...Devolva-me...
...o...
...Amor...
...🌼 Cirley Miranda 🌼...
...❤️ Prólogo ❤️...
Olá, meu nome é Maria Fernanda! Tenho vinte e sete anos.
Todos dizem que sou uma mulher forte, obstinada quando quero algo. Sim! Sou muito persistente. Quando coloco uma ideia na cabeça, não há quem me faça tirar, mesmo que isso possa fazer alguém sofrer... Depois vocês entenderão o porquê de eu ter escrito isso... Mas deixe-me continuar... Considero-me uma mulher muito justa, sempre lutei por meus objetivos, meus pais me ensinaram a ser assim. Entretanto, confesso que nem sempre foi possível fazer tudo do jeito que eu queria. Nesse momento, chego a escrever com algumas lágrimas que cismam em rolar pelo meu rosto quando lembro... Mas, como sempre, sigo em frente... Passei por algumas situações que não desejo a ninguém... Sofri bastante... Hoje resolvi escrever sobre tudo o que aconteceu em minha vida.
Tudo começou nos primeiros meses de 2015. Infelizmente, passei por uma terrível dor com minha irmã Virgínia nesse ano. E justamente esse foi o mesmo ano que eu também conheci o Marcelo, o grande amor da minha vida. Mas não pensem que foi fácil. Porque não foi nem um pouco. Tivemos nossos momentos difíceis. Muito difíceis... Vou começar a contar para vocês...
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...Índice ✍️...
Capítulo 01 — O retorno
Capítulo 02 — Lembranças
Capítulo 03 — O encontro
Capítulo 04 — O atraso
Capítulo 05 — A chefe má
Capítulo 06 — Chá revelação
Capítulo 07 — Primeiro dia
Capítulo 08 — A sós
Capítulo 09 — A primeira noite a gente nunca esquece
Capítulo 10 — A perseguição
Capítulo 11 — Voltando ao passado
Capítulo 12 — Outros beijos
Capítulo 13 — É amor
Capítulo 14 — Nem tudo é o que parece
Capítulo 15 — Descoberta
Capítulo 16 — O complô
Capítulo 17 — Investidores de mentira
Capítulo 18 — Desculpas
Capítulo 19 — O salvamento
Capítulo 20 — Nem sempre a surpresa é boa
Capítulo 21 — O plano que deu certo
Capítulo 22 — Voltando para seus braços
Capítulo 23 — Plano desfeito
Capítulo 24 — Um casamento
Capítulo 25 — Uma nova vida dentro de mim
Capítulo 26 — Quando a megera descobre
Capítulo 27 — A decepção
Capítulo 28 — O sumiço
Capítulo 29 — Decisão
Capítulo 30 — Nascimentos
Capítulo 31 — Mais perto
Capítulo 32 — Encontrada
Capítulo 33 — Reencontro
Capítulo 34 — Resultado
Capítulo 35 — Chantagem e Fuga
Capítulo 36 — Acerto de contas
Capítulo 37 — Final feliz
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O RETORNO
Primeiro semestre de 2015...
Fernanda chegando ao aeroporto, puxando sua mala, com seu blazer em suas mãos, olha ao redor e naquele clima de nostalgia, ela pensando alto fica entristecida limpando uma lágrima que escorre de seus olhos.
— É Brasil! Voltei! Voltei para o Rio de Janeiro. A que custo, não é? Meu Deus, como será daqui em diante?
...***...
Fernanda, vinte e dois anos. Uma mulher forte, linda por fora, magra, pele branca, olhos castanhos claros, cabelos da mesma cor, um pouco abaixo do ombro... Uma mulher com atitudes belíssimas também... Luta por tudo o que deseja. Tem a personalidade forte, desde nova... É obstinada e sempre está disponível a fazer pelos os outros o que gostaria que fizessem por ela...
...***...
Seis anos antes...
Fernanda então com dezesseis anos conversando com seu pai, Roberto.
— Pai, eu preciso estudar fora do país. Me dediquei muito nos estudos e ganhei esse curso. Quero fazer gastronomia e vou ser a melhor chef que o senhor já viu. O senhor sabe que eu tenho talento... Por favor, preciso de sua autorização, não me negue isso...
