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Até Que Haja Um Fim

Prólogo

O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo — Teoria do caos.

Meu nome é Isis Mitchell. Tenho 17 anos e acredito que tudo acontece por alguma razão, as vezes um simples detalhe pode ser a divisória de um dia bom ou um dia ruim. Sabe quando você acorda cinco minutos atrasados e fica com uma cara péssima a manhã toda? Ou quando você esquece as chaves e tem que voltar para casa, até mesmo quando sua roupa preferida está para lavar e você é obrigado a usar qualquer outra. Pois é, amigo, esse é você mudando o curso natural de sua vida para torná-la mais interessante ou mais estressante.

Parece algo bobo e inocente, mas o destino se forma em detalhes bobos, acredite, tanta coisa no meu dia poderia ter sido diferente. Se eu não tivesse ligado o despertador na noite anterior achando que hoje seria sábado, eu não teria acordado em plena oito da manhã de um domingo. Contudo, não teria decidido ir caminhar em um domingo.

E talvez, mas é só um talvez. Eu não teria levado a minha vida a um rumo sem volta. Será que essa pequena mudança nos planos foi a culpada por trazer consequências enormes e absolutamente trágicas no meu futuro?! Ou será que isso já estava destinado no momento em que eu conheci uma garota misteriosa, ou melhor.... Indecifrável.

Só sei que eu não teria andado um bom trajeto pela cidade perdida em mil pensamentos e viajando com a minha playlist do Spotify em meu celular, para só depois perceber o quão longe estava de casa. Olho para o celular, já passava das dez da manhã. Droga, no canto superior mostrava duas mensagens de texto.

[Primeira mensagem]

Isis vamos sair hoje? Nada de desculpas, senhorita-não-faço-nada-aos-domingos. É claro que você vai, me liga.

Minha melhor amiga Jessie Willes, mora na casa ao lado, fazendo dela minha vizinha. Desde que cheguei nesta cidade há quatro anos ela tem sido como um anjo em minha vida, alguém que se pode confiar, que inspira confiança, e o melhor de tudo, sinto que posso ser eu mesma quando estou com ela.

Quando estava com Jessie Willes o mundo parecia mudar para melhor e mesmo tendo um dia ruim ela com certeza o deixaria melhor, esse era seu poder especial. Entretanto, se não estivesse levantado cedo, com certeza estaria no quinto sono, acordaria tarde e não pensaria em sair hoje.

Ou talvez, sei lá.

[Segunda mensagem]

Onde você está? Saímos em trinta minutos.

Meus pais decidiram que era hora de tirarem uma folga de tudo, inclusive de mim. Então eles surgiram com essa ideia de férias improvisada para se encontrar com alguns sócios em potencial. Bom, sendo donos de uma grande empresa o trabalho sempre acaba em primeiro lugar para eles, não é nenhuma surpresa.

Mas um mês já é demais, não? Hm, sei que não posso reclamar, pois como a adolescente que sou estou adorando essa ideia. E eles conhecem bem os pais de Jessie que se encarregaram de estar a minha disposição. Tenho cartões de créditos da minha mãe que me alertou. Só para as despesas básicas, Haha. Até parece.

Ah, ainda falando que tudo acontece por alguma razão, pois é, estou um tanto longe de casa, e tenho que estar lá em exatos trinta minutos para conseguir me despedir dos meus pais devidamente.

Ponho a mão no bolso, droga! Nada, nem carteira, nem um centavo sequer, não posso pegar o metrô ou taxi.

Acordei cedo quando não precisava, estou longe de casa e sem dinheiro, com esses sinais podemos dizer que será muito mais do que um dia ruim.

Ainda que tudo isso seja apenas detalhes, se não fosse por eles, eu não teria começado a correr como uma louca desvairada pelas ruas de San Diego, um lugar que até em um RAIO DE UM DOMINGO está com suas ruas quase lotadas, e com certeza nunca, nunca teria esbarrado com um cara, dono de um olhar cativante.

— Você está bem? Não te machuquei, não é? — ele disse sorrindo, acho que percebeu o quão sem graça eu havia ficado.

— Eu estou bem, me desculpa.

- A culpa foi minha, eu estava distraído.

