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Como Nossos Dias | PARTE 1 |

Melhores amigos

Fabio encarava Martha deitada em sua cama, imaginando como seria se ela o amasse como ele a ama. Há anos escondia um sentimento muito forte pela garota sorridente e desastrada que agora mexia em seu notebook para conversar com o garoto que gostava, pois o celular da garota estava no conserto por uma semana. Sentiu uma pintada em seu coração. Como dizer Lara sua melhor amiga que se é apaixonado por ela desde o ensino fundamental? Fabio tentou de várias maneiras durante anos, mas não conseguiu porque era muito vergonhoso. E como diria a sua melhor amiga quando o garoto sequer tinha beijado alguma garota, enquanto sua amiga já estava rumando para o terceiro relacionamento em menos de dois anos? Ele era apenas um nerd, amigo de uma garota muito linda e desejada por todos.

Encarou suas pernas, as coxas grossas a mostra, os cabelos loiros escuros e enormes, os olhos verdes mais brilhantes que já conheceu, os seios medianos debaixo da camiseta branca. Levou a mão a cabeça, coçando. Era impossível que uma garota como Martha olhasse para ele, era impossível que um dia ficassem juntos. Ele se sentia desesperançoso.

— Por que está me olhando assim, seu bobão?

A garota debochou enquanto passou seus olhos rapidamente pelo garoto e logo voltou para sua conversa com Marcus Walter. Ela não gostava tanto assim dele, mas queria namorar com o cara porque ele ia às melhores festas e tinha um carro do ano. era interessante para aumentar sua popularidade.

— Não é nada.— Ele sorriu.— Só estava pensando.

— Em que?

Fabio se levantou da cadeira, deixando seu trabalho de biologia de lado. Já eram quase onze horas da noite e o trabalho era para entregar até a próxima semana, portanto não exigia tanta dedicação no momento. Era sempre ele quem fazia os trabalhos dos dois, era ele quem ajudava a garota em praticamente todas as matérias, Fabio se perguntava se talvez Martha só era sua amiga por este motivo, porque não entendia as matérias e precisava de alguém que a ajudasse para não repetir. Afastou os pensamentos, não poderia duvidar da amizade da garota, ela era a melhor amiga dele, eram grudados desde que se conheceram, em momento algum a menina demonstrou ser apenas interesse. Ele caminhou até a cama e se sentou aí lado dela, encarando seus grandes olhos verdes e brilhantes, acompanhados de um sorriso angelical.

— Estava pensando na faculdade.— Mentiu.— Sabe que só temos mais duas semanas de aula pela frente, não sabe?

— Não precisa se preocupar, você é o maior nerd da escola, já passou!

Ele sorriu, talvez fosse mesmo o garoto mais inteligente, pois suas notas eram as mais altas e as suas redações sempre eram as escolhidas para competições entre outras escolas. No entanto, o que o preocupava era o que viria a seguir: a faculdade. Deus pais queriam que ele fosse para Harvard estudar direito, mas o garoto sequer sabia o que queria ser em seu futuro. Os pais de Fábio estavam insistindo nisso, que o filho se daria muito bem com a mesma profissão do pai e mais para frente poderia assumir a advocacia do mesmo, o qual ele contratou vários advogados, os melhores da região, para trabalhar ao seu lado.

— Não é isso. É que meus pais querem que eu faça faculdade.

— Ué, isso é maravilhoso. Eu, por exemplo, já conversei com mamãe, quero fazer veterinária.

— Mas meus pais querem que eu vá para Harvard, já até me inscreveram para fazer a prova de lá. Será em três dias, se eu for aprovado, com certeza irei para lá.

— Droga, Fábio! Não faz a prova, conta pra eles que você ainda não sabe o que cursar e pronto.

Ele riu.

— Martha, você conhece meu pai, sabe que não é bem assim.

