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Laços Do Acaso

Capítulo 1

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Capítulo 1

— Arte e Moda, Amanda, bom dia! Em que posso ajudar?

— Me disseram para contatar o setor IC.

— Setor IC? Quem te deu esse número?

— O Sr. Terces.

— Qual é mesmo o seu nome?

— Cristiano. Cristiano Bertti.

— Bem, Cristiano, ele mesmo deve ter te indicado. Acontece que o Sr. Terces

infelizmente não trabalha mais aqui, porém ele pediu que recomendasse para a

S&B qualquer pessoa que procurasse por ele.

— S&B, a agência?

— Exatamente. Seu trabalho tem a ver com fotografia?

— Sim... Isso...

— Ok, então, vou marcar uma entrevista. Sabe o endereço?

— Não.

— Então anota aí...

...

Na agitação das grandes metrópoles, como São Paulo, é fascinante o fato de que ao mesmo tempo em que tudo parece estar exposto, todos carregam segredos. Ao mesmo tempo em que parecem ser todos iguais, são todos muito diferentes. Cada um protagonista da sua própria história. Brancos, negros, orientais... Crianças, jovens, adultos... Sonhos,anseios, desejos e caminhos distintos.

Exatamente nesse cenário, às sete horas e poucos minutos da manhã, estava ele, um jovem rapaz trajando uma calça preta larga cheia de bolsos, além da camisa branca, uma volumosa jaqueta, um jaleco bege, também cheio de bolsos, cabelos castanhos ondulados e desalinhados sem corte, óculos de armação preta “à la Clark Kent” e um par de tênis gastos nos pés. 1,76 de altura. Trazia consigo uma câmera fotográfica pendurada ao pescoço, uma

pasta e um papel. Neste, procurava algo que deveria tratar-se de um endereço. Procurou, procurou, até que parou em frente a um prédio não muito grande, de sete andares. Conferiu o endereço e dirigiu-se ao porteiro:— Com licença, é aqui que funciona a S&B Produções?

— É sim!

— É que eu tenho hora marcada...

— Identificação, por favor!

— Aqui está!

— Pode entrar e falar com a recepcionista — disse o porteiro, abrindo a porta depois de dar-lhe um crachá —, mas eles só estarão aqui depois das oito.

— Ok, obrigado!

A recepcionista estava limpando sua mesa ao mesmo tempo em que tomava um cafezinho.

— Com licença, eu vim pra uma entrevista.

— Tem hora marcada? — Perguntou ela, sem olhar pra ele.

— Tenho sim.

Ela sentou-se em frente ao computador para verificar.

— Qual é o seu nome?

— Cristiano, Cristiano Bertti.

— Cristiano Bertti... Sim, aqui está. Bom, você vai falar com a dona Marina Sampaio, né?

— Isso mesmo, é uma entrevista de emprego.

— Eu sei, nem sou eu quem marca horário, mas é que eu me lembrei que marquei o seu — explicou ela, sorrindo. — Amanda quem ligou, não foi?

— Isso mesmo.

— Olha, a dona Marina só vai estar aqui às dez horas hoje. E ainda faltam uns

vinte minutos pro pessoal chegar. Se você não se importar em esperar...

— Não, tudo bem, eu espero!

A S&B Produções tratava-se de uma editora, onde eram publicados muitos livros da atualidade e também era uma agência de publicidade que atendia a um jornal (um dos mais lidos da capital), catálogos diversos,

contando com estúdios para fotos diversas, além de ser terceirizada por outras empresas com ligações internacionais na divulgação de seus produtos. Porém, o forte da S&B era a revista Prime.

Cristiano sentou-se, pegou uma revista das que estavam em uma mesinha de centro e começou a folhear. Esperou, esperou. Pessoas começaram a chegar. Modelos e funcionários da empresa. Alguns pareciam ser famosos. Cristiano estava ansioso, pois além de precisar muito daquele emprego, talvez tivesse a chance de conhecer Ciro Faccioli, um dos fotógrafos mais badalados do momento.

Neste instante entrou um rapaz com pinta de mauricinho, alto, moreno claro, cabelos escuros e lisos, vinte e oito anos mais ou menos. Trajava um estilo descolado, calça jeans e camisa meia manga, 3/4.

Cristiano pensou que se tratava de um dos modelos, por ser todo bonitão.

— Bom dia, Daniele, gatinha! — Disse ele à recepcionista.

— Bom dia! — Respondeu ela, toda sorridente.

— Como estão as coisas? A Marina já chegou?

— As coisas estão bem e a dona Marina ainda não chegou.

— Ok, sorria, sorria! — Disse ele, apontando o dedo como pistola.

