Helena estava tão focada em seus estudos que não viu a hora em que dois homens bem fortes e armados adentraram para dentro de sua casa. Assustada com o barulho que veio da cozinha, desce rapidamente do seu quarto e ao ver seu pai caído no chão começa a se desesperar:
Helena- Pai! O que está acontecendo aqui? Quem são vocês?
Um dos brutamontes olha pra ela ficando meio envergonhado e pergunta:
Segurança- Você é a Helena?
Helena- Você não respondeu a minha pergunta e porque você quer saber se eu sou Helena? -Fala enraivecida
Nesse momento um homem alto, com um terno preto de olhos instigantes e frios adentrou pela sala ao encontro daquela cena. Olhando dentro dos olhos de Helena, respirou profundamente e desviou seu olhar percorrendo por toda a extensão de seu rosto angelical, seus olhos negros e sua pele morena revelava uma feminilidade e ao mesmo tempo uma inocência que ele jamais tinha visto em uma mulher. No momento em que Helena se levanta apoiando seu pai numa cadeira, os olhos desse homem continuam a examinar meticulosamente cada pedacinho de seu corpo pequeno dentro daquele conjunto de roupas um tanto revelador. Pelo seu olhar dava pra perceber que estava deslumbrado, entrando em êxtase, e o seu amiguinho já estava muito excitado com apenas olhar para aquela donzela. Helena até aquele momento não tinha percebido que estava com seu babydol azul bebê de alcinha e com uma renda na volta da gola por cima dos seus seios durinhos. Seus cabelos longos e negros em um penteado simples, um coque no alto da cabeça com uma presilha de ursinho branco enfeitando, muito simples mas ao mesmo tempo deslumbrante. Então o clima entre eles é quebrado quando o homem ao sair do transe, diz:
Matteo- Olá, Helena! Eu sou Matteo de Angelis e a partir de hoje você será minha esposa!
Helena- O quê? Que brincadeira de mal gosto é essa? Por que machucaram meu pai?
Um dos seguranças retruca:
Segurança- Ninguém machucou seu pai senhorita.
Helena - Espere... por que eu seria sua esposa? Já namoramos, noivamos para eu já ser sua esposa? Porque não me lembro de namorar você.
Matteo sem desviar sua atenção daquele corpo esbelto, olha para seus seguranças que entendem o recado, que se viram em seguida esperando as ordens com a frente agora virada para a porta de saída da casa de Helena.
Matteo- A sua madrasta estava me devendo muito dinheiro e me deu você como pagamento...
... e antes mesmo de finalizar é interrompido pela Helena:
Helena- Como assim, me deu como pagamento? Papai!? Quem é essa mulher que se intitulou minha madrasta que até hoje o senhor não me trouxe para conhecê-la?
Voltando a normalidade depois do susto, seu pai fita seus olhos e começa a derramar lágrimas descontroladas. Inicialmente a entrada daqueles brutamontes em sua casa o assustou de tal maneira que acabou escorregando e caindo fazendo o barulho que Helena escutou do seu quarto. Ele pensava que seria alguém desses de submundo que invadem e sequestram as filhas de pessoas comuns para serem vendidas em boates, mas a realidade era diferente e ele não podia acreditar. Com o coração aflito ele diz a sua pequena:
Henrico- Filha, não posso acreditar que a Sofia faria isso! A gente estava se conhecendo a algum tempo, antes de você voltar, só achei que ainda não era tempo de te apresentar pra ela. Depois que você voltou e perdeu a memória...(suspira inconformado)Mas não acredito que ela vendeu você? Como assim?- E olhando para Matteo fala amargurado: - Não existe isso de vender pessoas e principalmente como você pôde pegar ela como parte de pagamento de dívidas de outra pessoa?
Matteo já estava furioso, e pelas fotos que ele recebeu do seu investigador vendo Helena pessoalmente era ainda mais linda e encantadora e não estava disposto a dar pra trás agora:
Matteo- Primeiro, vejo que tem muitas mulheres com quem sai... isso nem me importa, mas a vadia presunçosa se chama Luisa Mancini e...
Antes de Matteo terminar de falar o pai de Helena começa a passar mal... e grita raivoso...
