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Amor Por Encomenda!

Prólogo

João Pessoa-PB, Brasil, 13 de Março

Aurora

Aurora olha novamente para o bebê a dormir tranquilamente nos seus braços enquanto tenta encontrar uma solução para os problemas que ambas irão ter pela frente...

Alice, filha da sua colega de quarto e amiga Maya, que acabara morrendo durante o parto. A mesma, já a havia feito prometer que não importa o que acontecesse, ela cuidaria da sua filha como se fosse sua...

Rogér, o seu namorado não aceitou bem essa situação e tentava a todo custo a dissuadir de ficar com a bebê.

Pichilemu-Chile

Marco Altamirano

Sentado na balaustrada de madeira da sua varanda, Marco lia novamente o enunciado que havia colocado nos jornais.

NÃO! Ele não acreditava no amor. Não mais...

Mas enfim, já estava na hora de casar. Precisava de um herdeiro!

Jamais iria permitir que as propriedades que há anos pertenciam a sua família, fossem passadas ao filho da sua madrasta.

Pretendia assumir o controle das empresas de forma remota, indo à sede da empresa apenas para aquilo que fosse imprescindível.

Mas para poder assumir o controle das empresas, o seu pai havia deixado claro numa cláusula do testamento que isso só seria possível quando ele tivesse constituído uma família, caso contrário Sérgio, seu "irmão" teria o total controle...

E isso, ele nunca permitiria! Estava disposto a pagar o preço.

Capítulo I

......19 de Março ......

Rogér — Não, Aurora! Esta é a última vez que tento fazer você enxergar o erro que está cometendo.

Aurora -Erro seria abandonar essa pobre criança ao Deus-dará! Que tipo de ser humano você é? — Respondo já exasperada.

Aurora -Olha aqui, desde que eu comentei com você sobre a promessa que fiz a Maya, você vem-me dizendo que isso é um erro, que estou louca por prometer cuidar de uma criança que sequer tem o mesmo sangue que eu! COMO SE LAÇO SANGUÍNEO SIGNIFICASSE ALGO! — Grito a última frase em meio as lágrimas, o que, a esta altura do campeonato já faziam parte da minha rotina diária...

Rogér: -Não chora meu bem, sabe o quanto é importante para mim. — Diz enquanto desabo em lágrimas. — Digo isso porquê os nossos planos não envolviam uma criança no momento, principalmente uma que não é nossa. Entregue-a a um orfanato e vamos seguir com os nossos planos.

Solto-me do seu abraço e olho bem, no fundo dos seus olhos azuis, aqueles olhos que antes fascinavam-me, e já não reconheço mais o homem por quem me apaixonei.

Aurora: Já disse que a Alice é minha filha, não a renunciarei ! — Digo com fúria, secando as lágrimas remanescentes.

Ele olha-me surpreso.

Rogér: Aurinha... -Ele me chama pelo apelido e eu o encaro mais uma vez, enquanto ele prossegue. -Você sabe que montei o meu consultório há pouco, tô começando a ter renome agora, os meus pais são superconservadores, você sabe. Lembra o quanto foi difícil eu convencê-los a aceitarem o nosso relacionamento? — Ele pergunta alisando meu rosto com o semblante carregado.

Retiro a sua mão do meu rosto e respondo:

Aurora -Seus pais são preconceituosos! É isso que eles são. E NÃO! É impossível esquecer a maneira como me trataram quando descobriram que o meu pai expulsou-me de casa ao escolher acreditar na mulher dele ao invés de dar o benefício da dúvida. — Digo balançando a cabeça, pois não eram boas lembranças. — O que falar então de quando descobriram que a minha colega estava grávida e não queria revelar quem era o pai da criança? — O questiono arqueando a sobrancelha e rindo ironicamente.

Ele não responde. Apenas me olha calado.

...Aurora Quer saber? Se Realmente você não tem a intenção de ficar comigo e com a pequena Alice, é melhor que se retire. Eu tenho muito a resolver....

Rogér, me olha como se eu tivesse mais de uma cabeça, ou se chifres saíssem dela. Certamente, não esperava que eu tomasse tal atitude...

Depois de um breve momento de silêncio, um sorriso se curva em seus lábios e ele me pergunta:

Rogér -Você saiu do seu emprego pra cuidar dessa criança, o seu aluguel expira em 15 dias, o pouco dinheiro que tinha gastou com leite e fraldas... Acha mesmo que vai conseguir ir adiante com essa sua ideia? - ele vai em direção à porta e quando a abre se vira e continua - Estarei aguardando você reconhecer que estou com a razão. -E sai batendo a porta.

A pancada foi tão forte, que Alice acordou assustada.

😞

...

Capítulo II

Pichilemu-Chile

📲

Marco — Sim, Miranda. Estou providenciando tudo o que é necessário para tomar posse de tudo o que é meu! — Respondo a minha madrasta, enquanto analiso a algumas das inúmeras respostas ao meu anúncio. — Não permitirei que seu filhinho Sérgio, usurpe mais nada que me pertence! -Digo levantado os olhos dos papéis espalhados sobre a minha mesa com o semblante carregado.

