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As Aventuras De Murilo

A casa dos horrores

Hoje faço 16 anos, sim 16 anos! Sou Murilo, alguns de vocês já devem ter ouvido falar de mim na autobiografia de meu pai, ou não! Tanto faz, quem não me conhece eu sou assim: Tenho 1,68m, sou bem baixo comparado aos garotos da minha idade; tenho sardas feito meu pai, e sou quase tão pálido feito ele! Puxei também suas enormes olheiras roxas, e eu gosto de ser assim!

Da minha mãe puxei seus olhos grandes, mas não puxei os azuis de sua córnea, eu peguei a cor castanha de meu pai também, e a cor do meu cabelo é preto e ele é liso, igual o dele. De tanto falarem que eu era a miniatura dele, eu tentava ficar o menos parecido dele possível quando mais novo. Como eu odiava ser comparado a alguém, e eu nem sou tão parecido com ele assim! Eu tenho o rosto redondo igual da minha mãe e ele é magrelo, diferente de mim, que sou mais cheio! Isso me diferenciava dele, mesmo assim as pessoas ainda falavam que eu era sua cópia!

Eu me sentia irritado com isso, hoje não mais, eu até sinto sua falta. Para quem não se lembra, ele era chamado de Demônio da Noite, meu pai quando era adolescente era um louco! Roubava todo mundo e as pessoas temiam a ele! Mas ele não fazia por mal, ele era drogado! Pelo menos isso é o que minha mãe dizia, e as vezes ele mesmo soltava em umas conversas aleatórias que fazia isso! Eu não acreditava muito nisso no que eles diziam, meu pai era tão diferente do que falava! Era brincalhão comigo e fazia a gente feliz! Até um dia que minha mãe começou a brigar com ele, eu não entendia muito bem sobre o porquê, mas ela brigava com ele quase sempre! E a partir dessas brigas veio o pedido de divórcio, me deixando arrasado juntamente do meu irmão Hugo.

Minha mãe não falou o motivo da briga, ele simplesmente arrumou nossas malas e disse para ela nunca mais nos procurar, mas minha mae conseguiu ficar comigo e eu fiquei confuso. Nessa época eu tinha 11 anos, quase 12 anos. Desse dia em diante, nos mudamos e eu raramente o via, minha mãe não gostava dele perto de mim, e eu me sentia triste com isso! Não havia motivos para ela não gostar dele, ela o amava, então por que não o queria por perto?

No início ele ligava para nós, perguntava sobre mim e conversava comigo direto, se eu soubesse como isso era bom, eu nunca deixaria de atender o telefone por pirraça mesmo! Mas de tanto ele ligar, minha mãe trocou o número do telefone, e acabamos indo para outra cidade! A única coisa que eu recebia de meu pai era a pensão, e as vezes um presente de aniversário, mas ele sempre aparecia nos fins de semana e me levava para algum lugar bem longe da minha mãe.

Minha mãe começou a namorar alguns caras, eles namoravam e terminavam rapidamente. Parecia que os seus namorados me odiavam, talvez seja pelo meu déficit de atenção, ou pelo fato deu ter problemas por causa de ser prematuro e acabei não me desenvolvendo muito bem em várias coisas. Eu sou péssimo em quase tudo, mas eu consigo de forma desordenada perceber algumas coisas! E eu sabia que sentia muita a falta de meu pai, e que o namorado de minha mãe me encarava de uma forma estranha!

_ Murilo? Murilo!? Tá me ouvindo? (Michelle estalava os dedos, enquanto o garoto sonhava acordado).

_ Oi mãe? (Assustado eu a encarei com um copo de café na mão já frio).

_ Meu filho, você não pode ficar em outro planeta com comida na mão, se não você se suja! (Minha mãe me olhava para o café pingando sobre minha calça e apontava para aquilo).

_ Ah! Eu não vi! (Então peguei um pano e começei a me limpar).

_ Você sabe que dia é hoje? (Ela sorriu alegremente para mim).

_ Quarta? (Limpando o café eu me distraía com as ondas do pano).

_ Também! Mas tou falando do dia do mês! (Michele tentava chamar minha atenção, já que eu me distraía fácil).

_ Não lembro! Que dia é? (Então eu a encarei curioso).

_ 26 de Novembro! E sabe o que mais comemora hoje? (Minha mãe me olhava animada).

_ Um mêsversário seu e daquele cara? (A olhando revirei meus olhos).

_ Eu já falei para você o chamar pelo nome! E não gosto de você revirando os olhos assim! Ouviu? (Ela me olhava brava).

_ Aff! O que é então? (Assim levantei da mesa e ia pegar minha bolsa para ir à escola).

_ Seu aniversário, ingrato! Hoje é seu dia, e quero te parabenizar! Parabéns meu ingratinho! (Assim Michelle me abraçou forte).

_ Ah é! Nem tava lembrando, ano passado teve isso também! E os outros anos também! E olha que legal, estamos aqui de novo! Estou radiando alegria com aquele cara aqui, e meu pai não! (Eu sorria com cinismo para ela, minha mãe sabia que eu queria vê-lo).

_ Murilo, não começa! Não sei o que você tem contra o meu namorado! Ele gosta tanto de você! E querendo ou não, ela vai estar aqui hoje a noite! Então se comporta! E para de falar do Dantes! (Ela dizia brava comigo).

