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Seduzida Pelo Sr Torino

1- Prólogo

Autora:

Olá novamente a quem veio pelos meus outros livros e sejam bem vindos vocês que estão lendo pela primeira vez uma obra minha.

Antes de começarmos, vou dar alguns avisos iniciais que são muito importantes para que você não perca seu tempo com um conteúdo que não é do seu interesse.

* Esse livro conta a história da Amanda ( Srtª Tetinhas), personagem que aparece em Seduzida pelo Sr Stein.

* Essa história se passa depois do casamento de Fred e Selina, mas terão alguns flashbacks.

* Se você não leu Seduzida pelo Sr Stein, pode até ficar um pouco perdido quando for mencionado Selina e Fred, porém em algum momento do livro eles pararão de ser mencionados.

* O conteúdo desse livro é para maiores de dezoito e tem hots pesados.

* Diferente do Fred que tinha se afastado do BDSM, o protagonista desse livro é um dominador e terão descrições mais pesadas de BDSM.

* Antes que perguntem o que significa BDSM, já vou responder:

* Bondage ( ato de amarrar o parceiro);

* Dominação ( Onde existe uma pessoa que dita as regras);

* Disciplina;

* Submissao ( Onde existe a necessidade de obedecer a ordens);

* Sadismo ( gostar de provocar dor ou de ver alguém em situações de humilhação e dor);

* Masoquismo ( Gostar de sentir dor ou gostar de situações consideradas humilhantes em alguns casos)

* A definição acima é uma definição generalizada, as regras sempre são acordadas entre os participantes. Pode haver situações de humilhação e dor extrema, como pode não haver. Nesse livro não serão mostrados situações radicais de dominação, mas serão mais pesadas do que apenas tapinhas no bumbum, como no Sr Stein.

* Como disse acima, a relação dentro do BDSM não se configura em abuso, já que existe um acordo firmado entre as partes e até um contrato estabelecendo todos os limites. Portanto, é totalmente consensual e em nenhum momento estarei normalizando abusos

* Serão citados nesse livro situações de uso drogas. Não será romantizado, fará apenas parte da história.

* Serão utilizadas palavras chulas, já que hot sem palavras sujas é chato pra caramba!

* Tentei deixar bem claro o conteúdo do livro e espero de verdade que tenham lido antes de começar a ler a história.

* Se começarem a reclamar depois, irei ignorar completamente, já que deixei avisado.

* Mais um adendo, meus personagens não serão pessoas perfeitas. Sei que estão acostumados a lerem sobre personagens que não erram e são super certinhos e por isso estou avisando que nesse livro eles não serão.

* Dado todos os avisos, vocês estão cientes do que vão encontrar. Apertem os cintos, pois iremos agora embarcar nessa história!

...**************...

Selina ( Sra Stein)

Fred ( Sr Stein)

Amanda (Srtª Tetinhas)

Professor Morgan ( Sr Torino)

...****************...

POV Selina

Pensei que depois de me casar, eu e Fred estaríamos em paz. Passamos por tantas coisas e mudamos tantas formas de agir e de pensar que agora merecíamos uma vida tranquila juntos. Mas ainda não conseguimos nossa tão sonhada paz, apareceu a tal da Srtª Tetinhas.

Essa garota teve a coragem de ligar para o meu marido quando estávamos em plena lua de mel.

Isso até poderia ter estragado tudo, mas eu estava tão feliz passando momentos maravilhosos com o homem da minha vida, que deixei passar. Porém, agora que voltamos para nossa rotina não estou conseguindo mais fazer vista grossa.

Bem, vocês devem estar me perguntando, quem é essa garota? Então vou contar:

Quando Fred e eu terminamos, pois falamos coisas duras e machucamos um ao outro, ele procurou me substituir. Sim, ele procurou uma garota que fosse parecida comigo. Nisso ele encontrou essa tal de Srtª Tetinhas… Nós éramos muito imaturos para relacionamentos na época e quando o amor bateu na porta, ficamos inseguros.

