair da cama, ficou três dias desacordado, e tem queimaduras graves no rosto e braço. (fala Lucas segurando-o)
- NÃO MINTA! SOPHIA NÃO MORREU. MENTIROSO...
- Calma Vitor... Doutor! Enfermeira?
O doutor entra na sala e pede para que segurem Vitor, aplicando uma injeção nele.
Vitor Navarro fica sonolento. Dizendo repetidas vezes o nome de Sophia.
ANOS DEPOIS
Eu precisava esfriar um pouco a cabeça. Hoje o dia foi tenso com a pauta da próxima reunião, odeio fazer cortes, mas não tolerava deslizes na empresa!
- Shit! Preciso de uma bebida...
Após a acidente Vitor Navarro evitava sair de casa, seu irmão Lucas ficou com todo trabalho acumulado pra si.
O telefone da mesa toca.
- Senhor Navarro!
- Sim Suzane.
- A moça que o senhor me pediu para eu solicitar os seus serviços está aqui. Posso deixá-la entrar?
- Sim Suzane. Pode!
- Ok
Ouve uma batida na porta.
- Entre.
A moça entra.
- Com licença. Eu sou a doutora Ana Júlia.
- A psicóloga que minha secretária indicou. Ela me disse que você é boa. Prazer em te conhecer, Eu sou Lucas Navarro.
Os dois apertam as mãos.
- Suzane é um pouco exagerada mas neste caso ela tem razão. Meu foco e na área emocional do paciente, ela não me deu muitos detalhes do caso a quem eu deva tratar. (fala Ana Júlia)
- Doutora Ana o caso e muito delicado, meu irmão mais velho Vitor que é seu futuro paciente.
- Estou ouvindo. (fala Ana)
- Meu irmão sofreu um trauma no passado que o deixou devastado, em um único dia ele perdeu a esposa e a criança que ela carregava. Sua casa pegou fogo enquanto ele bebia comigo e uns amigos na época, a culpa não o deixa em paz e a sombra da tragédia o persegue. Ele necessita de terapia.
- Vejo casos similares a este quase todos os dias, seu irmão não conseguiu superar a perda.
- Exatamente. Ele se trancou na nova casa que construiu na mesma propriedade da antiga, alguns quilômetros de distância, a antiga casa queimada ainda está lá, soube pelos empregados de confiança que ele ainda visita o que restou dela todas as noites.
- Ele ainda vivencia a noite da tragédia. Ir ao local é típico de uma pessoa emocionalmente instável. (fala Ana Júlia)
Lucas cruza os braços e diz.
- Sua avaliação e sempre precisa assim?
- Estou a cinco anos nesta área, iria se surpreender com os casos que tenho tratado. Seu irmão ainda se culpa por não ter salvado a esposa e o filho, mas irei ajudá-lo.
- Assim espero.
Ana sorriu.
Ana Júlia, 26 anos, formada em psicologia e terapia emocional.
Vitor era um caso interessante. Pensou ela.
- Antes de fecharmos o contrato quero alertar que Vitor não e mais como antes. Tem o rosto queimado do lado esquerdo e um pouco do braço, ele se perdeu da família e nos evita. Vitor se perdeu na dor.
- O primeiro sintoma e o isolamento. (fala Ana)
- Sim. Ainda tenho esperanças de ter meu irmão de volta. O ajude Doutora. Tenho que confessar que você não é a primeira a tentar, ele conseguiu afugentar a todos, mas acredito nesta última tentativa. (fala Lucas)
- Ok! Vou dar o melhor de mim.
- Obrigado.
O mostro a aguardava. E Anna nem sabia disso.
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Mais ideias a seguir...
Os Navarro é a família mais rica do país.
Donos de uma imensa plantação de uvas que são usadas na produção das garrafas mais caras do mundo, a marca de vinhos Navarro.
Chamados de magnatas dos vinhos, os Navarro são a família mais poderosa economicamente falando. A região onde se produzia os vinhos Navarro é na propriedade da família por gerações,
Podemos também denominar como vinícola a empresa que produz vinho.
Vitor era o CEO mas após o acidente seu irmão Lucas ficou em seu lugar.
- Conseguiu falar com o médico?
- Sim mãe. E é uma doutora e bem bonita. (fala Lucas)
- Por que diz de uma forma meio maliciosa? (pergunta a mãe)
- Ela é o tipo da boa moça, bonita, educada e Inteligente e pode tratar e curar o seu outro filho quebrado. (fala Lucas comendo uma uva)
- Como sabe tanto dela?
