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Entre A Luz E A Sombra

Solidão

Oi, para você que está lendo esse aqui pela primeira vez eu preciso avisar que é um volume 1. O 2 tem o mesmo nome e já está finalizado. Boa leitura 🍀

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Sonhando:

Wanessa está linda no seu vestido branco com flores amarelas, o vento bate e sua cabeleira negra voa de uma maneira mágica. Estamos na Riviera Francesa, sozinhos em um Iate, comemorando nosso aniversário de cinco anos de casamento. Olho pra minha aliança de casamento e depois pra ela e não consigo acreditar que vivo esse sonho, que é estar casado com uma mulher maravilhosa como essa.

Martín falando:

- Não te mereço sabia?

Então ela se vira para mim e sua feição muda, o sorriso já não está mais lá, e o olhos estão cheios de lágrimas. Ela me olha e diz:

Wanessa falando:

- *Não merece mesmo Martín, por sua culpa estou m*rta*!

Acordo com uma sensação horrível, que para o meu azar, tem se tornado muito familiar para mim nesses últimos 14 meses. Mais um pesadelo, mais uma lembrança que era linda e se tornou dolorosa demais desde que ela se foi.

💭Meu grande amor...💭

- Não Martín, não vai por aí...

Decidi deixar a autopiedade pra depois e chutando os pensamentos ruins, levanto da cama. Vou até o banheiro, encaro o arremedo de homem que sou no espelho e digo:

- É hora de ir, seu inútil!

O reflexo cospe as palavras de volta com o mesmo desprezo.

Tenho uma pele em um tom que é como se eu sempre estivesse bronzeado, embora já faça mais de um ano que eu não pegue um sol. Minha mandíbula é quadrada e eu conservo uma barba meio grisalha bem aparada no rosto. Os últimos acontecimentos e a genética me fizeram ter cabelos brancos cedo. A base do meu cabelo na frente e o início do meu cavanhaque já é de um cinza que eu sempre dou uma ajeitada com aqueles produtos que passam na televisão para, segundo eles, realçar a beleza do homem maduro. O resto da minha cabeça é no meu tom natural: preto.

Tenho um 1,80 de altura, olhos pretos e sobrancelhas grossas, essas graças a Deus estão totalmente na cor original de fábrica.

Me sinto velho e acabado. Hoje especialmente mais do que nunca.

Tomo banho e escovo os dentes. Saio do banheiro e visto uma calça jeans preta, uma camisa de botão lisa na cor azul escuro, pego um blazer preto no armário, amarro meus sapatos e decido que hoje vou tomar um café da manhã decente.

Abro a geladeira e constato, sem muita surpresa, que ela não tem nada de tão saudável assim.

Pego ovos, leite, bacon e o xarope de bordo, vou até o armário e pego o fermento e a farinha. Panquecas, ovos e bacon me parece uma boa idéia.

Ligo a cafeteira e começo a preparar a minha refeição, trinta e cinco minutos depois estou sentado na ilha da cozinha, com uma xícara de café preto e uma pilha de panquecas cheias de xarope na minha frente. Devoro meu café da manhã e fico surpreso ao perceber que me sinto bem em aproveitar pequenas coisas novamente, ainda mais estando sozinho. É a primeira vez desde que Wanessa se foi que eu me sento aqui e faço uma refeição completa, tenho me alimentado de porcarias e café sem açúcar por mais de um ano...

Na verdade, tudo agora é sem graça e eu não tenho mais interesse em absolutamente nada. Mas parece que finalmente toda a psicologia barata do Dr.Frak está surtindo efeito.

Me levanto e coloco a louça suja na máquina, fazendo a anotação mental de que preciso falar a respeito do meu pequeno progresso na seção de terapia de hoje a noite.

Vou escovar os dentes denovo pq o café da manhã completo não estava nos meus planos quando acordei hoje, quando termino pego meu blazer, meu distintivo e arma em cima do balcão da cozinha. Entro no meu carro e dirijo até a delegacia para mais um dia de trabalho.

Caminhando

Chego no trabalho, cumprimento a todos e sento na minha mesa.

A delegacia está fervendo, a guerra das gangues está deixando todo mundo cheio de trabalho. O necrotério do instituto de perícia está abarrotado e eu não posso deixar de pensar que seria uma maravilha ver o Will em um saco preto.

Faz mais de um ano que eu quero pegar esse maldito e ele sempre escapa.

Sou arrancado dos meus pensamentos negativos pela voz do chefe que me chama até sua sala.

- Martín, por favor venha aqui.

Entro na sala do Mr. Robinson e vejo que ele adicionou mais um botton no seu quadro de coleção. São dezenas de bottons de várias cores e desenhos. O mais novo tem o desenho de uma cerveja da Bavária.