O rapaz cumprimentou Cristiano com um olhar e foi em direção ao elevador.

— Quem é esse? — Perguntou Cristiano para Daniele.

— Esse aí é um dos donos da empresa. O pai dele era o presidente da empresa, mas faleceu há um tempo atrás. Desde então o filho, que antes não fazia nada, resolveu trabalhar.

— Eu pensei que ele fosse...

— O Sérgio Marrone?

— Eu ia dizer modelo, mas pode ser, o rosto dele não me é estranho. Parece que já o vi antes!

— Todo mundo se confunde. Ele é a cara dele mesmo. Mas, na verdade, ele se chama Toni Bayer, o maior pegador daqui!

— Pegador?

— É, Dom Juan, mulherengo! Mas ele é tudo de bom, não é mesmo? — Disse ela, se abanando.

— Você é quem está dizendo! — Disse ele, sorrindo do jeito da moça. — E ele é o presidente da empresa agora?

— Não, não! É a dona Marina. Ele é o editor chefe da Prime e diretor da empresa, mas acaba fazendo de tudo. Aqui todo mundo se envolve um pouco em tudo. Essa agência é uma loucura!

— Imagino! E você também desempenha outras funções de vez em quando?

— Que nada! Eu só fico aqui nessa recepção, mofando!

— Com esse rosto tão bonito me admira não terem te solicitado para umas fotos!

— Nossa! Isso foi uma cantada?

— Não, apenas um elogio.

— Nesse caso, muito obrigada! — Agradeceu a moça, toda satisfeita. — Ah, você pode subir e esperar lá em cima. A secretária da dona Marina se chama Cassandra. É uma baixinha de bigode, com um cabelo mal pintado, metade preto, metade loiro, laranja, sei lá. É a mais feia de lá. — Disse ela sorrindo.

— Tá certo! — Disse ele, rindo e meneando a cabeça.

“Nossa, que gatinho!”— pensou Daniele, enquanto Cristiano se afastava — “Parece bem novinho, mas é tão bonitinho! Boquinha carnudinha, olhos grandes, um charme esses óculos! Meu número!”.

O primeiro piso era onde ficava todo trabalho de impressão. O segundo, era alocado para arquivos, departamento pessoal e outras burocracias. As dependências mais interessantes da empresa estavam a partir do terceiro andar.

Cristiano dirigiu-se à Cassandra, quem ele teve facilidade em encontrar pela descrição da Daniele, e esta o avisou que a Marina já estava a caminho.

— Você trouxe seu currículo? — Perguntou a secretária.

— Sim, aqui está — Respondeu, tirando o documento da pasta que trazia consigo.

— Ok... É só aguardar.

Ele já estava esperando havia quase três horas, mas estava sendo muito bom estudar o ambiente, as pessoas, aquele mundo diferente. Todos muito agitados e falantes. Telefones tocando o tempo todo.

Tentou se imaginar no meio daquela bagunça. Nesse instante entrou uma mulher loira, de cabelos até os ombros, aparentando uns quarenta anos, com roupa de executiva, muito simpática, com uma bolsa enorme. Era a Marina.

— Bom dia pra todos! — Cumprimentou aos que estavam em volta, enquanto se dirigia à presidência. — Cassandra, vem até minha sala, por favor!

Cassandra passou a agenda de compromissos para Marina, que mandou que cancelasse alguns.

— Mais alguma coisa, Cassandra?

— Sim, dona Marina, tem um rapazinho aí fora que veio pra uma entrevista. O nome dele é Cristiano Bertti, um fotógrafo. Aqui está o currículo dele. Eu o mando entrar?

— Fotógrafo... — Disse ela, passando os olhos no papel, pensando. — Manda sim!

Cassandra saiu e disse ao rapaz que podia entrar. Este entrou, e acomodou-se em uma das

cadeiras obedecendo ao sinal que ela fizera para que se sentasse. Esperou calado até que ela lhe dirigisse a palavra. Marina lia um papel e demorou um pouco para encará-lo.

— Olá, bom dia! — Disse ela, muito simpática.

— Bom dia! — Respondeu ele, meio tímido. — Cristiano, não é?

— Isso.

— Cristiano Bertti?

— Isso.

— Pensei que você fosse mais... Menos jovem!

— Ah...

— Tudo bem. Nome italiano, não é mesmo? Bertti...

— É... Meu bisavô veio da Itália...

— Gostei do seu nome. Diferente. Sonoro!

— Obrigado!

— O meu é Marina, eu sou a presidente da S&B. Na verdade não sou eu que faço as entrevistas de emprego, mas hoje eu tive que abrir uma exceção, porque o nosso encarregado está de licença.

— Eu fui informado.

— Você tem família aqui?