_ Tá mãe! Eu tenho que ir para escola! (Com cara de tacho eu a encarei).

_ Vê se não some, eu quero sair com você na hora que você chegar! Vou comprar algo pra você usar, essas suas roupas são muito feias! (Ela me olhava e me deu um sorriso).

_ Não vai dá! Eu fiquei de ir em outro lugar, sabe como é! Eu sou um cara compromissado! (Eu não queria usar o estilo que ela me colocava, era estranho!).

Sempre gostei de camisetas por baixo de uma blusa e uma roupa mais folgada. Ao contrário da galera da escola, que se apertavam e viviam mostrando seus corpos estranhos, dizendo que tinham músculos! Eu sempre achei estranho, talvez pelo fato de não ser padronizado como eles e ser muito baixo e não chamar atenção das garotas, como faziam.

_ Vou te dar um tapa na sua cara, e aí você vai ver o que é compromisso! Esteja aqui depois da escola e sem atrasos, ou eu te busco! (Ela me olhou fuzilando).

_ Tá, eu volto pra casa! (Irritado a encarei e peguei minha bolsa).

Indo para escola, comprei um malboro pelo caminho e o acendi com um fósforo, pois isqueiro mancha o dedo. Eu sentia o cheiro do cigarro que queimava lentamente sobre seus dedos, e me sentia nostálgico.

_ Não sabia que você fumava! Você é muito bonito para ficar fumando! (Díoman me apertou na parede, tirando o cigarro de minhas mãos e colocando na boca e depois me deu um sorriso esquisito).

_ Eu não fumo, e esse cigarro é meu! (Revoltado puxei o cigarro da boca dele).

_ Ei, ei! Está revoltado hoje? Vamos nos acalmar! Está muito cedo para ficar bravo! Bicudo assim, você me seduz! (Ele me puxou pra parede, passando a mão em meu rosto delicadamente e sorrindo).

_ Me solta irlandês! Não sou uma de suas bichas! (Então empurrei o Díoman e ele olhou para mim e começei andar novamente).

_ Qual foi? Hoje você está irritado! Geralmente você é mais calado, menos vermelho! Chamar os outros de bichas, é inadequado esse linguajar! Estou te estranhando hoje! Não quer um beijo? (Assim o rapaz me puxou pelo braço me encarando curioso e tirando novamente o cigarro de minha mão e colocando na boca e soprando a fumaça no meu rosto).

_ Não enche! E eu já falei que isso é meu! (Puxei o cigarro da boca dele novamente, fazendo Díoman me contrapor na parede, deixando meu rosto encostado nela como o de costume).

_ Não gosto que fale assim comigo! Você sabe que isso me irrita! Então não desconta suas frustrações em mim, ouviu? Eu fico triste com você tratando-me assim! (Assim o rapaz passou a mão em meu bolso, vendo o que tinha lá dentro e depois me beliscou e me deu um beijo no pescoço, foi horrível).

_ Idiota! Eu te odeio! Eu não faço parte da sua laia! Seu ladrãozinho esquisito! (Irritado falava impressado na parede, enquanto o outro me roubava).

_ Não fica bravo! Eu já disse que você assim me entristece! E eu não gosto de sentir isso cedo! (Assim Díoman me virou e ficou rosto a rosto comigo, me encarando).

_ Seu merda! Vive me roubando! Quando eu não tiver dinheiro, vai me roubar o quê? (Bravo eu o encarava de volta).

_ Não sei! Quem sabe isso? (Díoman passou a mão em meu rosto e me lascou um beijo animado, desperdicei meu primeiro beijo com aquele cara estranho, eu esperava tanto em ser uma garota que gostasse de mim!).

Assim o empurrei irritado e cuspi! Depois daquilo eu o olhei assustado e frustado com aquilo, queria muito dar meu primeiro beijo na Maria Alice, não em um cara estranho que as vezes falava enrolado, com as mistura de seu idioma com o meu! Eu fiquei muito chateado e irritado com ele! Díoman sempre me provocava, ainda mais depois que chegou no país e viu que eramos da mesma sala. Nunca fomos próximos, as pessoas ficavam em seu redor o tempo todo, por achá-lo diferente. E eu sempre fui excluído em tudo, por não saber de quase nada e não ser bom em nada. Foi aí que ele começou a vir atrás de mim e me chatear, sem motivos algum!

Díoman é irlandês, ele morou por lá até os 9 anos, depois morou na Inglaterra até os 13 anos, onde foi para o Brasil e acabou caindo na mesma cidade que eu moro.

Díoman é alto, 1,87m, tem olhos caramelos e cabelos castanhos escuros ondulados, ele era adotado e sempre se vestia com roupas de tom amarronzado. Ele é rico, mas adorava me provocar me roubar, ainda mais depois que descobriu que eu levava dinheiro para comprar cigarro, me roubava por diversão e depois me dava algo com o dinheiro que havia roubado de mim e com uma dedicatória estúpida no presente, mandando eu não estragar meu corpo com porcarias!

