Dominique Salvatore
Fabrizio Maldonado
A
Aviso: Esta história contém conteúdo sexual, drogas, violência extrema e síndromes de estolcomo. Pode causar gatilho em alguns leitores.
Essa história trata-se de um Dark romance pela minha visão de autora. Se esse não for o seu gênero de livros, recomendo que a leitura não seja feita.
Para as demais. Será um grande prazer seguir essa jornada com vocês.
Ao contrário do que muitos pensam, ser um Ceo bilionário não é um conto de fadas. Para conquistar o que predende, é preciso não ter alma, não ter escrúpulos e acima de tudo, não ter pena de ninguém. Passar por cima de pessoas é algo que faço todos os dias neste negócio. E não, não estou falando das fábricas, hotéis e restaurantes espalhados pelo mundo. Falo da maior facção organizada da história, a Cosa nostra. Ser chefe de uma máfia requer uma grande fachada, e negócios lícitos são a única forma de lavar dinheiro.
– Chefe, se quisermos construir mais uma fabrica em Juarez, precisaremos subornar mais pessoas. Soube que a população local não quer abrir mão dos terrenos.
– Não quero saber de desculpas. Resolva isso o mais rápido possível. Tem minha permissão para usar os meios que forem necessários. – Ordeno sem qualquer remorso.
Meu Consigliere Fabrízio Maldonado também é conselheiro da máfia. Não poderia comandar uma máfia e administrar uma multinacional sem um braço direito que acoberte todos os crimes e seja a testa de ferro. E sem que ele saiba, está registrado como o representante dos negócios mais abomináveis. Talvez um dia a policia descubra sobre toda essa droga, e nesse caso, ele será preso em meu lugar.
Olho pelo imenso vidro do escritório para a cidade a baixo. Pessoas passam pela calçada enquanto eu as enxergo exatamente como são para mim. Formigas insignificantes. Poderia esmagar qualquer uma delas que interfira nos meus objetivos.
Como um Don, preciso manter vivo o legado da Famíglia. Ter herdeiros é o esperado, o que me fará forte diante dos meus inimigos. Se eu morrer, meus herdeiros vingarão minha morte e assim sucessivamente. Ironicamente, não posso tê-los. Não mais.
Nem mesmo o Dom da máfia italiana poderia evitar um câncer. Ter muito dinheiro e pessoas aos seus pés em um momento assim pode ser seu passaporte para uma remissão. Estou melhor e mais cruel que nunca. Fui curado, porém o preço para isso pode colocar em risco o meu reinado como Dom. Graças a maldita radiação, sou um homem infértil. A única forma de ter um herdeiro será realizando uma inseminação artificial com os espermas que foram congelados antes dos tratamentos.
Ainda não sou um Dom casado. E por isso, milhares de mulheres sonham em me conquistar. Não sou um homem soberbo, sei apenas o poder que o status de bilionário exerce em todas as mulheres. Seria adequado que fosse casado com uma mulher da máfia, não estava nos meus planos encantar-me por uma americana. No entanto, Isabela é uma mulher linda. Seus cabelos ruivos e olhos azuis me deixaram fascinado. Não se enganem, não estou apaixonado. Isso jamais acontecerá, porque monstros não sabem amar.
Acendo um charuto, sentindo o gosto amadeirado desse tipo de fumo. Volto a sentar na poltrona, girando em direção a Fabrízio que está concentrado no notebook.
– E quanto a Isabela? Já resolveram este problema?
– Sim senhor. Marcamos um encontro entre vocês. Achei que seria melhor propor diretamente a ela. Não queria assusta-la. Não é todo dia que um criminoso assassino e bilionário desconhecido te pede em casamento.– Ele ri da situação.
– Ela deve se sentir honrada com a proposta. Não tem escolha. Se casará comigo por bem ou por mal.
– Acha mesmo que é a melhor abordagem, senhor? Ela é apenas uma menina, não sei se entenderia a responsabilidade de um casamento como esse.
– Não tenho tempo a perder com idiotices. Preciso da merda de um herdeiro e será com quem eu quiser e como eu quiser. Ela me dará isso ou sua única escolha será onde gostaria de ser enterrada. - Estendo a mão cheia de aneis, evidenciando o meu poder sobre ele. - Saia!
– Muito bem, senhor. Aqui esta algumas informações a respeito dela.
Pego a pasta marrom sobre a mesa e peço para que meu Consigliere saia da sala mais uma vez. Ele tem coisas mais importantes que me dar conselhos sobre mulheres.
