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O Amor Transforma

Presente de grego

Acordei radiante, hj completo meus 18 anos. Todas as meninas sonham com os 15 anos, eu não, meu sonho sempre foi os 18.

Acordo, faço minha higiene matinal, antes de descer pra tomar café, ligo pra minha melhor amiga Suzane.

📲Eu: Oi Suzi bom dia!!

📲Suzane: Maria Elis!! Já ia te ligar amiga. Feliz aniversário!!

📲Eu: Obrigado meu amor. Vc vem jantar aqui né?!

📲Suzane: Claro que vou! Minha melhor amiga fez 18 uuhuuuu!!

📲Eu: Louca kkkkkk espero vc então. Bjinho.

📲Suzane: Bj amiga.

Desço pra tomar café e ja estão todos me esperando. Meus país que amo muito e meu querido irmãozinho Lucas que eu adoro de paixão.

Eu: Bom dia pai. Bom dia mãe. - falo e vou logo agarrando meu irmãozinho e encho suas bochechas rosadas de beijos.- E bom dia pra vc meu anjinho.

Alex (pai de Maria Elis): Bom dia minha princesa.

Amanda (mãe de Maria Elis): Bom dia meu amor. Parabéns!!

Nós nos abraçamos e tomamos café. Meus pais são maravilhosos, amo minha família e estou muito feliz.

Hj é sábado e não tenho aula então passo a manhã com minha mãe, ela quer ir ao shopping comprar um presente.

Eles respeitaram minha vontade quanto a festa. Eu disse que não queria saber de festa, que eles pegassem o que iam gastar e doassem para a ong Doce Menina.

Eu vou nessa ong pelo menos três vezes por semana, ajudo no que posso. Essa ong resgata e cuida de meninas que sofreram maus tratos e abusos.

São meninas da minha idade ou menos que já sofreram muito, algumas tem até filhos, são muitas vezes rejeitadas pela família, maltratadas pelos namorados, algumas viviam na rua.

Papai concordou e levou pessoalmente o dinheiro pra Marcela, diretora da ong. Tenho certeza que esse dinheiro ficará muito melhor assim.

O restante do dia corre tranquilo, almoço com minha mãe e o Lucas no shopping, meu pai tem um escritório de contabilidade e no sábado ele não trabalha, mas hoje ele disse que tinha um cliente muito importante. Ele parecia preocupado.

Depois do shopping fui até a ong pq a Marcela me ligou e disse que precisava falar comigo. Quando chegamos ela e as meninas tinham preparado uma surpresa. Um bolo que elas mesmo fizeram, fiquei emocionada, abracei uma por uma e agradeci muito a surpresa.

Cheguei em casa fui pro meu quarto tomar um banho e descansar até a hora do jantar.

Estranhei o fato do meu pai não ter voltado ainda, mas estava muito candada e acabei dormindo.

Acordei 18:00, tomei um banho demorado, coloquei um vestido florido soltinho, sandalia baixa e deixei meus longos cabelos ruivos soltos.

Às 19:30 fui até a cozinha, mamãe fez questão de preparar o jantar ela mesma.

Eu: Mamãe que cheiro maravilhoso!!

Amanda: Adivinha o que estou fazendo pra aniversariante?

Eu: Hummm deixa ver, seria uma lasanha de frango que eu adoooro? - abraço minha mãe por trás- Com bastaaaaante queijo??

Amanda: Sim senhora, do jeitinho que vc gosta filha. Queria que sua irmã estivesse aqui. Ela sentiria tanto orgulho de você.

Eu abraço minha mãe mais forte e digo: Eu sei mamãe também sinto muita falta dela.

Ficamos abraçadas um tempo e a campainha tocou. Minha amiga doidinha chegou.

Ficamos conversando até as 20:30 quando papai chegou. Ando preocupada com ele. Há vários dias que ele não come direito, está mais distante e um pouco irritado com tudo.

Já perguntei o que houve mas ele só disse que são os negócios.

Jantamos as 21:00 e estava maravilhoso. A mãe da Suzi veio buscar ela 23:00 e então fomos dormir.