— Não, minha família é do sul. Eu tenho é... Duas irmãs e minha mãe. Meu pai já é falecido.

— Sinto muito!

— Faz muito tempo.

— Você não é casado...Pelo que está aqui. Tem filhos?

— Filhos? — Perguntou ele, surpreso. — Não... não sou pai...

— Claro, você é muito novinho, né? — Deduziu ela, sorrindo.

Ele também riu meio sem graça. Cristiano era meio travado e falava um pouco para dentro.

— Não liga não, é só pra descontrair e tirar o seu nervosismo — Avisou ela.

— Tudo bem, mas já sou maior de idade!

— Eu sei...Então você é fotógrafo,— Continuou ela —, fez alguns cursos bons pelo que estou vendo aqui. E experiência, você tem alguma?

— Bem, eu trouxe algumas fotos que venho tirando já há algum tempo, mas eu nunca trabalhei profissionalmente não.

— Deixe-me ver!

Marina analisou o material e pareceu gostar do que viu.

— Hum... Muito bom! Você gosta de fotografar detalhes, né?

— É, eu acho uma verdadeira arte. É a beleza das coisas simples. É preciso de uma certa sensibilidade pra descobrir onde ela está.

— Muito bom! Gostei disso!

— Obrigado!

Marina concentrou-se um pouco analisando as

fotografias e finalmente falou:

— Bem, é dessa sensibilidade que nós estamos

precisando aqui. Eu não vejo por que não te contratar. O mercado está se expandindo, estamos precisando de novos profissionais do ramo e já que você foi tão bem recomendado...

Cristiano estava com brilho nos olhos.

— Mas eu tenho que confessar que nós temos currículos melhores que o seu!

O rapaz suspirou desanimado, mas com semblante de resignação demonstrava que a resposta era o que ele já esperava.

Então se levantou dizendo:

— Tudo bem, eu entendo.

— Espera! — Bradou Marina, fazendo-o sentar-se novamente. — Eu não disse não, ainda!

— Não?

— Eu gostei de você! Pra que eu te contrate, só vai depender de uma coisa: Quero que responda a uma pergunta apenas. Se eu gostar da resposta, eu contrato você, certo?

Cristiano, ansioso, balançou a cabeça afirmativamente.

— Então tá... Que você gosta de fotografar, já deu pra

perceber. A pergunta é muito simples: Por que você gosta de fotografar?

Ele mordeu o lábio inferior e com olhos semicerrados parecia procurar a resposta em sua mente. Demorou uns segundos até que disse:

—Bem, eu poderia responder várias coisas. Talvez dizer o que imagino que a senhora queira ouvir. Se estivesse diante de um sociólogo, diria que é porque gosto de ver o mundo do meu ponto de vista. Diante do pessimista, pra provar que há muita coisa bela ainda no mundo e diante do otimista, pra provar que há muito a fazer e que o mundo não é perfeito. Pros meus pais, porque quero que tenham orgulho do meu talento. Pra vocês aqui, eu poderia dizer que gosto de fotografar, porque uma imagem diz mais que palavras e as duas juntas dizem tudo, mas... Na verdade o que eu diria pra mim mesmo é — ele

finalmente a encarou — Bem… Se eu pudesse parar o tempo como nas fotografias, talvez não precisasse tirá-las..., mas como o tempo passa e eu não tenho esse poder, prefiro registrar os momentos que julgo os mais importantes antes que o tempo me faça esquecer... É, é isso! Tento eternizar o que mais gosto da vida!

Marina o olhou com admiração e depois de um breve suspense disse:

— O emprego é seu!

— Sério?— perguntou, incrédulo.

— Posso colocá-lo na equipe do Solano Rey, que é o nosso fotógrafo principal. Ele ficou no lugar do Ciro quando ele foi pra Europa. Você não vai vê-lo muito por aqui, porque ele viaja muito e é exclusivo da Prime, mas tem uma equipe maravilhosa! Ele é maravilhoso! Como pessoa, como profissional! Você vai gostar dele e com certeza, o mais importante, tem muito a ensinar com sua experiência. Bem... É isso aí. Pode começar amanhã mesmo se quiser.

— Sério?

— Claro, só vou pedir a Cassandra pra te mostrar as dependências da empresa e como as coisas funcionam...OK?

— Nossa! — Expressou ele, meio incrédulo.

