...Safira Clark...
Olá, eu tenho 25 anos, sou casada com o Phillipe Monroe e tenho um grande sonho, ser mãe.
Eu tenho duas melhores amigas, elas são o meu refúgio, bem... eu não vou falar delas porque a nossa querida autora irá apresentá-las, não é autora?
Autora: Isso mesmo Safira, agora deixa comigo que eu vou dar um baile nessa apresentação.
Este livro conta um pouco da minha vida, mas lembrando desde já que quem vai contar a minha história é uma autora um pouquinho louca, ela adora inventar e acrescentar as coisas onde não existe, se eu morrer no meio da minha história bem... não se assustem, com certeza é uma pegadinha da nossa escritora, ou não né?
...Spencer Brown...
Cara, essa vai ser a melhor história de todas, quer dizer... Oi galera, eu sou a Spencer e tenho 26 anos eu sou a mais gostosa da história, só para deixar bem claro. Eu amo uma balada, tequila é a minha bebida favorita e se a nossa autora estiver um pouco cansada da escrita, eu posso apresentar uma boate que eu conheci no final da semana passada.
Autora: Spencer, me deixa terminar a apresentação e depois você começa com o seu fogo de Maria baladeira.
Falem a verdade, essa autora é um porre não é mesmo? mas enfim, eu sou doida a ponto de acertar um murro na cara do Phillipe, mas eu juro que me seguro, se a autora deixar, eu faço barraco no primeiro capítulo galera.
...Mollyne Lipector...
Hello, sou a Mollyne, mas podem me chamar de Molly, eu tenho 25 anos e sou a mais nova do grupo, assim, sou dois meses mais nova que a Safira, bem, eu e ela somos as mais românticas, eu amo livros e adoro clichê, eu gosto muito de sorvete, meu sabor preferido é o de maracujá com gotas de chocolate, tomara que eu tome muito sorvete nessa história.
Autora: Mollyne, eu não tenho nada contra as gordinhas e magrinhas, mas até onde eu sei, você faz academia e o seu personal trainer proibiu a senhorita de comer guloseimas.
Ah autora, é só você não contar nada, eu prometo ser só de vez em quando então.
Autora: Nada disso Mollyne, estamos conversadas.
Spencer, briga com a autora.
Spencer: Eu tô fora, vai que ela me tira os dias de balada e tequila.
...Brandon Frank...
Olá, eu tenho 35 anos e sou solteiro. Eu sou um homem comprometido demais com o meu trabalho, sou herdeiro e dono de hospitais, redes de hotéis e fábricas de automóveis.
Eu adoro mulheres, mas eu ainda espero conhecer uma mulher para chamar de esposa, eu não sou frio ou calculista, eu sou gentil e carinhoso, mas eu posso ser um demônio com quem eu quero ou que mexa com o que é meu.
Há alguns anos, eu fui noivo, mas eu infelizmente perdi a mulher que amava, ela estava esperando nosso primeiro filho e no parto, eu acabei perdendo os dois, mas essa história quem pode contá-la melhor que eu, é a nossa autora.
Autora: Isso é verdade Brandon, mas não fique triste e nem amargurado, a vida pode lhe dar alguém que o ame em um piscar de olhos.
Eu espero que essa autora seja gentil e colabore com a nossa história para que eu finalmente encontre a mulher dos meus sonhos.
...Bruno Walker...
Hey galera, eu estou muito animado por fazer parte dessa história, eu tenho 34 anos e espero pegar algumas gostosas, mas eu sei que assim como em todas as outras histórias, o badboy sempre sossega com uma gata, então eu vou passar a mão em todas enquanto eu puder.
Autora: Por que eu fui inventar de colocar outro louco na história? Agora eu terei dor de cabeça em dobro.
Calma autora, não se preocupe, eu prometo não dar tanto trabalho assim, só não me culpe se as garotas correrem atrás de mim, eu sou o pedaço de mau caminho em pessoa.
...Romeu Wang...