Eu sei, eu não deveria estar com raiva já que eu também tive outro relacionamento nesse espaço de tempo. Vocês acreditam que eu dei uma chance ao cara que foi a minha primeira decepção amorosa e tinha me feito sofrer igual uma condenada? Quem nunca fez algo assim na vida?

Voltando a essa garota, eu até queria esquecê-la, mas ela não para de ligar para o meu marido e eu estou ficando cada dia mais possessa. Fred disse que iria resolver, mas eu sei que o jeito dele de resolver as coisas é sempre muito extremo, ele não sabe dosar as coisas, então o impedi.

Resolvi dar uma chance a essa garota e tentar negociar, se ela não quiser, vou deixar meu marido resolver.

Peguei o celular do meu marido e mandei uma mensagem para ela, marcando um encontro em uma de minhas cafeterias. É claro que eu marquei em um lugar seguro para mim, não sei se ela é uma doida.

Deu o horário e eu cheguei ao local. Fiquei olhando de longe e tinha uma garota de cabelos negros sentada na mesa que reservei. Sua postura era calma, porém cabisbaixa. Respirei fundo e fui até lá e me sentei.

A garota arregalou os olhos e ficou paralisada me olhando, provavelmente pensou que seria o Fred quem viria.

– Eu sou a Selina, mas pode me chamar de Sra Stein. – disse lhe dando a minha mão. Ela não pegou e continuou paralisada – Você deve ser a… Tetinhas, não é isso? Posso saber o seu nome verdadeiro ou gosta de ser chamada por palavras vulgares?

– A… Am… Amanda, meu nom… Me chamo Amanda. – respondeu gaguejando.

– É Amanda, pelo jeito você não esperava me encontrar. – disse cruzando os braços.

– Não Sra Stein. – abaixou a cabeça.

– Gosto que me chame assim, até porque eu sou a única Sra Stein que existe, se é que entende. Olhando você de perto, Fred estava totalmente errado, nós não somos tão parecidas.

– Eu também não acho, Sra Stein.

– Talvez a cor do cabelo, altura, a cor dos olhos e o corpo. Até nos parecemos um pouco, mas são poucas as semelhanças. – disse observando seus detalhes. – Por que o Fred te chama de Tetinhas?

– Não é óbvio? – disse olhando para os seus seios.

– Formulei a pergunta errado. Por que você deixou ele te chamar assim? Ele nem sabe o seu nome. Gravou no contato do celular "Tetinhas".

– Ele preferia me chamar assim.

– O meu marido é um homem que tem gostos peculiares e tem formas de tratar as coisas diferente das pessoas normais. Eu o conheço bem. Enfim, ele fez amor com você?

Ela ficou sem palavras para a minha pergunta. Já faz um tempo que eu queria saber, mas não tinha coragem de perguntar ao Fred. Eu o amo e não iria aguentar ouvir isso da boca dele, porém dessa garota eu não me importava em escutar, não me importava em odiá-la.

– Co… Como assim Sra Stein?

– Quero saber se ele te beijou enquanto te fodia. Quero saber se ele foi carinhoso com você. Quero saber como ele te tratava na cama.

– Sra Stein... eu...

– Anda! Diz logo! – a interrompi.

Ela pareceu irritada e começou a falar:

– Ele me chamava de cadela, me fazia ajoelhar aos pés dele e ficar engatinhando atrás dele. Nunca me beijou ou foi carinhoso. Ele comia o meu c* e depois ia embora me deixando do jeito que estava. Era isso que queria saber? Ele nunca me tratou como trata você!

– Sim, era isso. Obrigada. – soltei os meus braços aliviada.

Eu até posso entender que o Fred fodeu com outra enquanto estávamos separados, mas nunca vou admitir que tenha sido carinhoso com outra além de mim.

– Amanda, – continuei – preciso que saia das nossas vidas. Você foi apenas um objeto que o Fred usou para tentar aplacar a saudade que sentia de mim. Ele nunca sentiu nada por você.

– Me desculpe Sra Stein, eu não posso. Me apaixonei por ele e eu só queria conseguir ouvir sua voz ou vê-lo de longe. Juro que não vou tocar no seu marido, eu só quero vê-lo.