📱Miranda — Já está mais que na hora de vocês dois deixarem o passado para trás, onde é o lugar dele, e se entenderem. — Diz com a voz cansada. — Agora que o seu pai se foi só me restam vocês dois... Somos uma família Marco, vocês não podem mais ficar com essas birrinhas bobas como se ainda fossem adolescentes! — Continua com a voz triste.

📱 Marco — Esquecer é algo que não posso! - Digo de maneira inflexível e a escuto suspirar do outro lado da linha.

— Bom, Miranda tenho assuntos a tratar no momento, há algo mais que você queira falar? — Digo de forma a encerrar o assunto logo de uma vez.

📱 Miranda — Não filho, no momento não tenho mais nada a dizer... Mas pense com carinho sobre o que falei, já está na hora de voltarmos a ser uma família. — Continua

— Se cuida tá?! Amo você!

— Aguardo ansiosa a sua vinda a *Santiago.

📱Marco — Também amo-te! Nos vemos em breve! — Encerro a ligação e jogo o celular sobre a pilha de papéis que antes eu estava examinando, apoio os meus cotovelos sobre a mesa e afundo minha cabeça entre as mãos...

As lembranças do que houve a anos atrás vieram a tona como numa avalanche, e não suportando mais a agonia que estava sentindo, gritei e arremessando ao chão tudo que estava sobre a mesa do meu escritório.

Atordoado com o misto de sentimentos que me afligia no momento, fui diretamente a bar e servi-me uma generosa dose de whisky estilo “cowboy” tomei de um só gole, depositei o copo sobre o balcão e fui em busca da minha prancha de surf.

Eu precisava extravasar!

...****************...

João Pessoa-PB

...20 de Março...

Aurora — Preciso de um pouco mais de tempo Sr. Pontes, um mês ao menos.

— Suplico ao proprietário do pequeno apartamento onde moro de aluguel.

Sr. Pontes — Infelizmente menina não tenho como aguardar além dos 14 dias que ainda lhe restam até o vencimento. Ou Renova o pagamento, ou desocupe o apartamento. Tenho outras pessoas interessadas, e não posso dar-me ao luxo de ficar sem essa mensalidade, as coisas não têm sido fáceis.

Ele diz cabisbaixo.

— Por que você não procura um emprego onde ofereçam moradia e onde a aceite com a criança? Talvez encontre algo como babá ou cuidadora, quem sabe?

Ele continua, dizendo:

— Tenho aqui alguns jornais desse mês, tem muitos classificados a procura de pessoas para trabalhar. Quem sabe você não dá sorte e encontra algo que sirva. Leve-os com você menina.

Diz estendendo-me uma pilha de jornais, que eu acabo aceitando.

Afinal, que outra alternativa eu tenho?

Aurora — Obrigada sr.Pontes. Me desculpe tê-lo feito perder seu tempo, mas eu precisava tentar.

Digo com um olhar triste lhe dando um meio sorriso.

— Vou olhar os classificados, e assim como o senhor falou, espero encontrar algo. - Digo me levantando pra sair de sua casa.

Sr. Pontes -Boa sorte menina! A vida tem sido muito dura com você.

Ele me olha e eu consigo constatar no fundo daqueles olhos negros o quanto o doía não poder ajudar-me.

Aurora — Obrigada! Sei o quanto as suas palavras estão sendo sinceras.

Mas agora eu preciso ir, pedi a vizinha que olhasse a Alice enquanto dormia, para que eu pudesse vir falar com o senhor. Até mais Sr. Pontes.

Digo enquanto saio de sua casa.

Ao chegar a calçada respiro profundamente e olho para os céus fazendo uma prece silenciosa.

...🙏 -Me ajuda Pai! Me mostra um caminho a seguir....

Me movo em direção a casa, são cerca de 20 minutos de caminhada até chegar lá. E vou caminhando sob o sol escaldante, É, não é brinquedo não!

Apesar do calor amo a minha cidade!

A minha cidade não é o Rio de Janeiro, mas é maravilhosa. Não é a toa chamada de Extremo oriental das Américas, o lugar onde o sol nasce primeiro...

......................

Vinte minutos depois estou entrado em casa.

Abro a porta e encontro a Milla em pé dando a mamadeira de Alice.

......................

...Camilla...

Camilla ou Milla, como eu a chamo é vizinha do bairro, nos conhecemos ano passado, no meu segundo ano na faculdade (Faço gastronomia, mas que tive que trancar há alguns meses atrás porque a grana tava curta).

Ela tem 19 anos e está cursando Turismo, o que combina perfeitamente com ela, pois ela é completamente alto astral. Ainda mora com os pais, e é uma pessoa bem "pra-frente".

Nos conhecemos quando demos um encontrão nos portões da FPB. Ela correndo toda estabanada por estar atrasada para a apresentação de um seminário, não me viu e fomos as duas ao chão ela caindo por cima de mim. Me pediu desculpas e rapidamente se levantou, catou as coisas dela e voltou a correr.

Eu fiquei ali sentada no chão tentando entender o que tinha acontecido enquanto a observava sumir do meu campo de visão.

