Resumo
Quando Martina se viu obrigada a casar c Henrique, filho de um mafioso de Cosa Nostra, a cidade mais perigosa e podre da Itália. Ela o odiou, odiou mesmo.
Mas ela tinha que cumprir a promessa que seu pai havia feito anos atrás. Anthony, seu pai, havia a prometido em casamento em troca de ajuda do pai do seu noivo.
Tudo que ela fez foi aceitar seu destino, quando se conheceram na casa do seu primo Vicenzo, ela mal podia acreditar que ele era decente... até mesmo bonito... Henrique acompanhado de seu pai e seus dois irmãos, tirando o velho, os outros três eram bonitos, pensou ela.
Mas isso foi a uns dois meses, eles já foram em uma missão de resgate juntos, até mesmo fizeram uma viajem a África com Vicenzo e Nina. Lá houve beijos e uns amassos, mas ela não teve coragem de ir até o fim.
***
Finalmente chegamos na nossa cidade, agora vou ter um pouco de paz e posso ficar no meu quarto sem o Henrique grudado em mim.
- Martina, o que vai fazer? / Nina, minha amiga pergunta
- vou pro meu quarto descansar por horas e horas! / falo já subindo as escadas
É estranho, mas preferi ficar na casa deles, do que na casa do meu pai.
Henrique está ficando lá com eles estes dias, então do aeroporto, ele foi para casa dos meus pais num carro e nós viemos para a casa do Vicenzo e da Martina.
- Não acha que está sendo dura com ele ? / Vicenzo meu primo pergunta
- fala sério, vocês são homens crescidos, algumas falas duras não vão matar ninguém! / falo
- diga o que quiser Martina, mas ele está apaixonado, você ser dura com ele magoa! / Nina diz
- olha, vocês tão falando bobagem, o Henrique nunca se apaixonaria por mim. Ele é de Cosa Nostra! / falo e saio dali indo pro meu quarto
Eles seguem falando e nem percebo.
Simplesmente vou direto pro banho, onde tiro todo aquele repelente e lavo bem meus cabelos, coloco um roupão branco e me deito.
Finalmente estou em casa e na minha cama. Durmo e nem como nada, só percebo que dormi demais quando a manhã chega e alguém fica batendo insistentemente na minha porta.
- Entra... / falo ainda de olhos fechados e coberta até a cabeça
- oi / ele diz e reconheço a voz do Henrique
Rapidamente me sento na cama e passo as mãos nos meus cabelos. Dormi com eles molhados, então devem estar um horror.
- oi, o que faz aqui essa hora? /pergunto e Henrique senta na cama
- essa hora? Já é quase meio dia bela adormecida! / ele diz rindo, mas percebo uma certa tristeza no seu olhar
- ok...o que aconteceu?
- bom, vim me despedir, estou voltando para Cosa Nostra! / ele fala
- ah...
- bom, preciso resolver muitas coisas, nossos pais decidiram que o casamento será lá, então acho que vamos nos ver só no dia do casamento! / ele fala e tenta sorrir de leve
- bom nos vemos no casamento então! / digo e dou um tapinha na mão dele
- uau... ok... / Henrique diz e levanta indo pra porta
- Henrique espera... / falo e me levanto indo até ele
Eu fico próxima dele, mas não o toco
- eu... olha... me desculpa, sei que nos últimos dias fui grossa e um pouco má com você! Mas acho que só estou me defendendo! / falo
- se defendendo do que Martina? De mim? Só mostrei calma, lealdade e cuidado com você. Eu tô tentando, quero que a gente de certo, mas você é muito difícil e teimosa, esse casamento, essa vida, não é minha culpa! Olha, eu gosto de você, então para o nosso bem, espero que você repense tudo até o dia do nosso casamento, porque sinceramente não sei o quanto vou aguentar sem explodir!
A última frase dele me preocupa muito... muito mesmo.
Henrique se inclina e beija meu rosto de leve. Ele vai embora e eu fico olhando a porta entre aberta e parece que ainda sinto os lábios dele na minha bochecha.
Será que eu sou assim tão má com ele? Aliás... seja que ele é tão mal a ponto de explodir e me machucar? Deus... esse homem me deixa confusa... confusa demais!
Henrique
Não foi fácil ir embora, mas precisava ficar longe da Martina.
Estou gostando dela, não devia, sei que não devia. Esse tipo de sentimento não é aceito na minha família, amor... por uma mulher.
