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Me Morda E Me Føda

Capítulo 1

"...A Humanidade não pode ser tirada de uma pessoa por um simples trauma, mas por uma quantidade imensa deles.

Se o cérebro sofrer altas lesões ou mutações, o mesmo pode causar a pessoa delírios constantes e um comportamento agressivo, que pode levar até mesmo a pessoa a se tornar um assassino.

— Seungho! Por aqui!

— Espera! Sangwoo!! Meu tornozelo! Tá doendo!

— Vem aqui!

Depois de me pegar no colo, Sangwoo me levou de volta para o carro que havíamos usado para chegar ali, enquanto éramos perseguidos por eles, os mesmos corriam muito rápido. Sangwoo me colocou dentro do carro.

— Entra logo Sangwoo!

— Vou dar a volta– ....! —naquele momento, Sangwoo foi mordido na minha frente... Fiquei assustado, não queria perder aquele pirralho.

— Sangwoo!!

Se soubesse que as coisas acabariam assim, eu teria te tratado melhor.

"Decisão e o pirralho pervertido"

"Prazer"... Pra mim a vida se resume nisso. Fazer as coisas na vida que te trazem esse sentimento a tona são essências para uma vida feliz, essa é a minha concepção de modo de vida. Tudo o que eu faço e tudo o que sempre fiz foi para o meu próprio prazer e benefício.

Quando comecei a cursar a faculdade de medicina, fui muito elogiado, diziam que eu era uma boa pessoa por querer ajudar os doentes com a minha profissão, mas a princípio só quis ser médico por causa do salário, vim de uma família pobre, então dinheiro sempre foi uma das minhas prioridades também. Coisas como o dinheiro e coisas caras me dão prazer também, mas ainda tenho muito dinheiro pra guardar. Não é como se eu tivesse uma dívida, mas penso que quanto mais, melhor.

Ainda falando sobre o prazer, eu perdi a virgindade aos catorze anos, dormi com uma menina durante o passeio escolar, só pra parar de ouvir besteira dos meus colegas, que sempre me chamavam de "virjão", o que começou a incomodar.

Tenho vinte e oito anos e sou médico, um infectologista, nativo coreano, mas com descendência brasileira, meu pai é coreano e minha mãe veio do Brasil, meu nome é Kim Seungho, sou passivo. Sobre o prazer sexual, na minha concepção, não acho que exista algo melhor no sexo gay do que ser penetrado. Como já disse, eu fiz sexo com mulheres, mas nada se compara ao tamanho prazer que envolve o sexo gay. Estar conectado com outro homem, o apse do sexo em geral é gostoso e faz a minha vida ter um pouquinho mais de sentido. Mas tem gente que não vê da mesma forma que eu.

Não gosto de relacionamentos, não me dou muito bem com as pessoas a minha volta, por isso não sirvo pra esse tipo de relacionamento. Só durmo com caras dos quais eu tenho certeza de que vou enlouquecer sentando neles, chega a ser meio ridículo admitir isso, mas é a verdade. Diferente de muitas pessoas que são homossexuais, eu não nasci assim, nunca quando criança ou durante a adolescência eu senti interesse por homens, nem nunca fui afeminado ou tive interesse em assuntos femininos, ainda não tenho mesmo.

Quem me fez ser assim como eu sou agora, foi um colega de faculdade, eu culpo ele, um besta e intrometido colega de faculdade. Cursávamos infectologia juntos a um pouco mais de cinco anos atrás e desde o primeiro dia ele sempre tentava se aproximar de mim, a princípio quando fui deixando ele chegar mais perto, percebi que ele tinha outras intenções, mas continuei ao lado dele porque achava que o mesmo não tentaria nada por eu ser homem também.

Durante o segundo ano de faculdade eu costumava ir a casa dele e ele vinha na minha pra fazermos os trabalhos, foi numa dessas ocasiões que ele se declarou pra mim.

Em resposta eu disse que não era gay, mas como não tinha nada contra ele eu disse que queria continuar com a amizade. Então continuamos com nosso relacionamento.