Hey, sou o Romeu, tenho 29 anos, eu tenho descendência chinesa mas nasci na Itália e sou dono de uma biblioteca e diversas faculdades. A minha paixão é a literatura, os livros é o que eu mais amo, sinto que vivo outras vidas através das paginas e entrelinhas. Eu me considero um homem muito romântico, adoraria ter alguém ao meu lado com os mesmos gostos.
Além dos livros e do romance, eu amo viajar. Eu espero que a autora tenha comprado diversas passagens para lugares incríveis do mundo.
Autora: Espera aí senhor Wang, o rico aqui é você e eu só estou escrevendo, aliás, você é quem tem que me bancar Romeuzinho.
Autora, não abuse da minha boa vontade, mas se você preparar alguma viagem que seja incrível, eu prometo te recompensar autora.
Autora: Não seja por isso Wang, há viagens incríveis que logo sairão do papel para a mente de vocês e eu garanto, vocês nunca mais irão esquecer.
...Phillipe Monroe...
Oi... Eu tenho 40 anos e sou esposo da Safira. Algum tempo atrás, eu era gerente de um restaurante grego e por culpa da Safira, eu acabei perdendo o meu emprego.
Tudo era flores quando eu namorava com ela, ela era linda, atraente, sensual e tinha um perfume irreconhecível mas depois que nos casamos, a nossa vida foi se destruindo aos poucos.
Ela merece cada tapa e soco que dou nela, muitos vão me julgar, mas no fim dessa história vão ver se eu tenho motivos ou não para bater nela.
Autora: Não há motivos para uma mulher apanhar de um homem Phillipe, assim como uma mulher não deve agredir um homem, mas como sou eu quem controla a sua vida, você vai sofrer mil vezes mais que a Safira, se prepare...
Vai fazer o que autora? Eu não tenho medo nem do diabo, quem dirá de uma mulher.
Autora: Não precisa ter medo, só tenha esperança, porque o seu fim está mais próximo do que imagina.
Isso é o que vamos ver, enquanto isso, eu vou me aproveitar um pouco mais da Safira, vou sugar cada gota de felicidade que há naquela vadia.
...*****...
Olá pessoal, essa foi a apresentação dos personagens, eu espero que tenham gostado. Talvez vocês conheçam mais personagens ao longo da história.
Preparei capítulos incríveis para vocês se apaixonarem, dar risada, chorar e passar raiva, mas enfim, tenham uma ótima leitura, espero que gostem de cada detalhe que tem nessas linhas digitais.
Beijinhos, fiquem com Deus.
Já fazia muitos anos que eu não conhecia alguém como ela, ou talvez, eu nunca tenha conhecido alguém como ela.
Se eu soubesse que a vida me apresentaria a essa mulher, eu teria esperado ansiosamente por esse momento.
...*****...
...Safira Clark...
Saio do táxi deixando algumas notas de dólar e bato a porta do carro. Olho para o enorme prédio a minha frente, soltando todo o ar que estava preso em meu pulmão. Eu mal posso esperar para fazer a entrevista.
Entro no prédio e sigo para a recepção, de cara, vejo duas mulheres conversando atrás do balcão, uma ruiva e a outra loira, olho para o crachá verificando o nome delas e chamo atenção da Lindy, a moça ruiva.
— Com licença, eu tenho uma entrevista marcada para às oito horas da manhã, poderiam me ajudar? — Pergunto antes de pegar os meus documentos na bolsa.
— Claro, eu só preciso verificar os seus documentos, por favor. — Lindy pega os meus pertences e digita algumas coisas no computador.
Eu estou tão aflita, eu preciso tanto desse emprego, se eu não for contratada, sinto que a minha vida nunca sairá do rumo que pegou.
— Aqui senhorita, o senhor Frank vai recebê-la, pode ir para o vigésimo andar por favor. — Guardo meus documentos e sigo para o elevador.
As portas do elevador se abrem e saio dele, caminho em um enorme corredor, eu consigo sentir minhas pernas tremerem e isso não é nada bom.
Não vejo ninguém na mesa da secretária então eu resolvo bater na porta. Ninguém responde e abro a porta.
O homem a minha frente está parado de costas, olhando para a vista do seu prédio e fecho a porta atrás de mim.