Diz Fernanda em um tom melancólico já tentando convence-lo há algum tempo.
— Eu sei que você se dedicou muito a isso, filha. Que será uma profissional brilhante... Mas sobre viajar e morar em outro país, sinceramente não sei. Você é muito nova para essas coisas, Fernanda. Ficar sozinha, longe de sua família, fico receoso. Quanto perigo você pode correr? Além disso, você pode estudar aqui mesmo. Ficar perto de todos nós. Nosso buffet está crescendo, indo muito bem. Podemos ir levando aqui, você pode aproveitar e por tudo que aprender em prática... E estando fora não será tão fácil como pensa, filha.
Fernanda já choramingando.
— Pai, não posso desperdiçar essa oportunidade de ir e aprender outras línguas, ter a vivência em outro país e acrescentar isso em minha vida profissional mais tarde. Eu posso trabalhar para pagar as despesas... Pense, posso ajudar o senhor. O que não posso é ficar parada, esperando que tudo aconteça como num passe de mágica. Por favor, nunca lhe dei nenhuma dor de cabeça, só isso que estou pedindo... A mamãe já concordou... Por favor, por favor... Eu mereço! Deixa...
Roberto estando pensativo, não enxergando outra saída e sempre querendo fazer o melhor por sua filha, lhe faz uma pergunta:
— Você tem certeza que esse é o seu desejo e não vai se arrepender?
Fernanda animando-se.
— Sim. Tenho certeza absoluta! Não vou me arrepender mesmo...
— Ok. Você venceu! Mas com uma condição...
Fernanda, muito feliz logo responde:
— Sim, diga!
— Terá que vir nos visitar nas férias...
— Sim, pai!
— Ok, então você vai!
Fernanda o abraça bem forte.
— Obrigada! Eu te amo muito!
— Também amo você minha princesa!
...***...
Fernanda formou-se em gastronomia. Porém, por forças do destino, acabou conhecendo seu ex-chefe em um evento que ela organizou na faculdade. Ele gostando do que viu no dia, acabou contratando-a aos dezoito anos. E por isso, para pagar suas despesas, ela trabalhava como secretária executiva dele. Apaixonado-se por essa profissão, também fez um MBA na área e acabou juntando o útil ao agradável. Entretanto... Nada na vida dela foi fácil como parece...
...***...
Um ano antes de seu retorno...
Fernanda estando com seu ex-namorado, Gustavo, quando ainda estavam juntos e como sempre, brigando mais uma vez.
— Gustavo, eu vim até você porque temos que terminar! Não está dando, você está ciumento demais — Diz Fernanda com raiva — Não quero mais nada com você! Quero seguir minha vida e é isso que vou fazer!
Gustavo sendo grosso e a pegando pelo braço.
— Seguir com a sua vida, Fernanda? Você é minha namorada! E assim vai continuar, não vou ficar longe! Não pense que vai ser fácil se ver livre de mim, porque não vai.
Diz ele a fuzilando em seus olhos e ela que nunca se intimidou com grosseria de ninguém até aquele momento.
— Você acha mesmo que me conhece, não é? Eu não admito uma relação abusiva assim. Solte-me! — Ela se desprende dele e continua. — Você agora quer controlar todos os meus passos. Você não era assim. Está tudo terminado Gustavo e ponto final! Não me procure mais, ouviu?
Fernanda vai em direção a porta para sair quando Gustavo diz:
— Fernanda, volte aqui. Não acabamos essa conversa.
— Acabamos sim. Desaparece da minha vida, Gustavo.
Fernanda sai e o deixa com bastante raiva...
...***...
Algumas semanas antes de seu retorno ao Brasil... Fernanda ao telefone com sua irmã Virgínia, muito animada.
— Irmã, que bom que você ligou! Estou muito feliz em poder falar com você novamente, com muitas saudades também, como está tudo por aí? Papai, mamãe, estão bem?
Virgínia soluçando de tanto chorar, apenas balbucia.
— Fernanda...