– Há! Você não deve estar falando sério! Garota, aceite isso e suma. – assinei um cheque com uma boa quantia e entreguei a ela – Olha, se eu permitir que o meu marido vá te ver vai ser para ele resolver as coisas do jeito dele, e você não vai gostar do jeito dele. Eu mesma já senti a forma como meu marido trata quem o está atrapalhando e posso te garantir que ele não é nada bonzinho.

Ela ficou parada olhando o cheque. Me levantei e fui embora. Lhe dei a chance de resolvermos isso numa boa, mas se ela insistir, não posso fazer nada para impedir o Fred.

Agora me sinto leve, retirei esse peso das minhas costas. O aviso foi dado e se ela não acreditar, vou lavar minhas mãos. Não posso ficar segurando o meu pastor alemão para sempre.

Fui direto para a escola, pegar as crianças. Fred teve uma reunião hoje e vai chegar tarde.

Afonso está todo adolescentezinho, fica com vergonha quando me vê, pois eu sempre acabo fazendo um cafuné na cabeça dele na frente dos amigos. Não é por querer, é que ele é tão fofo. Ele é como uma versão fofa e tímida do Fred.

Marie nem liga, ela já me espera na porta da escola e quando me vê pula no meu colo. Se essa menina continuar a fazer isso, minha coluna não vai aguentar. Fred acostumou mal a filha e sou eu que pago o pato.

Já se passou um ano desde o nosso casamento e já nos mudamos para casa nova. Eu acho ela muito grande e cheia de empregados, um exagero só. Mas vocês já conhecem o meu marido, ele não liga com gastos. Também, sempre foi rico a vida toda, essas coisas que achamos exageradas, para ele é normal.

– Afonso, eu comprei um presente para você. – digo enquanto dirijo.

– Outro, tia Lina?

– Ah, eu também gosto de te mimar. Assim como o seu pai.

– O que você comprou?

– Eu ouvi que você queria viajar para a praia com os amigos nas férias. Eu sei que nós já moramos na praia, mas praia com os amigos é diferente, não é?

– Não me diga que…

– Sim! – disse o interrompendo – Te comprei uma prancha de surfe nova. Aquela que estava namorando, mas ficou com vergonha de pedir ao seu pai.

– Não sei como você sempre sabe essas coisas.

– Eu te conheço. Esqueceu que eu sou quase a sua mãe? – disse sorrindo e ele me retribuiu com um sorriso tímido.

Chegamos em casa e, nossa, estou muito cansada. As crianças foram correndo para o quarto e eu fui me arrastando para o meu. Se essa casa fosse menor eu já estaria deitada, mas ao invés disso tenho que subir essa escada enorme e percorrer um extenso corredor até chegar a suíte principal.

Cheguei no quarto e já comecei a tirar minhas roupas e deixar pelo chão. Fui ao banheiro e uma das coisas boas de ter empregados é que eu posso pedir para deixar a banheira preparada para quando chegar.

Entrei e deixei o perfume dos sais de banho e os jatos da hidro me relaxarem.

Estava tão cansada que cochilei. Acordei e dei de cara com um homem lindo, loiro e com os olhos verdes, sentado na beirada me olhando. Nossa, que sortuda que eu sou.

Sorri e ele sorriu de volta.

– A água está esfriando, vai pegar um resfriado Srta Selina. – disse Fred.

– Vai voltar a me chamar de Srta Selina?

– As vezes é bom relembrar quando eu era o seu chefe.

– Você pode brincar de ser o meu chefe quando quiser, você sabe?

– Mas nessas horas você sabe bem do que eu gosto de te chamar. – ele deu um sorriso malicioso.

– A água está esfriando, mas você quer entrar aqui mesmo assim, Sr Fred? – perguntei retribuindo o sorriso.

– Bem que eu queria, mas está na hora do jantar. As crianças já estão esperando, vamos?

Acabou que não foi só um cochilo, eu dormi mais do que imaginei.

Me levantei e ele me ajudou a me secar.

Fomos jantar e depois voltamos para o quarto.

Nos deitamos na cama e eu o abracei. Desde que nos casamos eu me sinto todos os dias como em um sonho. Ele me olhou com aqueles lindos olhos verdes e me beijou. O abracei mais forte me aninhando em seu peito.