- Pesquisei né mãe.
Os dois estavam na cozinha da casa grande da cidade. Os pais de Vitor e Lucas moravam ali a anos. Mesmo após a morte do marido sua mãe ficou na casa.
- Quer dizer que conseguiu uma médica bonita pra tratar do seu irmão? Pensando que assim ele iria reparar na moça? Duvido que ele a aceite como doutora e muito menos como mulher.
- Não custa tentar. O olhar dela e meigo ao mesmo tempo ela tem personalidade. O antigo Vitor Navarro iria reparar nela. Claro antes de casar, pois aquele homem era fiel a sua esposa. (fala Lucas)
A mãe dele para de mexer a massa. Dona Virgínia mesmo sendo rica, adorava cozinhar, duas vezes na semana ela ia a cozinha preparar suas receitas.
- Não estou gostando dessa ideia absurda Lucas.
- Mãe a anos seu filho fica se matando pouco a pouco nesta depressão, sua sanidade foi embora que ele evita até a família. Eu sei que o antigo Vitor está dentro daquele monstro que ele se tornou.
- Não chame seu irmão de monstro.
- Mas é assim que todos o veem. A fama que seu próprio filho conseguiu fazendo suas maldades, nenhum empregado quer ficar lá. Só Maria consegue aturar ele; O restante dos empregados tem medo do Vitor.
- Seu irmão precisa de ajuda e não de uma mulher para esquentar sua cama. (disse Dona Virgínia)
- Ela é a mulher certa para o meu irmão, acredita em mim mãe. Quero ter fé que o velho Vitor ira voltar e esse monstro em seu lugar irá embora.
Dona Virgínia suspira pesadamente.
- Vamos ver o que sairá disso. Pensou na moça por acaso? Se ele a machucar?
- Vitor não ira fazer nada com ela. Maria estará de olho. (fala ele)
- Ta bem!
Lucas beija a bochecha da mãe.
Na vinícola.
Era noite de céu estrelado com lua cheia.
Na área dos empregados havia um falatório.
- Noite de lua cheia. Isso me dá arrepios. (fala um dos homens)
- O patrão sai todas as noites. Uma dia eu o vi nas sombras fiquei com tanto medo que sai correndo.
- Eu quase cai da bicicleta ao vê-lo na escadaria uma noite, estava vestido com um casaco longo preto e todo de preto. Cabelos grande igual um lobisomem. (fala outro homem)
- Eu soube que foi ele que matou a esposa, a queimando viva. Por isso tem aquela marca no rosto. Castigo.
- Eu soube que ele tem aquela marca por ser o próprio mal em pessoa. É um sinal para se manter longe dele.
- Não falem bobagens. Vocês são novatos aqui não sabem de nada! O patrão tentou salvar a família e acabou marcado pelo fogo. (diz um homem mais velho)
- Então e mentira que ele matou um homem por apenas o olhar nos olhos.?!
Um homem bufa impaciente.
- São apenas histórias. O patrão sofreu muito, hoje ele é assim por causa do sofrimento de perda. Não recomendo que cruzem o seu caminho, mas não o julguem sem saber dos detalhes.
- Claro! você e Maria são os únicos que chegam perto da casa grande. Nos apenas trabalhamos nos vinhedos.
- Se não quer perder o seu emprego como os outros e melhor ficar de boca fechada e ir dormir, amanhã acordamos cedo.
Os homens vão para os seus alojamentos.
No meio da mata.
Vitor andou alguns quilômetros até chegar na antiga casa.
Agora era apenas uma lembrança de como foi. Olhando para os escombros da antiga casa estava Vitor.
As cinzas de seus sonhos destruídos.
Pouca coisa ficou de pé da antiga casa, Vitor ficava ali vendo o que restou da construção, lembrando de Sophia.
Vitor Navarro
Ontem foi um dos dias mais tristes da minha vida, só que antigamente era um dos mais felizes. Contraditório, não é? Eu sei.
Se ela tivesse aqui íamos sair para comemorar nosso aniversário de casamento. Sophia! Porque tinha que acontecer? Por que?
Nunca irei aceitar o fato de perder Sophia daquela maneira, e me dói tanto pensar no acontecido que não tenho forças para sair desse quarto o dia todo. Apenas a noite saio para vir aqui. Aqui a onde me sinto um pouco perto de minha Sophia.