Fernanda estranha seu choro e imediatamente indaga:
— O que foi? Por que você está chorando, Virgínia? O que houve, diga!
— Nossos pais...
Fernanda preocupada questiona:
— O que aconteceu Virgínia? Fale agora!
Virgínia que não para de chorar, encontra forças.
— Eles foram viajar, infelizmente sofreram um acidente e não resistiram. Estou desesperada Fernanda...
Fernanda fica atônita com essa notícia tão inesperada e por uns minutos fica com o celular paralisada ao ouvir aquilo. Fernanda se senta em seu sofá e Virgínia ainda chorando.
— Fernanda, você está aí?
Fernanda mal pronuncia.
— Sim. Estou... Como isso foi acontecer, Virgínia?
— Infelizmente, um caminhão desgovernado veio na direção deles.
— Eu não sei o que falar irmã. Estou em choque. Eu ia ligar para dizer estar pensando em voltar de vez. Mas agora com essa terrível notícia, tenho a certeza de que isso é o que vou fazer. Tenho que voltar o quanto antes para te ajudar em tudo...
Virgínia ainda mais desconsolada.
— Fernanda, já faz uma semana! Em razão da situação que eles foram encontrados, achamos melhor sepulta-los o mais rápido possível. Eu estava com muito medo de te falar.
Fernanda, agora aos prantos.
— Ainda mais isso, Virgínia? Não vou poder nem me despedir?
— Eu estou angustiada, não me culpe. Perdoe-me, por favor.
— Não Virgínia. Não a culpo. Não pense isso. Não há o que perdoar minha irmã...
— Foi o melhor a ser feito irmã.
— Eu sei que você fez o melhor. Certamente agiria da mesma forma. Vou ajeitar tudo aqui e voltar para ficarmos mais próximas.
— Tudo bem. Eu te amo muito irmã!
— Também te amo Virgínia! Fique bem, por favor.
— Vou tentar, Fernanda.
As duas desligam e choram bastante... Fernanda fica sozinha e Virgínia é consolada por seu namorado, Guilherme.
...***...
No outro dia... No trabalho de Fernanda...
Ela que está comunicando sua decisão a seu chefe, Richard.
— That's my decision, Mr. Richard.
(Essa é a minha decisão, senhor Richard.)
Richard estando inconformado, pois a admira e gosta muito de seu trabalho.
— You've been working here for four years and I trust you a lot. Are you going to drop everything here to start from scratch in Brazil? Unfortunately, about your parents, there's nothing you can do anymore.
(Você já trabalha aqui há quatro anos e eu confio muito em você. Vai largar tudo aqui para começar do zero no Brasil? Infelizmente, sobre seus pais, já não há nada o que se fazer.)
— Thank you for the trust Mr. Richard, but I had already mentioned to you that my ex boyfriend was stalking me and that my intention was to return. I know it's been gone for a while, but now with this bad news, there's nothing else to do. My sister needs me, it's just the two of us now. I need to go back.
(Obrigada pela confiança Sr. Richard, mas eu já havia comentado com o senhor que meu ex-namorado estava me perseguindo e que minha intenção era voltar. Sei que já tem um tempo que sumiu, mas agora com essa péssima notícia, não há mais o que fazer. Minha irmã precisa de mim, somos só nós duas agora. Eu preciso voltar.)
— No need to be afraid of your Brazilian boyfriend, he has already been warned that he is no longer to disturb. As for your going, if you're up for it, I'll give you an excellent letter of recommendation for you to get the best job. But let me make it clear that this is not my wish.
(Não precisa ter medo de seu namorado brasileiro, ele já foi avisado de que não é mais para perturbar. Quanto a sua ida, se você está decidida, vou lhe dar uma excelente carta de recomendação para você conseguir o melhor emprego. Mas deixo claro que esse não é o meu desejo.)
Fernanda sorrindo-lhe mostrando gratidão.
— Thank you so much Mr Richard, for being willing to help me through this very difficult time.
(Muito obrigada Sr. Richard, por estar disposto a me ajudar nesse momento tão difícil.)
— And when are you leaving?