Às 03:00 da madrugada acordei, tive um pesadelo, eu caia num poço e ele não tinha fundo, foi horrível, acordei suando e com muita sede.

Fui até a cozinha e meu pai estava na sala, sentado sozinho. Fui até ele.

Eu: Papai o que o senhor faz acordado essa hora?

Alex: Nada filha só perdi o sono.

Sentei diante dele e insisti:

Diga a verdade papai. Somos uma família, divida com a gente o que está acontecendo.

Papai já tinha bebido dava pra notar, então sobre efeito do álcool de repente ele começou a chorar feito criança, disse que uns tempos atrás foi com um amigo em um cassino só pra se distrair, mas gostou tanto que voltou várias vezes, quando deu por si já estava viciado.

Então veio a bomba, meu pai estava tão endividado que colocou nossa casa como garantia e o pior...perdeu.

Alex: Filha estamos prestes a perder nossa casa! Sua mãe não vai aguentar mais esse baque na vida.

Fiquei muda. Meu pai acaba de me dar a pior noticia da minha vida, justo hoje, o dia que pra mim seria o mais feliz. Um verdadeiro presente de grego.

Buscando uma saída

Fiquei alguns minutos parada diante da tragédia que meu pai anunciou.

Tive vontade de gritar, xingar, bater, até mesmo sair correndo.

Mas é o meu pai, o homem que mais admiro nessa vida, aqui na minha frente, desesperado, fragilizado.

A última vez que vi meu pai assim foi quando minha irmã mais velha morreu.

Pensei que nunca fossemos superar, papai parecia um zumbi, mamãe quase morreu de tanta tristeza, eu tinha doze anos, foram os piores dias da minha vida.

Até que mamãe descobriu um mês depois da tragédia, que estava grávida, do meu irmãozinho Lucas.

Aí tudo passou e nós superamos. Guardamos minha irmã no coração e seguimos em frente. Até hoje.

Saio dos meus pensamentos e tento encarar a realidade. Tenho apenas 18 anos mas sou muito madura pra minha idade.

Sempre estive presente nos momentos bons e ruins com meus pais. Minha família é meu bem maior e eu faria qualquer coisa por eles.

Enxugo as lágrimas que já rolaram e digo pro meu pai:

Pai o senhor não pode desistir de tudo, da nossa casa. Tem que ter uma saída.

Alex: Não tem saída filha, é muito dinheiro, não vou conseguir pagar. Cometi um erro grave filha e as consequências estão chegando até mim.

Eu: Por favor papai mantenha calma. Quem é esse homem que o senhor deve?

Alex: É o dono dos cassinos. Ele é milionário filha. Um playboy mulherengo que compra todos com dinheiro.

Eu: Mas os cassinos não são ilegais? Pelo menos aqui no Brasil?

Alex: Sim minha filha, mas ele tem muito dinheiro, é tudo muito escondido atrás de outros estabelecimentos que servem de fachada pra encobrir os cassinos.

Eu: E se a gente denunciasse ele? O senhor sabe onde ficam os cassinos, faremos uma denúncia anônima e ele vai preso.

Alex: Ah filha, você é muito jovem ainda. Pessoas assim não ficam presas, elas compram todo mundo.

Eu: E qual é o nome desse cara?

Alex: Henrique Zanetti.

Eu: E quanto tempo nós temos?

Alex: Uma semana filha. Se eu não pagar aquele desgraçado em uma semana ele vai nos tirar nossa casa.

Eu: Por favor pai não conte nada pra mamãe ainda. Vou pensar em alguma coisa. Não vamos perder nossa casa.

Alex: Me perdoa filha.

Olho nos olhos do meu pai e vejo todo sofrimento e angústia que ele vem passando sem poder falar pra ninguém.

Eu: Não vou te crucificar papai. Prefiro te ajudar a encontrar uma saída. Vou subir, amanhã teremos uma solução. Tenha fé papai!!

Dei um abraço no meu pai, ele chorou muito, pude sentir todo seu arrependimento.

Quando ele começou a contar senti muita raiva, mas agora sinto pena. Amo meu pai e vou ajudá-lo.