Ele acariciou meus cabelos e disse:

– Está preparada para o fim de semana? Para o quinto casamento do meu pai?

Revirei meus olhos, o Sr Joseph mal se divorciou e já está se casando novamente, ele não é fácil.

– Ah, nem me fale! Maldita a hora que resolvi assumir a organização da cerimônia. Isso está me consumindo muito, estou morta de cansada.

– Lina, eu estava pensando que anda trabalhando muito. Você sabe que não precisa, eu tenho dinheiro o suficiente para vivermos tranquilamente.

– Lá vem você com esse papo novamente. Você mais do que ninguém sabe que eu amo trabalhar e ser uma grande empresária.

– Eu sei, mas… Lina, você não sente mesmo vontade de ter filhos? Será que não seria a hora de ir mais devagar e tentarmos aumentar a família?

– Você viu o Beto hoje e ele ficou te mostrando fotos do Henrique?

– Às vezes é chato ser casado com uma mulher muito inteligente.

– Está falando sério?

– Claro que não estou. Com você nada fica chato. – disse beijando minha testa.

– Fred, eu queria te dizer uma coisa.

– Sim?

– Eu já não estou tomando anticoncepcionais há alguns meses. Eu queria te fazer uma surpresa, mas você não vai parar de me pedir, não é?

Ele ficou sem reação por alguns segundos, depois perguntou.

– Você… você está grávida? Vamos ter um bebê?

– Não ainda, mas podemos continuar tentando.

– Hummmm… então podemos começar agora. – disse dando um tapa na minha bunda e apertando.

...****************...

Autora passando aqui para fazer um pedido:

Curtam e comentem por favor!

Escrever um livro me custa tempo, mas para vocês curtirem leva instantes. Pode não parecer, mas isso me ajuda muito!

Um beijo e até o próximo capítulo!

02- Professor Morgan

POV Morgan Torino

Estou andando pelos corredores da universidade indo em direção a sala de professores. Preciso urgente de um café.

Eu amo lecionar, mas tem dias que me pergunto porque ainda estou fazendo isso.

– Professor Morgan! Professor Morgan!

Alguém me chama e aperto os passos. Eu fiquei meia hora depois da aula respondendo dúvidas, se não aproveitou, não é problema meu.

Paro de ouvir os gritos, deixo o ar escapar e reviro os olhos. Isso aqui é uma universidade e não um colégio de ensino médio. Por que esses alunos se comportam assim? Barulhentos e irresponsáveis?

Já vejo a porta da sala de professores e me animo. Já sinto até o gosto amargo e forte do café.

Estou a três passos da porta da sala dos professores e minha passagem é bloqueada por aquela garota.

– O que houve dessa vez Amanda?

– Professor Morgan, eu não pude ir a sua aula hoje, será que poderia me mandar a matéria por email?

– Olha, pede para algum colega. Pela sua aparência já posso imaginar porque perdeu a aula.

– Professor Morgan, o senhor sabe que eu não tenho um bom relacionamento com os meus colegas, ninguém vai me ajudar.

– Isso não é problema meu Amanda. Eu nem sei porque se inscreveu nas minhas aulas. Você não precisa de Filosofia para se formar.

Pego em seus ombros e a empurro, liberando o meu caminho.

– Professor Morgan, por favor! Eu só quero a matéria por email.

– Se vira, Amanda. Não tenho mais aulas hoje e eu só quero ir embora.

Entro e bato a porta.

Aquela era a Amanda Salazar, essa garota me persegue. Eu sou um professor universitário e jovem, é claro que sou o tipo que habita o imaginário das mulheres. Mas Amanda é diferente, ela não se aproxima como as outras garotas, parece mais que procura outra pessoa em mim. Ela está sempre se metendo em problemas e indo para a detenção e adivinhem quem é o responsável pela detenção? Eu mesmo.

Às vezes me pergunto se ela está afim de foder comigo. Só pode ser! Desde que descobriu as minhas aulas, ela fica renovando a matrícula todo o semestre, já deveria ser ecpert em filosofia, mas nunca sabe responder quando eu pergunto.

