...Sinopse...
“As pessoas sempre querem deixar uma marca, serem
notadas, porém, geralmente as marcas deixadas são
cicatrizes, podemos perdoá-las, mas sempre as teremos, podemos encobri-las, mas nunca esqueceremos o que as causaram.”
Quando crianças, os nossos pais contam-nos histórias sobre monstros, mas quando crescemos percebemos que os verdadeiros monstros são os seres humanos
Maya cresceu em meio a humilhações, torturas e traumas constantes por ser a filha bastarda de um mafioso com a sua empregada. Em meio a tudo que perturba a sua mente, medos, traumas e raiva, existem pessoas que a mantém de pé, para proteger aqueles que a ajudam e amam é capaz de tudo.
Capítulo 1
*Maya Narrando*
...06 de junho de 2022...
Aqui estou, às seis da manhã de uma segunda-feira, mais uma vez no canto desse quarto, ou melhor... desse sótão, por mais que a casa tenha vários quartos vagos, foi esse que a minha madrasta escolheu para mim, esse limitado lugar é sossegado, por mais que não tenha uma cama, de exatidão, há um colchão em cima de paletes, mas é aqui que encontro paz.
Diariamente penso: por que ter nascido exatamente nessa família?
...Vou contar-lhes uma breve história:...
Miguel era um jovem herdeiro da empresa Lazinne, a maior empresa de importação e exportação do país, que se envolveu com uma das empregadas da casa e ela apaixonou-se perdidamente por ele.
Seria super-romântico, caso ele já não fosse casado, tivesse dois filhos e uma esposa grávida a qual não amava, casou-se simplesmente por negócios, no entanto, ainda sim, casado.
Ele prometeu à empregada que iria divorciar-se da sua esposa, dizia que a amava, que fugiria com ela, enfrentaria o mundo por seu amor.
No fim engravidou aquela jovem e apaixonada empregada e como se não bastasse, fez a esposa e a amante conviverem até terem os bebês.
Dizia que ao fim da gestacao iria então se divorciar da esposa se casar com ela, entretanto os seus planos não saíram como o previsto, após horas de trabalho de parto, algo deu errado e ela acabou a falecer, sem ao menos conhecer a sua pequena filha.
Ana a esposa legítima teve que criar a filha bastarda do seu marido, ou melhor, aparentar criar, afinal quem a criou de fato foi Olga, a governanta, uma senhora de 75 anos que vem a trabalhar por mais de 55 anos para a família Lazinne, uma mulher carinhosa, amorosa e demasiada amável.
...Como sei dessa história? Porque sou a filha bastarda!...
Ana dava-me “afago” exclusivamente na frente de Miguel, todavia ele sempre foi igualmente indiferente à minha existência, sinto que constantemente me culpa por perder a mulher que amava.
Apesar de tudo tenho que agradecer por ter Olga, ela ensinou-me a cozinhar, bordar, costurar, e muito além
disso ensinou-me sobre responsabilidade, respeito e força.
Ela é responsável pela pequena fração de bondade que existe em mim.
Sempre fui deixada em último plano, jamais tive as mesmas oportunidades dos outros filhos, não que esperasse ter.
Quando Miguel sai para trabalhar, preciso executar as tarefas de casa, para poder comer ou serei castigada, mesmo assim, mesmo fazendo todo o ordenado, sempre sou humilhada por minha madrasta e os meus irmãos mais velhos, kraus e Laura, para eles eu sempre fui um fardo e sempre sou culpada no lugar dos dois, antes eu costumava ligar, hoje em dia não faz mais diferença.
...Já não choro, já não imploro, já não me importo....
Olga contou-me toda a história dos meus pais. Entendo que sou um erro, nunca fui desejada, entendo que não gostem de mim, sendo que tudo que fazem comigo, vai muito além de simplesmente não gostar. Tenho consciência que não sou culpada pelos erros dos outros. Além de tudo isso, Miguel confia em mim para resolver os problemas da empresa, o que os deixa muito mais cruéis e impiedosos comigo, nem de longe eu gostaria de ter sido a escolhida para isso, entretanto há coisas que precisamos fazer por aqueles que amamos, proteger e manter seguras essas pessoas, é esse o meu objetivo.
Miguel escolheu-me após um incidente, disse que conquistei a sua confiança e mostrei talento para tais coisas.