Eu não a amo, mas gosto dela de um jeito que sei que poderia levar a algo mais.
Ver que ela nem mesmo se importou que eu ia embora doeu, mas foi bom, assim estes dias que ficaremos longe, vai fazer morrer qualquer coisa que eu esteja sentindo.
Levei algumas horas para chegar. Assim que cheguei, me mandaram ir até a sala do meu pai.
Nossa casa era toda de madeira por dentro, um pouco rústico demais para meu gosto, quando eu casasse iria embora, para uma casa minha. Isso aqui me assusta desde criança.
Só não me assusta mais que nosso forte na floresta lamacenta, aquele lugar todo de concreto, parece literalmente uma prisão.
Quando cheguei na sala do meu pai ele tava sentado na cadeira dele, de frente para a mesa, bebendo vinho.
- filho ... achei que não voltaria mais, por que ficou tanto tempo longe?
- estava... conhecendo minha noiva! / falo
- conhecendo? me disseram que você parecia... qual a palavra... apaixonado! / ele diz e larga a taça de vinho na mesa
- que besteira pai! / falo ainda em pé
- Henrique... não minta para mim, está apaixonado por essa mulher? Sabe que ela vai partir seu coração, elas fazem isso! Elas nos usam quando querem algo de valor, depois querem mandar em nós... não seja burro, não se deixe levar por emoções! / meu pai diz sério
- ok, fique tranquilo pai, qualquer coisa que eu estiver sentindo, não vai mais acontecer! / falo e logo a porta se abre.
Meu irmão Nick e Alan entram.
- e aí maninho! / Nick diz apertando meu ombro
- soube que tá apaixonado/ Alan fala rindo
- vão pro inferno vocês dois! / falo
- chega! não quero mais ouvir este tipo de assunto aqui! / nosso pai diz
Todos ficamos sérios.
- pai, se você já disse tudo, quero ir descansar,a viajem foi longa! / falo
- sim sim, vá! / ele diz e me dispensa com a mão
Meus dois irmãos sorriem, ainda zombando de mim.
Vou para meu quarto e sinceramente não senti falta de nada, só da minha cama, grande e espaçosa.
Tomo um banho rápido e deito. Pego meu celular e mesmo não querendo, fico decepcionado de não ter nenhuma mensagem. Mas o que eu esperava? Meu pai estava certo... não posso ousar me apaixonar! Não posso... embora acho que já estava ficando.
Durmo e para o meu desespero sonho com o corpo da Martina colado ao meu, mesmo de olhos fechados consigo sentir, como se ela tivesse aqui...
Acordo já na manhã seguinte, e fico vagando pela casa, então saio para dar uma volta no pátio e vou até me carro, decido sair.
Mas antes... ligo para Martina.
- oi / ela diz quando atende
- oi, sentiu minha falta? / falo brincando
- não! / ela diz
- sempre má! / digo
- o que aconteceu? por que tá me ligando? / ela pergunta
- só tava aqui pensando, sabe que nosso casamento é daqui 15 dias né? / pergunto
Ela fica em silêncio por alguns segundos
- sei... sei...
- se precisar de algo e de ajuda com alguma coisa me peça. Sobre a festa e tudo mais, você pode organizar se quiser... não tenho interesse nestas coisas/falo sendo sincero
- ok, vou ver com minha família quando vamos! / ela diz
- bom, agora preciso ir, estou saindo para resolver umas coisas! / falo
- ok. Até mais. / ela diz baixo
- até/ falo e desligo
Martina
Os dias passam mais devagar que eu esperava. Meus pais decidiram que vamos ir faltando 4 dias pro casamento.
Eu não sei, não estou nada preocupada em ir para lá, para aquele lugar podre. Cosa Nostra, antigamente me causava náuseas, mas agora... bom agora não mais.
Henrique me ligou apenas uma vez, achei que me ligaria mais... mas não! Óbvio que eu também não vou ligar.
Finalmente chega o dia em que vamos viajar, meu vestido, malas e mudança, já foram ontem. Hoje vamos em família, nos nossos jatos.
Termino de me arrumar e quando vou sair, meu pai entra.
- oi filha! / ele diz, todo arrumado de preto, seu cabelo e barba grisalhos... meu pai se tornou um coroa charmoso.