Que garota estranha, sempre me pergunto porque insiste em frequentar minhas aulas.

Provavelmente não foi a minha aula por ter passado a noite se drogando e bebendo. Era nítido o cheiro ruim que exalava de seu corpo. Ela é tão… tão indisciplinada.

Reviro os olhos e deixo esses pensamentos se esvairem.

Olhei a cafeteira e estava lá, o café fresquinho e quente. Exalando aquele cheiro maravilhoso. Pego minha caneca e encho, me sento na cadeira e aprecio essa bebida dos deuses.

A faxineira aparece e me olha com um sorriso tímido, outra que se encantou pela minha aparência. Não é ruim ter uma boa aparência nesse momento, pois acabei de ganhar um croissant recheado com presunto e queijo. Lhe dou suas migalhas, um sorriso de agradecimento e ela já fica satisfeita.

Olho as horas no relógio e ainda são 15h, estou contando os minutos, pois às 16h poderei ir embora. Comemoro mentalmente por estar tão próximo.

Professora Luciana aparece e se senta à minha frente. Ela abre um pouco o decote tentando me provocar. Fico me perguntando quando vai perceber que não faz o meu tipo. Eu gosto de um tipo mais obediente e não do tipo que toma iniciativa.

Resolvo abrir minha pasta e pegar um livro que trouxe para ler: Vigiar e Punir - Michel Foucault

Assim não preciso ficar olhando essa mulher que se julga interessante para mim.

Estou concentrado no livro quando a conselheira estudantil entra na sala. Ela me olha e eu bufo.

– Amanda?

– Sim, Professor Morgan. Ela irá para a detenção novamente.

Fecho os olhos tentando me controlar. Amanda novamente? Ela arranjou um jeito de passarmos um "momento" juntos. Será que ela não se cansa de ser tão descontrolada?

Pego minhas coisas e vou para a sala de detenção. Parece que não vou poder sair mais cedo hoje, novamente.

Abro a porta e ela está lá, jogada na cadeira. Será que não sabe sentar direito? Com a coluna alinhada?

Me sento na minha mesa sem dizer nada, eu estou muito irritado nesse momento.

Abro novamente o meu livro e espero que ela não abra a boca. Não quero ouvir sua voz de garota mimada que provavelmente está se acabando para chamar a atenção de alguém.

Continuo lendo e de repente sinto algo no ar. Fecho o livro e bato com ele na mesa.

– Srtª Amanda, eu já te disse que aqui é proibido fumar. Apague isso agora!

Ela me ignora e dá mais uma baforada, me fazendo ficar mais irritado ainda. Eu juro que se ela não fosse a minha aluna… aaaa se ela não fosse a minha aluna… Talvez até sendo minha aluna, mas fora daqui, fora dessa universidade, provavelmente eu iria colocar ela na linha.

– Amanda, apague agora! – digo entredentes.

– Vai fazer o quê? – ela responde toda petulante.

Me levanto e vou em sua direção, coloco as duas mãos em cima de sua mesa e me abaixo até a altura de seu rosto.

– Apague ou eu juro que te faço engolir esse cigarro. – digo bem lentamente para que ela me entenda bem.

Ela me olha assustada e apaga o cigarro na mesa, marcando a madeira.

Respiro fundo tentando me acalmar, ela é muito indisciplinada.

– Eu não te entendo Amanda, porque continua sempre dando um jeito de vir para a detenção? Gosta tanto assim de me ver? Por que me persegue?

– Eu não estou perseguindo você. Só me colocaram aqui porque eu me vinguei de um garoto que estava espalhando fotos minhas por aí.

– Parece que ele foi mais esperto, porque só você veio parar aqui.

– Não importa. Eu me vinguei! Ele espalhou fotos da minha b*ceta e eu colei cartazes pelo campus com a foto do pinto pequeno dele.

– Ainda assim ele foi mais esperto.

– O espertinho que não vai comer mais ninguém. Pelas minhas fotos as pessoas podem me chamar de piranha ou de vadia, mas ninguém vai deixar de me comer. Agora ele, provavelmente vai sofrer bullying e desenvolver problemas psicológicos.