...--flashback--...
...*5 anos antes*...
...Setembro de 2017...
Sexta-feira, 16:35 da tarde, estava a arrumar as malas para um final de semana na casa do meu avô, ouço risadas vindas do corredor, vejo que os meus irmãos Kraus e Laura estão a brincar perto das escadas.
--Bastarda, Bastarda.
Eu odeio ser chamada assim, mas nunca respondi.
--Maya, me ajuda com a mala?--Diz mia
--Claro, o que houve? --Digo enquanto a acompanho até seu quarto, quando entramos vejo a sua mala aberta, com muitas e muitas roupas.
--minha mala não fecha!!
Eu sorri
--Eu nem imagino o motivo--Digo ironicamente--Precisa mesmo de tudo isso? São só dois dias.
--Claro que preciso!!
--Ok, ok senta em cima da mala !
E assim ela fez, sentou em cima da mala enquanto eu tentava a fechar.
--Pronto!
--Minha heroína!
Eu sorri e sai em direção a porta
Ouço Miguel gritando
--Todos prontos??
Voltei para meu quarto e fechei a minha mala.
Descemos e fomos para o carro , Ana ficou em casa, pois o meu avô tem uma antipatia enorme por ela, estamos no carro, kraus está na frente com Miguel, Eu Laura e mia no banco de trás.
O rádio está tocando uma música animada
E Miguel começa a cantar junto com a música o que faz todos rirem, menos eu, sinto que ele me observava pelo retrovisor, não consigo simplesmente fingir que sou parte dessa família.
Laura e mia estão rindo e vendo seus telefones.
Coloco os meus fones de ouvido e encosto a cabeça na janela observando as gotas de chuva começando a cair.
Algum tempo depois, o carro da frente Freia diminui a velocidade e Miguel freia bruscamente, nós fazendo saculejar, quando olho tem um carro preto atrás e o da frente está parado, as portas se abrem.
--Kraus saia com as suas irmãs.
--Como assim papai?
Ele entrega uma arma para kraus.
--abra a porta, corram e se escondam quando eu sair.
--Mas..
--Me obedeçam
Assim que Miguel saiu do carro, abrimos a porta e começamos a correr, a chuva que antes era fina começa a ficar grossa e pesada, cada vez mais grossa.
--Ali, vamos nos esconder ali.
Corremos em direção a uma fábrica abandonada enquanto ouvíamos tiros.
A fábrica Estava estava claramente abandonada, em ruínas, Assim que entramos vemos uma escada de madeira caída no chão e um segundo andar caindo aos pedaços com uma escada inviável.
--e o papai?
--Laura não se preocupe ele sabe se cuidar.
--Kraus, eu estou com medo.
--Voces três se escondam.
--Não vou deixar-te aqui sozinho. -- mesmo que kraus seja um idiota , e péssimo irmão não vou deixar ele.
--Ok, Laura e mia se escondam ok?
--Onde ? Não tem lugar aqui. --Laura diz olhando para os lados
--Kraus me ajude com a escada--Digo a levantando, colocamos a escada para elas subirem para o segundo andar.
Nós seguramos a escada para elas subirem
--Precisamos mante-las seguras, vou esconder a escada.
Escondo a escada quando volto vejo um homem apontando a arma para kraus, ele estava com tanto medo que urinou nas calças, olho um pedaço de ferro no canto da parede, o pego e caminho lentamente até o homem, em seguida bato na cabeça do mesmo que fica levemente atordoado.
eu vou até kraus
--Está bem?
--Maya cuidado..--Ele grita
Lembro da arma de Miguel que está com kraus a puxo de sua cintura, destravando-a e viro já atirando,o homem cai morto..
vejo kraus em estado de choque
Ouço um barulho e jogo kraus para trás de mim, virando para o proteger,já com o dedo no gatilho e aponto a arma, fico de cara com Miguel,meu avô e alguns homens.
Miguel estava com o braço atingido e seu olhar para mim, não consegui reconhecer.
--Já pode largar isso-- ele pega a arma-- cadê as suas irmãs.
--Estão lá em cima, Escondi a escada.
--Maya..--o seu tom de voz.
--Que foi?--pergunto sem entender.
--Nada... Nada, desçam as minhas filhas.
os homens pegam a escada e as descem.
--Kraus, era para você proteger elas! Vira homem.--Meu avô diz em um tom ameaçador .