Eu não conseguia disfarçar o sorriso em meus lábios quando me encontrava em uma situação vergonhosa, mexia no cabelo sem jeito e desengonçadamente.

— A propósito meu nome é Isis Mitchell.

— Oh, Prazer Isis — ele disse, com um brilho naqueles olhos azuis e sinto um choque pelo meu corpo. — Me chamo Luís, e... Parece atrasada para algum lugar?

Ele usava roupas sociais, seu cabelo loiro estava jogado para trás com uma leve dose de gel. Um típico jovem e talvez bem-sucedido de algum lugar.

— Idaho Street. — falei quase que em um sussurro.

— Sério? Olha que coincidência. Eu estava indo para lá, porque não aceita a carona como meu pedido mais sincero de desculpas? Meu carro está logo ali.

Que maravilha! Poderia ser minha sorte começando a mudar? Está muito bom para ser verdade.

Será que o destino brincalhão me daria essa colher de chá justo hoje? Porque pelo que eu saiba, ou melhor, pelo que não sei, ele poderia ser muito bem o maníaco do Park.

Porém eu precisava ir para casa rápido e ele disse de uma maneira tão irresistível que não consegui recusar.

— Tudo bem... Eu acho.

— Ei, não se preocupe! Vai ver que sou apenas um bom samaritano querendo ajudar — ele disse de uma maneira descontraída andando em minha frente para mostrar o caminho. Ele rapidamente abre a porta do carro no banco da frente e permite minha passagem.

— Hm, obrigada — falei entrando no carro.

O caminho foi tranquilo e mais rápido do que imaginei. 23 anos. Sócio executivo da Morgan Group uma empresa renomadíssima no ramo de imóveis e investimentos globais. Ficaria aqui cerca de quatro dias. Motivo. A negócios, claro! Meu rosto ingênuo fingiu acreditar, mas, ele aparentava ser muito jovem para tanto prestigio.

Meu palpite era: trabalho em um escritório qualquer, na verdade não aguento mais essa rotina, mas não posso dizer isso e perder pontos com essa garota ingênua. Minhas teorias nunca mentiam. Porque cá entre nós, porque um sócio executivo da Morgan Group iria parar para ajudar uma adolescente como eu? Dizem que as pessoas que trabalham lá se acham melhores do que todos que não pertencem a bolha deles.

E todos meus palpites se confirmaram quando ele me convidou para sair.

— Gostaria de sair uma hora dessas?

— Para falar a verdade, não sei se deveria — falei sincera, apesar de sua gentileza eu não sabia nada desse jovem. — Não quero que me jogue desse carro, mas eu tenho 17 anos.

Ele riu alto.

— O quê? Ei, relaxa eu jamais faria isso! — ele tampava a boca escondendo o sorriso lindo e dirigia apenas com uma mão. — Você é praticamente uma adulta.

Ele completa com um sorrisinho malicioso do qual me deixou totalmente sem jeito.

— É, fala isso para os meus pais — sussurrei olhando para o lado.

— Deixe-me adivinhar, eles são controladores?

— Eles chamam de segurança — sorri. — Mas, é por algumas “coisas” que fiz há muito tempo. Das quais não me orgulho.

Falei fazendo aspas com as mãos sem jeito.

— Hm, tem um passado sombrio? Quem matou? Isis é seu nome verdadeiro? — ele brinca me fazendo ter uma crise de risos, esse jovem era muito carismático.

— Sim, o que toda adolescente passa, não?! — também brinquei.

— Olha só, que tal eu e você hoje à noite na boate Angeles, dizem que o lugar é bom.

— E é, as pessoas mais interessantes estão lá, e eles tocam as melhores músicas. Há! Então é isso o que jovens ricos fazem? Frequentam boates e dão carona para jovens azaradas?

Falei com meu sorriso torto, mostrando certa ironia.

— Hm, é uma tática que não costuma falhar.

— Que convencido! — brinquei passando os dedos entre meus cabelos, tentando ajeitar os fios que insistia em tampar minha visão.

— Já te disseram que você é totalmente linda? — ele diz bem direto, mas logo muda sua tática. — Digamos que eu seja somente alguém que gosta de impor minhas vontades. E dar caronas para jovens azaradas.