– Desenvolver assim como você? Porque para mim é óbvio que tem problemas. Aprenda a resolver suas coisas sem ser pega. Você vem tanto para a detenção que fico me perguntando se não é algo comigo.

– Se não quer me ver mais, professor Morgan, dê o seu cargo a outro. Você sabe que pode fazer isso, não é? Isso aqui é algo voluntário, se está aqui é porque gosta.

– Talvez eu só goste de disciplinar garotas, Srtª Amanda e não exatamente de te ver.

– Pois se acostume, ainda faltam três períodos para me formar e eu ainda vou vir muito mais vezes a detenção.

Respiro fundo a olhando de cima. Será que ela tem mesmo orgulho de agir assim?

– Fico me perguntando o que te fez chegar a esse estado deplorável. Olhei o seu histórico acadêmico e era uma boa aluna. O que te faz agir assim, como uma criança querendo chamar a atenção?

– Está interessado em mim, professor?

– Bem, vamos ter que ficar aqui por duas horas. Eu poderia estar indo para casa agora, mas você me prendeu aqui. Nada mais justo que me distraia.

...****************...

Olá meus queridos leitores!

Me digam qual a primeira impressão que tiveram do Morgan Torino!

Não se esqueçam de curtir o capítulo.

Se tiver como deixar um voto e um presente, também ficaria muito agradecida.

03 - A Cadelinha Abandonada

POV Amanda Salazar

Fui para a detenção novamente. O professor Morgan me olha com um olhar de poucos amigos. Ele me odeia, tenho certeza. Mas também, quem não me odeia? Talvez aquela nerd que é minha colega de quarto, não me odeie… logo ela vai me odiar também.

Pelo o que eu disse, podem perceber que não é a minha primeira vez aqui. Acho que mais de uma vez na semana eu estou na detenção.

O professor Morgan continua me olhando, esperando que eu lhe conte o que acontece comigo. Eu estou tentando formular as palavras e ao mesmo tempo o observando. Tem alguma coisa nele que me lembra alguém… Não um alguém qualquer, ele me lembra o Fred.

Em aparência, os dois não se parecem em nada, a não ser a mania de sempre andar super arrumado e manter uma aparência impecável. E os dois também tem aquele mesmo olhar, aquele olhar que me gela.

– Não vai começar? Eu parei de ler meu livro para ouvir a sua história, se não for contar me avise logo. – disse o professor Morgan me tirando de meus devaneios.

– Como posso começar? Bem, você sabe que eu não sou daqui, vim do interior. Morava com o meu padrasto na casa que minha mãe deixou de herança. Ele é um bêbado nojento e eu não aguentava mais ficar naquela casa aguentando os seus acessos de loucura. Tinha sonhos e resolvi correr atrás deles. Um belo dia, coloquei chumbinho na bebida dele e fui embora sem olhar para trás.

– Então está na minha frente uma assassina?

– Depois de um tempo eu descobri que ele não morreu. O que foi uma pena, você não tem idéia do que ele fez comigo…

– O que ele fez com você?

– Isso não importa! – digo cruzando os braços e desviando o olhar. – Continuando, essa é mais uma história de uma garota do interior que foge para a cidade e quebra a cara. Pois é, cheguei aqui e consegui um emprego fazendo faxina e logo me matriculei na universidade, porém foi aí que eu descobri que as contas não fechavam. Eu precisava comer, ter onde dormir e as mensalidades não cabiam no orçamento.

– Deveria ter pedido uma bolsa. Suas notas eram boas.

– As coisas não são tão fáceis assim, professor Morgan. Acha que não tentei? Sempre tem alguém mais pobre e com notas melhores que a sua, então eu não consegui. Foi nessa época que aconteceu uma coisa estranha: Em um dia qualquer eu estava sentada em um banco de praça, comendo um salgado, tentando imaginar como eu pagaria minhas mensalidades atrasadas e um homem sentou ao meu lado. Ele me deu um cartão e disse que procurava uma garota como eu, disse que eu era perfeita e tinha uma boa oportunidade para mim.