— O trabalho aqui é meio complicado. São fotos para catálogos, revistas, comerciais, fotos que de cem se escolhe apenas uma! Também tem muitas festas, requisições de celebridades diversas e tantas outras coisas... Os nossos fotógrafos têm que sempre estar a postos, porque: Bobeou, a imagem passou! E, hoje em dia, imagem é tudo! No início você vai ficar meio perdido, mas com o tempo você vai se adaptar, certo? Eu quero que você conheça a equipe do Solano, o Toni, nosso diretor, também jornalista, aliás, nosso tudo! Porque ele conhece essa empresa melhor que eu e com certeza vai poder te ajudar muito também. Pode ir com a Cassandra — E dirigindo-se à secretária — Cassandra, mostra a empresa e o pessoal do Lano pra ele, e leve-o pra conhecer a Alice e o Toni também.

— Sim, senhora!

—Muito obrigado! Prometo fazer o melhor! — Disse ele, ao retirar-se.

Cassandra lhe mostrou toda empresa e o explicou quase tudo. Apresentou-lhe outros funcionários e até alguns clientes. Cristiano estava radiante, finalmente um emprego, uma porta aberta, uma nova vida.

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Capítulo 2

Tudo começou bem. Apesar de ainda não estar

fotografando pra valer como queria, Cristiano estava adorando trabalhar na parte gráfica, nas edições e retoques das fotos. Às vezes, era solicitado para

fotografar, em estúdio, fotos de modelos para catálogos, mas ainda não tinha liberdade para fazer algo que expressasse sua arte. Porém ele nunca deixava

escapar uma oportunidade de fotografar algo interessante para publicação em jornal ou aparição em algum furo de reportagem.

Cristiano era muito dedicado ao trabalho e procurava sempre se aperfeiçoar. Com poucos dias na agência já conhecia todo mundo e se dava bem com todos. Mas o que mais chamava atenção era que, apesar de uma aparência tímida, ele se dava muito bem com as mulheres. As garotas, e também as senhoras, se derretiam por ele. Mesmo sendo muito jovem, com feições de um adolescente, parecia entender a alma feminina como ninguém. Estava sempre

dizendo o que elas queriam ouvir, aconselhando, elogiando ou até mesmo dando alguns toques. Não demorou pra se tornar o “queridinho” de todos,

principalmente da Marina. Ele também tinha um leve jeito afeminado, porém suportável para um profissional de sua área. Talvez por isso, as modelos

adoravam o seu trabalho. Ele estava muito satisfeito com seu pequeno sucesso. Conheceu muita gente famosa. Colheu muitos elogios. E assim seguia firme em seus propósitos.

Apesar de se tornar bem popular e se dar bem com os outros, Cris, como o chamavam, aparentava uma tristeza sutil. Quase não sorria, era fechado e sério. Motivo pelo qual as pessoas o levavam a sério.

Certo dia duas modelos da agência o solicitaram para que falasse com Bruna, uma das modelos mais promissoras da empresa. Esta estava chorando copiosamente no camarim. Ele prontamente atendeu.

_ O que houve, princesa?_ perguntou carinhosamente.

_ Ai, Cris! _ disse ela estendendo os braços para que ele a abraçasse._ não sei o que fazer! Me ajuda!

_ Se eu puder, com certeza eu vou te ajudar!_ disse puxando uma cadeira pra sentar-se perto dela._ É só você me dizer o que está acontecendo.

Bruna engoliu o choro e começou:

_ Eu descobri que estou grávida!

_ Grávida? Mas você é tão novinha ainda!

_ Eu sei... Foi um descuido!

_ E qual é o motivo do seu choro? Está com medo? Você não quer a criança? Seu namorado não te apoia?

_ Não, o Rodrigo ainda não sabe!

_ Você tem que contar pra ele!

_ Eu sei, é que ainda não tive coragem...

Bruna olhou para as garotas que estavam em volta e disse:

_ Eu estou pensando em tirar.

_ Tirar...

_ Tirar o bebê!

_ O quê?_ indignou-se Cristiano_ você não vai fazer isso!

_ Mas Cris...

_ Você teria coragem? Aborto é crime, Bruninha!

_ A gente disse isso a ela_ confirmou Alice.

_ Mas e a minha carreira? Eu não posso ter um filho agora.

_ Pensasse nisso antes, gatinha! Agora sua carreira vai pra segundo, ou melhor, terceiro plano. Em primeiro está seu filho, segundo sua saúde.

_ Eu lutei tanto pra chegar onde eu estou... E agora jogar tudo pelo ralo!_ Lamentou-se Bruna.

_ Quem disse isso? Você só vai adiar um pouco, mas depois...

_ Depois, vou ser uma modelo cheia de celulite e estrias.

Cristiano e as meninas até acharam graça da moça.

_ Se você se cuidar, vai ficar ainda mais linda_ disse ele enxugando as lágrimas da moça.

_Será?