Desde criança o pai de Fabio fora muito exigente com o garoto, talvez por esse motivo tenha sido o menino mais inteligente de sua escola, por tamanha rigidez do pai.

— Ele só é assim porque você deixa, você também deve ter controle de sua vida. — Ela cruzou os braços, encarando o amigo e sentindo uma raiva avassaladora, pois sabia que a partir daquele momento só o veria em pequenos períodos de férias pelos próximos anos.— E o que faremos?

Ela encarou a janela, pensativa. Como seria sua vida sem a pessoa que mais. conviveu desde que era criança? O que fariam a partir daquele momento, como teriam tanto contato? Eles planejavam fazer a faculdade juntos, mas a garota não esperava por isso. Fazer a prova de Harvard estava fora de questão, ela já sabia que não passaria mesmo. A garota sentiu seu coração doer, como se tivesse perdendo a pessoa mais importante de sua vida, nem mesmo os términos de seus antigos relacionamentos foram tão doloridos. Já Fábio a encarava, pensando se iria ou não se declarar para a garota, poderia ser uma oportunidade, eles ficariam juntos mesmo que na maior parte do tempo à distância. Mas ainda havia a possibilidade de a garota dizer que era um erro, que Fábio estava confundindo os sentimentos e que eles sempre seriam apenas amigos. No entanto, o garoto só saberia se tentasse. Ele pegou sua mão, fazendo-a automaticamente o encarar.

— Nao sei.— Ele aproximou seu rosto do rosto dela.— Mas eu quero que fiquemos sempre juntos.

Ela sorriu enquanto sentia sei coração falhar. Fabio estaria finalmente se declarando? A garota esperou tanto por isso que quando finalmente estava acontecendo não conseguia acreditar. Sim, Martha também sempre gostou dele, mas só percebera isso no começo do ano letivo. Ele se aproximou mais da garota, ela já esperava o que veria a seguir e não fugiu, não se afastou, o que o deixou ainda mais encorajado do que fazer. Eles se beijaram naquele mesmo momento e no coração de ambos acendeu-de uma chama, algo que já tinha dentro deles desde que se conheceram, mas rejeitaram silenciosamente por causa da amizade. E naquela noite eles acabaram de deixando levai ainda mais com seus carinhos, tendo uma noite incrível cheia de amor.

...

Um novo dia

Fabio abriu seus olhos, enxergando a claridade de um novo dia. Sorriu. Na noite anterior havia acontecido tudo o que ele mais queria. Ele esteve junto do amor de sua vida, a amou como ninguém, eles foram um só. No entanto, seu coração se apertou ao olhar para o lado e não ver Martha deitada nua em sua cama. Juntou as sobrancelhas, sentindo apenas o seu cheiro, mas não havia a presente da garota por perto. Respirou fundo, olhando ao redor em seu quarto e vendo que não haviam roupas dela ali, ela já havia ido embora.

Respirou fundo, esfregando suas mãos fechadas em seus olhos. Era isso. Ele já ouvira do que sua amiga fazia com o coração dos garotos, quando tinha uma noite e nada mais. Quando os garotos corriam atrás do amigo nerd de Martha para que conversasse com ela para ter algo a mais com eles. Ela nunca voltava para suas "experiências ruins". Ele se sentou na cama, sentindo-se frustrado e olhou para o criado mudo, a fim de pegar seu celular para olhar as horas, mas não havia apenas um celular ali. Um papel branco dobrado recentemente o aguardava acima do aparelho. Juntou as sobrancelhas, pegando o papel em suas mãos e abrindo-o. No fundo Fábio já esperava pelo conteúdo, já sabia que terminaria de ler aquele bilhete com o coração partido.

...Oi, melhor amigo. Me desculpe ter ido embora antes de você acordar, mas é que depois do que aconteceu entre nós, fiquei com vergonha de te encarar. Olha, gostaria de pedir que esqueça o que aconteceu entre nós, não posso prosseguir com isso, poderia estragar nossa amizade, criar expectativas em algo que não tem futuro, entende? Me desculpa, não deveríamos ter ficado na noite passada, espero que não fique magoado comigo. Ainda somos melhores amigos?...