Quando menos percebi estávamos tendo uma conversa realmente legal, eu me sentia menos desconfortavel, entretanto ele ainda insistia em um encontro.

— Vamos fazer o seguinte, hoje à noite na Angeles por volta das oito horas, combinado? Poderíamos até nos conhecer novamente se preferir, isso não seria estranho, não é? — ele disse, e então riu.

— Na verdade, é estranho. — gargalhei alto, ele era muito fofo, deveria ser um conquistador barato. Mas eu tinha uma queda por idiotas assim. — Eu poderia fingir que não te conheço, mas não posso garantir que vou estar lá.

- Tudo bem, estarei lá de qualquer forma, por você vale a pena.

- Ah, pode parar aqui mesmo, já está bem perto e não posso permitir que estranhos saibam onde moro, certamente entende, não é?

- Certamente!

Estava me preparando para sair do carro quando ele se aproximou para se despedir e removeu meu cinto de segurança, naquele momento nossos olhares se encontraram e percebi como seus olhos me fitavam intensamente. Com tamanha firmeza que mostrava tanta autoridade, tanta importância.

— Ei, perto demais jovem — o afastei. — Como eu disse, não posso garantir que estarei lá, mas se eu for com certeza ficaria na mesa sete. — pisquei já saindo do veículo, sabe aquele tipo de pessoa que quando chega em um lugar todos já notam e se alegram, ele me passou essa impressão.

Consegui chegar a tempo, me despedi dos meus pais que me deram uma lista de todos os números de emergência possíveis, só para garantir que estaria tudo em ordem. Eles eram meio paranoicos, até instalaram algumas câmeras pela casa e um sistema de alarme da última geração.

— Tenho 17 anos, com certeza sei me cuidar sozinha durante um mês.

— Isis minha filha, sabe que é só por precaução, queremos que você fique em segurança. — fala minha mãe me dando um beijo na testa.

— Isso mesmo Isis! E não discuta mais sobre esse assunto, você tem sorte de não chamarmos uma babá. — diz meu pai firme.

— Fala sério! Não mesmo! Olha ele mãe!

— Querido não exagera — mamãe sorri. — Vamos logo se não perderemos o vôo.

Realmente um exagero, onde já se viu, será que eles nunca vão me enxergar como alguém responsável? Adorava meus pais, mas estava feliz porque pela primeira vez me sentia livre.

Ligo para Jess.

— Que tal hoje à noite na boate Angeles, já consegue imaginar qual será a loucura da vez?

— Olha se não é a senhorita-não-faço-nada-aos-domingos me pedindo para sair, presença mais que confirmada — ela se alegra e já comemora antecipadamente.

Quem diria que um único mês mudaria a minha vida.

À noite

Calcei o meu melhor par de botas pretas que subiam até o joelho, com meia calças fina, saia curta xadrez com detalhes em vermelho, blusa regata azul-claro, e um casaco que deixei aberto na frente.

A ‘boate’ Angeles estava bem movimentada, e ninguém ligava se tinham ou não que acordar cedo no dia seguinte, por isso que amo essa cidade.

— Hoje é noite para comemorar! — Disse Jessie, enquanto se pendurava no meu pescoço com um sorriso no rosto. Ela estava com um visual bem estiloso, calças com detalhes em azul, uma blusa preta, também usava o seu famoso boné ao contrário. E depois que ela se livrou daqueles óculos escuros, os seus olhos verdes refletiam as luzes coloridas do local.

— Oficialmente amanhã será o primeiro dia que ficarei sozinha em casa, Jess! — Sorri-lhe e ajeitei o meu cabelo na esperança de que nenhum fio rebelde decidisse sair do lugar.

— Está linda, Isis — disse Taylor encarando-me com um sorriso, ela era ruiva o que me fazia encarar pequenas sardas por todo o seu rosto, sempre achei invejável.

— Obrigada, é você quem está linda, Taylor — a olhei de cima a baixo, Taylor estava deslumbrante com um vestido de alça e bem curtinho, destacando a beleza natural das suas pernas.

Fomos para a mesa sete como sempre fazíamos, apesar de o lugar estar cheio as pessoas não ficavam nas mesas, por isso várias permaneciam vazias.