_ Claro, a primeira coisa que você tem que fazer é buscar ajuda profissional. Um bom obstetra pra cuidar da saúde do seu bebê e da sua, um bom nutricionista pra que você tenha uma dieta saudável e não

engorde muito. Você também tem fazer caminhada, hidroginástica, sem pegar muito pesado, tomar bastante líquido, água de coco pra evitar inchaços, dormir bem, ocupar sua mente com coisas boas, cuidar da pele...Tem uns produtos no mercado que são maravilhosos! Gravidez é uma benção, princesa!

_ Ai, parece ser tão simples quando você fala!

_ Mas é simples. Quando você começar a sentir essa criaturinha dentro de você, quando ela der os primeiros sinais de vida, você vai se arrepender tanto em ter pensado em ABORTO!_ disse ele

acariciando a pequena barriga da moça_ Um filho... Excede a tantas coisas dessa vida, Bruna!

Cris estava emocionado e continuou:

_ Quando você estiver com ele em seus braços

pra amamenta-lo, você vai entender que só ele é importante, nada mais importa. É uma emoção tão intensa, tão inesquecível, tão indescritível que só quando você vivê-la vai entender!

Bruna e as meninas estavam admiradas.

_ Nossa Cris, você fala de um jeito!_ comentou Martinha.

_ Parece até uma mãe falando!_ completou Alice.

_ É que eu já passei por isso!

_ Como assim?_ perguntou Bruna, confusa.

_ Na minha família... Minha irmã engravidou

aos dezesseis anos. Só que com ela foi pior. Foi vítima de estupro.

_ Nossa, que barra!_ admirou Martinha.

_ Pois é... Cristina ficou desesperada.

Aborto foi a primeira coisa que passou pela cabeça dela, mas hoje ela vive pra essa filha, era uma menina.

_ Mesmo?_ perguntou Bruna mais tranquila.

_ É... Por isso eu estou dizendo, sua vida

vai mudar sim, mas com certeza pra melhor_ disse beijando as mãos da garota.

_ Talvez você tenha razão!

_ Claro que tenho!

_ Eu vou falar com o Rodrigo. Só não faço ideia de qual será sua reação.

_Ele vai reagir bem e te apoiar, se ele te ama. E eu mesmo quero tirar suas fotos de grávida, ok?

_ Com certeza! _respondeu ela sorrindo enxugando alguns resquícios de lágrimas.

_ É assim que eu gosto, sorrindo! Mas agora eu tenho que ir. Se cuida, hein!

Dizendo isso, se despediu das meninas, Bruna o agradeceu pelos conselhos, se mostrou aliviada e contente.

De tal modo Cristiano conquistava a todos. Só que essa popularidade estava incomodando certa pessoa: Toni Bayer. Desde o primeiro momento em que foram apresentados ele não se simpatizou com o rapaz. E a situação se agravou quando Cristiano começou a sair com Lorena Sampaio sua ex, filha da Marina.

Lorena era uma moça muito bonita, esbelta, de pele clara, cabelos loiros compridos e olhos castanhos. Dividia seu tempo entre o trabalho na empresa e sua faculdade de Comunicação. Ela se interessou

por Cristiano e este achou que seria saudável um namoro com ela. Mas Toni achava que ele estava querendo dar uma espécie de golpe.

Na empresa, todos notaram que Toni se sentia

incomodado com a presença de Cristiano. Antes ele era o galã do pedaço, agora tinha que dividir o terreno com um rival um tanto não convencional, pois se

Toni era um homem ideal na estética e charme, Cristiano o era em encanto e sentimento.

Na verdade Toni não era apaixonado por Lorena, mas já tinha dado como certo e conveniente o casamento com ela por conta da sociedade entre as duas famílias. O fotógrafo estava atrapalhando seus planos. Mas ele ainda não tinha se manifestado, nem

comentado nada com ninguém a respeito, a não ser com o próprio Cristiano num dia quando ele foi lhe entregar umas fotos. Ele recebeu as fotos analisou e

depois ficou encarando o rapaz por um instante repetindo:

_ Cristiano Bertti! Cristiano Bertti!

_ É, esse é o meu nome!

_ Você não me engana, sabia?_ falou ele sem mais nem menos.

_ Do que está falando?_ perguntou meio confuso.

_ Eu só estou te observando, desde que você

chegou aqui meses atrás! Chegou como quem não quer nada e já está de namoro com a filha da dona da empresa!

_ É, a gente tá namorando sim.

_ Pois então aproveita enquanto você pode,

porque esse namoro não vai durar muito tempo não.

_ Posso saber por quê?

_ Porque eu vou me casar com a Lorena!

_ Nossa, e ela sabe disso?_ perguntou

Cristiano em tom de deboche.