(E quando você vai embora?)
— In up to ten days at most...
(Em até dez dias, no máximo...)
— Ok, it was gratifying to have your collaboration in this company! Follow your path and good luck!
(Ok, foi gratificante ter a sua colaboração nessa companhia! Siga seu caminho e boa sorte!)
— I am grateful for learning so much here.
(Eu é que agradeço por aprender tanto aqui)
Fernanda se levanta e eles finalizam a conversa com um aperto de mão.
...***...
Atualmente... No aeroporto...
Virgínia avista Fernanda e estando emocionada.
— Fernanda, minha irmã, que saudades!
— Virgínia!
Elas se abraçam e choram bastante... Depois...
— Vamos, Fernanda?
— Vamos, irmã!
Fernanda pensa.
"O que será que vem por aí?"
Chegando a casa em que foram criadas...
Fernanda abrindo a porta e chorando bastante.
— Tudo do jeito deles, não é? — Ela observa cada detalhe da decoração. — Nossa casa, nossos quartos, tanto amor, para acabar assim, do nada... Que tristeza! Não consigo entender e nem acreditar, Virgínia... É muita dor...
Virgínia chorando bastante também.
— É a primeira vez que volto aqui desde que tudo aconteceu, Fernanda... Não tive coragem... É uma terrível tristeza olhar tudo isso sem eles aqui...
Vendo uma foto das duas quando eram pequenas Fernanda lembra...
...***...
Há 12 anos...
Virgínia e Fernanda disputando uma boneca enquanto brigam...
— Larga! Essa boneca é minha Virgínia!
— Não! É minha!
— Para! Ela é minha! Meu pai comprou pra mim!
O pai chega e separando as duas, sempre estando calmo.
— Meninas! Já falei para vocês pararem de brigar...
— Mais pai, ela quer a minha boneca.
— Virgínia, você já tem treze anos. Sua irmã tem apenas dez, deixe a boneca com ela, por favor. Já dá para você entender que é dela.
— Ah... Pai! Não faz isso...
Fernanda comemora, zombando dela e correndo com a boneca.
— Eu "ganheeeiii"! É minha!
...***...
Atualmente, Fernanda rindo da situação... Virgínia pergunta:
— Do que você está rindo Fernanda?
— Daquele dia em que você quis a minha boneca e nosso pai calmamente decidiu que você por já ter treze anos tinha que entender...
Virgínia concordando e rindo também.
— Sim... E você correu com a boneca em suas mãos quando ele entregou a você. Eu fiquei com tanta raiva. — Ela ri e chora ao mesmo tempo e continua. — Nosso pai era calmo demais! Se fosse a mamãe, ia esconder e nenhuma das duas ficava com a boneca... Hahaha...
Fernanda concorda e lembra com muito amor de sua mãe.
— É verdade! Ela era durona, mas era muito amorosa! E quando papai chegou com um buquê de flores no aniversário de casamento, lembra?
...***...
Há 10 anos...
Roberto chegando com um buquê de flores para Luiza.
— Meu amor, essas flores são para você! É o significado do nosso amor!
— Roberto, atchim. — Ela dá um espirro cada vez que encosta nas flores. — Eu sempre tive alergia a flores... Estamos há tantos anos casados e você não sabe disso?
— Hoje é nosso aniversário de casamento, só queria te agradar, meu amor...
— Eu sei... Mas nós podemos sair e comemorar de outra forma, não com... Com... Flores... Atchim... Tire isso daqui! Por favor... Atchim...
Luiza sai do ambiente, Roberto fica desconsertado e suas filhas observam e riem da situação.
...***...
Atualmente... Fernanda lembrando com carinho.
— Ela espirrou o dia todo. Enquanto ele não sumiu com aquelas flores a alergia não parou...
As duas riem e do nada o riso vira choro novamente...
— É, Fernanda... Eles fizeram vinte anos juntos naquele ano... Eu já tinha quinze e você doze anos... Estamos em 2015... Eles iam completar trinta anos em setembro desse ano...
Virgínia chora muito nesse momento e Fernanda a abraça.