Jessie e Taylor eram minhas melhores amigas, e nós três fazíamos muitas coisas juntas, mas Jess conhecia-me melhor do que ninguém, ela era única, por essa razão fitou-me diferente aquela noite.

— Vai contando Isis, você está esperando mais alguém?

— O quê? Ah! Como sabe, Jess? — olhei surpresa.

— Faz cinco minutos que você está olhando ao redor, ainda estamos na primeira bebida e você não deve estar procurando um garoto aleatório.

— Acertou, Jess! — mordi o meu lábio inferior. — Conheci alguém hoje, mas penso que ele não vem, afinal caras mais velhos não costumam...

— Um cara mais velho? — Taylor arqueou a sobrancelha. — Isis, os seus pais mal viajaram e você já marcou um encontro? Com um cara mais velho?

— Relaxa, Mãe! — sorri. — 23 anos não é tão mais velho assim.

— 23 ANOS! — Jess gritou num pulo, mas logo começou a rir. — Se você não acha uma diferença de seis anos tão grande.

Estava pronta para dizer algo em minha defesa, mas ao olhar para a pista de dança vejo um cara loiro andando entre as pessoas, ele tinha algo de diferente dos outros, já que era o mesmo de hoje cedo, o reconheci na hora. Ele estava novamente com roupas sociais, mas dessa vez parecia para uma ocasião realmente especial, o seu cabelo estava ondulado e jogado para o lado.

— Porque não olham por si mesmas? — falei sem tirar os olhos dele, e abri um sorriso convencido, Jess e Taylor seguiram o meu olhar e deram de cara com o jovem loiro que também olhava na minha direção.

— Fala sério! Que gato! — falou Taylor.

— Isis, Isis, não perde tempo — disse Jess.

Como um encanto aos olhos ele passava a atrair a atenção das meninas ao seu redor, e ao se aproximar mostra novamente aquele sorriso perfeito.

— Gostaria de dançar, senhorita? — ele estende a sua mão na minha direção, não consegui disfarçar o sorriso, pois ele estava fazendo exatamente o que disse, fingir que não nos conhecíamos, e isso foi muito engraçado.

— Meninas, já volto!

Levantei-me rapidamente e peguei na sua mão.

Os olhos azuis do jovem pareciam-me analisar de cima a baixo, os braços vieram na minha cintura aproximando ainda mais o meu corpo ao dele.

— A ideia não era dançar mais afastados? — Questionei.

— E quem disse isso?

— Hm, todo o mundo. — olhei em volta e todos dançavam alegremente, típico em uma boate movimentada como esta, eles já pareciam bem alterados pela bebida.

— Você não é igual a todo mundo, Isis.

Ele sussurrou no meu ouvido e ondas de energia transbordavam do meu corpo chegando a dar-me tonturas. Ele afastou-se o suficiente para olhar nos meus olhos e os meus lábios, senti-me constrangida com isso e tentei desviar do clima.

— Eu... Eu esqueci seu nome.

Sorri ao ver que foi algo idiota a se dizer, afinal eu estava dançando com alguém que havia esquecido o nome e um clima quente estava rolando.

— É Luís — ele também sorri e nesse momento a sua mão escorregou ainda mais chegando na minha saia, deslizando até a coxa.

— Quer levantar a minha saia na frente de todos? — retirei a sua mão.

— Olhe em volta, ninguém se importa minha linda, mas confesso que fui indelicado, aceita uma bebida?

— Hm, uma carona para compensar o esbarrão e agora uma bebida para compensar o seu gesto indelicado? O que conseguirei na próxima vez?

Brinquei olhando nos seus olhos fixamente.

— Espere, eu pensei que você é quem tinha esbarrado em mim, afinal você estava correndo — ele também sorri segurando em minha mão e me levando para o balcão onde preparavam as bebidas.

— Okay você ganhou dessa vez.

— O que vai querer? — ele disse com os braços no balcão.

— Me surpreenda — respondi e então lembrei de Jess e Taylor, olhei para a mesa, mas elas não estavam lá. Meu olhar parou na pista de dança quando vi elas dançando com os braços para cima, Taylor tinha uma garrafa de tequila na mão.

— São as suas amigas? — disse Luís me entregando uma taça com uma bebida rosa e bebi um gole.