– Hummm, uma história de princesa? O seu príncipe te achou na rua e se casaram…

– Minha história nunca foi de princesa. – respiro fundo, fazendo uma pausa – Aquele homem era um cafetão e a grande oportunidade dele era para eu me prostituir.

– E você aceitou?

– Claro! Eu estava desesperada. Estava me afundando em dívidas e não tinha nada guardado, se eu fosse demitida estaria na rua literalmente.

– Então você é uma prostituta?

– Não, eu não trabalho mais com isso. E é sobre isso que vou contar. Como eu sou baixa e magra, facilmente me passo por uma adolescente. Então esse homem me levou a um lugar onde tinham velhos que tinham algum tipo de fetiche com adolescentes. Eles me vestiam com roupas infantilizadas e… já deve imaginar o que acontecia.

– Eles te fodiam como queriam. Não sou do tipo sensível, eu vejo muitas coisas por aí, não precisa me esconder fatos perversos.

– Ótimo, não irei esconder então. Bem, eu ganhei algum dinheiro lá, que deu para pagar parte das minhas dívidas, porém um dia, esse homem disse que iria me transferir para uma boate onde atendia clientes de elite, gente muito rica. Disse que tinha um cliente que estava procurando uma garota como eu.

– Mais um pedófilo?

– Não… Sabe, essa boate era muito diferente do buraco onde eu estava. Lá as garotas eram perfeitas. Elas ganhavam jóias caras, tinham cabelos e peles perfeitas. Todas tinham próteses de silicone e procedimentos estéticos no corpo. Já pode imaginar o que aconteceu comigo, eu era o patinho feio dali, totalmente diferente delas. Não tenho próteses, meus seios são pequenos, nunca pintei o cabelo e tenho um corpo normal.

– É… você não se parece com uma puta de luxo.

– Aquele tal cliente não apareceu no local e eu tive que começar a trabalhar mesmo assim. É óbvio que nunca ganhei jóias e só era requisitada quando algum cliente tinha algum fetiche em particular, mas o pouco que ganhava ali era mais do que eu ganhava no buraco em que eu estava.

– Em uma noite, esse cliente apareceu. O gerente do local ficou muito nervoso. Ele me ajudou a me arrumar e ficava me dando instruções o tempo todo em como me portar, parecia que ele tinha medo dele.

– Tá! Pula logo para a parte do cliente. – disse impaciente.

– Ele era um homem totalmente diferente da maioria que vi ali. Era bonito, imponente, tinha um olhar penetrante e gélido. Quando o vi entendi porque o gerente tinha medo dele.

– Ok, mas e aí? Ele te comeu?

– Não. Ele me abraçou. Ele me colocou um apelido idiota me chamando de Tetinhas, depois me chamou de Selina e disse que sentia a minha falta. Fiquei paralisada, eu nunca me senti amada e naquele momento eu me senti. Mesmo que aquelas palavras não fossem exatamente para mim. Depois disso, ele me tirou dali. Talvez nessa parte eu possa ter vivido um conto de fadas. Ele me tirou da prostituição, pagou minha faculdade e todas as minhas dívidas, me deu um apartamento mobiliado e grana o suficiente para me manter sem problemas.

– Tudo isso só porque achou que você era a tal Selina?

– Não, eu me expressei mal. Ele achava que eu era parecida com a tal Selina, ele sabia que eu não era. Por isso ficava me chamando de Srtª Tetinhas.

– Se ele te deu tudo isso, então ele era muito rico mesmo.

– Sim, ele é podre de rico. Um dos homens mais ricos do país se não me engano.

– Já ouvi falar em uma tal de Selina. A dona de uma das minhas cafeterias favoritas. Vai me dizer que ele é o Sr Stein, o marido dela?

– Ele mesmo.

– Você e ela se parecem um pouco.

– Não! Não temos nada a ver! Não quero ser comparada a ela novamente.

– Ok, então me conte o que o respeitado Sr Stein fez com você.