Henrico- Como aquela louca me achou? Você poderia ter feito ela pagar, não minha filha... Ela não tem culpa, e não pode ser mercadoria de troca para pagar dívidas de quem ela nem conhece!
Matteo- Vou só deixar claro, se ela não vir por bem, poderá dar adeus a seu querido pai... pega sua arma apontando pra cabeça do Henrico. Não estou com muita paciência e nem com tempo pra continuar ouvindo baboseiras.
Helena- Não! Por favor! Não machuque o meu pai!
Helena fica na frente do seu pai como um escudo. Todo aquele tormento que pairava naquele ambiente, fez com que Helena em um instante pensasse em tomar a arma daquele louco e matá-lo ali mesmo, seu instinto levava ela crer que poderia fazer essa façanha, mas em sua mente a realidade logo a afeta, pensando consigo mesma que antes de ela conseguir pegar a arma seu pai provavelmente estaria morto já que aqueles brutamontes ainda estavam de tocaia. E esse homem a sua frente não estava para brincadeira! Ela não tinha escolha a não ser obedecer e ir com esse homem desconhecido para não ser o motivo de morte do seu querido pai.
Se por um lado ela não queria se tornar refém daquela situação que uma desconhecida estava fazendo ela passar, por outro lado ela não podia renunciar a seu pai, sua única família a qual ela precisava salvar. Porque ao olhar aquele homem ali destemido, com um ar arrogante pronto para ferir qualquer um, ela devia pensar na segurança de seu pai primeiro. Apesar de absurda, essa situação poderia mudar o rumo de sua vida. Talvez estivesse na hora de ela olhar com otimismo esse momento e bolar um plano para tentar escapar o mais rápido possível para longe desse homem. Ela precisava ser forte não só por ela, mas também pelo seu pai. Olhando fixamente para o rosto dele a ficha caiu e ela percebeu de quem se tratava. O herdeiro mais cobiçado de todo o país. Muitas mulheres se jogavam em sua frente só para serem vistas e ela já tinha presenciado uma cena bem humilhante de uma jovem com ele no hotel em que trabalha. Só que Helena não contava que Matteo era além de um herdeiro do maior conglomerado de hotéis e restaurantes que alegravam quase toda a população não só da sua cidade, com também se estendia por outras cidades e outros países, Matteo era o herdeiro tão esperado para assumir o posto do líder da máfia que controlava o contrabando de armas, pedras preciosas e objetos de arte. Helena o encarava e perguntava a si mesmo:
"Por que um cara rico, com o porte atlético de dar inveja e deixar impressões de pura cobiça por onde passa, um homem que sempre tinha muitas mulheres aos seus pés havia cravado a ideia de ter uma moça com descendência humilde para ser sua esposa, uma jovem sem muitos atrativos femininos como as mulheres com quem ele costumava ser fotografado?" Helena sai de seu pensamentos quando ele diz:
Matteo- Arrume seus documentos, sairemos amanhã cedo e eu ainda preciso resolver umas pendências antes de partirmos.
Helena- Se vai só amanhã, porque não posso ficar com meu pai hoje?
Matteo- E dar tempo para vocês te tentarem fugir? Não! Meus homens precisam vir comigo, não vou deixar eles aqui vigiando vocês. E acho melhor não retrucar mais.
Helena- Está bem. -Falou ela tristonha olhando para seu pai e tentando acalmá-lo.- Papai! Eu vou ficar bem e quero que fique também. Vamos pensar com otimismo.
Henrico- Filha... é difícil! Perdi sua mãe e você teve que ir ficar com seu tio avô durante tanto tempo e quando você volta nem tenho aproveitado o tempo que teve aqui... mas...
Helena o interrompe abraçando seu pai forte e carinhosamente tentando mostrar a ele que não importava a distância ela viria vê-lo sempre que pudesse até conseguir um jeito de anular esse matrimônio. Eles se separam e Helena sobe para seu quarto pra arrumar suas coisas. Matteo a segue e parando na porta diz:
Matteo- Não precisa de nada daqui, só seus documentos. Você terá que aprender sobre etiquetas e como se vestir para as festas em que iremos.