O observo sair, notando a forma patetica como ele manca após levar um tiro por mim. Imbecil... Ele é sempre muito leal a mim, do jeito mais adequado que pode fazer. É a obrigação dele que seja assim. Fabrizio também é o meu melhor amigo, o que é claro, não me impede de mostrar-lhe o seu lugar. Ele ainda precisa entender qual é o seu papel, e qual é o meu. Todos precisam saber que não podem tentar me passar a perna, ou eu as arranco fora sem nenhum pudor. Rio comigo mesmo, me deliciando com a imagem de como eu faria isso muito bem. De como eu já fiz...
Abro a pasta, analisando a longa ficha. Há fotos, e todas as informações que eu preciso saber sobre ela. As deixo de lado, e começo a folear as informações.
“Isabela Smith , órfã aos 15 anos. Tem 25 anos, Trabalha de recepcionista em um hotel de luxo. Sai todas as noites para dançar com amigos, extrovertida, espalhafatosa, exibida. Perdeu a virgindade aos 16 anos com um namorado chamado Anthony Jones apenas uma irmã de 17 anos como família.” Leio algumas informações. Já sabia que uma mulher como ela não seria mais virgem. Seu comportamento certamente terá que mudar quando se casar comigo. Como esposa de um magnata, jamais poderá usar esse tipo de roupa vulgar, e como esposa de um mafioso, aprenderá da pior forma como uma mulher deve se comportar.
Deixo a pasta de lado. Não tenho porque me importar com a droga do drama familiar dela. Só no quanto ela pode me satisfazer quando eu quiser.
Não sou um homem bom, jamais serei. Fui ensinado desde cedo como devemos tratar as mulheres na máfia. Elas devem suportar todos os tipos de humilhação, nossos acessos de raiva e devem aceitar nossas amantes. Ter mais de uma mulher é perfeitamente normal na máfia, desde que case-se apenas com uma. Isabela terá que aceitar meus encontros nos bordeis e meus casos extraconjugais, afinal, trata-se apenas de sexo. Elas por outro lado, deve total fidelidade ou serão assassinadas ou enviadas para um dos bordeis e terá um destino ainda pior.
Não gosto de dividir minhas mulheres, uma traição a mim certamente seria paga com tortura e uma bala em sua cabeça.
ISABELA SMITH
Trabalhar nesse hotel é uma droga. Gostaria de uma vida muito melhor que isso. Mas eu não pude estudar, e por isso tenho apenas o segundo grau que consegui com muito sacrifício.
Quando meus pais morreram, assumi a criação da minha irmã mais nova. Passar pelos abrigos de menores foi um pesadelo, mas nada se comparava aos lares temporários.
Morar com alguns casais me fez ver que realmente não existem limites para a maldade humana. Ser abusada das piores formas que poderiam acontecer com uma adolescente foi apenas o começo do meu pesadelo. Mas isso me fez mais forte. Isso me tornou a pessoa sádica que sou hoje.
– Preciso dar um jeito na minha vida, Anne. Não quero passar a vida limpando a sujeira desses ricos de merda. E você precisa arranjar mais dinheiro, o que você trouxe já acabou. – Digo, enquanto lixo as minhas unhas perfeitas.
-Como acabou? Te dei todo meu salário, eu nem tenho como ir para a escola de metrô. – A insolente diz. Ela nunca sabe quando ficar calada.
Reviro os meus lindos olhos verdes. – Não importa, vá andando se for preciso. As contas dessa casa não vão se pagar sozinhas, você tem que contribuir.
–Talvez se você parasse de sair toda noite, teríamos mais dinheiro. – A minha irmã diz, abaixando a cabeça para mim após um dos meus maravilhosos olhares mortais direcionados a ela.
Ane sabe que não sou uma irmã boazinha que a criou com todo amor e carinho. Ela precisa trabalhar desde que nossos pais morreram, e por isso ainda esta estudando. A imbecil não conseguiu conciliar trabalho e educação, e foi reprovada algumas vezes devido as inúmeras faltas que tinha. Realmente é uma estúpida. Para que perder tempo estudando se ela pode colocar saltos altos, uma saia de couro e conseguir dinheiro para mim parando carros na esquina?
– Não fale comigo nesse tom. Passei a vida cuidando de você. Na ausência dos nossos pais, é a mim que você deve obediência. Se falar comigo assim novamente, esquecerei que prometi não te bater mais.
-Desculpe, Isa.– Diz baixando a cabeça. Ela sabe bem quando eu estou falando sério e quando estou perto de estourar.
Na ultima surra, havia sido largada por um namorado rico a qual pretendia fazer com que se casasse comigo a qualquer custo. O desgraçado estava apenas se divertindo comigo. Mas ele tinha outra namorada. Uma da mesma classe social que ele, se assim posso dizer. Cheguei em casa tão brava e a Ane estava ali com sua cara de sonsa, aqueles óculos ridículos e aquela franja horrorosa perguntando como foi meu dia. Eu não aguentei, é muito pressão para uma mulher tão nova como eu. Eu a soquei ate que apagasse, e não, não senti nenhum remorso ao fazer aquilo, eu não tenho sentimentos por ninguém, sou um verdadeiro monstro.