— Senhora Clark, sente-se.
Caminho até as duas cadeiras que ficam de frente para a mesa dele e me sento em uma delas. As minhas mãos começam a suar frio, o meu corpo todo treme. "Deus lindo e maravilhoso da minha vida, me ajuda a passar nessa entrevista" peço a Deus em meus pensamentos e respiro fundo.
Ele se senta em seu lugar e fica me olhando por alguns segundos que até se parecem minutos. Ele analisa o meu currículo com uma sobrancelha arqueada e solta um sorriso de canto.
— Senhora Safira, como posso contratar alguém que não tem nenhuma experiência como secretária, não sabe nenhum idioma e muito menos, possui algum curso de administração, me diga, se você estivesse no meu lugar, se contrataria mesmo sabendo que não é a candidata mais indicada para o cargo?
“Você é um completo babaca, se não queria me contratar, por que me chamou mesmo assim?"
Subconciente: "Fica quieta Safira, você precisa desse trabalho.”
Como eu não tenho nada a perder mesmo, além da chance de ter esse emprego, dou minha resposta.
— Mas é claro que eu me daria essa oportunidade, mesmo eu não tendo um curso profissionalizante de administração, ou não sendo uma poliglota como o senhor eu presumo, ou até mesmo não tendo experiência como secretária, ainda sim eu me daria essa oportunidade...
— Como irei saber se sou boa como secretária se eu não tiver uma oportunidade para tentar? — Digo enquanto ele fica me encarando.
— Esperta, você me devolveu uma resposta com outra pergunta. — Diz sério.
— Digamos que eu lhe dê a chance de ser minha secretária, você estaria disposta a aprender novas línguas e se dedicar a administração?
— Mas é claro que sim, sim senhor, com certeza. — Digo séria, mas por dentro estou pulando de alegria.
— Está bem, você foi a única quem me deu uma resposta pela qual eu esperava.
Começo a sentir uma euforia dentro de mim, eu estou louca, eu quero gritar e sair pulando para todos os lados.
— O seu salário será de vinte mil dólares, terá benefícios médicos e por último, eu só tenho que saber de mais uma coisa. — Diz assinando em um papel.
— Pode dizer senhor Frank.
— Você tem disponibilidade para viajar ou estar por perto quando eu precisar?
— Sim senhor, terei total disponibilidade para o senhor.
— Perfeito, você começa amanhã às sete horas da manhã, assine esse documento por favor. — Assino o documento e entrego para ele.
— Muito obrigada senhor Frank, eu prometo que não vai se arrepender de ter me contratado. — Digo me sentindo feliz.
Eu prometo para mim mesma que não vou fazer nenhuma burrice no meu trabalho.
Nós terminamos a nossa conversa com um aperto de mão e me retiro da sua sala.
Saio na rua e começo a gritar de felicidade, pulo na calçada em cima das poças de água que ficou devido à chuva me sentindo a pessoa mais feliz de todo o universo.
Eu vou para casa totalmente feliz, eu jamais imaginei que poderia trabalhar para o senhor Frank.
...*****...
Abro a porta de casa e encontro o meu marido jogado no sofá e com uma garrafa de uísque na mão.
"Onde foi que ele conseguiu dinheiro para comprar bebida?"
— Olha só quem chegou. — Ele diz com a voz embriagada.
— Eu consegui um trabalho Phil. — Ele me olha e sorri amarelo.
Ele era um bom namorado, mas depois que nos casamos, o Phillipe se tornou outra pessoa.
— E quanto é o seu salário? — Ele pergunta vindo até mim.
— Não é muito, eu vou trabalhar como faxineira...
— Vadia maldita, não presta nem para conseguir um bom emprego. — Ele fica me segurando com força e batendo em meu rosto.
Eu sabia que isso ia acontecer, mas se eu contasse a ele que vou trabalhar como secretária e ganhar um bom salário, ele vai queimar o meu dinheiro em bebida alcoólica.
Ele me joga no chão e eu bato minha cabeça na mesinha de vidro ao lado da porta.