Helena olha nos olhos dele, pega seus documentos, mas não pronuncia uma só palavra. Passa por ele e começa a caminhar em direção aonde está seu pai chorando.
...CONTINUA...
Helena abraça novamente ao seu pai, rios de lágrimas escorrem dos olhos de ambos, mas era necessário partir. Helena precisava pensar em estratégias para poder sair das garras daquele homem, mas principalmente, manter seu pai seguro. Ao sair pela porta e adentrar aquele carro luxuoso Helena começa a relembrar de momentos tão aconchegantes que passou com seus pais naquela casa pintada de azul bebê que partir daquela forma estava destruindo seu coração. Sua casa tão simples mas com uma vibe tão acolhedora e a cor das paredes denotavam aconchego, a qual foi sugestão de sua mãe porque ela amava azul e esse gosto passou também para Helena. Suas roupas eram sempre em tons claros, onde a cor azul bebê sempre predominava. Após subir ao seu quarto para se trocar pegou um conjunto moletom da mesma cor que era seu pijama, na cor azul bebê.
Matteo ao seu lado olhava para ela com um um sorriso satisfeito enquanto ela ficava olhando a paisagem pela janela do carro tentando se conformar com aquela situação.
Dentro do carro estava um silêncio total. Helena chorava baixinho e volta e meia limpava as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Matteo retirou um lenço do seu paletó e entregou para a Helena.
Matteo- Pegue!
Helena- Por que tinha que ser eu?
Matteo- Porque você é perfeita!
Helena- Não somos perfeitos!
Matteo- Pra mim você é. Mas como quer uma resposta mais convincente... digamos que você é a pessoa que se encaixa em todos os requisitos para ser a esposa de um homem como eu.
Helena estava desacreditada daquela explicação um tanto quanto vazia. Suspirou profundamente e indagou:
Helena- E quais são esses requisitos? Você é um cara super rico que tem muitas mulheres ao seus pés, com certeza tem muitas que queira estar onde estou, mas você usou de chantagem para me obrigar a isso...
Matteo- Porque pesquisei sobre você...
Helena- Claro que mandou alguém me investigar. E o que acontece se em dado momento eu não suprir toda essa sua expectativa? Vai se desfazer de mim? Me mandar para algum prostíbulo?
Matteo- Jamais faria isso porque você é perfeita.
Helena não se contenta com a resposta e volta sua atenção para fora do carro e continuou a chorar. O carro era super confortável e Helena acabou adormecendo. Matteo ao vê-la dormindo encostada na porta do carro, puxou seu corpo para perto dele e a abraçou fazendo ela se aconchegar. Depois de uma hora e meia o carro adentrou na mansão que pertencia a família Angelis naquela cidade. Era uma mansão luxuosa que de vez em quando era usada para fazer festas de caridade e festas com a cúpula da máfia. Matteo geralmente ficava em hotéis por causa dos seus momentos de prazer que sempre tinha com mais de uma mulher envolvida em cada noitada, e não gostava de levar suas aventuras para sua casa.
Assim que o carro estacionou, Matteo pegou Helena no colo e levou ela até a suíte principal da mansão. Helena estava tão cansada que não viu nada por causa do sono profundo. Matteo colocou ela na cama e ficou um pouquinho admirando aquela garota linda na sua cama e seus pensamentos começaram a ficar mais selvagens a medida que fantasiava tomando aquele corpinho tão macio para si. Deu um suspiro profundo e foi em direção ao banheiro para tomar um banho e relaxar. Seus dias naquela cidade estavam sendo muito cansativos. Ele tinha muitas reuniões de suas empresas e ainda estava com um problema com um de seus compradores de pedras preciosas. Para ele vir até aquela cidade que estava emanando problemas até que foi bom, já que conseguiu uma jóia rara que ninguém mais teria, Helena, a sua doce e linda Helena, que dormia tranquilamente em sua cama.
Após sai do banho, Matteo foi para o escritório, pegou seu telefone e entrou em contato com seu braço direito e amigo Benito.
Matteo- E aí irmão! Como estão as coisas por aí?
