Nasci e cresci em na pequena fazenda com meus pais e irmão na cidade do Canadá, onde cultivávamos basicamente trigo, papai sempre se aventurou plantar outros grãos mas o cultivo do trigo que nos sustentou em nos rigorosos invernos. Éramos considerados pobres porém nunca passamos necessidade.
Meu sonho desde criança era ser professora mas não qualquer professora seria A MELHOR, me recordo que no celeiro de nossa fazenda eu dava aula para as galinhas, patos, e os poucos cavalos que tínhamos.
Devido as nossas condições financeiras papai sempre cuidou dos animais da fazendo chamando o veterinário somente quando ele não podia os "curar".
Certa noite em que estava dando um enorme temporal bateu em nossa porta a Sra. Pritzke pedindo ajuda pois sua égua estava dando cria e seu veterinário não conseguiria chegar até sua fazenda porque a estrada estava alagada. Dorothy Pritzke era herdeira de um conglomerado de hotéis e passava o inverno na fazenda deles a alguns quilômetros da nossa. A partir de então nossas famílias se tornaram muito amigas e eu passava os frios invernos brincando ou melhor dando aula a Valentina, filha da Sra. Pritzke, e as suas bonecas. Valentina se tornou minha melhor e única amiga que tenho a anos.
Dinda Dothy pagou para que eu fizesse cursos pré-vestibular enquanto fazia o Ensino Médio, foi assim que Sra. Pritzke fez questão de ser chamada por mim e meu irmão mais velho Willian depois dela se intitular nossa madrinha, na verdade, além dos cursos pré- vestibular ela também pagou minha faculdade e a de Willian, ele se formou Engenheiro Agrônomo.
Me formei em Artes Cênicas na Universidade de Oxford, fiquei entre as primeiras alunas durante todo o curso, uma porque eu adorava estudar outra porque não podia desapontar minha dinda, afinal ela estava pagando para eu estudar na melhor universidade o mínimo era eu lhe apresentar boas notas.
Eu era a verdadeira nerd, vivia com livros nos braços e usava óculos, que devido a estudar por longos períodos a noite apenas com a luz do abajur, para não perturbar minhas colegas de quarto precisei usaá-los. Não me importava com minha aparência afinal eu estava ali para estudar, então um bom rabo de cavalo ou um coque no cabelo era o suficiente, calça jeans, camiseta era basicamente um uniforme para mim.
Eu morava no campus da faculdade, dividia o quarto com mais duas meninas, essas apenas sabia o nome Anna e Fernanda, pois elas gostavam de se divertir e eu de estudar e mesmo se fosse de festa nem tinha tempo para isso, pois nos horários livres trabalhava como garçonete numa cafeteria próxima.
Willian e eu fomos ensinados por meus pais que não devemos abusar da bondade das pessoas então todas as outras despesas que eu tinha corria atrás para pagar, minha dinda insistiu em me dar mesada que eu recusei a receber, já era muito ela pagar a mensalidade, ela sempre fez questão de dizer que o que fazia por mim era por amor pois me considerava como filha, mas mesmo assim pagara mensalidade já era mais do que suficiente.
No começo nem mesmo a mensalidade papai e mamãe não queriam que ela pagasse, apesar de saber que não conseguiriam pagar uma faculdade para seus filhos tinham seu orgulho, mas eles queriam que seguisse nossos sonhos então permitiram que a dinda pagasse a faculdade do Willian, depois dinda Dothy os convenceu deixá-la pagar a minha alegando que não era justo um ter frequentado a faculdade e outro não.
Depois que me formei, fiz várias especializações, mestrado e acabo de terminar meu doutorado. Esses paguei com meu próprio esforço, trabalhei em uma escola de cursos pré-vestibular e fiz diversas palestras e numa dessas palestras conheci o reitor da Simon Fraser University, uma das mais conceituadas universidades do Canadá, e ele me ofereceu um emprego como professora de Artes Cênica na Simon Fraser University no polo de Surrey.
Hoje estou com 33 anos, saí da casa de meus pais aos 19 anos quando fui estudar na Inglaterra, morei por 14 anos lá e hoje fazem duas semana que me mudei para Surrey.
São exatamente 7h quando entro na sala dos professores da universidade. Me sinto ansiosa, nervosa, angustiada... não sei o que sinto sei que não sou eu, sempre fico assim quando experimento algo novo, essa sensação me fez lembra meu primeiro beijo fiquei desse jeito mas nem precisava, o menino estava tão nervoso quanto eu e nosso beijo foi mais uma batida de dente do que outra coisa.
- Bom dia\, sou a Lois.
- Bom dia Lois\, sou Angela professora de Línguas\, você é de qual disciplina?
- Artes Cênicas.
- Ah você substituirá a professora Magda - diz o homem de terno com um copo de café na mão.
- O reitor não me informou o nome de quem ministrava a disciplina antes - digo suavemente.