--ele tem 15 anos pai.--Miguel se colocou a frente de kraus
--E maya 13 e não se importou de matar para protege-Los.
Meu avô sorriu para mim e fomos para o sítio
assim que chegamos tomei um banho e me sequei colocando uma roupa quente e um agasalho.
Enquanto meus irmãos foram brincar o meu avô me chamou para o escritório.
--Querida estou impressionado, quem te ensinou a usar esta arma?
--Eu vi nossos seguranças usando
--Você é uma verdadeira lazinne ! Venha com o vovô vamos dar uma volta , quero lhe contar uma pequena história sobre a nossa família.
Acenti com a cabeça e o acompanhei, entrei em um mundo completamente diferente.
O verdadeiro mundo da família lazzine, drogas, contrabando, mortes.
e desde então ele me treinou para aprimorar as minhas "habilidades" e descartou Kraus completamente desses assuntos.
...Mas ninguém entendeu que não foi por eles...foi por ela....
...*Flashback off*...
Ouço a porta abrir devagar, essa velha porta de madeira com o passar do tempo começou a ranger um barulho alto e irritante.
— Hey, bom dia flor do dia! Feliz aniversário! — Olhei para a minha irmã, sou 6 (meses) mais nova que ela, lembra que na
história que lhe contei havia mais um bebê?
Crescemos juntas mesmo com todos os esforços da minha madrasta para fazê-la odiar-me ela não o fez, por isso mesmo sendo filha legítima Ana é indiferente com a sua presença, Mia sempre foi de forte opinião desde pequena, nos protegemos e defendemos o que a deixa super irritada.
Em meio a todo o caos e a tanta dor ainda tenho a melhor irmã do mundo. Sabe a pessoa que pode contar para tudo? A pessoa que sempre lhe ajuda em qualquer, repito, qualquer situação? É a Mia, é por ela que eu aguento tudo. Por ela e por Olga.
— Hei, Maya... onde está com a cabeça? — Ela continua parada, na minha frente com as mãos nas costas, fingiu tossir.
— Oi! Mia, o que houve?
Eu disse: feliz aniversário! – Dava para sentir o seu tom de voz irredutivelmente feliz a sua empolgação — Adivinha o que eu trouxe! — Arqueio a sobrancelha e a encaro- Tcharan- diz ao tirar um cupcake que estava a esconder e uma vela.
A mesma se senta ao meu lado, o seu perfume exala, sempre estava cheirosa e bem arrumada, mesmo que fosse de manhã bem cedo estava com maquiagem.
—Valeu por lembrar
—Fala sério Maya, só isso? — Coloca a vela e a acende com o isqueiro rosa que ela sempre carrega.
Nele está escrito o seu nome e a frase: por onde for estarei com você.
Começa a cantar parabéns, eu não sou fã do meu aniversário, na verdade, de nenhuma data comemorativa.
— Faz um pedido! — Ela fica bem mais animada do que eu, sempre vê o lado bom de tudo, nunca tem tempo ruim para ela, mesmo tendo sofrido com o descaso e indiferença da mãe, está sempre de sorriso no rosto tentando animar a todos.
— Pronto!
--O que pediu?- pergunta curiosa- Espera não me conta, se não,
não se realiza.
— Sério?
Ela é o tipo de pessoa que acredita em desejos, conto de fadas, príncipe encantado e felizes para sempre, uma verdadeira criança em corpo de adolescente, a ingenuidade e bondade dela deixa-me preocupada.
Ana sempre a tratou mal, porém Mia não sabe o que é
realmente a vida, não permito que a toquem, sempre sofri as punições no seu lugar, preocupa-me muito o futuro, e se eu não estiver aqui para a proteger? Temo por minha irmã
—Vamos descer, já está ficando tarde.
Diariamente às 6:30 precisamos descer, pois, às 7:15 Miguel vai trabalhar, e a regra diz que todos temos que tomar café, juntos.
Temos que fazer juntos todas as refeições, não sei o motivo já que todos sempre ficam calados e nem se olham. Sempre gostei de ver filmes, em que famílias se reuniam para ficarem juntos, comer e brincar, pensava que um dia iria ter isso, sabe, uma família feliz e normal.
Que lindo dia está lá fora! O sol está brilhando e o vento está soprando pela casa. As flores e árvores estão em plena floração e tudo parece tão tranquilo e pacífico.