Benito- Por aqui tudo vai bem. Mas me conta e a minha cunhadinha? Como ela está?
Matteo- Agora está dormindo como um anjo na minha cama, mas chorou bastante porque eu a obriguei vir.
Benito- Irmão, porque você não cortejou ela e pediu em casamento como eu te disse?
Matteo- Não estava com cabeça pra tanta demora e você sabe que o vovô está sempre no meu pé exigindo que me case logo.
Benito- O vovô é realmente impaciente, só porque ele se casou aos seus 18 anos ele não gostou de ver você curtindo um pouco mais sua juventude... kkkkk
Matteo- Irmão ele está exigindo um filho logo. Já que a Giulia só teve meninas ele está ansioso pra ter seu bisneto com o nome dele.. kkkkk
Benito- Mas e a Helena?
Matteo- Perfeita! Muito mais linda pessoalmente que nas fotos que Luigi trouxe.
Benito- Mas e a faculdade dela? Ela vai continuar?
Matteo- Claro que não, irmão! Na sala dela já tinha muitos idiotas que estavam só esperando pra tentar alguma coisa com ela. Acha mesmo que vou permitir isso? E além do mais não vamos morar aqui.
Benito- Pra ela vai ser difícil, irmão, ter que abrir mãos dos sonhos por causa de um casamento que ela nem quer.
Matteo- Mas vou fazer ela mudar de ideia. Isso eu garanto, sabe que comigo não tem essa ...
Benito- kkkkkk... sei... mas vou deixar você curtindo aí sua esposa enquanto que eu estou aqui com duas gatas. Até mais irmão!
Matteo- Até. Se cuida!
Benito- Vou me cuidar.
Após a conversa, Matteo abre seu computador e começa a trabalhar. São tantas as pendências que ele tem que por em ordem que ele passa a maior parte do tempo ali, revisando gráficos, e analisando as vendas e os lucros das suas empresas e dos seus negócios da máfia. De repente uma de suas funcionárias bate na porta.
Melainie- Senhor! Está aí?
Matteo- Sim. Pode entrar!
Melainie- Desculpa é que tem uma moça no seu quarto e está tendo pesadelos! Já tentei acordar...
Matteo sai em disparada para seu quarto e vê Helena gritando e esperneando na cama. Ele a chama:
Matteo- Helena! Acorde!
Matteo sacode Helena e quando ver que ela acordou a abraça bem forte e diz tentando acalmá-la:
Matteo- Já passou! Foi só um pesadelo.
Helena começou a chorar e abraçou ainda mais forte o corpo de Matteo buscando consolo.
Helena- Mas parecia tão real. Tinha um homem matando uma mulher... minha nossa!
Matteo- Como eu disse foi só um pesadelo.
Helena- E meu pai? Estou com um mal pressentimento! Não quero ficar aqui sem vê-lo.
Matteo- Se acalme! Amanhã seu pai estará em frente ao juiz celebrando conosco nosso casamento.
A ouvir a palavra casamento, Helena se separou do corpo do Matteo e diz angustiada:
Helena- Eu deveria estar em casa com ele agora, estudando pra meu teste da próxima semana.
Matteo- Esquece isso! Você não vai voltar para aquela faculdade. Você não precisa trabalhar, só cuidar de mim e de nossos filhos.
Helena- O quê? Não! Esse sempre foi meu sonho. Eu sempre quis ser uma pediatra e estudei bastante para poder ganhar uma bolsa. Não posso desistir, não mesmo!
Helena que estava tremendo de medo por causa do susto que sofreu com o pesadelo agora está tremendo de raiva porque não aceita essa de desistir dos seus sonhos por causa de homem.
Matteo- Amanhã você estará casada comigo e iremos pra minha mansão em Florença. Você terá muita coisa pra fazer e não vai ter tempo pra ir pra faculdade.
Helena- Maldito! Saia daqui!
Matteo- Esse é meu quarto.
Helena- Não importa! Saia! Eu quero ficar só.