......Tenha um bom dia.......

^^^Martha.^^^

É, foi exatamente como ele pensou. Fabio deixou o bilhete de lado e seguiu até o banheiro, sentindo seu coração apertado e uma imensa vontade de chorar. Por uma noite teve a mulher que sempre amou em seus braços, por uma noite pôde sentir sua pele, beijar seus lábios, mas isso acabou tão rápido quanto começou. Pegou a pasta de dentes e a escova e começou a higienização de seus dentes, sem coragem de olhar para seu reflexo bem a sua frente. Será que sua primeira vez tenha sido tão ruim ao ponto de Martha sequer querer o encarar? Droga! Enxaguou a boca e saiu do quarto rapidamente, descendo as escadas e indo até a cozinha. Não iria deixar seu dia continuar sendo ruim. Caminhou até a porta da cozinha, encontrando seus pais sentados conversando.

— Roger, não pode fazer isso!

— Já fiz, querida.

— Bom dia.

Ambos os patriarcas se calaram com a voz do garoto. Roger, o pai de Fabio estava sentado de costas para o filho e assim continuou, com sua postura ereta e rígida de sempre. Já sua mãe, que exalava uma expressão preocupada, mas assim que viu o filho, tratou de remover, colocando um sorriso lindo no rosto. Ela se levantou e caminhou até Fabio com seus saltos nudes e seu sorriso grande.

— Bom dia, meu filho.— Depositou um beijo na bochecha do garoto.— Vi Martha hoje de manhã, ela dormiu aqui em casa hoje?

— Sim, mãe.

Eles caminharam até a mesa, sentando-se um de frente para o outro. Agora o garoto poderia encarar seu pai. Inexpressivo como sempre, seus curtos movimentos exalava poder e uma rigidez extremamente rigorosa. Era um homem muito bonito, porém totalmente orgulhoso. Roger o encarou assim que escutou o nome de Martha soar dos lábios de sua esposa, particularmente aquela não era a garota preferida do pai de Fabio. Roger queria que o filho namorasse com alguém de fora, alguém que fosse de outro país, com renome ou família nobre. Queria que o filho se tornasse um advogado muito conhecido, que saísse nas manchetes de jornais de vários lugares. Mesmo que Fabio explicasse ao pai que ele a a garota não namoravam, o homem não tirava da cabeça que ela era má companhia para seu filho. Também haviam boatos que ele já ouvira falar, de que a garota gostava de namorar muitos meninos e o medo de que Fabio acabasse machucado e se revoltasse era grande.

— Dormiram em quartos separados, não é?— Houve um breve silêncio, Fabio não encarou o pai.— Fábio, você conhece as regras da casa e sabe que não gosto de Martha grudada com você, muito menos dormindo no mesmo quarto...

— Pai, ela dormiu no quarto do lado, ok?— Mentiu, interrompendo o sermão que levaria neste exato momento.

— Certo.

O homem pegou o garfo em sua mão e levou até a boca, saboreando seu café da manhã e desviando os olhos do filho. Não sabia se estava falando a verdade, mas queria que Martha ficasse longe de seu filho e já havia preparado tudo para que isso acontecesse.

— Vamos comer, rapazes.

Laís tentou remover a tensão entre pai e filho, porém todos os dias era assim. Durante todos os dias Roger e Fabio discutiam, ou o pai dava um sermão no filho. O garoto nem se lembrava mais qual foi o último momento em que recebeu um abraço do pai, ou que ouviu que estava orgulhoso de suas notas, ou pelo menos, que havia dito o amar. Havia se acostumado a receber apenas olhares de desaprovação e falas rígidas. Eles comeram em silêncio, cada um fazendo seu desjejum silenciosamente. Não era um incômodo para os que já haviam se acostumado ao silêncio ensurdecedor.