Meus pais morreram por um assassinato, alguém ateou fogo na cama deles, apenas eu e a Ane conseguimos nos salvar. Nem isso despertou algum sentimento em mim, nem medo. Eles não eram boas pessoas, a minha mãe era uma drogada e meu pai, bom... Papai como ele gostava de ser chamado quando sentava-me em seu colo se é que compreendem. Ele também não era um homem bom para ninguém. Eu ainda me lembro das coisas que ele falava quando me trancava com ele em seu quarto, quando a mamãe estava debilitada demais para me ajudar. para me soltar daquela prisão. Os meus gritos histéricos ainda assombram os meus sonhos todas as noites. " Eu não sou louca. Me tire daqui" dentre muitas outras coisas, eram frases que eu costumava dizer, coisas que eu costumo recordar e que ainda me doem tanto.
De certa forma tenho ódio da Ane por ela não ter tido as mesmas experiências que eu, ao menos não da mesma maneira, e mesmo assim a fedelha é retraída. As roupas largas escondem totalmente seu corpo. Ela realmente tem aparência de menininha com a franjinha e tira de flores na cabeça. A pirralha realmente se acha melhor que todos, se recusa a namorar como se sua virgindade fosse algo especial. Juro que um dia acabo com essa merda. Tenho vontade de comprar um objeto e dar um fim nisso por mim mesma, mas nesse caso, eu não conseguiria controla-la, e eu ainda quero ter a minha escrava comigo.
– Va fazer o nosso jantar, estou cansada demais. – Digo, enquanto me recosto no sofá, deixando a lixa em minhas mãos de lado.
– Sim, Isa. Só vou terminar meu dever de casa, já estou muito atrasada. –
– Não me importa. Você é muito burra, não entendo porque continua tentando se formar. Se acha melhor que eu? – Inclino meu corpo em sua direção.
– Não, Isa. Eu nunca disse isso.– Fala assustada pondo-se de pé.
– Se acha melhor que todos, fica andando por ai com essa cara se sonsa como se fosse a dona da merda do planeta inteiro.
– Eu nunca fiz isso. – Ela diz dessa forma inocente que me irrita.
-Shh, cale a boca. Ainda não aprendeu a não discutir comigo? Agora vá antes que eu perca a paciência com você. Posso não te bater hoje, mas com certeza te mandarei para o poço.
-Não, por favor não faz mais isso comigo. Você prometeu. E além disso, você precisa de mim para conseguir dinheiro.
-Você sabe o que eu quero agora. Vá antes que eu mude de ideia. Não preciso de você para nada, você é uma inútil.
Ela corre para a cozinha imediatamente, seu medo estampado é visível e me faz rir. Eu adoro quando ela está apavorada. Demorei tantos anos para conseguir induzir esse tipo de comportamento a ela. A forma como eu mordi e assoprei suas feridas fez toda a diferença. Muitos maus tratos com um pouco de gentileza e uma memoria perdida desde criança foi tudo o que eu precisei. A Amnésia veio no momento ideal, já que eu consegui induzir tudo que eu queria naquela cabecinha oca.
-Sabe o que gosto de comer. Se estiver ruim farei você comer a panela inteira, esta ouvindo?
Ane Smith
Caminho todos os dias para o trabalho. É uma jornada longa, e eu chego sempre exausta. Faço diárias para pagar as nossas despesas e trabalho como garçonete em meio período. Já não frequento mais a escola, embora eu ainda mantenha os meus estudos em casa em dia. Estudar por correspondência é minha única opção dada a todas as minhas funções durante o dia.
Nunca tive uma vida como uma garota normal, como uma criança normal, mas nem isso tira minha alegria de viver porque sei que um dia tudo será melhor.
Achei que com a morte dos meus pais, minha vida seria melhor. eu nunca desejei a morte deles. Na verdade, eu os amava apesar de tudo. Ou ao menos acho que sim. Mas eu via o sofrimento da minha irmã e via como minha mãe se afundou nas drogas fingindo não ver o que acontecia durante a noite. Apesar das minhas memórias serem apenas lapsos. Ainda me sinto muito confusa quanto as lembranças. Mas a minha irmã me ajudou muito nesse processo. Eu devo tudo a ela.
Embora me maltrate muito. Ela sempre esteve do meu lado quando eu precisei de ajuda. Quando teve que assumir a responsabilidade de cuidar de uma criança, quando ainda nem havia deixado a fase adolescente ainda.
O mais irônico é que eu acho que ela é a pessoa que mais me machucou no mundo também, mas nem isso me tiraria de perto dela.