— Se você chamar a polícia, eu mato você Safira. — Ele diz caminhando para o quarto.
— Você é um monstro, eu odeio você, Phillipe.
Eu vou para o quarto, pego uma muda de roupa coloco dentro de uma bolsa e saio de casa.
Pego meu celular e ligo para minha amiga.
— Spencer, eu posso ficar na sua casa hoje?
— É claro amiga, quando você chegar eu quero saber de tudo.
Guardo o celular dentro da minha bolsa e vou caminhando para a casa da Spencer.
Nós somos amigas desde a quinta série, passamos por muitas coisas, a Spencer foi a primeira pessoa que me abraçou quando meus pais faleceram, no primeiro ano do ensino médio nós conhecemos a Mollyne, ela se tornou nossa melhor amiga, contamos tudo uma para as outras, as duas são o meu refúgio, quando estou triste ou com medo, é nos braços delas que eu vou parar, eu agradeço a Deus imensamente por tê-las como minhas amigas.
Eu sou casada com o Phillipe há cinco anos, nós namoramos dois anos e logo ficamos noivos, depois do casamento, minha vida se tornou algo totalmente aterrorizante.
A minha lua de mel foi no Caribe, mas se eu pudesse escolher nunca mais voltar naquele lugar, eu não voltaria, eu não tive uma lua de mel como nos filmes ou histórias de romance. Na nossa noite de núpcias, eu perdi a minha virgindade da pior forma, ele me estuprou, me machucou de todas as formas.
Eu não sabia como era ter relações sexuais, mas aquilo eu sabia, ele havia me violentado. O resto da lua de mel, ele me xingava, me batia e me prendia no quarto enquanto passeava na praia, desde o meu primeiro dia de casamento eu não tive mais uma noite de sono em paz.
Muitos já me perguntaram por que eu não me separei desse monstro, eu tentei, tentei de inúmeras formas, eu fugi, tentei me suicidar, contratei um advogado, mas ele sempre me fazia esquecer dessa história de separação, o lema dele é.
"Juntos até o fim, até que a morte nos separe" Eu queria viver isso com ele, mas não dessa forma, eu imaginei que minha vida de casada seria diferente, mas não foi.
...*****...
Entro na casa da Spencer e ela me abraça enquanto choro. Eu queria tanto poder me separar daquele monstro e viver a minha vida em paz, eu só queria sentir um pouco da felicidade que sentia quando era solteira.
— Pode chorar amiga, eu estou aqui, ele não pode feri-la enquanto eu estiver por perto. — Ela acaricia meus cabelos ainda abraçada comigo.
— Eu posso passar essa noite aqui? Eu preciso dormir bem, amanhã é o meu primeiro dia de trabalho.
— É claro que pode Safira, você não precisa nem me pedir, e quer saber, eu vou chamar a Molly para dormir aqui também.
— Eu vou tomar um banho então.
Eu entro no banheiro depois de colocar as minhas coisas no quarto de hóspedes e tiro minha roupa de frio.
Fico me olhando no espelho, aquele corte no meu rosto me dava mais raiva do que eu já sentia. Ligo o chuveiro e me sento no chão deixando a água quente molhar o meu corpo enquanto choro.
Todas as noites eram assim, eu chegava da rua e chorava no banho. Eu passava metade dos meus dias na rua para não poder discutir e apanhar em casa.
Saio do chuveiro e visto um pijama da Spencer, vou para a sala e encontro a Molly brigando com a TV.
— Mollyne, você vai quebrar o controle desse jeito. — Digo pegando dela.
— Eu não acho nenhum filme interessante, eu queria animar você. — Ela diz tristonha.
— Eu estou bem, vamos para a cozinha, a Spencer não sabe cozinhar muito bem, dá para sentir o cheiro daqui. — Nós rimos enquanto vamos à cozinha.
Eu preparo uma torta de frango, a Molly faz um suco e a Spencer arruma a mesa.
— Então Safira, como é o seu chefe? — Spencer pergunta antes de queimar a boca com o vapor da torta.
— Ele parece ser legal. — Digo depois de beber meu suco de goiaba.