_ Eu não te dei liberdade pra falar comigo nesse tom, rapazinho!

_ Que tom? Eu só fiz uma simples pergunta!

_ Você sabe que só tem a perder me tendo como inimigo, não sabe?

_ Inimigo? Eu não sou inimigo de ninguém não, eu apenas sou um trabalhador tentando fazer o melhor que posso. E não tenho culpa se o senhor não teve competência pra conquistar o coração da Lorena, enquanto eu nem precisei me esforçar...

_ Ela só caiu na sua conversa, porque não te conhece direito. O que não é o meu caso.

_ Talvez seja esse o problema. Ela te conhece bem demais!

_ Escuta aqui, ô, seu p... Pré-adolescente! Você tem noção de com quem está falando? Sabia que basta uma palavra minha pra você ir pro olho da rua?

_ Faça isso se quiser, mas eu não vou me submeter a nenhum tipo de assédio moral ou a situações humilhantes e constrangedoras feitas por quem quer que seja. O que é característico de pessoas autoritárias, mas não possuem um pingo de autoridade. Conheço meus direitos.

Toni ficou surpreso com a ousadia do rapaz:

_ Eu tenho que admitir: Você tem muita coragem! Eu só quero que saiba que, tendo ou não, eu sou a autoridade aqui e como eu disse antes, estou de olho em você! Agora saia daqui!

Cristiano não contava com isso. Não era nada bom ter um inimigo a altura de Toni Bayer. A corda sempre se arrebenta do lado mais fraco.

Capítulo 3

Passados alguns dias, Toni comentou com Marina suas desconfianças.

_ Mas afinal o que você tem contra esse rapaz?_ quis saber Marina.

_ Eu não sei... Eu acho ele muito estranho! Escorregadio. Parece estar fingindo ser alguém que não é!

_ E eu acho que você está exagerando! O Cristiano é um menino maravilhoso e talentoso! Estou até pensando em colocá-lo exclusivamente na Prime.

_ Na Prime?

_É, assim ele poderia trabalhar direto com o Solano e poderíamos explorar mais o seu potencial artístico, porque isso ele tem!

_ Cê tá de brincadeira, né?_ indignou-se Toni.

_ Claro que não! E você deveria ocupar seu tempo com o seu trabalho e não implicando com esse pobre rapaz que pra mim é quase uma criança.

Toni então concluiu que tinha que fazer alguma coisa pra impedir a ascensão do fotógrafo, e tinha que ser logo. Não suportava ver as meninas do escritório tecendo elogios ao “namorado “ da Lorena.

– O Cristiano é um anjo, não é?– era a voz de Luiza secretária de Toni que lhe dirigiu a palavra meio sem querer, olhando para um docinho que Cris tinha acabado de deixar em sua mesa.

– como é que é? Anjo?– Toni estava mesmo muito irritado– De onde tirou isso?

– Ah, é só uma maneira de falar!

– O Cristiano não é um anjo! Ele é apenas um fotógrafo muito folgado que está deixando a desejar no seu trabalho e pelo visto você também não está fazendo o seu trabalho direto! Onde estão documentos que eu preciso assinar?

– Tá, não precisa ficar tão irritado! E os documentos estão bem aí na sua frente, senhor!

Toni passou as mãos no rosto. Essa história com Cristiano estava o tirando do sério. Os embates entre eles passaram a ser constantes. Uma vez Toni estava discutindo feio com Lorena que dava pra ouvir os gritos de fora da sala, causando constrangimento em todos que ouviam. Ao sair, começou a repreender os curiosos. Todos o olhavam sem entender. Cristiano, que sempre estava no lugar errado e na hora errada, o encarava com medo, pois sabia que sempre sobrava pra ele.

_ Tá olhando o quê, hein? Seu mariquinha!_ bradou Toni indo pra cima do rapaz_ Tá conferindo o que você nunca vai ser, é?

Cris apenas engoliu em seco. Toni o olhou severamente.

_ Sai do meu caminho!_ Disse em tom compassado e ameaçador.

Cristiano abaixou a cabeça e foi para o lado ainda sentindo o olhar fulminante do chefe. As secretárias e quem mais estava por perto reprovaram a atitude de Toni, mas nada comentaram. Quando o clima ruim passou, Ângela veio ao encontro do garoto:

_ Você está bem, Cris?_ perguntou ela preocupada.

Ele respirou fundo e disse que sim com a cabeça.

_ Eu não consigo entender, porque o Toni tem tanta raiva de mim assim!_ inconformou-se.

_ Ciúmes, meu bem! Ciúmes! Você não está namorando a Lorena?_ disse Luíza.