Mas um dia enquanto eu estava na casa dele um pirralho entrou no quarto, um pirralho do colegial, devia ter uns quinze anos ainda. Ele abriu a porta com tudo enquanto estudávamos. Lembro daquele dia como se tivesse passando agora diante dos meus olhos...

— Irmão! Você viu o meu fone?... Quem é esse?

— Ah Seungho esse é meu irmão mais novo, se apresente lesado —ele foi até o pirralho e deu um tapa na cabeça dele.

— Eu?! Idiota!

— Vai logo.

O pirralho me cumprimentou com o maior desgosto e seguiu dizendo:

— Prazer em te conhecer... Meu nome é Yoon Sangwoo.

— Você tem quantos anos? Treze?

— ...! Vou fazer dezesseis esse ano!

— hahaha nem parece! Você é tão pequeno! Haha eu sou Seungho. Kim Seungho, prazer pirralho!

Eu tinha percebido, mas decidi ignorar, aquele idiota, teve uma ereção quando eu falei com ele. Uma família completamente perturbada a primeira vista, um pai gay que apoiava os filhos nas orientações sexuais que eles seguiam. Eu nunca tive isso, por essa razão achava estranho e gostava de me aproximar mais deles.

Tudo estava indo sobre controle até que um dia depois da aula, após três anos estudando juntos, quando estávamos estudando, ele me beijou. Rapidamente eu afastei ele, mas sem que percebesse eu dei a entender a ele que eu apenas estava envergonhado (o que eu estava também)

— Ei.... O que está fazendo.... Você–

— Seungho... —ele me deitou na cama e subiu em cima de mim— por favor... Não vou te machucar.

—...! Você realmente tá sério sobre isso?! É sou um homem também!

— Eu sei, e é por isso também que quero fazer com você... Eu te amo, Seungho... Então por favor... Me dê uma chance... Vou te fazer se sentir bem.

Não sei exatamente o que me fez aceitar aquelas palavras naquele dia, provavelmente foi o fato dele ter me dito que seria bom, ainda assim lembro claramente que não respondi nada a ele, só o deixei fazer o que queria. Mas é como dizem: "quem cala consente". O nome do homem que me convenceu a dar a minha virgindade an@l era...

— Saewoo! Espera...! Haah!

— Relaxe mais Seungho...! Ngn... Você vai arrancar ele fora...

— Não... Ngn... Espera..! Por favor! Ah! Vai me rasgar...!

— Shhh se acalma Seungho... Olha pra mim...

— Ngn....! Dói....

— Você vai se sentir bem logo... Só respira fundo e se concentra em mim, não na dor.

Aquele canalha do Saewoo me abraçou como se estivesse arrependido, mas era óbvio que não estava, ele também estava se machucando com aquilo, até porque eu estava muito apertado, mas era um sentimento que ele sempre quis sentir comigo. Eu estava deitado, com as minhas panturrilhas em cima dos ombros dele, seu membro encaixado em mim me fazia arder todo lá embaixo, era bom e ruim ao mesmo tempo, com a dor, a sensação de prazer subia pela a minha coluna e me dava pontadas na barriga. Sentia meu estômago queimando e a sensação dele entrando e indo cada vez mais fundo percorria por todo o meu corpo.

O misto de emoções era tão grande que meu corpo não sabia o que fazer e minha mente estava em branco, o peso do quadril do Saewoo que ele jogava na minha pélvis era muito forte, o corpo dele era frio, mas tinha um contraste com o suor quente que escorria do corpo. Saewoo era bem grande e quente, ao mesmo tempo muito duro, podia sentir as veias do membro dele pulsando dentro de mim, eu estava tão confuso com as sensações que estava chorando.

— A-aaahh..! Sae... Woo...!

— Seungho... Eu te amo...!

— Seu arrombado, desgraçad- urgh!! Haah!... Minhas costas....!

— Desculpa, respira fundo, não se preocupa, vou te fazer se sentir bem.

— Essa... Não é a minha preocupação! Ngn...!!