Matteo desiste de continuar discutindo com Helena. Afinal ele foi quem trouxe ela para seu mundo e sabia de seus sonhos. Iria se afastar e dar tempo pra ela se acostumar com a ideia porque ele não iria deixar ela ir para faculdade nenhuma. E apesar de saber um pouco sobre seu passado que até ela mesmo não se lembra em partes, ele sabe que ela já sofreu muito e superou. Ela agora precisa superar também.
Helena por sua vez encosta sua cabeça na cabeceira da cama e não consegue controlar suas lágrimas. Cada coisa que Matteo fala pra ela deixa seu coração ainda mais machucado.
Helena- Mamãe! Queria tanto que estivesse aqui comigo! Porque me sinto tão só... o papai está lá em casa chorando também eu sei, mas é tão difícil viver sem você. Se estivesse aqui tenho certeza que você não deixaria eu estar com esse louco.
Matteo estava do lado de fora ouvindo o choro e as súplicas daquela doce órfã de mãe e por um instante passou a imaginar sua dor. A perda de sua mãe e agora a ausência do pai, decidiu então, que falaria com seu pai e levaria ele para ficarem juntos, assim ela se acostumaria mais rápido tendo alguém que desse apoio quando ele tivesse que viajar, já que pelas informações coletadas Helena era como uma órfã, sem a mãe e sem amigas.
Helena dormiu até tarde naquele dia. A cama macia e o quarto escuro colaboraram para um bom descanso já que nas últimas noites tinha passado muito tempo sem dormir direito por causa dos trabalhos da faculdade.
Helena se levantou e foi em direção ao banheiro, fez sua higiene matinal e desceu em direção à cozinha. A mesa ainda estava posta e uma funcionária aproximou dela e perguntou:
Melainie- Bom dia, senhorita! Dormiu bem?
Helena- Sim, obrigada! E o senhor?
Melainie- Que bom. A senhora chorou muito ontem, e dá ainda pra ver as consequências em seus olhos... desculpe. Então, o senhor saiu bem cedo para trabalhar e pediu para avisar que a senhora deve vestir um vestido que está na parte esquerda do closet que ele virá buscá-la para...
Helena- Meu martírio.
Melainie- O quê?
Helena- Nada... mas obrigada!
Melainie- A mesa ainda está posta, mas se a senhorita quiser algo a mais é só falar que providencio.
Helena- Obrigada! Mas acho que tem o suficiente na mesa.
Melainie- Bem, meu nome é Melainie e qualquer coisa é só chamar. Vou subir para organizar os quartos.
Helena- Sim. E eu sou Helena.
Melainie- Prazer senhorita Helena.
Helena- Prazer em conhecê-la Melainie.
Melainie sai em direção à escada para ir arrumar os quartos. Enquanto isso Helena senta em uma cadeira e pega um pãozinho para comer. Fica perdida em seus pensamentos e não percebe alguém se aproximando.
Helena- Paizinho, será que você conseguiu ir trabalhar hoje?
Helena volta a chorar pensando na sua atual situação. E uma voz grossa, por detrás dela a responde:
Vincenzo- Bom dia, senhorita!
Helena seca as lágrimas e responde de uma forma cortês:
Helena- Bom dia! Tudo bem?
Vincenzo- Na sua magnífica presença não tem como se estar mal.
Helena olha nos olhos daquele senhor e vê as feições do homem que a arrastou até ali e solta um sorriso meio tristonho.
Helena- Obrigada pelo elogio. Mas quem é o senhor, afinal?
Vincenzo- Isso não foi nada, apenas sou sincero. Vincenzo, sou o avô de Matteo. Então você é a noiva do meu neto? Confesso que fiquei espantado, mas muito feliz por saber que ele soube escolher bem minha neta.
Helena- Por que diz isso senhor?
Vincenzo- Sempre pedi pra ele se casar logo pra assumir os negócios da família já que seu pai anda um pouco doente e precisa de descanso...
Helena- E por que ele tem que se casar? Por que não só assume os negócios e...
Vincenzo- Ser casado é um dos requisitos pra assumir nossos negócios, precisa mostrar credibilidade e confiança.
Helena- Um casamento não é a base para um homem ou mulher ser confiante e capacitado para gerir uma empresa. Essas são características da própria pessoa em si.