_ Que nada! A Lorena e eu somos apenas amigos. Ele veio me questionar sobre isso e eu confirmei só pra deixar ele com raiva, mas a verdade é que todo mundo sabe que ela é muita areia pro meu caminhãozinho!_ revelou Cris.

_ Se eu fosse você, não ficava provocando o chefinho não. Quando ele cisma com um..._ avisou Ângela.

Toni estava mesmo cismado. Passou a seguir Cristiano. Alugou um carro diferente do seu para que ele não percebesse que estava sendo seguido por ele. Cristiano andava com a moto da empresa. E por vários dias Toni assim o fez. Sempre que podia saía pela cidade seguindo os passos do rapaz. Com isso acabou descobrindo o endereço dele. Nada de suspeito. Ele andava em muitos lugares, alguns até estranhos, mas sempre tirando fotos, principalmente de crianças. Foi algumas vezes ao correio. Usava muito o telefone público. Não tinha amigos. Quando não saía com a Lorena, sempre ia cedo pra casa. Toni apenas notou que por três vezes ele foi a uma certa clínica. Talvez para consultar-se. Mas ele não parecia doente. Se estivesse, era difícil saber com qual médico seria a consulta, pois havia muitos profissionais lá. Seria algum ente querido internado? Toni chegou a perguntar na recepção da clínica, mas não havia nenhum paciente com sobrenome Bertti.

Cristiano também ia a muitas escolas. Numa dessas, depois do rapaz sair, Toni aproximou-se de uma senhora que monitorava a saída das crianças. Devia tratar-se da coordenadora:

_ Com licença!

_ Pois não!

_ Bom dia!_ cumprimentou todo simpático._ Eu me mudei para o bairro há pouco tempo e estou procurando uma boa escola pra minha filha. Essa aqui foi a mais recomendada... Será que eu posso...

_ Conhecer as dependências? Claro!

_ Que bom! Só um a curiosidade: Esse rapazinho que saiu daqui parece que já o vi não me lembro onde... Quem é ele?

_ Ah, sim. É um fotógrafo. Ele veio oferecer seus serviços para eventos, festas de aniversários...

_ Hum... Devo tê-lo visto em uma dessas festinhas.

–Provavelmente.

_ Então quer dizer que posso conhecer a escola?

_ Agora mesmo, se quiser!

_ Infelizmente, agora eu não posso, mas eu venho com minha filha assim que puder. A opinião dela também é importante, né?

_ Com certeza.

_Obrigado pela atenção.

_ Disponha!

Toni voltou para o carro pensativo.

“Alguma coisa você esconde, Senhor Perfeitinho!”_ pensava ele, insistindo nessa ideia.

Passaram-se muitos dias. Toni então teve a ideia de invadir o apartamento de Cristiano. Ele só não sabia como. Foi então que, aproveitando um momento de distração do rapaz, conseguiu apanhar as chaves de seu apartamento que estavam enganchadas na sua mochila por um chaveiro. Prontamente ele disse ter que sair e foi direto fazer a cópia. Cristiano que estava ocupado com Alice, uma das funcionárias da edição de fotos, nada percebeu. Foi, voltou e devolveu a chave pro mesmo lugar sem ninguém notar.

Pronto, agora era só esperar uma oportunidade!

Os horários de Cristiano eram imprevisíveis, mas o próprio Toni se encarregou de mantê-lo ocupado naquela sexta-feira, marcando um compromisso que o manteria atarefado por toda tarde e também boa parte da noite. Ao final do expediente, como também se encontrava ocupado, Toni não perdeu tempo e seguiu para casa do suposto rival.

Lá chegando, não encontrou nenhuma dificuldade, apenas certificou se ninguém o estava vendo e entrou. Desligou o celular pra ninguém o incomodar. A casa estava uma bagunça. Era um conjugado com uma cozinha minúscula, um quarto que era quarto e sala ao mesmo tempo e um banheiro pequeno. Na cozinha havia uma bancada, uma geladeira pequena e um armário suspenso de três portas. Na sala- quarto havia um sofá de dois lugares, um pequeno rack com uma TV de 14 polegadas, um micro system e algumas coisinhas. Objetos para malhação feitos de material reciclado. Havia também uma mesinha de centro com algumas correspondências, uma cama de casal, um guarda- roupa não muito grande, um modelo antigo de penteadeira com um

espelho e gavetas. Na única janela, uma cortina verde que cobria toda a parede.

_ Como alguém vive num lugar assim?

Toni foi até o banheiro. No espelho deste havia um monte de frascos e comprimidos de nomes estranhos que ele não fez ideia do que se tratava. Vitaminas talvez. Mexeu em todas as gavetas e não viu nada de estranho. Revistas, livros e algumas fotos. As correspondências que estavam na mesinha eram contas e estavam umas em nome do proprietário do imóvel e outras endereçadas ao Cristiano, mas nada importante. Respostas de cursos e ofertas.