Enquanto eu era fodido pelo Saewoo, não havia percebido que tínhamos esquecido a porta meio aberta, e quando virei meu rosto e olhei para brecha da porta, assim percebendo como ela estava, eu vi o pirralho do irmão dele, o Sangwoo nos olhando por ali. Vendo o irmão dele metendo em mim. Ele parecia espantado, mas não conseguia ver direito, com toda aquela situação minha visão ficou meio turva e não consegui organizar meus pensamentos, eu uso óculos também, então como eles estavam caídos acabou influenciando bastante no que eu podia ver.

— Espera... Por favor! Saewoo! Sinto minha barriga estranha! Haah!

— Só mais um pouco Seungho...ngn!

Saewoo começou a me masturbar enquanto continuava metendo bem forte, o pênïs dele aumentou dentro de mim e pude sentir ele latejando simultaneamente comigo, eu estava gozand@. Aquela foi a primeira vez que eu fiz sexo e ainda fui leitado.

Depois de toda aquela situação eu e o Saewoo começamos a namorar, meu pai descobriu e após me espancar ele me expulsou de casa, me deixando sem opções, eu tive que morar com o Saewoo e a família dele, foi enquanto eu morava lá que o irmão dele esperou ele ir trabalhar e veio até o quarto enquanto eu estava deitado e me beijou.

—...Seungho Hyung... Eu te amo....

E é lógico que eu estava acordado e presenciei tudo. Aquele pirralho ignorante estava apaixonado por mim. Alguns meses se passaram desde então e eu sempre estive com Saewoo, consequentemente o pirralho sempre estava junto, o que tornava cada vez mais óbvio que ele sentia alguma coisa.

Lembro de uma vez quando nós dois íamos até a faculdade e o Saewoo esqueceu de comprar algo que usaríamos na aula, fiquei esperando na porta de casa enquanto ele foi comprar. Sangwoo chegou em casa na hora, ele tinha acabado de voltar da escola, ele já estava no último ano.

— Ah, eai pirralho.

— Boa tarde Seungho Hyung. —(Honorífico coreano para se referir a alguém mais velho, normalmente homens usam para se referir a outros homens, próximos como amigos)

Um silêncio constrangedor tomou conta daquela atmosfera que ficou muito tensa. Sangwoo achou que eu não reparei.

— Bom Hyung eu vou pro meu quarto.

— Espera. Você achou que eu não ia reparar?

— Do que tá falando Hyung?

— Você achou que eu não ia perceber que você fica duro toda vez que me vê? Sangwoo?

— ....?! Como você?!–

— Como eu sei? Bom digamos que você e seu irmão são bem grandes aqui embaixo. — a 'coisa' dele estava quase rasgando a calça de tão excitado.

— ...?! Não sei do que você tá falando Hyung!

— Que mentiroso nato você é Sangwoo... você pode até dizer que isso que está marcando sua calça não é por minha culpa, mas e aquele dia que você me espiou fudendø com o seu irmão?

Ele hesitou e ficou envergonhado, dava pra ver claramente na pele clara dele que o Sangwoo estava corado. Ele tentou desviar a resposta.

— Hyung! Vocês deixaram a porta escancarada! E você estava gemendo muito alto! Foi impossível não ver ou ouvir!

—...Okay, mas e aquele dia que você me beijou enquanto eu dormia? Ou melhor, quando eu fingia que dormia.

— Você...! Tava acordado?!...

— Fala sério moleque, o que você quer de mim? Por que fica excitado sempre que me vê? Por que me espiou transando com seu irmão? E por que me beijou enquanto eu dormia? Sabia que isso é assédio? Você pode ser preso.

— Eu... Eu te amo....

—...Por isso fez aquilo tudo?

— ...Uhum...

— Hahaha que honesto! hahaha você é pervertido pra cäralho! Hahaha!

— Não ria Hyung! Eu tô falando sério!

— Eu sei é que você é tão talarico! Hahaha! Se declarando pro namorado do seu irmão! Hahaha

—...Por que você tá rindo Hyung?...

— Gostei de você Sangwoo! Hahaha cheio de atitude!

Foi a única coisa que pensei em fazer, rir. Uma 'criança' apaixonada pelo cara que seu irmão tr@nsa. Um completo talarico."