— Temos uma notícia para você.

Laís encarou o marido, eles não haviam combinado tudo, não haviam perguntado se era essa a vontade de seu filho, Roger apenas decidiu que colocaria o filho em uma faculdade fora do país e assim o fez. Inscreveu o garoto sem ao menos perguntar sua opinião. Já estava decidido, Fabio faria direito e se tornaria um advogado para futuramente cuidar da advocacia do pai. Fabio já desconfiava do que viria a seguir. Soltou o ar, encarando primeiramente a mãe, que exalava uma expressão sério e de discordância, logo após o pai, que como sempre, não expressava nada.

— Roger, nós já conversamos sobre isso...

— Laís, eu sou o homem da casa, não me contrarie!— A mulher se calou e encarou-o decepcionada com suas falas grosseiras.— Já está decidido!— Se virou para o filho.— Fabio, eu decidi que você vai para os Estados Unidos e fará sua faculdade de direito lá.

— O que?

— É isto mesmo. Você irá e não adianta dizer que não quer.

Guardando em uma "caixinha"

Fabio olhou mais uma vez para o bilhete que sua melhor amiga e amor de sua vida havia deixado. Com o celular em sua outra mão aberto em suas conversas, ele pensava se mandava mensagem para Martha. Depois do que seu pai disse, o garoto não discutiu, apenas subiu para seu quarto cheio de raiva por ver sua vida sendo controlada pelo pai que não o deixava ser livre para escolher o que queria ser. Ele soltou o ar pesadamente sentindo sua garganta amargar e uma imensa vontade de chorar, da qual o menino segurava o choro e se negava a desabar. Estava prestes a digitar uma mensagem quando a porta de seu quarto fora aberta. Era Laís. Encostou no batente da porta e encarou o filho desapontado. Os olhos dela estavam inchados, mesmo debaixo da maquiagem era perceptível que também estava magoada com as atitudes do patriarca da família. Fabio dobrou o papel com o recado de Martha e bloqueou a tela de seu celular, inclinando a cabeça e olhando para a mãe.

— Você está bem?

Ele desviou os olhos e reprimiu os lábios, evitando uma resposta. Era o suficiente para a mãe que o conhecia muito bem e quase poderia sentir o coração do filho apertado e aflito. Entrou completamente no quarto, fechando a porta e caminhou até sua cama, se sentando ao seu lado. Ela era uma mulher linda e jovial, mais parecia a irmã do próprio filho, que sua mãe. O garoto em silêncio apenas fez o que sempre fazia em situações como essa, jogou o corpo para o lado e deitou a cabeça no colo dela, fechando os olhos.

— Será que meu pai nunca vai deixar de ser assim?

— Querido, seu pai foi criado em uma família muito rígida, desculpe por ele ser assim, mas ele te ama.

— Vai me dizer que essa e a forma dele de querer o meu melhor?— Bufou.— Esqueça, essa desculpa já é bem velha e eu já sou bem grandinho.

— Não fale assim!— Advertiu.— É verdade, sabia? É a maneira dele de querer o seu bem.— Ela acariciava os cabelos do filho.— Seu pai não teve muitas escolhas na vida, foi criado com seu avô que morreu quando você era bem pequeno. Seu avô era muito mais rígido que Roger e também não foi escolha dele se tornar um advogado. Na verdade, o sonho de seu avô era um dia ver o filho ser um juiz, mas Roger bateu o pé contra o pai.

Fabio levantou o corpo, voltando a ficar sentado e encarou a mãe, que carregava um olhar triste.

— Mas justamente por ter sido tratado assim, ele deveria ser diferente comigo.

— Nem todos pensam como você, meu filho. Tem pessoas que carregam o trauma de infância e o descarrega no próximo. Seu pai melhorou muito, quando me casei com ele era muito pior, mas estou tentando trabalhar ainda mais nele, fazer Roger ser mais amoroso.