— As melhores! Hm, Martini? Boa escolha — terminei de virar a bebida e ele surpreende-se.

— Olha só, Acertou! E ainda virou com estilo.

Após dizer isso ele também vira o seu copo de uma vez, e faz uma careta ao terminar, ele havia pegado algo bem mais forte.

— Você não tem que dirigir hoje? — perguntei.

— Relaxa linda, eu bebo socialmente, isso não conseguirá tirar a minha razão, e outra, qualquer coisa posso ligar para um dos meus funcionários.

— Ah claro! Afinal você é uma pessoa muito importante.

— Porque eu senti um tom de ironia nessa frase? — ele aproxima-se.

— Porque eu sou naturalmente uma pessoa irônica.

Sorrio olhando nos seus olhos e algo naquele momento parecia fazer o tempo parar. Ele sem tirar os olhos dos meus abre um pouco o paletó e retira um cartão.

— Veja se não acredita.

Olho para o cartão na sua mão e observo o símbolo da empresa Morgan Group, sorrio ao fitar os meus olhos nele novamente.

— Isso não é tão difícil de conseguir, afinal.

— Não, ainda mais quando se trabalha lá, como eu disse, sou sócio executivo da Morgan Group.

— Se você diz — falei voltando meu olhar a minhas amigas e quando Imagine Dragons começou a tocar a música Believer me fez levantar bruscamente. — Eu amo essa música, não se importa se eu for dançar com as minhas amigas essa, não é?!

Eu gritei já indo para a pista de dança e ele sorri pedindo mais bebidas. A música alta, as luzes coloridas, a fumaça que se formava no ar, fazia aquele lugar parecer um sonho, isso sim era uma boa comemoração. Já tive várias noites assim, mas essa era especial. Minha liberdade começava.

Como se fosse a primeira vez

Jess pega a garrafa de Taylor e toma um bom gole em seguida eu pego e também viro a garrafa enquanto dançava e pulava histericamente.

— Não tinha que estar com o senhor-super-gato logo ali? — Jess grita devido à música.

— Ah, tudo bem, eu também tenho que dançar com minhas amigas.

Durante a dança observei algumas meninas falando com o loiro, ele muito carismático sorria para elas, mas logo elas iam embora com um ar de desilusão, sorri com isso e voltei a focar na dança. Ele estava aqui por mim, mas poderia ficar com outra se assim quisesse, e pelo visto não queria.

Assim que a música terminou começou ‘Envolver’ de uma cantora brasileira chamada Anitta, essa música estava tocando em todos os lugares recentemente e não resisti ao ouvir o meu mais novo vicio tocar na boate Angeles. Eu amava esse lugar.

— Isis, se der mole vai perder o seu par, olha lá.

Taylor alerta-me e não era para menos, duas meninas estavam conversando bem próximas do loiro e pisquei para Taylor agradecendo. Fui em direção ao balcão, ele até poderia ficar com alguma outra garota, mas não significa que eu simplesmente daria oportunidades para isso acontecer.

— Desculpa meninas, mas fiquem na fila e aprendam a esperar a sua vez.

O puxei pelo braço o levando para pista de dança com Jess e Taylor, dançávamos nós quatro com um ritmo bem descontraído e alucinante.

— Eu sou mesmo tão irresistível assim? — ele sussurra no meu ouvido de um jeito convencido e então se afasta.

— Eu não sei do que você está falando — gritei devido à alta música. Ele sorri e volta a dançar, não perdendo a chance de trocar olhares com Jess e Taylor que sorri de volta de um jeito totalmente atraente.

Quando a música acabou se iniciou outra bem lenta, e fui perdendo as forças. Voltamos para nossa mesa e pedimos algumas bebidas.

— Sabe que não posso encher a cara, e nem você deveria Isis, amanhã temos aula — Jess disse acabando com o último gole da garrafa de tequila, e pelo visto ela não iria, além disso.

— Jess tem razão! — Taylor completa pegando um copo e colocando um pouco de cada bebida que estava na mesa numa mistura. — Essa é minha última, em comemoração.

Ela sorri e vira o copo, eu olhei para o jovem descontraído que me encarava.

— Hm, uma comemoração? — ele arqueia uma sobrancelha.