...continua

Capítulo 2

Gangnam, Coreia do Sul, Faculdade de Medicina Pilwon, área de infectologia. 16:06

Seungho:

Minha vida tem sido um tanto monótona nós últimos dois anos, há dois anos atrás aconteceu um acidente de moto, Sangwoo estava pilotando e Saewoo estava atrás, sentado com ele. Sangwoo perdeu o controle e bateu. Em consequência disso ele tem uma difusão no braço, que sempre dói, e não tem como curar. Já o Saewoo... Ele bateu a cabeça muito forte na colisão, está em coma desde então.

Ouvi de vários médicos que o melhor para o Saewoo seria se eles o deixassem morrer, até porque ele também sofreu altas pancadas na cabeça, o cérebro dele não é mais o mesmo. O que pode fazer ele não conseguir fazer algumas coisas básicas que ele sabia fazer antes do acidente, tais como andar ou falar.

Como meu namorado está consideravelmente morto, e tínhamos brigado uma noite antes daquilo eu tenho vivido a minha vida, tenho pegado e dormido com uns caras que encontro por aí em bares e boates, embora a vida como médico seja bem desgastante. A propósito eu trabalho na faculdade que eu lecionei com o Saewoo quando mais novo. Só tenho que ficar num laboratório sozinho fazendo as pesquisas. E sobre o Sangwoo.... O meu celular começou a tocar, "falando no diabo".

— Seungho Hyun, como você está? Já almoçou?

— Eai pirralho, ainda não. Terminou o serviço?

— Vou ser liberado daqui a pouco, aí posso te buscar pra jantarmos?

— Vou precisar ficar até mais tarde, vá comer alguma coisa sozinho, eu me viro com isso depois.

— Até mais tarde? Que horas você volta pra casa?

— Umas quatro horas da manhã.

— ...Vou ficar com você.

*"*Desgraçado desligou na minha cara! Aff, com certeza ele vai vir aqui, mesmo que eu diga que não.... argh.... Sangwoo tem que superar, já faz mais de cinco anos que eu rejeitei ele... Mas ainda assim... acho que ele quer tentar se chegar agora que Saewoo tá no hospital...."

Gangnam, Coreia do Sul, Faculdade de Medicina Pilwon área de infectologia, 22:56:

Quando era quase onde da noite, Sangwoo chegou no faculdade, eu estava sozinho naquele setor, a minha sala era bem grande, tinha várias prateleiras cheias de frascos, uma geladeira enorme cheia de remédios e elementos químicos variados, tinha um pedaço na sala onde tinha uma geladeira normal, onde eu deixava meu almoço e algumas coisinhas pra comer e tinha um sofá cama, mas eu não costumava abrir ele. Sangwoo entrou na sala.

— Seungho Hyung! Tem algum tempo?

— Não fode pirralho, vai embora. —ele sempre vem atrás de mim no trabalho, o que irrita pra cäralho.

— Mas Hyung você disse que ia jantar em casa ontem a noite, pra onde você foi?

— E te interessa pirralho? Vai embora, volte quando crescer.

— Poxa Hyung, você tem que parar de transar com qualquer um... E se você pegar alguma doença?!

— Você quer discutir sobre doenças sexualmente transmissíveis com um infectologista? Pode parar por aí, eu já sei que você tá falando tudo isso pra que eu me convensa, 'ah Sangwoo, não aguento mais transar com esses caras de membros de gravetos, me deixe usar sua tora...!' É isso que você quer que eu diga? Pode esquecer.

— É assim que você me imagina Hyung...?

"Tão irritante, não o culpo se eu sou um tremendo gostoso, mas isso tá começando a ficar ridículo, ele ainda é muito mais novo do que eu também, essa porra toda me irrita pra cäralho...!"

Sangwoo começou a trabalhar como policial tem um ano, e pagou pra não ir para o exército, "presunçoso arrogante, se eu tivesse dinheiro na época também não teria ido para o exército... Fiquei três anos naquela praga, foi um sufoco fazer a faculdade enquanto isso..."

— E sobre aqueles casos de agressões Sangwoo? Já conseguiram resolver?