Por ser irlandês, ficava com as pessoas mais populares da escola, as garotas o achava bonito. E por ter grana, muitas pessoas o seguia. Mas o garoto gostava mesmo era de me perseguir, por eu ser baixinho e ter o rosto redondo e pintado.

_ O que deu em você? Já não basta me roubar, agora isso? Por que não irrita outra pessoa? Tem tantas que te perseguem, enche o saco deles! Que inferno viu! (Irritado eu me frustava com ele, enquanto cuspia).

_ Hoje é seu aniversário! Eu tinha que dar-te algo, mas sua grana diminuiu, não se compra nada com 5 reais! Sei que você não irá sair comigo, para dar-te um presente! (O rapaz me encarava e sorria esquesitamente para mim, chegava me arrepiar de terror vendo aquilo).

_ Você me rouba para me dar presente! Qual o seu problema? E como você sabe que hoje é meu aniversário? (Assustado eu o olhei).

_ Ora, muito simples! Eu li seu caderno preto! Você tem a letra muito feia! E não esquece, hoje tem prova de gramática! Do jeito que você é, deve ter esquecido! Mas eu lhe faço lembrar das coisas rapidamente! (Díoman me provocava rodando o cigarro em seus dedos e enfiou na boca).

_ Ladrão! Bisbilhoteiro! Me deixa em paz! (O fuzilando, eu começei a correr, pois estava atrasado para ir à escola).

Andando via que meu relógio apitava, estava duas quadras longe da escola. E como me distraio fácil, Díoman havia novamente roubado meu tempo e atenção.

Percebi também que havia ficado sem o cigarro. Eu não fumava só sentia o cheiro dele, pois lembrava da época que meu pai morava com a gente. Ele fumava quando tinha muita ansiedade, e antes de se separar da minha mãe, quase todos os dias quando me levava na escola tinha um malboro na sua boca. Eu comprava o cigarro só para sentir o meu pai perto de mim, eu sentia muita saudades dele.

_ Ei bold! Quer carona? Eu te levo em minha garupa! (Díoman era insistente).

_ Não, eu tenho pernas e chegarei lá sozinho! (Eu o encarei em sua bicicleta provavelmente roubada).

_ Ah, vamos! Você tá atrasado, porquê não adiantar-lhe as coisas? (O garoto era chato demais, e eu sabia que ele ia me seguir até na escola, mandando eu subir naquilo).

_ Eu vou, mas não encosta em mim! E nem fale comigo! (Assim ele parou e eu subi e sentei na frente, pois não havia garupa e ele começou a pedalar).

_ Sabe, o dia está maravilhoso! Porquê devemos perder o tempo todo na escola? Você irá se dar mal na prova de gramática, e eu já tenho nota suficiente pra passar! Que tal irmos viver o seu dia? (Descontraído ele falava aquilo enquanto pedalava).

_ Tá louco? Eu preciso de nota, cada ponto conta pra mim! Eu estudei muito para isso! (Eu dizia aquilo friamente).

_ Ah é! E o que você sabe sobre a matéria? Sabe de tudo? (Díoman dizia olhando a rua).

_ Muita coisa! Eu... sei muita coisa! Eu estudei! (Para falar a verdade eu nem lembrava daquele exame).

_ É! Você sabe muita coisa, então não precisa preocupar-se com a nota! (Assim ele acelerou a bicicleta, fazendo seu colar de cruz cepa em minhas costas feito chicote).

_ Dói! Vai devagar! (Eu olhei para ele assustado e arrependido por tê-lo escutado).

Ele fingia não me ouvir, e quanto mais pedia ele para parar, mais Díoman acelerava aquela bicicleta. Então passamos da escola e ele ainda gritou quando passamos por ela. E eu fiquei assustado com aquilo, eu tava sendo sequestrado por aquele doente, e o pior, eu aceitei aquilo!

A casa dos horrores pt1

_ A vida é uma festa Murilo! Vamos viver como se não houvesse amanhã! (Ele dizia animado e descia o morro correndo).

_ Eu não quero morrer! Para isso! Já passamos da escola, eu tenho que ir para lá! (Eu tava tremendo e abraçado na bicicleta para não me esborrachar no chão).

_ E quem disse que estamos indo para à escola? Eu estou lhe levando para a minha casa! (Ele me encarou e sorriu maliciosamente).

_ Para a sua casa? O que vamos fazer na sua casa? Eu quero descer! Eu tou com medo! (Eu o olhava assustado, e quanto mais o olhava, mais ele sorria animado).

_ Nos divertir Murilo! Vamos saber sobre os prazeres da vida, e se você tiver dúvidas sobre isso lhe ensinarei lentamente tudo! (Ele se empolgava e eu sentia que ia ser torturado por aquele louco).

_ Eu não quero saber de nada! Eu quero sair! Eu não tou mentindo sentindo bem! (Eu abracei a bicicleta e tava me sentindo mal e enjoado com aqueles pensamentos).

Assim descemos a ladeira a mil. Pensei que íamos morrer com a velocidade que estávamos descendo. Díoman era louco, passava entre os carros como se a vida não valesse nada! Ultrapassamos todos, e eu temia morrer naquela loucura. Entramos em um condomínio fechado a mil, mais parecia que o porteiro não se importou com a gente. Ficamos correndo até ele fazer uma curva, e de um jeito horrível paramos na frente de uma casa gigantérrima e elegante, na qual sua entrada eu vomitei tudo o que tinha comido em mim e nele. Tremendo feito vara verde e pálido o encarei com medo, e ele me encarava de volta sem reação.