— Acalme-se Virgínia! Estou aqui... Agora vamos nos dar a força que precisamos... Sempre juntas, não importa o que acontecer?
Virgínia retribuindo o abraço, sorri, lembrando da linda promessa que fizeram na adolescência e repete:
— Sempre juntas, não importa o que acontecer...
...***...
Algum tempo depois... Quando as duas encontram-se um pouco mais calmas... Virgínia respira fundo fala à sua irmã:
— Fernanda, em meio a tudo isso, não te contei. Mas... Estou namorando um rapaz muito amoroso. O conheci na fila de um banco, coisa do destino... Logo eu que não acreditava nisso... — Virgínia, dessa vez, sorri, pois está muito apaixonada e continua. — O conheci dois meses antes dessa tragédia... Nem cheguei a apresentá-lo para nossos pais, porque ainda estávamos nos conhecendo... Mas ele é muito amoroso comigo e tem me dado tanta força desde que tudo aconteceu que resolvemos ficar juntos...
Fernanda estando feliz em ver a felicidade da irmã.
— Que bom, Virgínia! Fico tão feliz que você tenha achado um homem assim em sua vida...
— Inclusive, pedi a ele para vir até aqui te conhecer e provavelmente deve estar chegando...
— Tudo bem. Já quero conhecer esse que roubou seu coração. — Diz Fernanda com amor.
...***...
Depois de um tempo a campainha toca e Virgínia rapidamente dirige-se a porta.
— Deve ser ele!
— Vou só pegar um pouco de água e já volto, Virgínia...
— Ok, irmã.
...***...
Guilherme chega e adentrando a casa...
— Oi, meu amor... Estava com saudades!
Eles se beijam e se abraçam e Virgínia pergunta-lhe:
— E lá, conseguiu finalizar tudo, amor?
— Sim, já está tudo pronto para irmos... Podemos nos mudar assim que você decidir.
— Que bom, meu amor... Vem, vou te apresentar a minha irmã...
Fernanda volta da cozinha e Virgínia os apresenta.
— Fernanda, esse é o Guilherme, meu namorado!
Fernanda, com um copo de água na mão, deixa cair com o susto que leva.
— Gustavo! O que você está fazendo aqui?
Rapidamente Guilherme vai até à ela, percebe que está trêmula e tenta acalma-la.
— Acalme-se! Não sou o Gustavo. Você está falando do meu irmão gêmeo.
Fernanda e Virgínia juntas perguntam:
— Irmão gêmeo?
— Sim! Ele mora nos Estados Unidos. Em Nova Iorque, mais precisamente. Mas ao contrário do que muitos pensam, não somos muito ligados. Ele sempre teve um temperamento totalmente diferente do meu.
Virgínia estando incrédula.
— Você não chegou a me falar que tinha irmão, muito menos que era gêmeo, Guilherme...
Ela se senta e fica triste com aquilo... Guilherme vai até a ela, se senta ao seu lado e diz:
— Amor, quando ele viajou, estávamos brigados, preferi não comentar. Não escondi de você, apenas não houve momento para falar sobre isso. Tem um mês que falei com ele pela última vez, mas diante de tudo o que aconteceu, não achei necessário falar sobre isso. Desculpe-me.
Virgínia olhando para Fernanda.
— Espere aí, esse Gustavo é o mesmo cara que estava te perseguindo quando você terminou?
— Sim! Namoramos por quase um ano, ele se tornou muito possessivo e não aceitou bem o término. Foi arrumar briga no meu trabalho e...
Fernanda se lembrando da situação, conta tudo a eles.
...***...
Há alguns meses... Na entrada da empresa, onde Fernanda trabalhava...
Gustavo intercepta Fernanda, não a deixando entrar e ela estando com raiva.
— Sai daqui Gustavo! Não posso me envolver com brigas aqui em meu trabalho. Essa situação está passando de todos os limites...
Gustavo chega mais perto, encurrala Fernanda contra a parede e segura em seu queixo com grosseria.
— Eu quero você! Você não me entende? Você vai embora comigo agora!