— Na verdade não, o chefe mandou um relatório pra Seul, mas pó visto eles estão tentando encobrir alguma coisa...

— Aproveita então pra não se meter muito nisso, vai acabar se fudendo por se meter aonde não é chamado.

— Mas foi você quem perguntou. . .

Sangwoo:

"O Hyung é tão difícil de lidar... E ele me trata como se eu não soubesse de nada... Seungho Hyung ainda pensa que eu sou uma criança, ele não me vê como um homem".

— Ah! Perecem quadros da infecção pela raiva em humanos!

— Raiva? Sério isso?

— Sim, mas parece mais a raiva quando ainda está nos cachorros sabe? Quando eles ficam violentos e tudo mais? E aparentemente os infectados atacam as pessoas, qualquer uma que vêem pela frente. Um homem esses dias mordeu três civis, dois homens e uma criança.

— Que horror...! E o infectado?

— Também não sei, eles os escondem logo depois que são detidos... Não faço ideia do que acontece. É melhor tomar cuidado Hyung, se alguém contaminado for mandado pra cá esconda qualquer parte do corpo que possa ser alcançada com os dentes

— Uhm, obrigado pelo carinho e proteção Sangwoo.

Me sentei no sofá que tinha na sala dele, o Hyung e eu dividimos o apartamento desde o dia do acidente com o meu irmão, ele tem me ajudado com o braço também, Hyung parece uma pessoa seca e malvada, mas a verdade é que eles tem um coração lindo, mas tenta esconder. O orgulho dele é enorme, igual o ego dele. Me deitei alí mesmo e fiquei olhando ele mexendo nas coisas do trabalho, estava tão sonolento.

— Sai daí Sangwoo, não quero que babe no meu sofá.

— Eu não babo... Hyung, só vou cochilar um pouco... Peguei o turno de madrugada e isso me matou de verdade... Só me deixa dormir um pouco...

— Ei.

Hyung veio até mim e me deu um tapa na testa, segurei a mão dele e o beijei.

— Por favor... Hyung....

Seungho:

Ele pegou no sono agarrado na minha mão, me sentei ao lado do sofá, precisava descansar também, fiquei no turno noturno também. "Esse idiota, não me ouviu e ainda por cima dormiu sem me responder direito... Irritante... Sangwoo tem trabalhado muito, e já foi colocado num caso grande" Me ajeitei no chão e apoiei minha cabeça no sofá onde ele estava e acabei pegando no sono.

Acordei com um estrondo forte vindo da porta da sala, como a janela estava fechada e a porta era de ferro eu não podia ver o que era. Sangwoo também estava acordado e parecia ter ouvido o estrondo na porta, ele estava com a arma apontada para a mesma e parecia muito tenso.

— ...?! Sangwoo?...

— Espera Hyung... Fique aí onde está....

Escutamos batidas fortes na porta de novo e grunhidos, ou urros vindos do lado de fora, Sangwoo sacou a arma e se preparou. "P0rra! Ele não pode acabar atirando! E se for um paciente!!" Cheguei perto dele e agarrando na blusa dele eu cochichei:

— Idiota! E se for um paciente?! Abaixa essa porra!

— Se acalma Hyung.

— Você é o único que não tá calmo.

Fui até a porta e segurei na maçaneta, Sangwoo pegou no meu braço, mas eu me soltei. "Não é nada de mais... Não tem nada haver com essa tal 'raiva' que ele disse mais cedo..." Meu coração estava na boca e meu cü na mão, aquele idiota me fez ficar receoso pelo jeito que ele agiu, um pirralho alto e musculoso com medo de algo assim...."que se f0da!" Abri a porta rápido e tinha uma menininha na porta, ela estava chorando e com um machucado no braço, era uma das pacientes que foram fazer consulta na faculdade.

— ah... BokSoo! O que tá fazendo aqui?

— Não achei nenhum médico...! Achei que estava sozinha ...!

— Tá tudo bem agora... —Me abaixei e segurei o braço dela— O que aconteceu aqui?

— A enfermeira má me mordeu!

— ...! Mordeu?... Como ela era?

— bom... Era baixinha e tinha cabelo marrom e curto...