Depois o irlandês me puxou para dentro daquele lugar enorme. Provavelmente a casa ia ser roubada! E ele ameaçou o porteiro para deixá-lo entrar sem permissão naquele condomínio!

_ Eu quero ir embora! Me solta seu maluco! (Assustado eu puxava meu braço da mão dele, mas parecia que ele nem sentia aquilo).

_ Agora você poderá me ver quando quiser! Irei lhe mostrar o meu quarto, mas antes você terá que se limpar, está amarelado porquê vomitou muito, eu não sabia que caras brutos enjoavam fácil! (Ele me encarava empolgado me puxando pela casa).

_ Não quero ver nada! Quero ir embora! (Eu morria de medo do que ele ia fazer comigo, eu tinha quase certeza que o irlandês ia se vingar por aquilo, vomitei no pé dele).

_ Você irá sujo assim? (Díoman parou e me olhou de cima em baixo).

_ Não tem problema, eu vou para minha casa e me troco! (Eu não tinha notado que tava todo imundo, por causa daquele estúpido).

_ Claro que não irá assim! Darei lhe um banho e irá ficar limpo de novo! Tomarei banho também, podemos aproveitar o chuveiro juntos! Eu lhe lavarei e você me lavará! (Ele olhou sério para mim e eu comecei a ficar morrendo de medo dele).

Sem conseguir reagir, ele me encarava e depois começou a rir do nada. Eu não sabia do que ele ria, mas era maligno! Com certeza, ia me matar no banheiro com uma faca, igual naquele filme psicose! Já que o irlandês queria me levar na cozinha de todo jeito, e por algum motivo eu não conseguia fugir enquanto ele me arrastava pela casa.

_ Deveria ver a sua cara quando lhe disse aquilo! Eu deveria ter filmado isso! Você é engraçado, fazendo essas expressões! Vou lhe mostrar o banheiro e lhe darei algo para vestir! (Ele continuava sorrindo enquanto me puxava pela escada à cima).

_ Eu quero ir embora! Eu tou com medo! (Eu tava tremendo de medo, pois só tinha nós dois na casa e Díoman ria feito um lunático, e eu tinha certeza que ele ia me matar por ter vomitado e gritado com ele mais cedo!).

_ Medo? Você tem medo de água Murilo? Não se preocupe, não deixarei você afogar lá dentro do chuveiro! (Díoman continuava rindo e eu ficando mais trêmulo).

_ Eu quero ir para casa! Não quero morrer! Pode levar meu dinheiro, eu não vou gritar mais, eu juro! Vou até... (Eu comecei a ficar muito mal sentindo medo dele, sentia que ia desmaiar).

_ Do que está falando? Está doido? Você irá tomar um banho e se trocar dessa roupa de vômito! Está até ficando mais pálido por causa do enjoo! Isso deve está afetando seus neurônios! (Assim ele me mostrou o banheiro).

_ Você não vai me afogar lá dentro? Ou me dá uma facada que nem o psicose? Ou me esquartejar e me jogar dentro de uma dessas paredes e passar cimento, que nem o caso daquele garoto que matou sua mãe e a escondeu dentro da parede? Saiba que eu sou mais forte do que pareço! Eu lutarei pela minha vida, mesmo que eu morra depois! (Tremendo eu falava com ele aflito).

_ Murilo, você acha que irei lhe matar? (Ele começou rir de novo, malignamente planejando minha morte).

_ Você é engraçado! Sua imaginação é extraordinária! Mas como você é tão forte, terei que me preparar melhor para dar-lhe uma emboscada! Então hoje não irei fazer isso, porquê não estou em um nível de crueldade tão alto, a ponto de matar meu oponente no aniversário dele! (Ele passou sua mão em meu rosto delicadamente falando aquilo suave).

_ E como posso confiar em você? (Eu não era burro a ponto de confiar nele).

_ Dando-lhe a chave do banheiro, para você se proteger lá dentro, caso você sentir medo de alguns monstros que estiverem aqui fora! Enquanto isso vou fazer um chai para nós! Pegarei uma toalha e uma roupa limpa pra você, meu carinha forte e temível! (Assim o irlandês entregou a chave para mim).

Eu o olhei e ele pediu para que eu o esperasse, pois ia me dar uma toalha para me enxugar. Quando ele se foi eu entrei lá dentro com medo.

O banheiro era enorme, quase do tamanho de meu quarto. Mas eu não me distraía com aquilo! Díoman disse que ia fazer um chai! Que diabos era um chai? Era uma poção? Uma sopa, e eu era o prato principal dela? Ou pior de tudo, veneno! Ele ia me envenenar com esse tal de chai e vender meus órgãos!

Então fiquei de guarda olhando a porta do banheiro, depois me virei e vi os potes de xampu. Eu olhava para eles e uma embalagem era bem diferente da outra, tinha xampu para cabelos lisos e outros para os ondulados. Tinha vários cremes nas prateleiras, tinha muitas cores em cada pote parecia um arco-íris.