Um lindo dia de primavera. Olhando pelas grandes janelas de vidro da sala de jantar pode-se ver uma paisagem bonita e tranquila. O vento está soprando
ferozmente, mas não está prejudicando as flores ou as árvores. O vento está moldando e movendo as árvores.
—Bom dia
—Bom dia! O papai ainda não desceu—Laura sempre tratou Mia bem, e a mim como se não existisse, ela não dirige a palavra a mim, somente em extrema necessidade ou na presença de Miguel, penso que deve sentir inveja ou ciúmes da minha proximidade com mia, por eu ser somente uma bastarda.
Vejo Miguel descendo escada, com a mão no corrimão, bem vestido com o seu terno de linho azul-marinho e os seus sapatos de couro escuro, Ana se levanta e o ajuda com a gravata, depois se senta ao seu lado na mesa.
Miguel fica na ponta, ao seu lado esquerdo Ana, ao direito Laura, Mia senta ao lado de Laura , kraus ao lado de Ana e eu na outra ponta para ficar bem
longe, pois como Ana diz, até o meu respirar incomoda a família
Todos esperam o sinal dele para comer
—Hoje kraus não poderá se juntar a nós,
Ele teve algo a resolver.
—Então podemos comer!
Tudo estava quieto, somente o barulho dos pratos, percebo que Miguel encarava-me
—Feliz aniversário! Maya.
Ok, isso surpreendeu-me, é a primeira vez que ele lembra. Por que isso é importante para mim?
—Obrigado Miguel.
—Eu estava pensando em comprar um bolo— Ana está sorrindo e olhando-me, com certeza não irei comer esse bolo.
— Ótima ideia— o mesmo olha para o relógio—Preciso ir.
Miguel levanta-se, pega uma pequena pasta marrom, que estava ao seu lado no chão,dá um beijo na testa de Laura e Mia, dá um beijo em Ana e sai.
Ele nunca demonstrou carinho por mim. Pelo contrário, parece que sempre me olhou como se eu fosse um estorvo. Nunca demonstrou ter interesse em mim, nem mesmo nos momentos em que eu o ajudei. Nunca me beijou, abraçou ou fez qualquer
outro gesto de afeto. Julgo que ele nunca teve esses sentimentos por mim e nunca os terá. De todo modo, prefiro ficar sozinha do que viver uma mentira.
— Sério que a senhora vai comprar um bolo mãe?— a sua voz era de raiva
— Claro que não! Não vou gastar o meu dinheiro com essa bastarda!
Laura volta a sorrir
—Que tal irmos ao shopping?
— Claro, Dia de Mãe e filha!
As duas saem a andar sem olhar para trás
Olga é uma pessoa incrível. Sempre que aparece com esse sorriso meigo e olhar gentil, me sinto amada, como se ela fosse além de uma amiga. Não consigo explicar o sentimento que sinto por ela, mas sei que é muito forte. É como se ela fosse capaz de entender-me e sentir que não estou bem, e tenta fazer-me ficar feliz.
— Que tal um bolo minha pequena?— ela aproxima-se de mim, fazendo carinho nas minhas bochechas.
— De chocolate por favorzinho- Pede Mia
Por mais que eu não seja muito fã de chocolate, concordo, que seja desse sabor.
Fomos para a cozinha, sinceramente adoro cozinhar, além de ser uma cozinha muito bonita e agradável, a cozinha é ampla e bem iluminada, por conta das janelas e porta de vidro. Com balcões
de mármore, móveis planejados e uma ilha, onde fica a pia e a lava louças embutidas, fogão, geladeira e microondas inox. Com uma bela vista do Jardim.
Coloquei uma música para animar, agora que Ana e Laura foram fazer compras ninguém vai implicar.
Começamos a separar o material para o preparo do bolo
—O papai estava diferente hoje, percebeu?
Eu percebi, e tenho certeza de que algo está errado
— Impressão sua, se concentra em bater a massa!- Respondo
Fizemos uma enorme guerra de farinha, a cozinha ficou uma bagunça enorme. Havia farinha por todo o balcão, no chão e até na pia, e então limpamos a bagunça que a guerra deixou. Ficou tudo bem limpinho e arrumado!