Meu coração está despedaçado.
- Me perdoe Sophia. Não a salvei, falhei como marido.
Caio de joelhos a onde era minha casa meu lar e hoje é o lugar de meu tormento.
Quase nada restou.
No dia que a perdi. Perdi tudo até o meu coração.
Eu odiava chorar. Odiava mesmo. Mas não consigo ficar indiferente quanto a isso, e se eu pudesse tê-la de volta prometeria até mesmo voltar a sorrir.
Mas acabou! Ela se foi...
Hoje sou o Monstro.
Sem sentimentos, sem amor, sem apego a ninguém.
A marca que carrego em meu rosto me lembra que falhei, que sou um homem marcado pela dor, essa cicatriz não me deixa esquecer e nem quero. Preciso lembrar.
Essa marca me defini o que hoje sou.
O Monstro que há em mim.
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"Bom dia queridos ouvintes da nossa rádio local, aqui você tem animação em dobro. O dia está ensolarado com previsão de clima bem quente. E para aumentar mais a temperatura vamos ouvir a música: Feel it. Mr. TalkBox e TobyMac."
- Eu amo essa música.
Ana Júlia cantou alto. Aumentou o volume do rádio.
Sua amiga Mariana ficou olhando-a de ladinho.
Ela bufa:
- Eu não consigo dirigir com você ao meu lado cantando desafinada desse jeito. Ana.
- Não seja rude Mariana. Curta a viagem, o dia está lindo. (fala Ana Júlia)
Mariana revira os olhos.
- Tem certeza que seu novo trabalho é aqui neste fim de mundo? Se eu não gostar do lugar vou te trazer de volta.
Ana Júlia da uma risada sabendo que era bem capaz de sua amiga fazer isso mesmo, levá-la de volta a força.
- Mari, já te falei que será um desafio pra mim tratar esse paciente. Se eu soubesse que minha melhor amiga iria ser do contra, teria pedido carona ao Gustavo.
Mariana solta um assobio.
- Gustavo iria aceitar na hora, já viu como ele baba por você. (fala Mariana rindo)
- Não e verdade. (responde Ana)
- Só você que não vê isso Ana Júlia. Gustavo e louco por você, ele lambe o chão que você pisa.
Ana Júlia coça a cabeça. Ela tinha notado a muito tempo o interesse de Gustavo mas evitava transparecer que ela sabia! Ana gostava dele como amigo.
- Sabe de uma coisa! Da próxima vez eu pego um UBER. (fala Ana)
- Sua ingrata. (fala Mariana)
As duas riem.
Ana Júlia fica olhando a paisagem. Era um local muito bonito afastado da cidade. Ar puro.
Ana Júlia pediu ajuda a Mariana pra levá-la ao seu novo endereço de trabalho, no contrato assinado ela iria permanecer ali durante um mês. Levou apenas algumas coisas pessoais, e claro, muita vontade de trabalhar.
- Amiga tem certeza que é esse o lugar? (pergunta Mariana)
As duas estavam a horas na estrada.
- Sim o GPS está te levando ao endereço que me foi passado pela secretária dos Navarro. (fala Júlia)
Mariana diminuiu a velocidade.
- Fico preocupada em te deixar aqui isolada no meio do nada com esse seu paciente maluco.
Júlia revira os olhos. Exagero de Mariana.
- Não o chame assim Mari. Eu vou ficar bem, o irmão dele disse que tem funcionários que trabalham aqui. Vitor Navarro será tratado por mim.
- Se eu fosse você voltaria corrend... ahhh céus!
As duas ficam de boca aberta. Ao passarem pela divisa da propriedade Navarro.
Os vinhedos cobriam boa parte da propriedade. Enormes campos com vários cachos de uva. Era uma visão linda de se ver.
O carro estava em movimento e as duas ficaram admirando a beleza do lugar.
- Que isso!! Eu gosto de vinho mas ver a plantação e melhor ainda... que lindo. (falou Mariana de boca aberta)
Ana também amou ver aquilo.
- Hum! Agora você gostou? Estava criticando o lugar a dois minutos atrás. (alfinetou Ana Júlia)
- Se continuar me repreendendo vai ficar na metade do caminho a pé. (fala Mariana)
As duas riem de novo.
Eles eram como irmãs.
O carro andou mais alguns quilômetros até elas avistarem o grande casarão.
As duas ficam de boca aberta com o tamanho da casa.