Havia um armário com um espelho enorme! Dentro dele, tinha alguns potes de remédio, escova de dentes, creme dental, barbeador, e outras coisas de uso pessoal. Era bem organizado aquilo. E no box tinha uma banheira, eu nunca tinha visto uma! Ela era branca e tinha umas torneiras do lado, por curiosidade eu abri elas e me perdia vendo a temperatura delas, uma era fria e a outra quente. Do lado da banheira tinha um chuveiro bem diferente, ele tinha um negócio agarrado na parede que lavava as costas, e tinha aquelas torneiras de duas cores e um painel digital na parede que fazia parte do chuveiro, e eu não faço a mínima ideia do que era!

Era divertido o tapete lá dentro, era bem macio. Os azulejos eram bem detalhados, os ladrilhos eram brancos com detalhes. Era bem diferente do banheiro lá de casa, que só cabe o chuveiro e o vaso. Nesse banheiro, cabia minha cama, meu guarda roupa e ainda sobrava muito espaço! O espelho lá dentro era bem estranho, mas elegante.

Enquanto eu encarava tudo aquilo, deixei a toalha cair no chão quando foi fuxicar um cestinho que parecia um baú, era apenas cesto de roupas de gente rica. Aí então eu tirei minha roupa e tentei ligar aquele chuveiro que eu nunca tinha visto na minha vida. No começo foi bem complicado, eu não entendia como mexer naquilo, mas depois vi que era só rodar as duas torneiras para deixar a água morna.

Era um chuveiro tão grande, era difícil concentrar no banho olhando a água cair daquele troço. Ainda mais quando eu via o sabonete, era tão diferente dos que eu era acostumado usar. Era de marca diferenciada, vinha em caixas, e não em papel embrulhado. Tudo naquilo era estranho e de rico, confortável e gostoso, mas não lembrava a minha casa. Eu queria tomar banho em casa, aquilo era muito diferente da minha vida!

Então desliguei o chuveiro e me enxuguei, eu não sabia o que fazer minhas roupas estavam vomitadas e eu não queria ficar sujo estando limpo. Então sentei no vaso, esperando uma iluminação na minha mente, mas eu me distraía com tudo naquele lugar, até sentir umas batidas na porta e me assustei.

_ Murilo? Está tudo bem? Mandei fazerem um lanche, mas se você demorar muito vai ficar pronto e esfriar! (Era o irlandês batendo na porta).

_ Eu... eu tou! Como que vou sair daqui irlandês? (Eu não sabia o que tava fazendo lá, minha cabeça começou a querer dar pane novamente, eu pensava a mil e me sentia assustado).

_ Posso entrar e lhe ajudar? Você está há muito tempo aí preso! Estou preocupado com você! (Então Díoman abriu a porta, que eu havia esquecido de trancá-la).

Então eu o encarei assustado, e confuso com aquilo tudo que tava acontecendo. O irlandês estava segurando algo na mão, e me encarava assustado também.

_ O que você está fazendo sentado aí? Você está bem? (Ele me olhava preocupado e se aproximava, e depois percebi que só tava de toalha perto dele).

_ Eu tou sem roupa! Eu não sei onde limpar elas para vestir de novo! (Então peguei minhas roupas e mostrei para ele).

_ Você está assim por causa disso? Era só ter me chamado que lhe entregaria as roupas que peguei para você! (Assim ele me puxou do vaso e me tirou do banheiro).

_ Eu quero ir para casa! Minha cabeça está esquisita! Tá tudo confuso! (O irlandês me guiava por aquele corredor enorme e abriu uma porta).

_ O que você tem? Sente-se e se vista! Foi as menores roupas que encontrei no meu armário, deve servir em você! (Nunca pensei que o irlandês tivesse sentimentos, ele parecia preocupado comigo enquanto me mostrava as suas roupas).

Então o encarei e passei as mãos nas roupas, eram marrons e macias. Então sentei lá com minha cabeça girando, quando penso muito a minha cabeça fica desorganizada e tudo parece entrar em curto-circuito, então eu entro em pane e só volto a raciocinar depois de um tempo.

_ Você está com medo de mim? Eu não farei mal, quero assistir algo com você! Comer um bolo, e lhe parabenizar, meu docinho de coco! (O irlandês passou a mão em meu cabelo o alisando e o olhei, ele me encarava estranhamente).

_ Minha cabeça tá estranha! Acho que tou pensado muito de novo! E eu tou pelado com você do meu lado! Minha mãe disse que ninguém pode me ver sem roupa! (Eu o olhei sério).

_ Agora que percebi sua nudez! Você é cabeludo! Não sabia que você tinha tantos pelos! E é todo pintadinho, de cima em baixo! Troca de roupa e vamos ver um filme ou sair para ver algo mais interessante, para esquentar nossa manhã ensolarada! (Assim o irlandês me encarou novamente rindo maliciosamente e fechou a porta com uma roupa na mão).

Eu vesti a blusa que ele tinha me deixado, ela ficou enorme. E quando foi vestir uma cueca não tinha, me senti desprovido de roupa! Então peguei sua calça, e era o que eu imaginava ela caía e era enorme de tamanho, eu tive que dobrá-la para não pisar em cima.