— Marrom e curto? Ah, a professora DaeHo! Não se preocupa BokSoo, vou cuidar desse machucado pra você, Sangwoo você pode–

Olhei pra trás e ele não estava lá, "esse idiota fazendo as coisas sozinho de novo...." Peguei a BokSoo no colo e fui carregando ela de volta para o quarto.

Sangwoo:

"DaeHo... Cabelos curtos e castanhos, baixinha... Se for comparar a altura com o Hyung ela não deve ser tão baixa assim, se bem que era na percepção de uma criança... Se essa tal enfermeira está contaminada ela não pode ficar zanzando pela faculdade assim... Será que eu fiz certo deixando o Hyung pra trás?!... Não, tá tudo bem, o Hyung sabe se defender, ele não é fraco... Eu agora preciso achar essa tal de 'DaeHo'..."

Gangnam, Coreia do Sul, Faculdade de Medicina Pilwon, área de infectologia. 03:57

Saquei a minha arma de novo e fui andando pelos corredores da faculdade, como era uma parte onde eles usavam para pesquisas e tratamento, parecia realmente um corredor de hospital... Largo, alto e escuro. "Está chegando a madrugada também, faz sentido estar escuro assim... Mas tem algo estranho... O Hyung disse que só estava ele no prédio... Será que ele se referia a profissionais?..."

Enquanto caminhava pela aquela extensão sem fim dos corredores escutei um barulho vindo de uma área na escadaria do prédio, fui cautelosamente olhar, se fosse alguém infectado com a raiva humana eu estaria fudido. Assim que cheguei na ponta da escada peguei o meu celular e iluminei para baixo. Tinha um corpo no fim da escada, coberto de sangue e todo torto, fui andar e pisei em algo, era um crachá, que levava o nome de 'DaeHo'.

O corpo foi levado naquela noite e a utopcia foi realizada no dia seguinte, ela morreu na queda depois de bater a cabeça com tudo na quina do degrau, onde o crânio dela foi afundado, causando um traumatismo,uma morte lenta e agonizante... O que era lógico pelo jeito que o corpo dela estava distribuído ali, ela se contorceu de dor antes de morrer.

— Ei Yoon, onde achou esse corpo mesmo?—esse é o babaca do Jooha, um colega de trabalho que sempre quer dar um jeito de me disse para o chefe. Sem contar que ele é homofóbico e sabe que eu e o Hyung somos gays.

— Fui até a faculdade Pilwon ontem, aproveitei pra averiguar o local e achei o corpo.

— E foi fazer o que na faculdade Pilwon?

— Comer a sua mãe.

— Ei, olha como fala comigo Yoon! Eu sou seu Sunbae! —outro Honorífico para se referir a pessoas mais velhas, nesse caso é quando não se tem muita intimidade.

Não tenho paciência pra esses cheliques do Jooha, sai dali e fui para a cafeteria, pedi um café duplo, não gostava de café antes, a culpa é do Hyun por eu tirar hoje em dia. Hyung... "Por que ele não consegue ver o lado ruim do meu irmão?... E ainda sempre baba o ovo dele... Mesmo que meu irmão não esteja fazendo nada... O que ele fez com o Hyung eu não posso perdoar..." Ontem o Hyung não foi pra casa também... E não me mandou mensagem a manhã toda... Espero que esteja tudo bem...

"'A enfermeira me mordeu'... Tem algo muito estranho em tudo isso... Vou ligar pro Hyung..." Teclei o número dele e começou a chamar.

— Fala rápido, tô ocupado.

— Ah, tá muito ocupado? —"Ele atendeu rápido... Me surpreendeu"

— Tô dirigindo.

— Entendi, vou falar rápido, preciso que você volte pra casa hoje.

— Uhm... Hoje não dá. Estou indo pra Seul.

— O que? De novo Hyung? Você foi essa semana!

— O que você é por acaso? Meu pai? Vou quando eu quiser.

— ....!

Enquanto Hyung reclamava comigo no telefone, na televisão da cafeteria passava uma reportagem, onde mostrava os repórteres gravando a estrada de um helicóptero, a estrada era a que levava até a divisão da cidade, uma das portas de Seul, o túnel. Uma multidão de infectados estava correndo pela estrada em direção ao túnel.