— Eu não vou. Eu não te quero mais. Entenda isso, por favor. Você está me machucando, sai de perto de mim!
— Você tem que ser minha de novo, Fernanda. Eu quero você!
Gustavo agarra Fernanda com força e o chefe dela, Richard chega bem na hora.
— Release it immediately. If not, my security will take good care of you.
(Solte-a imediatamente. Senão meus seguranças vão cuidar direitinho de você.)
— Don't mess! She is my wife!
(Não se meta! Ela é minha mulher!)
— I said to let go.
(Eu disse para soltar)
Richard puxa Fernanda para si e dá um soco em Gustavo.
— This is for you not to treat women like that.
(Isso é para você não tratar mulher assim)
Richard virando-se para os seguranças, ordena:
— See that he never appears here again or disturbs her.
(Cuidem para ele nunca mais aparecer aqui ou perturba-la.)
Gustavo com bastante raiva depois de levar um soco, sendo segurado pelos seguranças e virando-se para Fernanda.
— Fernanda, isso não vai ficar assim!
Richard abraçando Fernanda
— Calm down, he won't mess with you anymore, daughter. Now you are safe.
(Calma, ele não vai mais mexer com você, filha. Agora você está segura.)
Fernanda chora e agradece a ele pelo apoio.
— Thank you Mr. Richard.
(Obrigada Sr. Richard)
...***...
Atualmente...
— E foi isso gente... A minha sorte é que meu patrão gostava muito de mim, ele cansou de dizer que me considerava como uma filha.
Gustavo, assustado com aquela situação.
— Meu Deus! Ele arrumou tanta encrenca aqui. — Guilherme fica envergonhado. — Ele foi para outro país para estudar e arrumou por lá também, inacreditável!
Fernanda concordando com ele.
— Sim, Guilherme! Nós nos conhecemos no último ano da faculdade. Namoramos. Mas do nada, na festa de formatura, ele mudou totalmente o jeito de ser. No começo ele não era assim...
— Fernanda, o que me resta é te pedir desculpas pelo meu irmão. Ele sempre foi um irresponsável. Não sei como conseguiu terminar os estudos. Pelo menos isso!
— Ele havia conseguido um bom emprego. É um ótimo profissional, sobre isso não tenho o que falar... Mas espero que continue lá e seja feliz, sinceramente.
— Também espero, Fernanda. Mesmo assim, quero dizer que é um prazer te conhecer. Virgínia não parava de falar de você...
— Claro... Minha irmãzinha linda... — Virgínia a abraça. — Que bom que está aqui.
— Digo o mesmo minha irmã.
Virgínia respira aliviada, agora que tudo foi colocado em pratos limpos.
— Bom, Fernanda! Diante de tudo isso. Não falei, mas o buffet não estava indo bem e nossos pais o fecharam.
— Nossa! Mais essa agora? Nossos pais amavam o "MARIA'S"
Guilherme estranha e Virgínia percebendo fala-lhe com carinho.
— "MARIA'S RESTAURANTE E BUFFET" — Era o nome do restaurante. As mães de nossos pais chamavam-se Maria... Fernanda não se livrou e ganhou também... Seu nome é Maria Fernanda... O meu quase seria Maria Virgínia, mas papai esqueceu e registrou apenas como Virgínia... — Virgínia lhe sorri...
Fernanda concorda e junto com Guilherme riem também.
— Ah, sim... Agora entendi... São várias "MARIA'S"...
Fernanda sorrindo-lhe com carinho.
— Exatamente cunhado.
Virgínia aproveitando o ensejo.
— Fernanda, chamei o Guilherme aqui não só para te conhecer, mas para te dizer que temos uma boa notícia pelo menos, nessa tristeza toda.
— Diga minha irmã.
— Nós vamos nos casar em dois meses.
Fernanda estranha a novidade e franzindo suas sobrancelhas, pergunta:
— Mais vocês não se conhecem há pouco tempo? Já vão se casar?
— Sim, porque nessa situação toda, descobri, um pouco depois da tragédia, que estou grávida!
Fernanda fica muito feliz pela notícia e vai abraça-la.