Vendo as enormes roupas que vestia, me distraía olhando o quarto do irlandês. Era bem arrumado, suas roupas eram palhetadas da cor mais clara a escura e bem cinzas e marrons. E suas fotos eram bem diferentes, ele geralmente estava em viagem com seus pais. Como era diferente aquelas fotos, aquele guarda roupa, aquela cama e tudo ao seu redor. Eu me sentia em um mundo completamente diferente encarando as fotos dele, parecia ser mais sério nas fotos do quê comigo.

Eu admirava aquilo tudo, segurando a calça que caía batendo um vento frio na minha bunda, era bem estranho aquela sensação. Mesmo assim eu mexia em suas coisas, já que ele me deixou sozinho naquele lugar estranho. Eu encarava tudo até alguém abrir a porta do quarto. Eu não havia percebido e estava segurando a calça com uma mão e a outra uma foto do irlandês, e do nada senti uma fungada em meu pescoço. Aí eu tremi, com certeza era fantasmas querendo a casa roubada de volta, e pensava que era eu o culpado daquilo!

Então espatifado, pensava que o fantasma estava querendo a vingança por sua casa e com certeza ia me matar por estar em sua casa! Então mentalmente comecei pedir perdão a Deus, pois minha hora estava chegando. Jamais pensaria que iria morrer por fantasmas e monstros, isso me deixava aborrecido. Até sentir uma mão passando em meu cabelo e me cheirando novamente, foi aí que estremecido, eu não conseguia olhar para trás.

A casa dos horrores pt2

_ Gosta do que ver? Minha família e eu? (Era o Díoman de novo).

Quando eu voltei ao mundo real quase morri de susto, o irlandês estava atrás de mim e me encarando, alisando meus cabelos e me cheirando feito um lobo. O olhando assustado deixei a minha calça cair, junto com a foto, pois tinha levantado minhas mãos e me rendido aos fantasmas. Talvez me rendendo eles iam me matar de forma menos dolorosa.

_ Não faça isso! Pensei que fosse uma fantasma, ou sei lá o quê, querendo minha alma! Eu fiquei com medo eu ainda não me redimi a Deus! (Assim eu o encarava friamente).

_ Não quis lhe assustar! Você estava tão distraído em seu mundo, que nem me viu lhe chamando! Você é engraçado, principalmente com tudo de fora! (Ele sorria estranhamente para mim, olhando para baixo).

_ Tudo de fora? Como assim tudo de fora? (Confuso eu o indagava, e o irlandês apontava para baixo, foi aí que percebi que tava sem roupa e me envergonhei na hora).

_ Pensei que veria isso quando tivéssemos uma relação mais aprofundada! É bem interessante isso, pois não tem pintinhas, sempre fui curioso para saber como era! (Ele ria maliciosamente para mim).

_ Relação? Se vira que tou sem roupa! Seu estranho, fica me encarando e fala coisas esquisitas! (Eu o olhei e depois percebi que ele tinha tatuagens e tava só de cueca na minha frente, era um cara bizarro o irlandês).

_ Eu também não estou vestido por completo! Irei pegar algo para prender as calças que lhe emprestei e não lhe constrangerá lá fora, enquanto sua roupa seca! E aí iremos...(Ele dizia sério várias coisas e eu encarava suas tatuagens, era uma enorme nas costas e algumas no braço).

_ É o que isso aí? Uma águia? (O encarando falar, eu me distraía em suas costas e não entendia nada do que ele falava)

Distraído com aquele desenho, eu acabei me aproximando dele e passando as mãos em suas costas, tentando entender aquilo desenhado.

_ Aí, Murilo assim não! Eu arrepio-me com você passando a mão em mim! Me arrepio com você me tocando desse jeito! (Assim ele se virou para mim e eu não entendia nada do que ele falava, e ele ficou vermelho e pegou minha mão e me encarou estranhamente).

_ O que é aquilo em suas costas? É grande e estranho! (Curioso eu o perguntei enquanto ele me encarava, parecendo constrangido e segurando minha mão).

_ É uma fênix! Ela morre e renasce das chamas trazendo a esperança novamente! Já ouviu falar dela? (O irlandês me olhava curioso e eu o encarava de volta).

_ Não! Ela é esquisita, mas é bonita ! Você tem cílios grandes! Os meus são pequenos, consegue vê? (Eu nunca tinha notado que ele era tatuado e tinha cílios tão grandes, então mostrei o meu cílios para ele o encarando rosto a rosto, bem perto para ele ver melhor).

_ Sim! Você tem cílios curtos, e olhos grandes! Bem interessante, junto ao seu rosto cheio de sardas, deixando-o mais extraordinário seus olhos castanhos! Sua boca também, seu rosto todo é bonito! É bochechudo e rosado! (Ele falava vermelho, o irlandês era bem esquisito).

_ Pois é! Quero ir embora! (Foi aí que me toquei que estava me distraindo novamente, e tinha que ir para casa).

_ Mas lhe convidei para comer comigo! E iremos assistir algo especial juntos! Se esqueceu, que você prometeu isso para mim? (Ele dizia sério, eu não lembrava daquela promessa, mas concordei com ele).

_ Esqueci! (Eu passei a mão no meu rosto, tentando lembrar daquela promessa).