Não consigo entender porque ela me odeia tanto. As vezes me pergunto o que fiz algo de errado. Será que eu ter nascido a prejudicou de alguma forma? Mas isso não me importa, cuidarei dela o quanto eu puder, o quanto for necessário até que ela entenda que não sou uma inimiga.
Chego ao meu local de trabalho de hoje. Um enorme hotel de Manhattan. Estou cobrindo o serviço de uma colega da minha irmã que ficou bêbada demais para aparecer no trabalho. Um local de luxo como esse não deve permitir intrusos se infiltrando nos quartos, mas fui obrigada a vir pela minha irmã, terei que correr os riscos. Mas se por acaso alguém tentar me parar na portaria, espero que eu não acabe presa ou confundida com uma criminosa. Isso seria embaraçoso, mais uma vez.
-Bom dia, senhor. Irei fazer uma faxina na cobertura do hotel.
-Vá, não vê que esta atrapalhando os hóspedes? Da próxima vez entre pelo portão de serviço e use seu crachá. - Ele diz sem sequer direcionar sua cabeça a mim quando passei por ele.
Ser apenas uma funcionária te faz ser invisível. Certamente nem olhou para o meu rosto, certamente sequer conhece os funcionários que trabalham nesse hotel. A segurança desse lugar me parece falha se os porteiros deixam qualquer um passar dessa forma.
Subo pelo elevador de serviço, pego o carrinho de limpeza e o cartão mestre para abrir as portas dos quartos. Começo a limpeza de todos os quartos da cobertura. São enormes demais, ainda falta a suíte presidencial e já estou muita cansada. Entro no quarto e sou maravilhada com a decoração do ambiente. É muito lindo, mais sofisticado que os outros, limpo tudo, troco os lençóis. Quem dorme aqui certamente é muito organizado, não há sequer um objeto fora do lugar, as roupas estão perfeitamente arrumadas no closet. Caminho até o banheiro tentando deixa-lo ainda mais impecável. Limpo a grande hidromassagem pensando em como seria relaxar nela depois de um dia exaustivo como este.
Ouço um barulho de porta se fechando. Eu estou com medo. A pessoa entra no banheiro e sequer me nota ajoelhada limpando o ambiente.
-AI MEU DEUS. Co-com licença, senhor. Vou me retirar. - Meus olhos estão arregalados, embora eu tente não prestar atenção no que já vi de relance.
Mas o homem parece não me notar. É como se eu fosse invisível, e naquele momento, ele me notou pela primeira vez. Ele por sua vez se assusta ao me ver no lugar, vira-se para mim e posso ver seu membro...
-Você não é minha funcionária. Diga o que esta fazendo aqui agora.
-Eu, eu...
-Fale se não quiser sair daqui num caixão. Diz se vestindo e me puxando pelo braço para o quarto.
-Por favor, não me machuque. Eu só estava cobrindo a Karen. Ela esta doente e não queria que o serviço não fosse feito.
-Quem te autorizou a entrar aqui. Diga a verdade ou eu... - Ele respirou fundo. Parecia tentar conter o impulso de me bater.
-Estou dizendo a verdade, por favor, me solta. O seu porteiro me deixou subir, ele nem olhou pra mim quando entrei. Pode conferir, esta tudo limpo, não sumiu nada.
Ele me solta, parece pensativo. Anda nervoso para os lados do quarto. Pega o celular e digita alguma mensagem para alguém.
Sinto meu coração cada vez mais acelerado. Mal consigo respirar de tento medo.
-Eu posso ir? - Meus lábios tremem quando pergunto, mas me recolho assim que recebo um olhar de puro ódio, que me pareceu ainda pior pelo viés do meu panico.
-Estou esperando uma ligação. Fique exatamente onde esta. - Ele aponta o dedo para o chão, e eu sinto como se aquele fosse exatamente o lugar que ele acredita que eu mereça.
Eu estava sentada no chão depois de ser derrubada por ele ao me arrastar pelo braço. As lágrimas desciam pelo meu rosto. Eu tinha tanto medo de ser presa por algum motivo, por birra dele. Ou talvez por que ele acredita que eu invadi sua casa. Isso é terrível. Eu nunca roubei nada, de ninguém.
-Senhor, meu nome é...
-Não perguntei seu nome... - Nesse momento seu celular toca. -Sim, pode falar. Então a informação confere... Chame a Karen aqui e descubra quem é o porteiro desse turno.
Olho para ele assustada, estou com medo de que ele chame a polícia.
-Senhor, posso ir embora agora?
-Vá, e não quero vê-la aqui novamente.
Ele joga duas notas de cem dólares no chão com desdém, como se eu fosse um lixo e abre a porta do quarto para que eu saia imediatamente. Em outra situação, não pegaria o dinheiro, mas eu preciso, ter duzentos dólares pode ser a diferença de uma noite tranquila ou chorando após uma surra.
-Obrigada, senhor. Digo me retirando do local.
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