_ Nada!_ decepcionou-se Toni.

Porém ao abrir o guarda-roupa, Toni teve uma surpresa. Havia junto às roupas de Cristiano roupas femininas que com certeza não eram da Lorena.

_ Quer dizer que você não mora sozinho, hein?

Não tendo mais onde procurar, Toni sentou-se na poltrona por um instante e depois de pensar um pouco concluiu que aquilo não provava nada. Ele tinha ouvido falar que Cristiano tinha uma irmã e aquelas roupas bem poderiam ser dela. Foi então que ele prestando mais atenção nas correspondências que estavam sobre a mesa, percebeu que não eram em nome de Cristiano Bertti e sim de:

_ Cristia...Cristina, Cristina Bertti! _ confirmou_ Sim, é esse o nome da irmã dele. Mas... Será que...

Nesse exato momento começaram a destrancar a porta. Toni só teve tempo de correr e se esconder no canto escuro da cortina. Foi por pouco. Quem seria? Depois de ter se acalmado Toni conferiu. Era o Cristiano.

_ “Droga! Me ferrei!” _ Desesperou-se_ “Não era pra ele estar aqui!”.

Cristiano chegou largando suas coisas pela casa. Bebeu um copo d’água e jogou-se exausto sobre a cama e ficou assim por uns minutos.

_ “Iiih, meu Deus! Eu não posso passar a noite aqui!” _ reclamava Toni pra si mesmo.

O celular de Cristiano tocou. Era a Lorena. _

Fala princesa! _ Atendeu ele.

_ “Fala princesa!” _ repetiu Toni debochando baixinho.

_ Sim, eu iria trabalhar até mais tarde sim, mas o cliente ficou cansado e deixou o resto pra amanhã... O Toni queria tudo já pronto amanhã, mas você sabe, né? O cliente sempre tem razão... Não sei...

Imagino a reação dele. Alice tentou falar com ele, mas também não conseguiu... Eu tô tão cansado gatinha! Pizza? Seria bom, aqui em casa não tem nada mesmo... Tudo bem... Eu vou tomar um banho e me arrumar. Em meia hora eu te encontro, OK?...Beijo!

_ “meia hora! Eu não agüento tanto!” _ reclamou Toni escondido, imóvel e quase sem respirar _ “Se esse boiola entrar para o banheiro é minha chance de sair!”.

Toni começou a observar os movimentos de Cristiano pela fresta da cortina. Ele pegou um desses pesos para musculação e começou uma sequência de exercícios com um dos braços. Antes de trocar de braço, parou, como se sentisse a presença do estranho, mas logo voltou à sequência. Toni tentava não se mexer. Cristiano entrou no banheiro e saiu com uns remédios nas mãos. Dirigiu-se à cozinha e tomou alguns. Voltou e começou a despir-se para o banho.

_ “Eu não acredito que estou aqui vendo marmanjo tirar a roupa!” _ Pensou Toni.

Cristiano parou em frente ao espelho e começou a falar frases soltas, impostando a voz como se fizesse um exercício.

_ “Que maluco!”

O garoto continuou a tirar a roupa. Foi então que Toni percebeu que ele usava uma espécie de colete interno. O que seria aquilo? Teria ele algum problema na coluna ou era da polícia? Um espião! Foi quando ele se despiu totalmente e tudo se esclareceu. Como uma borboleta sai do casulo, a imagem de uma mulher se fez notar... Sim uma mulher, foi surgindo de sob aquelas roupas. Com um corpo definido e malhado, mas sem dúvidas, uma mulher.

_ “O que é isso? Uma garota? Eu não tô acreditando! Tô vendo, mas não acredito!”

Toni estava atônito, não sabia o que pensar. Estava surpreso, chocado e enojado. Como ele... Ela conseguia enganar a todos daquele jeito? Quer dizer, nem todos, porque ele cismou que tinha algo de errado com o “Perfeitinho”, e ele tinha razão. E agora? O que ele iria fazer com aquela informação? Tinha que pensar bem, sem se precipitar. Com certeza aquela era a tal Cristina.

_ “Agora eu fico aqui até por duas horas”.

Ele, ou melhor, ela tomou banho, ligou o som, cantarolava, dançava enquanto se arrumava e ele ficou ali assistindo tudo. Como ela se fantasiava de Cristiano. _ “A safada ainda é bonita!” _ admirou ele.

Depois que o “Cristiano” saiu, Toni pode respirar aliviado. Estava todo satisfeito, pois sua visita não poderia ter sido melhor.

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