- A professora Magda foi embora para o Kansas depois de uma briga feia com o adorável professor de Finanças\, ele é insuportável\, acha que tem o rei na barriga porque veio designado diretamente da Burnaby Mountain - fala Angela sarcasticamente.
Burnaby Mountain é o campus matriz da Simon Fraser University, Surrey e Vancouver são campus secundários mas tão importantes quanto o de Burnaby Mountain, afinal a universidade é a mesma portanto o ensino se mantém no mesmo padrão.
"Preciso fugir dessa conversa afinal é meu primeiro dia" penso. Pergunto onde posso me sentar para revisar minha aula, me indicam uma mesa ao fundo, me sento, abro meu notebook e tento me desligar das conversas ao redor pois muitos professores estão chegando.
- Nossa!!!! Consigo ouvir as gralhas desses professores daqui - falo em pensamento enquanto entro no corredor que vai até a sala dos professores.
Me chamo John Macdonald, mas não sou nenhum filho de fazendeiro Macdonald apenas uma casual coincidência, nasci e cresci nas frias ruas de Ontario. Desde pequeno precisei trabalhar para ajudar em casa e com muito esforço consegui ir para faculdade de Toronto. Trabalhei em todos os serviços que aparecia desde entregador a segurança de evento e assim consegui ser quem sou um Doutor em Finanças. E o que mais me irrita é ver esses playboyzinhos gastando tempo e dinheiro no banco da universidade.
Na faculdade os professores não gostam de como sou, não tenho paciência para conversa fiada, para falar da minha vida, sair para beber ou comer com eles, simplesmente neste momento minha vida se resume em me tornar cada vez melhor assim receber mais prêmio, com isso mais dinheiro.
Entro na sala e vou para o canto que sempre fico, afinal me apropriei daquela mesa desde o dia que eu cheguei aqui a dois anos atrás. Mas quem é ela? Como ousar estar bem acomodada em meu lugar?.
Começo a analisar a abusada que está sentada em meu lugar: cabelo preto, liso, de onde estou parece que vai até o meio das costas, pele clara, usa um óculos muito discreto, nariz fino, boca carnuda, dedos longos seguram seu queixo, tem unhas grandes pintadas de branco e os seios são fartos, eles se destacam em sua camisa preta, mesmo estando devidamente abotoada.
Sr. Kim reitor da universidade entra já falando como sempre, me tirando da minha análise.
- Bom dia professores sei que já notaram que temos uma colega de trabalho nova\, mas deixe-me apresentá-la\, essa é a professora Lois Thomson\, professora de Artes Cênicas.
Ele faz um sinal e Lois Thomson, que deve ser uma riquinha metida pois afinal é uma Thomson, uma das famílias mais rica do Canadá, se levanta e eu posso observar melhor seu corpo.
Ela é alta e com a sandália preta de salto alto que usa arrisco a dizer que fica da minha altura, tenho 1,90 ela deve fica por volta de 1,75. Meu olhar desce para a sua cintura e aparentemente não tem barriga e quando passa por mim tenho uma visão privilegiada de seu bumbum que também é farto. Ela não é nenhuma modelo mas suas curvas estão nos lugares certos. Enquanto caminha posso notar que suas coxas são grossas pois marca na saia em alfaiataria na cor rosa, que apesar do modelo não ser justo, ainda assim dá para ter uma boa noção delas.
Depois de concluir minha observação constatei é bonita mas NÃO FAZ MEU TIPO, gosto de mulheres estilo capa de revista, mas não capa de revista plus size.
Depois de todo o blá, blá, blá do reitor que apenas ouvi Lois Thomson, me dirigi a sala para mais uma aula de matemática financeira.
Termino minha aula, saindo sala e plaft.... me bato em alguém livros, tablet, celular, notebook tudo voam e caem no chão.
- Me desculpe\, eu sinto muito mesmo\, vinha distraída verificando as mensagens em meu celular - ouço se desculpar um voz doce.
- Você!!!!! digo indignado - TINHA QUE SER A RIQUINHA - grito em pensamento.
- Ah seu celular quebrou - ela fala em um tom sentido pela quebra.
"Um celular caro, diga-se de passagem saiu bem caro para mim, mas para ela o que é um celular, mesmo sendo de última geração que comprei porque precisava de um celular muito bom, para ela RIQUINHA que garanto que agora trabalha por hobby e deve ter sido indicada por outro riquinho, é apenas uma esmola" - continuo me indignando em meus pensamentos.
- Tudo bem\, não foi nada - me restrinjo em falar\, afinal não quero ter que ir até a sala do reitor me explicar porque fui rude com a "bonitinha" que se desmanchará em pranto se eu falar o que penso como a Magda fez quando me recusei a sair com ela.
Mamãe sempre me xingava por eu ser desatenta e estar sempre no mundo da lua.
- E agora com esse celular fica pior ainda sempre lendo ou assistindo alguma coisa enquanto anda.
- Mamãe a senhora sabe que amo estudar então sempre tem algum artigo novo ou documentário e não consigo parar de ver até terminar.