Vitor construiu uma nova casa maior e mais imponente que a outra antiga.
- E aqui. (disse ela)
- Tomara que saiba mesmo o que esta fazendo Amiga. (fala Mariana)
- Eu vou ficar bem. Me ajuda a tirar minhas malas.
As duas saem. Enquanto Mari abria o porta malas um homem vai até elas.
- Bom dia.
- Bom dia. (responde as duas)
- Eu me chamo Arthur José, mas todos me chamam mais de Zé. Eu sou um dos mais antigos funcionários daqui, tem também a Maria. A senhorita deve ser a doutora.
- Prazer em conhecê-lo José. Sim eu me chamo Ana Júlia e essa aqui e minha amiga Mariana. Ela veio me trazer.
- Prazer senhoritas. Eu vou chamar Maria para levá-la a sua habitação.
- Obrigado José.
Ele sai e Ana Júlia fica olhando em volta.
- Amiga? Tem certeza que quer ficar?
Ana Júlia sorri.
- Claro que tenho certeza. E pare de ser paranoica Mariana.
Minutos depois Maria vai até elas.
- Olá eu sou Maria.
- Oi eu sou Ana Júlia e essa e Mariana.
- Que bom que chegou bem doutora. Deve estar com fome, a mesa do café esta posta para a senhorita, quando o patrão Lucas avisou que viria cedo fiz questão de preparar tudo.
- Obrigado Maria pela hospitalidade.
- Amiga eu tenho que voltar, vou trabalhar ainda lembra. Curta o seu café. Prazer em te conhecer Maria e cuide de minha amiga aqui... E Júlia se cuida ta bom qualquer coisa me liga.
- Não vai tomar café comigo?
- Não posso. A volta e longa até a cidade. Mas prometo te ligar todos os dias e vir aqui te ver em minha folga. (diz Mariana abraçando-a)
- Ok! Obrigado pela carona Mari.
- Se cuida Ana Júlia.
Mariana entra no carro após alguns minutos ela vai embora.
Ana Júlia vê o carro se afastando. E suspira.
- Venha comigo doutora. (fala Maria)
- Não não!... pode simplesmente me chamar de Ana Júlia. Sem formalidades.
- Se preferir assim. Claro! Venha comigo Ana Júlia. Seu quarto fica aqui no primeiro andar, vamos entrar que te mostro tudo.
Ela olhou sorridente para os lados vendo a linda casa. Um belo jardim.
Ana Júlia seguia a mulher arrastando sua mala rosa de rodinhas, quando ela parou ao sentir uma sensação estranha.
Ana se arrepiou.
- Qual o problema Ana?
Pergunta Maria ao vê-la parar bruscamente.
Ana Júlia tinha uma sensação de estar sendo observada. Mas ao olhar para os lados não viu ninguém, além dela e Maria ali.
Um calafrio subiu a sua espinha.
Ana tentou abrir um sorriso para acalmar seu coração acelerado.
- Nada não. Vamos!
Ela continuou a andar seguindo Maria.
No andar superior, oculto na escuridão do corredor estava Vitor Navarro.
Ele a viu. Ela sentiu sua presença.
"Estou há alguns segundos analisando a nova doutora, ela é mais uma tentativa fracassada de meu irmão de tentar me curar".
"Eu sou um animal privado de sentimentos, eu sei. Se tanta coisa em minha vida não desse errado eu poderia ser um homem bom, mas isso é impossível em tempos atuais."
Perdi muito naquele dia.
Mas essa mulher... ela tem alguma coisa que me perturba mais que os outros anteriores.
Terei que afugentar a doutora. Assim como fiz com os demais.
Ela não pode ficar. Não poso deixá-la se aproximar de mim.
Vitor andou até a janela leste e lá a viu.
A vejo sentada a mesa na área externa tomando o café, Maria conversa com ela e a mulher ri.
Esse sorriso.
Seu sorriso me pegou desprevenido, não consigo parar de olhar e analisar sua boca. Droga!
Não quero vê-la mais. Não a quero aqui.
Não a quero perturbando minha cabeça.
Ela joga os longos cabelos para o lado, rindo de algo ela alarga mais o sorriso. Ela vai me deixar louco.
NÃO A QUERO AQUI. ESSA MULHER TEM IR EMBORA.
Vitor anda para a ala proibida, onde fica seu santuário. Ele prefere ficar sozinho, longe de todos.
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