_ Ótimo! Irei buscar seu chai, e você pode escolher o que quer assistir na televisão! Voltarei logo, e trarei lanche! (O irlandês me olhava timidamente e sorrindo).

Então notei que eu não sabia o que era chai! E eu comecei imaginar coisas de novo. Talvez aquilo fosse algo assustador, eu nunca tinha ouvido falar dessa coisa, para piorar eu tinha esquecido que tinha abrido guarda pro meu inimigo! E ele tava mais próximo de me dar um bote, e eu tava sendo um trouxa! Ele me deixou no quarto dele e ia na cozinha, então poderia trazer a faca quando voltasse para cima, e aí sim ia ser meu fim! Tremer de medo não era opção, pois eu realmente estava tremendo e com os pensamentos a mil novamente.

Eu não sabia o que fazer, até ouvir a porta abrir de novo depois de alguns minutos, enquanto minha cabeça criava coisas dentro dela.

_ Você não escolheu o filme ainda? Você não sabe mexer na televisão? (Ele me entregou um copo e um sanduíche e depois pegou o controle).

Eu o olhava assustado, ele tava interessado na TV então eu podia fugir dali sem que o irlandês percebesse! Sorrateiramente levantei da cama e foi em direção a porta de seu quarto, para ir embora. Até ele se virar para mim e sorrir animado.

_ Quer ver os meus DVDs? Deve ter filmes melhores aí do que na televisão, só que a maioria está em gaélico, francês ou inglês! (Nesse instante ele ficou do meu lado novamente e eu o encarava assustado).

_ É...(Eu o olhava sem saber o quê ele falava, o irlandês dizia aquilo pegando uma bolsa enorme de DVDs roubados).

_ Qual você escolhe? (Díoman olhava os DVDs animado, acho que ele queria que eu vendesse eles para não me matar).

_ Sim! (Eu não era burro, é claro que fingiria vender os DVDs e depois fugiria para casa).

_ Sim? Qual você quer visualizar? Pode pegá-lo, se estiver tímido em me dizer qual escolheu! (Ele dizia me olhando confuso).

Ele tava me mandando pegar algo lá dentro, mas eu não sabia o quê, então peguei um DVD e o encarei com medo.Tinha medo se não fosse aquilo que ele queria que eu fizesse, pois não entendi nada o que ele falava, eu estava assustado demais!

_ Pensei que você iria escolher algum desenho animado! Esse filme é muito intrigante para assistir a dois! Deixa tudo romântico! (O irlandês olhava de um jeito malicioso).

_ É! (Eu concordava com tudo que ele dizia, estava com medo de morrer e estava até me arrepiando).

_ Vou colocá-lo então! Pode deitar em minha cama, eu pegarei a coberta para você, já que está arrepiado de frio! (Díoman pegou no meu braço e o encarou, e eu o encarei de volta, talvez ele estava medindo o tamanho para vendê-lo no mercado negro).

Assim ele me puxou até a cama e mandou eu subir. Não tinha jeito eu ia ser esquartejado lá, eu só rezava e pedia perdão a Deus por tudo que tinha feito. Ainda mais depois que ele ligou o ar-condicionado e tampou a claridade da janela. Posteriormente o irlandês ligou a TV e colocou aquele DVD que eu tinha pegado e sorriu para mim, me cobrindo com o cobertor. Assim seria meu fim, ia ser morto na escuridão daquele quarto e o ar-condicionado iria esconder o cheiro da minha morte, como me sentia abatido, nem tinha conseguido falar com meu pai antes de morrer.

_ Toma, você não pegou seu sanduíche! (Ele falava animado comigo me entregando o lanche e um copo com algo estranho dentro).

_ O que é isso aqui? (Eu encarava o copo com o líquido estranho).

_ Chai, muito bom! Beba! (Díoman me encarou e bebeu o dele normalmente).

Com medo eu o olhei beber e depois foi fazer igual. Eu bebi animado, pois tava morto de fome e cuspi dentro do copo novamente e ele olhou na hora com uma cara ruim.

_ Que foi? Não gostou? (Ele me encarava decepcionado).

_ É horrível! Amargo! Água amarga e desconsolada com leite, e nem é café! Cadê o açúcar disso? (Eu me arrepiei com aquilo que tinha posto na boca, o gosto não saía mesmo eu limpando a língua, era um chá parecido com chamarãocom leite, era horrível de ruim).

Ficou tudo em silêncio no quarto, só se ouvia o filme que passava na TV. Díoman não dizia nada, então pensei que ele tava dormindo, então eu podia fugir daquele lugar. Mas quando o olhei, ele tava concentrado e um pouco abatido, pensei que fosse o filme que o deixou daquele jeito, já que era um tema melancólico, então o cutuquei para ver se ele tava bem.

_ Que foi? Você tá triste! Machucou? (Eu o olhei e peguei na mão dele, para ver se ele empolgava um pouco e tirava aquela cara abatida).

_ Você zombou do chai! Disse que era horrível, o cuspiu e depois disseste que lhe faltava açúcar! O comparou com café! (Ele falava indignado comigo).