- Eu sei Lois\, mas você precisa ter mais atenção\, ontem mesmo quase caiu da escada porque não viu o degrau e estava fazendo o quê? Estava no celular e no outro dia que quase foi atropelada pelo trator de Seu João enquanto ia até o celeiro? De novo com um livro na mão. Quero sim que você estude minha filha\, mas a vida não é só isso\, se não tirar os olhos do celular ou do livro vai arranjar um namorado de que jeito? Netos então... nem cogito\, graças a Deus que com seu irmão ainda posso ter esperanças de ser avó.
As palavras de mamãe ressoavam em minha cabeça enquanto eu olhava para aquele par de olhos indignados.
Lembro-me de tê-lo visto quando entrou na sala dos professores mais cedo: alto, pele levemente bronzeada, cabelo cortado, cada fio perfeitamente alinhados, barba aparada, sobrancelhas grossas mas emolduram simetricamente seu rosto, olhar frio que tive a impressão que se ousasse olhar neles tornaria uma estátua de gelo, lábio desenhados, corpo que parecia não ter nenhuma gordura a mais do que deveria ter para um homem que não era musculoso mas também não era magrelo, apenas um corpo divino que fiquei imaginado como seria em baixo daquela camisa muito bem passada e o terno feito sob medida que reluzia com seu sapato preto muito bem lustrados.
Enquanto juntava as coisas esparramadas e balbuciava alguns pedidos de desculpas vejo que o celular caríssimo dele tinha quebrado - DROGA!!!!MIL VEZES DROGA!!!! Agora que mal tenho dinheiro, acabei de comprar meu apartamento e só posso contar com o dinheiro das últimas palestras que fiz até eu receber meu salário eu tenho que quebrar um celular caro desses? me recrimino em pensamento.
- Tudo bem\, não foi nada - ele responde mesmo seus olhos dizendo que iria me matar.
- Como não foi nada acabo de quebrar teu celular.
- Você bateu em mim e ele caiu\, acredito que não tenha feito de propósito ou fez?
- Óbvio que não foi de propósito porque faria isso?
- Ok\, então preciso ir tenho uma turma me esperando- me diz e sai\, eu gostaria de ir atrás dele e continuar a conversa mas lembro que também tenho alunos a minha espera.
Termino minhas aulas do dia e procuro o professor que quebrei o celular mas nem o nome dele sei, não posso sair por aí perguntando onde está o professor gostoso que vestia um terno porém não o encontro.
Chego em meu apartamento e admiro minha linda aquisição que comprei à vista, essa é minha maior alegria, tá não tenho dinheiro mas também não tenho dívidas, lembro do apartamento que comprei na Inglaterra apenas um cômodo onde tinha uma cozinha minúscula em um extremidade, uma cama na outra enfrente a uma janela pequena, entre elas uma espremida sala de estar que era também meu escritório e um banheiro menor ainda e financiei em milhares de vezes.
Esse apartamento não, nesse eu tinha uma cozinha estilo americana, uma sala confortável, meu escritório ficará junto com a sala próximo a enorme janela da varanda, meu quarto com um roupeiro grande para minhas roupas, uma cama king size e um banheiro com banheira onde posso relaxar no final do dia.
Bem eu só tenho que comprar tudo isso. A cozinha está pronta incluindo um fogão, mas não tem nada de eletrodoméstico, na sala tem algumas almofadas espalhadas pelos chão, no quarto tenho um colchão inflável de solteiro e uma arara que comprei em um brike onde pendurei minhas roupas, o que não deu para por em cabides continua nas malas. Também tenho algumas cobertas, lençóis e toalhas inclusive trouxe alguns itens de cozinha isso eu já tinha em uso no apartamento anterior, mas é só isso, quando receber o dinheiro do apartamento antigo que vendi quando vim embora preciso fazer uma bela compra principalmente de móveis.
Sento em minhas almofadas comendo o lanche que comprei a caminho de casa, o bom desse prédio é que fica perto da universidade, então posso ir e vir caminhado, e dos centro comerciais, inclusive tem uma linda praça aqui perto que pretendo fazer uma caminhada em algum momento.
Depois de me alimentar, tomo um longo banho relaxando em minha banheira, coloco meu pijama e me deito para uma deliciosa noite de sono, mas o bendito não vem, me viro e reviro no colchão lembrando infinitas vezes do celular quebrado, dos olhos irritados... Preciso achar uma maneira de comprar um celular novo para o professor mas antes preciso saber como vou pagar um celular daqueles. Levanto vou na geladeira, pego uma garrafa de água me enrolo na coberta e vou na varanda, ainda não é inverno mas já está gelado o vento da noite.
Fico admirando o céu, vejo as poucas pessoas que ainda caminham por ali, me alegro ao constatar como é boa a vista de 4º andar. Enquanto meus olhos passeiam ao redor eles param em uma silhueta que mesmo tendo visto este corpo apenas um dia sei de quem é, ele ainda está vestindo o mesmo terno e está parado, bebendo alguma coisa na varanda ao lado da minha.
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