- oi pai! / falo sorrindo
- vamos sentar querida/ nos sentamos na sacada do meu quarto, onde tem duas cadeiras estofadas.
- fala, o que aconteceu?
- não, nada. Vim apenas... agradecer seu sacrifício, saiba que fiz de tudo nos últimos anos para anular e tentar fugir do acordo. Peço perdão filha.
- pai... olha... eu entendo o que fez. Foi pela família, foi pelo nosso cartel. No seu lugar, todos teríamos feito o mesmo. Só não iríamos assumir, mas se preciso teríamos feito. Eu aceitei, porque como disse, precisamos ter palavra, precisamos ter honra. Fique tranquilo, já aceitei meu destino. / falo e toco seu braço
- obrigado filha. Preciso perguntar, acha que ele será um mal marido? / ele pergunta receoso
- não... Henrique parece... diferente! / falo tentando o acalmar, mas confesso que tenho medo
- se precisar de qualquer coisa, qualquer coisa filha, ligue, mande uma mensagem... vamos dar um jeito, nem que tenhamos que matar todos, buscamos você de volta pra casa! / ele diz sério, mas vejo seus olhos levemente marejados
- ok papai, obrigada. Sei que posso contar com você! Te amo! / digo e vou até sua cadeira e o abraço
- também te amo minha bebê! / ele fala isso como a muito tempo não dizia.
...
Vamos todos em dois jatos, apenas a família próxima. Meus pais, meus tios, Nina e Vicenzo.
Quando chegamos, nos mostram nossos quartos. A casa até é bonita, toda de madeira, ainda bem que não vamos ficar naquela prisão de pedra no meio da floresta.
Quando chego no meu quarto, até que a vista é bonita, tem umas montanhas no fundo. O quarto tem tudo de madeira, a cama é grande com lençóis brancos, tem banheiro, tem uma pequena mesa perto da janela, com duas cadeiras. Tudo bem organizado.
Tiro meu casaco e meus sapatos e me deito, o dia deita longo amanhã e bem corrido, aliás todos os próximos dias seriam assim.
Peço para trazerem minha janta no quarto a noite, não tô afim de ver os Valente, muito menos, aquele Nick tarado.
Me vem a mente a lembrança do dia que ele tentou me agarrar... e Henrique sacou uma arma e me defendeu, eu não esperava por aquilo...
Como sozinha e durmo, um pouco decepcionada, pois Henrique nem mesmo veio me ver. Aliás.... tô nem ai, ele que vá para o inferno.
Nos próximos três dias, eu, minha mãe, minha tia Gabrielle e Nina, ficamos envolvidas com várias ajudantes, arrumando o celeiro que seriaeu casamento... um celeiro... sempre achei que me casaria na fazenda da nossa família...
Finalmente o dia do casamento chega. Estou um pouco ansiosa, não gosto de ser o centro das atenções. Meu pai estava bem nervoso, quando o vi de manhã, ele trouxe tantas armas... fiquei preocupada, ele tem medo que tentem algo? Mas também, vindo do meu pai, o que esperar? Anthony Fontana sempre foi um pouco paranóico né!
A moça que veio me arrumar, terminei a maquiagem e o cabelo, então estava pronta.
Já tinha dado a hora de irmos para o jardim, onde tinha o celeiro arrumado para nosso casamento.
Meu vestido não era cem por cento branco, mas sempre achei clichê demais. Coloquei um salto pequeno. O casamento era a noitinha então aproveitei e mandei ver no brilho do vestido.
Meu pai entra e quando me vê fica emocionado.
- uau... meu bebê... está uma... mulher, tão linda! / ele diz e me beija na bochecha
- obrigada pai!
- só o decote não precisava ser tanto né! / ele diz pegando meu braço para irmos
- não seja bobo pai! / falo rindo e ele acaba rindo também.
Chegamos no gramado, já estão todos dentro do celeiro, toca uma música baixa ao fundo.
Quando nos aproximamos do celeiro, a música troca e começo uma italiana típica, que fala sobre amor e a vida na máfia, a letra é linda.
- tem certeza? ainda podemos fugir, deixei tudo pronto, caso queira! / ele diz entre os dentes
- tenho certeza pai e eu nunca optaria por um banho de sangue! / falo também entre os dentes
- ok! / ele diz e aperta firme meu braço.
Damos o primeiro passo para dentro do celeiro e enfik vejo Henrique depois de dias... Ele estava... lindo!
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