— Minha irmã... Meus parabéns! Eu desejo toda felicidade do mundo a vocês.
Guilherme sorrindo também, passa seu braço pela cintura de Virgínia abraçando-a.
— Estamos muito felizes com essa notícia, Fernanda.
Virgínia continua.
— E tem mais uma coisa.
— Mais Virgínia?
— Sim... Vamos nos mudar! Guilherme é arquiteto, quer montar um escritório e queremos viver em algum lugar mais calmo do que aqui. Estamos seguindo para Quatis, aqui mesmo no Rio de Janeiro. Aqui, nesta casa, temos muitas lembranças. Você não quer ir conosco, Fernanda?
Fernanda sendo bem direta, fala-lhe:
— Não irmã! Quero continuar por aqui. Agora que estaremos mais perto, posso ir te visitar de vez em quando. Mas sinto que aqui na cidade terei mais oportunidades, já que adquiri mais experiência como secretária... Se você está bem, feliz e agora com um bebezinho à vista, fico muito mais tranquila.
— Tudo bem, mas saiba que se quiser, as nossas portas estarão abertas.
— Eu sei irmã, obrigada! Eu te amo muito.
— Também te amo muito Fernanda..
As duas se abraçam...
...***...
Duas semanas depois...
Fernanda procurando um emprego e pensando alto.
— É, Fernanda! Agora você está aqui! Sozinha, sem seus pais, sua única irmã achou o rumo dela, viajou. — Ela sorri lembrando os momento em que Virgínia estava indo e continua em seus pensamentos. — Agora ela vai morar num lugar mais calmo... Melhor para ela também. Preocupada fiquei foi em saber de quem o Guilherme é irmão, ainda mais gêmeo, que susto foi esse que levei! Caramba, não esperava por isso. Mas a princípio ele parece ser uma boa pessoa.
Como se tivesse outra pessoa no ambiente, ela olha para um espelho e fala:
— Você, moça, agora precisa tomar seu rumo também, o dinheiro que você recebeu não vai durar para sempre, você tem que arrumar um emprego logo, porque não nasceu em berço de ouro... Não lute não para ver se você chega em algum lugar... — Ela sorri.
O celular dela toca. Número privado. Imediatamente ela atende.
— Hello, quero dizer... Alô...
Ao outro lado da linha é seu ex-chefe, Richard.
— Miss Fernanda!
(Senhorita Fernanda!)
Fernanda estranhando sua ligação.
— Mr. Richard, how can I help?
(Sr. Richard, em que posso ajudar?)
— I got an interview for you with my contacts there in Rio de Janeiro at a multinational, tomorrow at 10 am, I'll send you all the information by message. I know you're on time and that you won't be late.
(Consegui uma entrevista para você com meus contatos aí no Rio de Janeiro numa multinacional, amanhã, às 10 da manhã, te passo todas as informações por mensagem. Sei que é pontual e que não vai se atrasar.)
Fernanda estando muito feliz agradece a ele:
— Mr Richard, I don't know how to thank you. Thank you for caring.
(Sr. Richard, não sei como lhe agradecer. Obrigada pelo carinho.)
Richard também sendo grato a ela.
— Miss Fernanda, my wife and I will never forget the day you were working on our house and saved our little one from the pool. We owe you an eternal debt. That's the least I can do for you and let me know how it went afterwards.
(Senhorita Fernanda, minha esposa e eu nunca vamos esquecer o dia em que você estava trabalhando em nossa casa e salvou nossa pequena na piscina. Temos uma dívida eterna com você. Esse é o mínimo que posso fazer por você e me conte como foi depois.)
Fernanda, estando emocionada com a fala dele.
— Mr. Richard, I did my duty and I would do it all over again.
(Sr. Richard, fiz a minha obrigação e faria tudo de novo.)
— Thank you for that. I owe my daughter's life to you.
(Obrigado por isso. Devo a vida da minha filha a você.)
— Thanks for everything!
(Obrigada por tudo!)
— Be alright.
(Fique bem)
Eles desligam o telefone.
Fernanda não acredita e pulando de alegria.