— Ei? Você tá me escutando Sangwoo?! Responde cäralho!

— Hyung? Aonde você tá agora....?

— Uh? Aff! Deixa eu ver... uhm... Chegando no túnel de Seul, falta uns cinquenta quilômetros mais ou menos... Por quê?

— Faz a volta Hyung.

— O que? Se você acha que vai me convencer a ir pra casa com essa merda de voz pode ir esquecendo.

— Hyung! Faz a p0rra da volta agora!

— ...?! O que você–... Ei... Que p0rra é aquela....?!

— O que você tá vendo Hyung?!

— Cala a boca agora, preciso me concentrar!

— Hyung...!

"Ele desligou!"

— Aahh!!

Um grito de pavor veio de trás de mim, quando olhei uma mulher caiu no chão e começou a ter convulsões, fui fazer os primeiros socorros nela quando de repente um homem entrou na cafeteria e mordeu outro, ele estava coberto de sangue e seus olhos estavam brancos, seus sentidos pareciam confusos, "não tenho dúvida, ele tá contaminado com a raiva!" Peguei a minha arma e apontei pra ele.

— Senhor! Não se mexa!

Em seguida o vidro da loja foi quebrado e mais dois infectados entraram, e o homem e a mulher que estavam no chão se levantaram, todos contaminados. Todos na cafeteria ficaram assustados e uma mulher acabou gritando, fazendo com que eles fossem pra cima dela, e começaram a mordê-la. Segurei o máximo de pessoas que pude e as empurrei para fora da loja.

— Todos fujam!! Procurem abrigo! Aqui não é mais seguro!!

Do lado de fora já estava infestado deles, o chão coberto de sangue e pessoas se contorcendo, outros no desespero tinham caído e batido a cabeça, acabaram morrendo. Peguei a minha arma e comecei a atirar nas pernas de todos que eu pude, "não posso gastar muita munição! Tenho que buscar o Hyung!" Peguei o meu carro e dirigi pra longe dali, "Por favor Hyung! Esteja bem!

... continua

Capítulo 3

Sangwoo:

Naquele dia, mesmo com todo aquele caos do lado de fora, eu consegui chegar em casa, com certeza acabei matando algumas pessoas no meio do caminho... Assim que cheguei em casa achava que encontraria o Hyung, mas ele não estava lá, nem chegou em casa naquele dia.

"Toda aquela situação parecia dos filmes de terror que o Hyung gostava de ver, espero que ele não se iluda com o que assistiu... Zumbis... chega a parecer uma piada, mas e se essa doença tiver um efeito parecido...?"

Depois de pesquisar sobre doenças assim, me deparei com um caso de um parasita, ele se conecta a um inseto, como por exemplo um Louva-a-Deus, o parasita mata o inseto e usa o corpo do hospedeiro como se fosse seu. Se essa doença tiver o mesmo efeito, então os contaminados não estão mais vivos. "Não gosto nem de pensar nessa possibilidade, se o Hyung foi contaminado... Argh... Preciso vê-lo...."

Ao ligar a televisão, a maior parte dos canais já não pegavam mais, o único que realmente funcionava bem era o de notícias urgentes, muitas áreas no país estão sem energia, internet e água, não vai demorar muito pra isso acontecer aqui na região.

Na primeira noite eu tentei me acalmar e dormir, tentei economizar o máximo que pude da água ao tomar banho, enchi todos os baldas e galões que tinha em casa, até mesmo enchi a banheira. Comi dois pães que estavam amanhecidos, pra não gastar o resto da comida... Eu não sabia quando não ia ter forças pra procurar o Seungho Hyung se ficasse sem dormir, mal consegui comer também.

"E bem que o Hyung tinha me mandado fazer compras... Não tem muita comida ou outros suprimentos... Não sei quanto tempo vou ter internet, já que a doença está se espalhando rápido, muitos serviços podem acabar mais rápido do que eu pensava. Seungho Hyung também não responde as minhas mensagens ou atende ligações... Ou aconteceu alguma coisa com o celular dele ou o sinal caiu naquela região... Não posso vacilar... Pensar que o pior aconteceu só vai me derrubar.