— Oh, não é bem isso — rolei os olhos. — Mas e você, não vai beber?

— Sou um cara responsável — ele disse virando um copo de Martini verde. — Mas ocasionalmente é bom sair dos trilhos.

Não disse nada, apenas observava com um sorriso divertido.

Um moreno alto se aproxima e convida Taylor para dançar, com certeza frequentava academia, ela aceita. Eles dançaram bem coladinhos e logo vi alguns beijos rolando, o que me faz lembrar que eu nem mesmo havia beijado o jovem ao meu lado.

— Sua amiga não perde tempo hein — o loiro brinca.

— Ela não é sempre assim.

— É o que todo o mundo diz — ele rebate olhando nos meus lábios.

— Pensei que eu não fosse igual a todo o mundo — disse convencida e olhei para seus lábios voltando a fitar os seus olhos.

Ele mostra aquele sorriso perfeito e completa a distância dos nossos lábios.

— Eu não vou ficar de vela, então vou-me convidar para dançar.

Jess disse já saindo dali, continuamos com o beijo e aumentamos o ritmo, senti as suas mãos explorando o meu corpo, a adrenalina estava a mil, sentia arrepios pelo meu corpo a cada segundo, os seus lábios eram habilidosos e apesar de já ter ficado com alguns garotos, os beijos de agora, seus toques, foi completamente diferente.

A noite passou rápido e quando percebi o relógio marcava 23:44 tínhamos que ir para casa.

— Olha a hora, tenho aula amanhã — falei.

— E daí se faltar um dia? — ele disse com as mãos no meu rosto me dando outro beijo.

— No primeiro dia de aula? Lógico que não — afastei-me.

— Espera Cinderela, o seu encanto não vai se desfazer se ficar até depois da meia-noite.

Sorri, mas mesmo assim não poderia ficar.

— Porque não tenta descobrir? Poderíamos terminar o que começamos.

— Isso é um convite? — ele pergunta.

— Não me faça falar duas vezes — fitei os seus olhos com desejo, em seguida procurei as garotas. — E vai ter que me deixar dirigir o seu carro.

— Claro, me mostra sua habilitação.

— Não conversamos sobre isso mais cedo?

Me fiz de desentendida, ele sorri e tenta beijar-me novamente, mas Taylor e Jess se aproximam.

— Hora de ir não é mesmo? — Taylor disse.

— Sim, vamos?! — falei e Luís me deu as suas chaves, ele realmente não estava brincando, e nem eu estava então decidi mostrar para ele que sabia dirigir muito bem.

A rua estava vazia e sem sinal de policiais, a música do carro tocava altíssima o que nos fazia cantar junto entrando no ritmo, enlouquecendo a cada quarteirão, a noite estava perfeita.

Levei Taylor para casa, em seguida Jess que era praticamente a minha vizinha.

— Isis, pode parar na sua casa que vou andando, não quero correr o risco do meu pai me ver chegando com...

— Um estranho? — fala o loiro.

— Sem ofensas — ela sorri. — Meus pais pensam que estou na sua casa Isis.

— Claro, Jess — falei, e estacionei o carro na garagem dos meus pais me despedindo de Jessie Willes.

O loiro não perdeu tempo e entrelaçou os seus braços na minha cintura, nos beijamos adentrando a casa.

— Quem te ensinou a dirigir? — ele pergunta entre os beijos.

— Minha mãe, e adivinha para quê?

— Segurança — ele sorri.

— Ela também chama de precaução — retirei a minha blusa o empurrando em direção as escadas. — Mas apesar de ter-me ensinado ela nunca me deixou tirar carta, pelo menos não ainda.

— Ela só quer te proteger — ele faz uma pausa e observa a casa. — Agora entendo porque não ficou impressionada com toda a história da Morgan Group, burguesinha.

— Então admite que queria impressionar-me? Ou só queria bancar o playboy?

— Os dois! Os seus pais trabalham com o quê?

— Está aqui para falar sobre os meus pais ou terminar o que começamos?

Mostrei meu olhar sedutor e ele sorri me acompanhando, a noite só começou.

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Notas da Autora: Mencionei Anitta em comemoração do Top 1 Spotify mundial! Nossa brazuca representando lá fora xD

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