_ Mas você deu essa coisa estranha pra mim! Nunca tomei isso na minha vida, e eu não gostei do gosto! Eu gosto de doce e isso é amargo, eu não gosto de coisa amarga! Me desculpe se te ofendi com esse tchai, não foi minha intenção! (Eu o encarei sério, não sabia que ele ia ficar tão chateado com aquilo, então pedi desculpa capisbaixo a ele).

_ É chai! Chai! Não precisa pedir desculpas, você nunca bebeu um verdadeiro chá com leite! Não é seu costume, então não podia esperar muito de sua atitude! Apesar dela ser deplorável, meu docinho! Se soubesse que gostava de doces, havia comprado bombons para você! (Assim o irlandês me encarou um pouco debochado).

Eu o encarava assustado, pois pensei que ia apanhar por não ter gostado daquilo. Silenciosamente eu via o filme, e tinha cenas muito tristes, a mulher só fazia decisões estranhas e eu mal conseguia ler a legenda, as vezes eu nem sabia o que eles estavam fazendo, então encarei Díoman que tava com a cabeça em meu ombro, concentrado vendo o filme.

_ Irlandês? (Eu o encarava encantado em suas tatuagens).

_ Oi? (O irlandês me olhou fuzilando).

_ Por que esse bicho em suas costas, e esses outros no braço? (Eu o olhei sério).

_ Porquê é para renovar as esperanças! E são bonitas as tatuagens! Você tem vontade de fazer Murilo? (Ele falava descontraído comigo).

_ Não! (Eu prestei atenção em seus gestos descontraídos, ele vidrava no filme).

_ Hmmm... (Concentrado ele murmurava).

_ Irlandês? (Eu o cutuquei já que ele tava olhando o filme em meu ombro).

_ Oi, Murilo! (Ele deu uma virada de olhos para mim).

_ Posso ver de novo? (Nessa hora ele virou para mim e ficou surpreso com o que eu disse).

_ Minhas tatuagens? (Confuso ele dizia).

_ Sim! (Eu murmurava para ele seriamente).

,_ Se isso lhe fizer calar a boca, eu lhe mostro! (Assim ele tirou a blusa e mostrou suas costas para mim).

Eu olhava admirado aquele desenho, quanto mais o encarava, mais encantado ficava. Então eu passei a mão suavemente sobre o desenho nas costas dele, a fênix pegava tudo e tinha um pedaço dela escondido por baixo de sua calça. Curioso eu fiquei olhando aquilo, tentando saber a dimensão dela, e quanto mais eu a encarava e a alisava, mais o irlandês se arrepiava. Ele tava sentindo frio coitado! Mas eu era muito curioso então foi bisbilhotar o pedaço que não enxergava, então puxei a calça dele para ver mais de perto, e ela passava em cima da bunda dele, era bonita a cauda da fênix no traseiro dele!

Então o irlandês se virou rapidamente e pegou minha mão com um rosto vermelho e estranho. Parecia que tava em êxtase, e eu nem sabia do quê. Depois ele me encarou profundamente e me jogou na cama e pegou meus braços e segurou. E com o rosto perto do meu, ele abaixou um pouco e me deu cheiro no pescoço.

Deitado eu o olhava assustado, ele estava mais estranho que o de costume. Eu havia mexido com o irlandês demais, então provavelmente estava furioso e ia me matar naquele instante! Então o irlandês se levantou um pouco e me encarou.

_ Murilo! Eu já lhe disse para não passar a mão em mim assim! E para piorar abaixou minha calça, seu pervertido! (Ele dizia timidamente aquilo, com o rosto todo vermelho me prendendo na cama).

_ É que eu queria ver o rabinho dela! Tava escondido na sua bunda! E-eu não queria te enfurecer! (Com medo eu o olhava lhe pedindo misericórdia e ficando envergonhado).

_ Não fala deste jeito! Eu... eu não gosto que você fique bicudinho assim! Me dá coisas! (Ele me olhava desviando o seu olhar do meu).

_ Que coisas? Eu sinto muito! E-eu não passo mais a mão em você, eu juro! (Com medo eu tentava sobreviver naquilo).

Então tentando levantar, e ele desviando o seu olhar do meu, acabei fazendo um movimento que sem querer, o puxei para cima de mim. Assim o seu rosto ficou bem próximo ao meu novamente, e eu sentia sua ofegação perto de mim. Claro que ele tava furioso comigo, ainda mais depois que o puxei.

_ Me solta! Eu prometo não fazer isso mais! (Eu sussurrava, enquanto ele me encarava estranhamente diferente, isso fazia meu rosto queimar).

_ E-eu preciso ir no banheiro! Se quiser pode tirar o filme, ele não lhe interessa e nem a mim mais! (Assim o irlandês me soltou e saiu do quarto estranhamente, com um travesseiro nas mãos).

Eu não o entendi, era para ele ter me matado, mas ele simplesmente saiu esquisito com um travesseiro nas mãos. Eu o esperava, e me sentia um pouco estranho com a reação dele, o cara ofegava demais perto de mim! Talvez ele era asmático, e foi por o travesseiro para pegar sol e não ficar tão mal daquele jeito!

Assim eu desliguei o filme e foi atrás dele. Não queria deixá-lo sozinho passando mal! Então foi até o banheiro, pois lá que ele disse que ia ir. E fiquei atrás da porta batendo ela, para ver se o irlandês estava vivo ainda.

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