— Safira, ela quer saber se ele é bonito, sarado, gostoso, até parece que você não conhece a Spencer. — A Molly diz me fazendo rir.
— Ele é muito bonito, a barba dele é linda gente e o cabelo, parece de comercial.
— Já vi que vai ser difícil trabalhar com um chefe gostoso desses ao lado em. — Spencer diz nos fazendo rir.
— Eu queria ser um mosquito para ver a Safira trabalhando com o chefe gostosão.
— Molly, deixa de ser curiosa, eu queria mesmo era ser a Safira, ela é muito sortuda de trabalhar com um chefe desses. — Spencer diz e eu engasgo com a comida.
— Meninas, vamos parar com esse assunto, o senhor Frank é só o meu chefe e nada vai acontecer entre nós. — Digo sem graça.
— Mas nós não dissemos que algo vai acontecer entre vocês. — Molly diz num tom de voz sensual e jogo o meu guardanapo nela.
— Vocês não prestam.
Terminamos o jantar, arrumamos a cozinha e cada uma vai para o seu quarto.
Fico rolando na cama pensando em como será trabalhar para o senhor Frank.
— Tomara que ele não seja estúpido e arrogante.
O sono toma conta dos meus pensamentos e acabo dormindo.
...Safira Clark...
São cinco horas da manhã, a chuva está forte, e o tempo está totalmente gelado.
Depois do banho quente, eu visto uma blusa de frio preta, uma calça da mesma cor, calço minha bota e visto meu casaco. vou para a frente do espelho e faço um penteado simples e uma maquiagem também.
Vou até a cozinha e pego um pão com frios que deixei pronto, faço um café e como rápido para ir até o ponto de ônibus.
Fecho a porta da casa e coloco a chave na minha bolsa, cada uma tem a chave da casa uma das outras. Vou para o ponto de ônibus e fico esperando o meu chegar.
...*****...
Entro na empresa e dou bom dia para todos. Vou para o último andar, coloco minha bolsa em cima da mesa, ligo o computador, arrumo as coisas do meu jeito e antes que de sete horas, eu vou até a lanchonete.
Pego o café do senhor Frank e volto para o último andar. Vejo ele fechar a porta da sua sala e caminho com calma.
— Não seja apressada Safira. — Digo a mim mesma.
Bato na porta e ele me manda entrar.
— Vejo que chegou cedo, o que a trás aqui? — Ele pergunta sem me olhar.
— Eu só lhe trouxe o seu café, espero que goste. — Coloco a xícara de café em sua mesa e dois donuts, um de chocolate e outro de morango.
— Obrigado, eu vou passar algumas coisas que preciso que você faça hoje mesmo e... — Ele para de falar assim que me olha.
— O que aconteceu na sua bochecha? — Ele se levanta e me olha.
— O que? — Toco minha bochecha e me lembro do corte.
— Não foi nada... — Fico sem ter o que responder e abaixo minha cabeça.
— Como eu estava dizendo, eu vou mandar tudo por e-mail e marque algumas reuniões.
— Claro senhor Frank, como quiser. — Saio da sala dele assim que o respondo e vou fazer o que ele me pediu.
Marco reuniões, digito alguns documentos, faço reservas de restaurantes e viagens e depois dou uma pausa para o almoço.
Eu vou para o restaurante da empresa e peço um prato de macarronada com queijo e bacon e me sento numa mesa no canto, fico procurando por professores particulares e um curso de administração durante o almoço.
Volto para o último andar, assim que me sento na cadeira, meu celular toca e vejo no visor do meu celular o número da Mollyne.
— Oi Molly, o que aconteceu?
— Oi amiga, então, eu e a Spencer estamos planejando de ir no cinema hoje de noite, você vai?
— Não vai dar Molly, eu preciso ir para casa, se eu não for você já sabe o que me espera.
— Tem razão dona Clark, é melhor não abusar, mas qualquer coisa você me liga ou liga para a Spencer que nós vamos correndo.
— Pode deixar Molly, hoje ele deve chegar mais tarde, é fim de semana, mas enfim, bom filme, amo vocês.