Vincenzo- Você é sábia! E isso me deixa ainda mais realizado. Só que meu neto não vai só assumir as nossas empresas, ele vai assumir sua responsabilidade de herdeiro da máfia da nossa família.
Ao ouvir essas palavras Helena engasga com o suco que estava tomando. E olhando assustada para aquele senhor diz:
Helena- Se seu neto falou sobre mim, ele mencionou em algum momento que ele me obrigou a isso?
Vincenzo- Não existe outra mulher mais capaz do que você pra estar ao lado do meu neto. Ele sempre estava em companhia de todo tipo de mulher deplorável que só pensam em si mesma e em dinheiro. E se ele trouxe você pra cá, significa que você não aceitou dinheiro pra estar aqui. E isso me deixa feliz, com o tempo você vai se acostumar...
Helena responde já com lágrimas em seu olhos:
Helena- Acostumar ao quê, senhor? Fui obrigada a vir para não ver meu pai sendo morto na minha frente...
Vincenzo- Matteo jamais mataria seu pai sem algum motivo válido.
Helena- O senhor quer que eu acredite nisso? Acabou de me confessar que ele vai ser líder de uma máfia e quer que eu acredite que ele seria bonzinho com meu pai caso eu não viesse?
Vincenzo- Bom, isso é o certo a se fazer. Nossa, querida olhando pra você vejo que tem a mesma essência que minha doce Milena. De início ela também não aceitou nosso casamento, mas eu fiz ela mudar de ideia quando passamos a viver juntos. Eu me casei bem cedo, tinha dezoito anos e a Milena vinte. Ela era meiga, talentosa e me deixou maluco. Eu não pensei duas vezes em levá-la para viver comigo mesmo ela lutando de início pra não ir.
Helena- Então, só porque deu certo com o senhor não significa que dará certo com ele.
Vincenzo- Mas meu neto não é de se jogar fora.
Helena fica constrangida com o comentário e antes mesmo de conseguir responder a funcionária chega próximo a mesa e fala pra Helena:
Melainie- Senhorita, o senhor ligou e pediu pra que se arrumasse porque ele já está vindo buscá-la.
Helena- Obrigada!
E direcionando para Vincenzo diz:
Helena- Preciso me arrumar para esse casamento indesejado. Infelizmente não tenho escolha a não ser obedecer já que agora ficou mais claro o que são e o que podem fazer. Com licença!
Vincenzo acena pra ela e tentar amenizar a situação:
Vincenzo- Ninguém vai machucar você ou seu pai querida. E você sempre será bem-vinda a nossa família.
Helena sobe as escadas e vai para seu quarto e meditou nas palavras que acabou de ouvir do avô de seu futuro esposo. Senhor Vincenzo, um homem sábio e apesar de estar em seus 68 anos ainda transmitia uma jovialidade como qualquer outro homem na casa dos 30. Seu aspecto físico bem saudável e sua aparência bem conservada ninguém diria que ele já será um homem de setenta anos em pouco tempo. Ele, assim como Matteo é alto, mas com seus cabelos grisalhos e olhos bem escuros. Seu olhar é profundo e intimidador, mas ao pronunciar palavras percebe que ele é também terno e amigável apesar de seus traços intimidadores. Matteo puxou muito a ele, até mesmo na escolha de sua esposa. Quando Helena abre a porta e vê seu vestido de noiva fica emocionada. Seu sonho era estar vestida assim, realizando um sonho de ser casada com alguém que ama. Mas esse não era o caso. Seu vestido é ao mesmo tempo simples e bem comportado com mangas longas de renda e soltinho da cintura para baixo. Helena veste seu vestido e faz uma maquiagem leve. Pelo que parece seu casamento será só no civil mesmo e assim é melhor, já que ela não quer uma festança para comemorar algo que ela não está feliz com pessoas que ela nem conhece. Ela vai até a escada e começa a descer devagar, lá embaixo o senhor Vincenzo a olha com ternura e uma admiração imensa. Nesse momento Matteo está adentrando a porta e vê aquela cena mais linda. Sua donzela vestida no vestido de noiva que pertenceu à sua avó Milena. Seu coração está batendo acelerado...
Continua...
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