A sala é toda em uma madeira marrom escura. Além dos Bottons ele tem várias fotos da esposa e dos filhos, em todas eles estão felizes e formam uma linda família. Um dia, depois que todo esse tormento passar eu quero ter uma igual.

- Me chamou, chefe?

Ele me olha.

- Preciso que você trabalhe disfarçado na gangue dos "Los Rojos". Eles estão movimentando o tr*fico de drgas na cidade, a fronteira com o México está muito mais perigosa com a atuação deles. Eles tem ligação com coiotes e ganham dinheiro com travessias ilegais também**.

Mas eu preciso te dizer Martín que eles são extremamente violentos, quando se trata de proteger o comércio de met@nfet*m*na e de c*ca*na que eles têm, não costumam medir esforços***.

Processo a informação...

- Vou sozinho nessa missão?

Mr.Robinson balança a cabeça em negativa.

- Não, a história já está montada. Você vai com seu irmão de criação que acabou de cumprir pena na estadual.Seu parceiro é um policial que foi transferido do Alabama e acabou de chegar.

Alguém bate na porta..

Um homem da minha estatura entra. Ele tem a pele clara e os traços do rosto bem definidos, a barba por fazer e um cabelo, que é castanho escuro, em um corte despojado. Não é do tipo fortão mas tem os músculos definidos que ficam evidenciados na camiseta de manga curta branca que ele veste. Tem um coldre marrom claro pendurado na cintura, do lado direito está sua arma, uma Taurus preta semi automática e no lado esquerdo o seu distintivo. Ele veste uma calça jeans surrada e um tênis skatista.

Então o chefe diz:

- Martín esse é Paco. Paco, esse é Martín.

Estendo a mão e cumprimento Paco.

- Olá, muito prazer.

Ele tem o aperto de mão firme, como um homem de verdade. Sorri pra mim com sinceridade, e imediatamente sinto que vamos nos dar bem!

- Olá Martín, ouvi muito falar de você. Mal posso esperar para começar o nosso trabalho.

O Chefe nos explica todos os detalhes do plano e da missão.

Nosso objetivo é pegar o líder da gangue que ninguém sabe quem é.

Na verdade, "Los Rojos" apareceram do nada, e crescerem rapidamente, iniciaram uma guerra pra assumir o controle do tráfico na cidade e tem dado trabalho para as concorrentes. É impossível saber o tamanho da dimensão que eles têm hoje, já que a cada dia mais membros entram pra gangue. Uns por medo de morrer, outros porque a gangue da qual faziam parte já foi dizimada e outros porque querem fama no mundo do crime .

Paco me chama.

- Ei, vamos tomar um café e alinhar nossa história. Não podemos dar bandeira se não é morte na certa.

Eu balanço a cabeça em afirmativa.

- Com toda certeza!

******

A primeira parte do dia passou voando. Já são quase 13:00 e ainda não almocei. Então Paco me chama para irmos até um restaurante. Ele me diz que encontrou uma antiga colega de academia que é CSI aqui no distrito e que ela vai nos acompanhar.

Aileen é o seu nome.

- Vamos cara, eu estou morrendo de fome. O ritmo aqui é frenético, lá no Alabama nós não somos acostumados com gangues em guerra assim, essa delegacia é uma loucura!

Vamos encontrar com a Aileen lá no restaurante. Só vou pegar meu blazer.

Chegamos ao Dino, um restaurante de comida italiana que fica a quatro quarteirões da delegacia. O lugar não é muito grande e também não é tão pequeno, tem um tamanho razoável. A decoração é típica de restaurantes assim: toalhas quadriculadas em vermelho, branco e verde, na parede a direita fotografias que suponho, sejam de família, em preto e branco com crianças, jovens, adultos e pessoas mais velhas. Ao fundo, uma parede de vinhos que com certeza tem mais de duzentas garrafas. O lugar está cheio de pessoas para o almoço.

Paco aponta para uma mesa.

- Aileen está alí, vamos.

Uma moça de pele clara e olhos azuis acena pra gente.

E baixa, deve ter 1,60 de altura. Os cabelos são de um castanho claro e vão até a metade das costas em um corte em camadas. Os lábios não são nem muito finos e nem grossos, um nariz bem esculpido e feminino compõe um rosto angelical. Sem dúvidas é uma mulher muito bonita.

- Oi Paco, quanto tempo! Você não sabe como é bom rever você. Tem três meses que estou aqui e não tenho nenhum amigo ainda na cidade. Essa guerra de gangues está me deixando maluca, o trabalho está me consumindo.

Ele dá um abraço nela.

- Eu imagino. Tenho o Martín de amigo porque fui apresentado a ele pelo chefe, mas já percebi que o ritmo aqui é intenso.

Entro na conversa.

- Tenho certeza que já já vocês se acostumam.