— Uma entrevista... Huhuhuhuuu... Obrigada Senhor!
...***...
No outro dia...
Fernanda já arrumada, pensando alto como sempre.
— É hoje Fernanda! O grande dia! Você vai para sua entrevista, você tem grandes chances. Vai dar tudo certo! Pense positivo.
...***...
Fernanda pega um táxi e algum tempo depois em um engarrafamento, ela já estando angustiada com o horário.
— Ai motorista, anda, desse jeito, vou me atrasar...
— Senhorita, infelizmente o trânsito está um caos, não posso fazer muito... Esse trânsito não muda.
De repente, uma freada brusca... Uma batida! Fernanda sente o impacto, não se machuca porque está com o cinto e pergunta
— O que foi isso? Caramba!
— Droga! Alguém bateu no meu carro, senhorita... — O taxista ficando furioso, sai de seu veículo e vai verificar. — Quem será que foi o irresponsável?
Fernanda sai do carro também para ver o que aconteceu... O motorista grita, quando pergunta:
— Ô meu senhor, não vê por onde anda, não?
Marcelo, sai de seu carro, parecendo que nada aconteceu até mesmo porque permanece impecável em seu terno e com seus cabelos alinhados, oferecendo-lhe seu cartão.
— Desculpe-me senhor, fique tranquilo! Eu arco com qualquer prejuízo, tome aqui o meu cartão!
Fernanda o olha diretamente e de repente seus olhos se cruzam com os dele...
...***...
Marcelo, um homem alto, cabelos escuros e curtos. Olhos claros, moreno da pele um pouco clara, corpo atlético, no auge de seus vinte e oito anos. Sua presença é notada por onde passa. Empresário muito bem-sucedido que gosta de se aventurar bastante por aí. Não leva nenhuma mulher a sério... Mas porque ainda não encontrou alguma que valha a pena ser levada realmente a sério...
...***...
Fernanda despertando daquele transe que ele provocou nela, mesmo sem ela saber o porquê, com raiva e gritando.
— Com certeza estava mexendo no celular. Só pode... E agora eu vou me atrasar por sua causa, seu inconsequente. Não sabe dirigir?
Marcelo presta ainda mais atenção em Fernanda e desculpa-se com ela.
— Desculpe-me senhorita. Não foi minha intenção mesmo.
Ele pensa.
"De onde saiu essa princesa?".
...***...
Alguns minutos antes...
Marcelo pensando, enquanto dirige seu carro rumo à sua empresa...
"Já tenho vinte e oito anos, sou diretor da minha empresa, sou muito bem-sucedido. Posso até dizer que sou um dos homens mais ricos desse país, mas do que adianta? Se ainda não encontrei uma mulher com quem valha a pena seguir? — Em seus devaneios, lhe vem a memória as mulheres com quem tem saído ultimamente. — Uma mais fútil do que a outra. Formar uma família é o meu sonho! Será que ainda vou ter a chance de encontrar a mulher que vai mudar minha vida? As mulheres que conheço só se aproximam por interesse ou, porque minha mãe quer que eu me relacione. E isso me incomoda demais...".
Agora ele pensando alto.
— Marcelo, você já está ficando velho para continuar se aventurando por aí... — Às vezes chego a pensar que minha mãe tem razão...
Ele continua dirigindo, ouvindo uma música calma e continua em seus pensamentos...
"Já no trabalho, hoje tenho algumas entrevistas para fazer, preciso urgentemente de uma nova secretária. A Susana sozinha não dá conta de atender a todas as demandas e de preferência, tem que ser uma de confiança, pois a última entregou nossos projetos de mão beijada.
Tenho uma indicação. Espero que valha a pena. Vamos lá, para mais um dia de muito trabalho. E esse trânsito agora..."
O telefone de Marcelo toca, ele atende e é Susana que pergunta já preocupada.
— Marcelo, você já está vindo? Tenho quatro candidatas aqui. A que você falou que foi indicada ainda não chegou.
— Tudo bem... Eu também não cheguei. Mas já estou chegando. O Richard me garantiu que ela ia...
— Espero Marcelo...
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