— Nós também te amamos Safira.
Desligo a chamada e coloco meu celular em cima da mesa e volto aos meus afazeres.
...*****...
Termino tudo o que tinha para fazer, pego minha bolsa e vou até a sala do meu chefe.
— Senhor Frank? — Chamo sua atenção e ele me olha.
— Diga Safira.
— Eu já estou indo embora, o senhor precisa de algo?
— Não, você já pode ir. — Ele diz sério enquanto me olha fixamente.
— Muito obrigada, até amanhã. — Fecho a porta da sua sala e vou para o elevador.
Duas horas depois eu chego em casa, abro a porta e vou para o meu quarto, ainda bem que o Phillipe não está em casa.
Tomo um banho quente, visto uma roupa confortável e vou para a cozinha preparar algo quente para comer.
Assim que coloco o bacon picado na frigideira a porta da sala bate com força e me assusto, o que gera uma queimadura em meu pulso.
— Droga. — Molho o meu pulso em água corrente até parar de arder.
— Phillipe? Já chegou? — Pergunto assustada.
— Ande logo Safira, traga-me um cigarro e uma garrafa de uísque. — Ele diz mole e rosno de raiva.
Vou para a cozinha sem dar ouvidos a ele e volto a fazer a minha sopa.
— Eu mandei você me trazer o meu cigarro e a minha bebida, sua vadia imunda. — Ele parte para cima de mim e começa a me bater me fazendo lembrar do dia da demissão dele.
FLASHBACK ON
Oito meses atrás eu já estava desconfiada de estar sendo traída, não ia ser a primeira e nem a segunda vez que seria traída, mas pegando ele no ato, seria a melhor forma de pedir o divórcio, na minha cabeça só assim ele aceitaria a separação.
— Amor... isso... mais fundo. — Ouço gemidos no banheiro masculino, do restaurante.
— Phillipe, você... — A voz daquela mulher me fez sorrir e ao mesmo tempo fez o meu estômago embrulhar.
Começo a bater na porta, dou chutes várias vezes e grito pelo nome do Phillipe, todos no restaurante me olham e o dono do lugar aparece.
— Senhorita se acalme o que está fazendo? — O chefe do meu esposo pergunta.
— O seu gerente está transando com alguma vadia aí dentro. — Digo com raiva e lágrimas nos olhos.
O dono do restaurante abre a porta do banheiro e vejo a cena dos dois tentando se vestir. Ela nem é tão bonita assim e ele só me olha com ódio.
Assim que chegamos em casa, ele me arrastou até a cozinha e pegou um pano, ele me amordaçou e me chutou até que eu desfalecesse por completo.
FLASHBACK OFF
Eu corro até a sala e abro a porta para fugir e dou de cara com o meu chefe.
"Meu Deus, o que ele está fazendo aqui?"
— S-senhor Frank? — Digo apavorada e ele fica me olhando.
— Está bem Senhorita Clark? — Ele pergunta e procura por algo em seu terno.
— Sim, está tudo bem, o que o senhor faz aqui? — Pergunto torcendo para que o Phillipe não apareça
— Eu só vim entregar o seu celular, você esqueceu na sua mesa. — Pego o celular da mão dele depressa e o agradeço.
— Eu preciso entrar, obrigada senhor Frank. — Eu fecho a porta e me viro para ligar para as meninas até que o celular vai parar no chão totalmente aos pedaços.
— Você não vai ligar para nenhuma daquelas piranhas das suas amigas e nem para a polícia.
— Você chamou minhas amigas do que? — Pergunto com raiva.
— Vadias, é isso que elas são, duas vagabundas.
Chuto o meio das suas pernas seguro em sua cabeça e dou uma joelhada em seu nariz e jogo ele no chão.
— Nunca mais ouse chamar minhas amigas de qualquer nome sujo, eu tenho nojo de você, seu verme. — Dou um chute em sua costela e saio de casa correndo na chuva.
— Eu não fico mais naquela casa nem mais por um segundo.