No mesmo dia enquanto eu estava no refeitório, ela veio até a minha mesa e me pediu desculpas novamente, me contando o que aconteceu. Desde então, sempre que podíamos estávamos juntas. O que não era tão fácil de acontecer, já que ela não se dava bem com a Maya e tampouco simpatiza com o Rogér. E eu nunca conseguir entender o por quê.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Capítulo III

Camila — E então Rori, conseguiu? — Me pergunta ansiosa, assim que abro a porta.

Vou até o sofá e desabo sobre ele jogando a pilha de jornais sobre a mesinha de centro.

Aurora — Aqui o que eu consegui! — Aponto para os jornais e ela me olha confusa.

Camila — Amiga, você bebeu? Ou está passando mal? — Diz se aproximando e tocando na minha fronte pra ver se tenho febre. — Bom, pelo menos febre você não tem... Diz aliviada por um momento, e logo em seguida sua voz se eleva me fazendo uma enxurrada de perguntas .

— Quer me dizer finalmente como foi lá com o Sr. Pontes? Ele vai estender o prazo? -Amiga, já roí todas as minhas unhas, não me põe mais nervosa do que já estou. E que p***a de tantos jornais são esses?

Aurora - Esses jornais como falei anteriormente foi tudo o que consegui, infelizmente ele não pode estender o prazo e eu o compreendo, ele precisa cuidar da neta que está doente e esse dinheiro do aluguel é o que complementa os gastos. — Digo rendida

-Mas ele me deu a ideia de procurar nos classificados, quem sabe eu não encontre alguma vaga de emprego que aceite que eu leve a pequena comigo. - Levanto os olhos e a encaro, e ela me olha mordendo o lábio inferior e se afasta pondo a Alice que voltara a dormir, no bebê conforto. Senta ao meu lado no sofá e me questiona hesitante:

Camilla - Rori, você não acha que deveria ir tentar se reconciliar com seu pai? — Ela me olha nos olhos e antes que eu a responda ela continua.

— Eu sei, eu sei tudo o que aquela bruaca da Márcia fez pra afastar seu pai de você, e até imagino que ela não vai querer que ele as receba na casa deles, mas você poderia falar com ele e pedir uma ajuda de custo, ao menos pra se manter nesse primeiro momento.

...💭 Flashback 💭...

Aurora — Pai, por favor acredite em mim. — Digo com lágrimas nos olhos.

Márcia — Querido, ela nunca me aceitou. A verdade é essa. Eu sempre te disse que ela não aceitava o nosso relacionamento. Eu sempre a quis como a uma filha e é isso que recebo em troca... Além de me acusar de adultério, me jogar escada a baixo sabendo que estou carregando um filho seu. — A bruaca fala simulando choro, enquanto solta o seu veneno, e percebo que meu pai acredita nela ao ver seu olhar de decepção ao me encarar.

Roberto — Aurora, desta vez você passou de todos os limites! O que deu em você pra agir assim com a Márcia?

Aurora -Pai o senhor precisa acreditar em mim, ela NÃO está grávida! É tudo mentira dela. Eu ouvi enquanto ela falava com a amiga dela, a que ela o faz acreditar ser a obstetra que a atende...

— Elas estavam ao telefone e eu ouvi tudo! Eu juro pai, estou dizendo a verdade, ela pretendia simular um aborto e quando abri a porta para a confrontar , ela saiu correndo e se jogou da escada pra dizer que eu a havia empurrado.

Roberto — JÁ CHEGA AURORA! - Meu pai grita.

Márcia — Certamente ela não quer ninguém com quem vá ter que dividir a herança um dia amor, por isso está inventando todas essas intrigas...-Fala toda chorosa -Ai, ai, ai, está doendo muito amor. — Ela diz, colocando as mãos na barriga…

Roberto -Eu não quero ouvir mais nenhuma palavra que saía de sua boca Aurora. Levarei a Márcia para o quarto agora mesmo, enquanto a médica chega para examiná-la e ore para nada ter acontecido ao bebê, caso o contrário pode considerar-me morto pra você!

Aurora - Mas pai... — Tento argumentar, mas ele não me dá a oportunidade.

Roberto -É melhor que não esteja aqui quando eu descer .

Se vira pegando a Márcia nos braços e a leva escada a cima, e eu vejo por cima dos ombros dele o sorriso zombador daquela cobra...

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Balanço a cabeça em negativa afastando as lembranças enquanto ela fala, e depois de um curto silêncio eu a respondo.

Aurora — Nem pensar! Eu tenho o meu orgulho! Não vou me rebaixar, nem dar a ela mais motivos para ter o que falar de mim. Meu pai escolheu acreditar nela ao invés de mim... Digo com pesar

— Bom, tenho muitos classificados para olhar e separar os que possam me servir, me ajuda? -Digo mudando de assunto

Milla — Fazer o quê? — Diz, dando de ombros e meneando a cabeça . -Passa pra cá metade, e mãos à obra.

E ficamos ali separando os enunciados até que um em particular chama a minha atenção...

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