— Podemos assistir filmes e jogar vídeo game o dia todo!- mia fala animada
Passamos a tarde toda no meu quarto, assistindo a filmes e comendo bolo, que ficou uma delícia, por mais que eu não goste desse sabor devo admitir que ficou maravilhoso, Foi uma tarde bem divertida! Logo chegou a hora de Miguel chegar do trabalho. O que quer dizer que precisamos nos preparar para o jantar.
Olho o meu celular
Uma nova mensagem de Miguel
📲Maya
📲Sim, pode falar Miguel.
📲Preciso discutir algo com você.
📲ok, estou a descer.
—Pequena vou descer primeiro ok?
—Ok, vou tomar um banho e desço.
—Certo!
Desço em direção ao escritório, ao chegar na porta escuto vozes. Bato na porta do escritório. Levanto a maçaneta e entro, vejo Miguel que está com um homem de aparentemente 50 anos e cabelos grisalhos. Há algo na aparência dele que faz você se
sentir intimidado. É como se o seu olhar estivesse fuzilando.
—Essa é Maya.
—Prazer Maya, sou Walter Fallen
--Walter é um amigo de longa data, sempre nos ajudou agora é nossa vez de retribuir.
Nem conheço ele, ajudar-me não ajudou em nada, vocês que se explodão.
-- em que posso ajuda-lo senhor fallen?
—O seu pai emprestou-me você para uma missão.
Emprestou? Como se empresta um brinquedo?
—Maya cumprirá todas as suas ordens, certo?
O que posso fazer a não ser concordar?
—Certo!
Eles se entreolham e sorriem.
Capítulo 3
Não estou com medo ou assustada, intrigada talvez, eu encaro-o de cabeça erguida sem mostrar nenhum tipo de hesitação.
— -o que preciso fazer senhor Fallen?
—estou surpreso, quando me disse ter alguém para o trabalho nunca imaginaria que seria uma mulher.
Arqueio a sobrancelha e o encaro
--Sim, é uma mulher que fará o serviço sujo no seu lugar!
Sinto os olhos de Miguel em mim, mesmo assim continuo encarando
— -pois te garanto um serviço bem feito. Claro, por um valor bem amigável.
— - que assim seja, faça o trabalho. Quando estiver pronto darei-lhe 1 milhão de dólares.
O trabalho sujo é meu e o dinheiro deles que vida cruel.
— -Está certo, passe as ordens!
— -um dos meus sócios traiu-me, passou informações sobre os meus locais de contrabando e informações sobre a minha empresa, preciso saber quem foi, E rastreá-lo, o resto do serviço tenho quem faça.
— -sem problemas.
Sinto que Walter Fallen não é uma pessoa a se confiar, mas vou continuar fazendo o meu trabalho como sempre. Quando ele está perto de mim, encarando-me, não abaixo a cabeça. É importante manter a dignidade e não demonstrar medo diante das ameaças. Mesmo que isso signifique correr alguns riscos, é melhor agir assim do que mostrar fraqueza
— -Quando terminar mande as informações para esse número, após enviarei o dinheiro.
--Sem problemas!
Miguel levanta da sua cadeira e anda até o senhor fallen
— -Walter, é sempre um prazer fazer negócios com você
— -lembrando que esse é um teste, para sabermos se está apto para o nosso próximo negócio —olha-me e sorri
— -Não irá se arrepender
— -assim espero.
Eles dão um aperto de mão , logo após ele pega o seu chapéu, apaga o seu cachimbo num cinzeiro em cima da mesa de Miguel, pega uma pasta preta que estava em cima da cadeira e a anda em direção a porta.
— -vocês têm dois dias !
— -sem problemas .
Ele vai-me deixando sozinha com Miguel
— -nesses dois dias trabalhará aqui no escritório, o futuro da empresa, desta família e principalmente de Olga e Mia está nas suas mãos.
— -Não precisa lembrar-me, sei o que preciso fazer.
— -Ótimo, tem dois dias comece, vou pedir que tragam o seu jantar.
Miguel sai
Ameaças e mais ameaças, lembrei porque odeio esse homem, parece que ficarei presa aqui dois dias.
Ouço batidas na porta
--Oi , papai disse que irá ajudá-lo em um trabalho e pediu para trazer seu jantar, o que houve?
Penso um pouco
--Um carregamento de sapatos veio errado , estou ajudando a achar uma solução.