Estendo a mão para cumprimentar Aileen. É uma moça muita simpática e parece que ela e Paco já viveram um romance. A intimidade dos dois é evidente.

- Ah, então você é o famoso Martín? Ouço muito falar de você na perícia e dos seus grandes feitos.

Eu dou um sorriso contido.

- Sem exageros gente, fico sem graça!

Analisamos o cardápio e pedimos os três a mesma coisa: Macarrão com almôndegas e suco de uva integral. Embora a vontade de um vinho fosse grande, não era boa idéia. Estamos no meio do horário de trabalho.

Foi um almoço muito bom. Tinha tempo que não ria e desfrutava de companhias tão agradáveis, pra ser sincero, eu me fechei pra todo mundo e não conseguia me ver mais tendo amizades.

*******

O resto do dia passou voando, e quando me dei conta já era hora da minha consulta com o Dr.Frank. Arrumei minhas coisas, e fui em direção ao carro. Não era uma distância longa e logo cheguei ao prédio do consultório dele.

Ainda caminhando

O prédio onde o consultório fica é de uma arquitetura mais clássica, um pouco antiga, tem janelas grandes de madeira, e a fachada é de tijolinhos marrons. Na entrada tem um toldo verde escuro e um porteiro que me cumprimenta com um aceno de cabeça abrindo a porta para que eu entre.

Entro no elevador e subo até o quinto andar. Assim que as portas se abrem avisto a secretária sentada atrás de uma mesa clássica em mármore de tons claros, que combina perfeitamente com a decoração elegante do lugar. Ela me diz que já posso entrar pois estou sendo aguardado.

Todas as vezes que venho aqui acho um máximo o contraste que essa moça dá ao lugar, está sempre bem vestida mas as tatuagens, os piercings e o cabelo roxo dão sinais que sua personalidade é do Rock and Roll.

Muito interessante a escolha do Dr.Frank, me revela outro aspecto dele, o de uma pessoa sem preconceitos, aberta a dar oportunidade para todos.

Entro na sala e cumprimento meu psiquiatra.

- Boa noite Frank.

Ele me cumprimenta com um aceno de cabeça.

- Boa noite Martín. Sempre muito bom vê-lo.

O consultório em si é bem decorado: bege com detalhes em azul claro, uma poltrona em couro bege também, onde Frank está sentado. A sua esquerda está o divã com almofadas azuis, um lugar confortável para pessoas que como eu buscam alívio para suas angústias. Na parede atrás do divã uma estante repleta com livros de autores famosos e renomados do mundo da psicanálise.

Tiro meu blazer e me acomodo no divã com meu braço esquerdo em baixo da cabeça e o direito abaixado em direção ao chão.

Então Frank começa:

- ***Como você está se sentindo hoje Martín?

- Bem dentro do possível. Preciso te dizer que hoje pela primeira vez em quatorze meses, fiz uma refeição na ilha da cozinha de casa. Foi o café da manhã***.

Balançando a cabeça positivamente Frank anota em seu bloco de papel e prossegue.

- Isso é muito bom de verdade. Tem planos de fazer o jantar também?

- Ainda não pensei nisso. Estou em um passo de cada vez como você me sugeriu, mesmo que seja em algo tão bobo.

Ele bufa.

- Nada é bobo Martín, não quando se trata da nossa saúde mental e emocional.

Faço um grunhido de concordância.

- E os pesadelos?

Demoro um tempo para responder e Frank tem a delicadeza de esperar.

- Ainda estão aqui...

Sempre do mesmo jeito: começa com uma lembrança feliz e termina com ela me dizendo que eu sou culpado da morte dela.

- Martín, você precisa entender que aquele acidente não foi culpa sua. Alimentar esse sentimento no seu íntimo nunca vai permitir que você seja livre por completo.O que eu quero que você entenda é que nesse momento, o único que está impedindo você de seguir em frente, é você mesmo Martín!

Respondo de uma forma enfática.

- Frank, tudo isso aconteceu por minha culpa. Eu arrumei um inimigo no meu trabalho e ele me perseguiu, deu um jeito de invadir minha vida pessoal e arrancar aquilo que eu tinha de mais precioso. Se eu não tivesse atravessado o caminho do Will eu jamais teria perdido Wanessa!

Frank não perde tempo e me responde.

- Não Martín, se Will não fosse o canalha covarde que ele é, jamais teria mandado um capanga atrás de você para provocar aquele acidente. A Wanessa se foi mas você está aqui, vivo! Recebeu mais uma oportunidade de viver e está aqui agora. O desejo de vingança do Will, foi o que tirou Wanessa de você e o desejo de vingança que você tem agora é o que está te impedindo de ter algo novo em sua vida.

Quem responde rápido sou eu.

- Se você acha que eu estou preparado para ter alguém novo em minha vida, você está muito enganado!