— Você tem um coração bom, mãe. Mas entenda, quando alguém nasce assim, ou se deixa ser com o tempo, será sempre.

Ela sorriu, passando a mão no rosto de seu filho. Não era bem assim que Laís pensava, no entanto, seu filho nunca entenderia a lógica de seus pensamentos, por isso a mulher deixou que o assunto fosse encerrado com seu silêncio. O assunto que viera tratar era outro, ela queria muito entender o motivo de Martha passar rapidamente por ela logo pela manhã, com uma expressão muito envergonhada, como se tivesse escondendo algo.

— Querido, aconteceu algo entre você e Martha?

O garoto sentiu seu coração falhar uma batida com o susto, então sua mãe havia descoberto o que aconteceu em seu quarto? Será que ela sabia que Martha não dormiu no quarto de hóspedes aquela noite? Que eles dormiram juntos e tiveram uma noite maravilhosa aos olhos do garoto? Suspirou, encarando a mãe. Fabio engoliu seco antes de responder.

— N-não, mãe... Por que?

— Por que hoje pela manhã vi Martha saindo daqui rapidamente, ela parecia estar envergonhada ou... estressada, não sei explicar. Achei vocês tivessem brigado.

— Oh, não.

Era um alívio para ele saber que não havia descoberto nada. Laís era uma mãe compreensiva, mas caso algo assim acontecesse em sua casa e ela soubesse, com certeza iria contar ao seu marido e ele tomaria suas rígidas atitudes.

— Então vocês estão bem?

— Estamos bem, eu acho.— Desviou o olhar.— Não houve briga, então se Martha estiver irritada não é comigo.

— Sim... Talvez os pais dela ligaram logo cedo para aborrecer a coitada. Eles são tão maus com ela, as vezes acho que a vida não foi justa com ela. Uma pessoa boa como a Martha não deveria ter pais tão... horríveis.

— Pois é... Mãe, se não se importa, eu gostaria de ficar sozinho.

Ela encarou o filho pela última vez, era hora de seu menino ficar sozinho. Os tempos não eram mais como quando ele era criança e desejava sua companhia a todos momentos. Fabio agora era um homem em desenvolvimento e precisava de seu tempo sozinho,Laís entendia isso, mas sentia saudades dos longos dias que eles passavam juntos, brincando, cozinhando ou fazendo algo para se divertir e passar as horas até que Roger chegasse do trabalho. Eram bons tempos que nunca mais voltariam. A mulher se levantou passando as mãos em suas roupas para que se alinhassem ao seu corpo. Manteve seu grande sorriso estampado, exalando alegria,era sempre assim.

— Claro, filho.— Deu-lhe um beijo na testa e seguiu até a do quarto.— Estarei em meu quarto, caso precise de mim, ok?

— Obrigado, mãe.

Laís saiu do quarto, deixando o garoto sozinho, que voltou a pegar o bilhete e encarar o que estava escrito. Pegou seu celular. Queria ligar para ela, ter certeza se era mesmo o que queria,esquecer tudo o que aconteceu, fingir nunca tiveram nada e aos poucos sua amizade ir desgastando até que se tornassem dois estranhos, mas com lembranças. Discou o número, mas ninguém atendeu. Tentou por mais algumas vezes até finalmente desistir. Suspirou, decidindo guardar em uma "caixinha"no fundo de seu coração, os sentimentos pela melhor amiga. Talvez fosse mesmo melhor que Fabio esquecesse o que sentia por Martha, não lutar mais por seu amor e aceitar seu futuro por longos anos na faculdade, cursando o que seu pai tanto quer, longe de tudo e todos que conheceu até o momento. Fabio decidiu não lutar mais contra tudo e todos, ele aceitaria seu destino, se mudando para outro país, cursando advocacia e esquecendo completamente seu amor por Martha.

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