Ela não faz idéia, de quem é o pai ,muito menos a irmã, ela não faz idéia desse mundo.
--Deve ser muito chato
Eu A olho fazendo careta
--por que não aproveita, pega um livro e me faz compania ?
--Claro!
Observo ela indo até a estante de livros, fica na ponta dos pés, ela é tão pequena com seus um metro e cinquenta e cinco centímetros
--olha o que achei --Balança um livro de romance
--Típico
Ela se senta em uma poltrona de único lugar que fica perto da janela e começa a folhar seu livro.
Volto minha atenção ao notbook
No primeiro momento consigo hackear o servidor da empresa e rastrear o computador usado para invadir o sistema, após rastreio seu IP, afim de descobrir seu dono.
--Está tarde
--pode subir meu amor depois eu vou ok?
--ok , descansa um pouco promete?
--prometo pequena.
À vejo indo Em direção a porta, ,ela para e se vira me olhando
--boa noite.
-boa noite!
Ela sai e fecha a porta
Continuo trabalhando até que pego no sono
Acordo com um barulho, quando olho Olga estava pondo uma bandeija com o café da manhã acima da mesa acabou esbarrando em um organizador de canetas o que resultou no barulho.
Olho para o computador ,terça feira 6:30 Da manhã.
--Desculpe querida.
--Está tudo bem, eu peguei no sono ontem.
--você precisa de mais alguma coisa meu amor? Trouxe sua escova de dentes.
--Não ,Obrigado--eu sorri e me levantei em direção ao banheiro que fica no escritório, lavo o meu rosto e escovo os meus dentes,quando volto Olga já havia saído
Tomo meu café da manhã e escovo novamente os dentes.
Fico o dia inteiro no computador , consigo a lista de informações roubadas quais os locais de contrabando expostos.
Olha trouxe as outras refeições mas quase não comi direito ,amanhã é o último dia.
Novamente pego no sono
Acordo com a voz de Miguel
--como está o andamento do trabalho?
Olha para o computador 8:00 ,quarta feira.
--Estou quase terminando.
--Ok!
--Quando terminar envie para o número é me avise.
--ok
Ele saiu
Continuo de onde parei e consegui o restante das informações nome e sobrenome , telefones, endereços, contas bancárias, placa do carro e outras informações relevantes para que ele não consiga fugir, e enviei para o número que o senhor Fallen passou-me, logo foi visualizado.
A porta do escritório abre e Miguel entra comemorando
— -Bom, o pagamento foi efetuado. Por isso vou dar-lhe uma compensação.
Obviamente o olho desconfiada , aprendi desde jovem que nada nessa família vem de graça, muito menos de boa vontade.
— -pode sair hoje ,Vou ser legal com você, mas lembre da regra, não chegue depois das 20:00,e não fale nunca que é uma Lazinne.
— - ok.
Subo para me trocar
Desde sempre tem essa regra, só posso sair os finais de semana, voltar antes das 20:00 e nunca falar o meu sobrenome.
Desço as escadas e dou de cara com Ana.
--Onde pensa que vai? Tem tarefas a cumprir!
--Miguel deu-me autorização!
O seu olhar raivoso deixa-me tão contente.
--Se não precisa de mais nada estou saindo!
antes que pudesse me impedir dei as costas e sai.
Toda a vez que saio já tenho destino certo.
Dou uma volta na cidade para pensar na vida. Tomo um sorvete na praça alimento os pombos e sento pensando... mesmo que seja ruim, mesmo que seja humilhada não posso abaixar a cabeça, o meu sonho é sumir no mundo com a minha irmã, vou trabalhar, vou estudar, tenho tantos planos, vou deixar todas as coisas ruins no passado, só quero ser uma adolescente normal, logo percebo que o sinal fechou é aproveito para atravessar quando um carro chique arranca quase me atropelando.
Chuto o carro, nossa esse chute foi tão forte, eu liberei o meu ódio acumulado nesse chute que até amassou o carro.
— -Tá doido? Você é sego por acaso?
Continuo andando até chegar a um abrigo, que direito eu tenho de reclamar? Essas pessoas não têm nada na vida! Por isso faço trabalho voluntário, mantenho isso em segredo, até da minha irmã. Eu encontro a minha paz aqui brincando com as Crianças, servindo comida, será que isso me torna uma pessoa menos pior?
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