– Bem, ele se tornou quase o meu namorado, digamos assim. Ele ia sempre me visitar e me fodia sempre, mas apesar de achar que eu me parecia com a Srtª Selina ele nunca se entregou totalmente a mim. Às vezes eu o pegava me olhando, perdido como se estivesse se lembrando de algo ou procurando algo. Na cama ele era totalmente diferente dos homens que já me envolvi, ele tinha alguns gostos estranhos.

– Estranhos como?

– Ele nunca me beijou. Na intimidade ele se tornava frio e autoritário. Ele pedia para que eu ficasse de joelhos aos pés dele e quando me movimentava eu só podia ir engatinhando. Ele tinha uma regra, eu não podia dizer nada e caso dissesse ele me castigava.

– Quais tipos de castigos?

– Eram leves, como ganhar alguns tapas no bumbum. Ou ficar sem g*zar, ele me provocava e quando eu estava chegando próximo, ele não me deixava g*zar. Ou às vezes os castigos eram o contrário, ele me estimulava com o vibro me fazendo g*zar inúmeras vezes até eu perder todas as forças do meu corpo.

– Isso não me parece ruim.

– Era ruim e bom ao mesmo tempo. Mas eu só queria que ele me desse o que ele dava a Selina. Ele só queria comer o meu c* e fazia eu me sentir como um objeto dele, ao qual ele fazia o que quisesse. Acredito que com a Selina ele não era assim.

– Talvez era…

– Não, ele não era… Tive certeza disso depois que a conheci. Bem, continuando… Isso não durou muito tempo, ele acabou me abandonando. Acho que se cansou de me comparar a pessoa que ele amava e eu perdi toda a graça para ele. E foi aí que minha vida virou um inferno… eu não sei o que ele fez em minha cabeça, pois eu queria esse homem. Queria muito. Ele não sai da minha mente, eu durmo e sonho com ele, eu sinto o cheiro dele nos lugares, eu procuro por ele o tempo todo na rua. Eu só queria poder vê-lo mais uma vez… – uma lágrima sai de meus olhos.

– Ele é impossível para mim. Depois de um tempo eu soube que se casou com a Selina e eu senti tanta inveja dela. Naquele momento eu queria ser idêntica a ela e poder trocar de lugar com ela. O dia do casamento deles foi o dia mais triste da minha vida. E eu estava tão desesperada que peguei meu celular e liguei para ele em sua lua de mel. Eu iria pedir para voltar. Iria dizer que não me importava em ser sua amante e nem que ele me chamasse de Tetinhas. Mas ele nunca me atendeu.

– Você se humilharia para ele a qualquer momento?

– A qualquer momento. Eu estou disposta a fazer o que ele me pedir, a qualquer momento.

– Ok. E como termina essa história? Já está quase na hora de irmos embora.

– Bem, terminou comigo do jeito que estou agora. Continuei ligando para ele, mas quem apareceu foi a Selina. Ela pediu para me afastar e me deu uma quantia em dinheiro, me avisando que se Fred se metesse eu iria me dar mal. Eu não me afastei e ele se meteu. Bem, ele me tirou tudo que me deu, o apartamento, a grana e ainda colocou o meu padrasto atrás de mim. Foi nesse momento que descobri que ele estava vivo. Resumindo tudo, ele mostrou que não mediria esforços para proteger o seu casamento com a Selina. Ele só não me tirou a faculdade porque já estava paga. Um tempo depois a Selina me procurou novamente e me deu mais uma grana, acho que ela não é uma pessoa ruim. Eu que sou, pois fico por aí gastando a grana dela com drogas e bebidas, tentando achar algum sentido na minha vida de merda.

O professor Morgan se levantou e começou a guardar suas coisas na pasta, depois se virou para mim e disse:

– É Srtª Tetinhas, você é uma cadelinha abandonada que vive vagando por aí procurando pelo dono. Quando alguém tenta te ajudar, você morde a mão, pois só aceita os carinhos dele… precisa tratar isso.

Depois de dizer isso ele foi em direção a porta, saiu e sumiu pelo corredor.

...****************...

Olá leitores e leitoras!

O que acharam da história da Amanda? Lhes adianto que ainda tem mais coisas que vão descobrir sobre ela.

Não se esqueçam de curtir o capítulo, por favorzinho!

Beijos e até o próximo!

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