Paro na frente da casa da Molly e pego a chave debaixo da planta, abro e tranco a porta e pego o telefone fixo que fica ao lado do sofá em cima de uma mesinha.
Ligo para a Molly e na segunda chamada ela me atende.
— Molly, me ajuda, por favor. — Peço chorando.
— Onde você está Safira?
— Eu vim para a sua casa...por favor Molly...
— Eu já estou indo, tenta se acalmar.
Desligo a chamada e me abraço chorando. Eu não posso mais voltar para aquela casa, ele vai me matar, eu nunca enfrentei ele antes, ele vai me machucar mais e mais se eu voltar para aquele lugar.
Minutos depois a porta abre e vejo a Molly, a Spencer e um homem entrando na casa dela.
— Amiga, vai ficar tudo bem, o que aconteceu? — Ela pergunta me abraçando.
— Eu...eu bati nele Molly, ele vai me matar. — Meu corpo todo treme, eu só consigo sentir medo nesse momento.
— Bruno, obrigada pela carona, nós resolvemos daqui. — Olho para a Spencer que conversa com o homem e ele me olha como se estivesse com pena.
— Tem certeza gata? Olha, eu posso ficar e ajudar em algo.
— Porra... Ele vai vir atrás de mim, eu...eu tenho que ir embora. — Digo andando de uma lado para o outro e olho para elas.
— Eu não posso ficar perto de vocês, o Phillipe vai machucar vocês também. — Eu estou desesperada, eu não sei o que fazer.
— Para Safira, porra digo eu, se aquele filho da puta vier encostar em uma de nós, eu encho a boca dele de rato e soda caustica no c* dele. — Olho para a Spencer falando com raiva e abraço ela.
— Gente, o que é que está acontecendo aqui? — O tal Bruno pergunta.
— O marido dela bate nela e hoje ela revidou, é por isso que ela está assim. — Olho para a Molly que diz a ele e o Bruno me olha.
— Fica calma, eu tenho alguns amigos da polícia...
— Não, se eu chamar a polícia aí sim ele vem atrás de todas nós. — Digo nervosa.
— Calma Safira, o melhor agora é você se acalmar, você está muito nervosa, amanhã você resolve o que vai fazer. — A Spencer diz e o Bruno se aproxima.
— Olha meninas, eu não quero ir embora e deixar vocês sozinhas, esse maluco pode vir até aqui e fazer alguma coisa, eu vou ficar aqui e amanhã eu vou embora bem cedo. — Ele diz calmo olhando para nós três.
— Tudo bem, você pode ficar, mas não conta nada disso para alguém. — A Molly diz antes de ir a cozinha.
...*****...
Algumas horas se passaram e eu só consigo pensar no que eu vou fazer, eu fico olhando para os três conversando e prestando atenção no que estão falando para tentar afastar esse pensamento para longe.
— Desde quando se conhecem? — Pergunto e a Spencer sorri tímida, coisa que ela não é nenhum pouco.
— Desde hoje, nós estávamos vindo e o ônibus não passava de jeito nenhum... ele estava ao nosso lado no cinema, o Bruno deu uma carona para nós. — A Spencer e a Molly tentam explicar juntas.
— Eu ouvi a conversa no telefone, está bem? As duas saíram apavoradas e eu fui atrás, eu sou curioso, confesso, mas se eu não fosse curioso o suficiente, elas ainda estariam esperando o ônibus. — Nós rimos do Bruno e agradeço a ele.
— Por que não se separou desse homem Safira? — Ele me pergunta apreensivo pela resposta.
— Eu já tentei me separar dele diversas vezes, mas ele sempre me encontra ou me impede. — Digo com vontade de chorar.
— Todas as vezes que ela fugiu, ele a machucou mais ainda. — A Molly diz fazendo carinho em meu cabelo e ele fica me olhando.
— Eu preciso dormir, se importam se eu for agora? — Pergunto sentada no sofá.
— Claro que não. — Os três responde juntos.
Eu vou para o quarto e me deito cobrindo o meu corpo com a manta que estava em cima do colchão.
— Eu preciso dar um jeito em tudo isso. — Digo chorando enquanto o sono não chega.
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