"O Hyung está vivo! Em uma semana, eu vou até Seul procurar o Hyung...! Enquanto isso, tenho que me preparar pra encontrá-lo."

— Me espere Seungho Hyung, vou deixar tudo pronto pra conseguir buscar você.

Naquela madrugada recebi uma mensagem sobre o Jooha Sunbae, era um recado do chefe. Como muitos policiais tinham sido infectados ou sumiram, alguns dos que sobraram foram selecionados para montar um grupo com as pessoas que encontrassem na lista, o meu primeiro era o Jooha. Confirmei minha atividade com o chefe, "agora além do Hyung eu preciso achar o Jooha Sunbae... Ele mora na zona sul... E o Hyun estava na direção de Seul... Não interessa quem eu tenha que achar, vou primeiro atrás do Hyung".

Assim que amanheceu eu olhei pela janela do nosso apartamento vi que já dentro do nosso complexo estava repleto deles. Moramos no décimo segundo andar, nossa sacada tem além da grade o vidro, pendurei algumas cortinas que tínhamos sobrando ali, não sabia se nossos vizinhos já estavam contaminados. Olhei no relógio e já eram por volta de umas cinco da manhã. Peguei a mochila que o Hyung usou no exército e a preparei "ela vai servir, já que é grande... preciso abastecer a casa antes de tudo", separei a minha arma e algumas armas brancas que tinham em casa e me equipei.

Fiquei na frente da porta de casa do lado de dentro, eu estava com medo, "...está tudo bem quieto desde que acordei, mas lá fora tem alguns perambulando... A lojinha fica do outro lado dos complexos... Meu carro tá na garagem do andar do subsolo... Preciso relaxar..." Não conseguia me acalmar, por mais que eu tentasse eu não podia. O tempo todo pensava em como eu poderia atravessar tudo aquilo de trajeto sem me contaminar, nem havia saído de casa e já estava enlouquecendo. Comecei a hiperventilar, "e se todo mundo lá fora já estiver infectado?... E se eu não conseguir chegar até a loja?... Se tiver muitos contaminados no prédio ou até no complexo? Estou fazendo isso pelo Hyung, mas e se ele já foi contaminado? Se ele morreu...?! O que eu vou fazer sem ele...?!!"

— Não... O que eu tô pensando....?... —Naquele momento eu havia delirado, pensando em como tudo aquilo seria inútil, se não tivesse o Hyung— Eu não sei se ele estava vivo.... Mas não vou descobrir se eu ficar parado!

Assim que abri a porta tinham dois na minha frente, o barulho fez eles me olharem, me assustei e corri pra dentro de casa, eles vieram atrás de mim, "P0rra....!! Que droga!!" Olhei para o canto da sala e estava o taco de baseball do Hyung, subi em cima dos móveis para me deslocar mais rápido, no momento em que segurei o taco, um deles segurou e puxou o meu pé, me virei rápido e bati na cabeça dele com tudo. A mesma afundou e a pancada o fez soltar a minha perna, o outro veio no meu encontro, se jogando em cima de mim, soltei toda a força que pude jogar no braço e o golpeei na cabeça, o olho dele voou pro outro canto do cômodo, se soltando do crânio esmagado dele.

Me levantei rápido e fui pra fora de casa, trancando a porta, pensei que tinha que ir rápido já que a adrenalina tinha me subido à cabeça, pensei que me livraria dos corpos depois, levei o taco comigo. Pelos corredores do meu andar não tinha mais nenhum zumbi, "não tem nem rastros de sangue, nessa direção, como eu imaginava, o surto deve ter começado no horário de pico, depois do trabalho, muitos dos meus vizinhos não conseguiram voltar pra casa pelo visto."

Cheguei no fim do corredor, onde ficavam o elevador e as escadas, "Numa situação de emergência, mesmo que o prédio ainda tenha energia seria imprudência minha descer por aqui... Vou ter que descer os doze lances de escada e em seguida ir até a garagem.... Eu consigo...!"

continua...

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