A raiva na minha voz é tanta que percebo que Frank arregala os olhos rapidamente mas logo se recompõe.

- Quando digo algo novo Martín quero dizer em todas as áreas da sua vida, não só na amorosa. Embora eu ache que no momento certo você vai sim encontrar alguém.

Não digo nada e Frank então conduz a consulta para o final:

- Nosso tempo está acabando Martín. Quero que até na quinta, que é quando eu te vejo denovo, você reflita na possibilidade de derrubar as barreiras que te impedem de avançar em sua recuperação emocional. E faça o jantar hoje, primeiro porque não dá mais pra você viver comendo só aquelas porcarias, e segundo porque isso fez muito bem pra você.

Saio do consultório me sentindo incomodado a dar um rumo na minha vida. Decidi então passar em um mercado e comprar comida de verdade pra encher minha geladeira.

Dirijo até o Wal Mart mais próximo e paro no estacionamento. Pego um carrinho de compras e começo pelos produtos de limpeza; desenvolvi o gosto por limpar minha casa como um profissional como se fosse uma segunda terapia. Pode não ter havido comida de verdade lá em casa nesses últimos tempos mas a limpeza tem sido eficiente.

Depois de pegar todos os produtos que gosto, e mais alguns para testar vou até os corredores de alimentos. Pão integral, aveia, granola, batatas, vagem, milho, bacon, ovos,peixe, carne vermelha, aspargos, macarrão, iogurte e tudo mais o que um adulto responsável tem na despensa. Até brócolis eu peguei...

💭Wanessa ficaria orgulhosa 💭

Sigo para o caixa do supermercado e lá tem algumas plantinhas ornamentais, decido levar um vaso com violetas. Houve uma época que minha casa era repleta de flores e vida, eu gostava bastante e pretendo voltar a isso.

Depois de passar todas as compras pelo caixa, tiro meu cartão Amex preto da carteira e pago o que eu estou levando. Não pude deixar de reparar no olhar que o rapaz do caixa deu naquele pedaço de plástico. Se ele soubesse a que custo eu tenho um desses com certeza não teria esse olhar.

O poder aquisitivo que tenho hoje veio do seguro de vida e da herança de Wanessa; ela era filha única de pais abastados que faleceram com pouco tempo de diferença um do outro, ainda no início do nosso namoro, ela tinha tudo pra se envolver com algum figurão daqui do Texas ou de qualquer outro lugar mas se apaixonou por mim... Nunca vou entender como o amor age mas foi incrível.

Mesmo com todo o dinheiro que ela tinha era uma mulher simples e vivíamos assim, numa felicidade e simplicidade ímpar. Ela dava aulas em uma escola infantil, eu na polícia trabalhando satisfeito. Tínhamos tudo! Mesmo depois que ela partiu eu continuei no mesmo ritmo, Deus que me livre de virar um playboy que não trabalha e passa o dia inteiro esbanjando dinheiro com pessoas e coisas fúteis.

Depois de agradecer e dar boa noite ao rapaz, saio do supermercado e coloco as compras no carro. Sigo para casa, guardo as compras em seus devidos lugares e vou tomar um banho.

Ligo o chuveiro na água quente e deixo a água fumegante relaxar meu corpo. Lavo meus cabelos, ensaboo meu corpo e assim que está tudo bem pra mim saio do chuveiro. Me seco e visto uma uma cueca pra decidir qual roupa vou usar. Acabo optando por uma bermuda de pano fino e uma camiseta branca.

Sinto fome e desço pra preparar o jantar...

💭Segunda vez que vou comer aqui hoje💭

Com esse pensamento de superação em mente descasco as batatas e coloco pra cozinhar, pego o peixe na geladeira, coloco alguns temperos. Ligo o grill do fogão e preparo os aspargos para dourar junto com o peixe.

Falo sozinho:

- Peixe grelhado, aspargos e purê de batatas. O brócolis fica para amanhã Martín...

Sirvo uma taça de vinho gelado, coloco a comida no prato e me sento. Aprecio o momento e minha companhia: as violetas no vasinho que eu trouxe do supermercado.

- Tim , Tim dona violeta.

Digo levantando a taça.

Depois de comer arrumo a cozinha, tiro a louça do café da manhã de dentro da lava louças e coloco as do jantar. Guardo tudo e limpo a bancada e o fogão com um dos produtos que comprei pra testar.

- Até que é bom!

Subo para meu quarto e escovo os dentes. Deito na cama e acendo o abajur da cabeceira para ler mais um capítulo de "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen.

Darcy é um babaca no meu ponto de vista...

A verdade é que eu reluto para dormir porque sei que a chance de ter um pesadelo é grande. Mas chega uma hora que meu corpo não aguenta mais e eu caio no sono.

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