Subo para o meu quarto, me jogo na cama e me permito colocar pra fora tudo que estava segurando na frente do meu pai.

Depois de chorar, peguei meu celular e fui pesquisar pra ver direitinho quem era esse canalha que estava causando todo esse sofrimento.

Bastou colocar o nome e as fotos foram aparecendo.

Não dava pra negar o homem é lindo! Moreno, 1,90, cabelo preto muito bem cortado, uma barba muito bem feita.

Pena que toda essa beleza era jogada fora

De que adianta ser tão lindo se não vale nada?!

De repente tive uma idéia. Vou falar pessoalmente com ele. Quem sabe ele volte atrás.

Anotei alguns endereços de estabelecimentos que pertencem a esse homem. Amanhã mesmo vou procurá-lo.

No dia seguinte levantei cedo, fiz minha higiene e saí de fininho. Peguei um iogurte na geladeira e deixei um bilhete dizendo que precisei sair pra resolver um assunto, mas que não se preocupassem pois estava tudo bem.

Saí de casa e comecei a procurar aquele desgraçado nos endereços que peguei. Eram oito lugares diferentes, mesmo sendo domingo esperava encontra-lo.

Já era quase meio dia e eu não tinha encontrado ninguém. Já tinha ido em quatro lugares e nada. O quinto lugar que entrei era um restaurante muito chique e bonito.

Me senti estranha, estava de calça jeans, tênis e uma camiseta de malha.

Respirei fundo e entrei, uma moça veio ao meu encontro.

Moça: Pois não senhorita. - disse me olhando dos pés a cabeça.- Não estamos precisando de ninguém pra trabalhar no momento.

Eu: Não estou procurando trabalho. Quero falar com Henrique Zanetti.

De repente ouço uma voz atrás de mim:

Quem quer falar comigo?

Era uma voz rouca, baixa, senti os pelos do meu braço arrepiarem. Me viro devagar e dou de cara com ele, o homem que quer tirar nossa casa.

Ele me olha com olhar de predador, penso em sair correndo mas não posso, preciso falar com ele.

Eu: Eu quero falar com o senhor. Sou Maria Elis Fernandes, filha de Alexsander Fernandes.

Alex: Humm então seu pai mandou você pra negociar comigo? kkkkkk- disse ele dando uma gargalhada.

Senti meu rosto esquentar de vergonha.

Moça: Quer que eu chame a segurança senhor?

Henrique: Não Jenny pode deixar. Vou atender a mocinha aqui.- fez uma reverência com ar de deboche, já estou odiando esse cara.

Fomos para a parte superior do restaurante onde ficava um escritório grande e bonito. Entramos e ele me indicou uma cadeira.

Alex: Muito bem senhorita, sou todo ouvidos.- disse ele sentando atrás da mesa e me olhando com olhar debochado. Senti minha raiva aumentando.

Eu: Fiquei sabendo que meu pai tem uma divida com o senhor. Ele deu nossa casa como garantia.

Henrique: Sim exatamente.

Eu: O senhor não pode tirar nossa casa.

Henrique: E o quê me impede de fazer isso?

Juntei toda minha coragem e falei:

Nada o impede senhor. Mas eu proponho um acordo.

Ele me olha como se eu tivesse acabado de contar uma piada.

Henrique: Kkkk e o que a senhorita propõe?

Eu: Eu trabalharei para o senhor até pagar toda a dívida. Posso trabalhar em qualquer função, limpo chão, cozinho, faço serviços gerais, qualquer coisa.

Ele levanta da cadeira lentamente e vem se aproximando. Sua presença é perturbadora, prendo a respiração sem perceber.

Ele encosta na mesa bem ao meu lado.

Henrique: Seu pai sabe que está aqui?

Eu: Não senhor. Vim por minha conta. Sou maior de idade e sei o que estou fazendo.

Henrique: Pois bem, tenho um "emprego" pra você.

Solto a respiração que ainda estava prendendo e sinto que há uma luz no fim do túnel.

Eu: E quando posso começar? O que tenho que fazer?

Henrique: Calma mocinha! Hoje é domingo e você teve sorte em me encontrar aqui.

Ele escreve alguma coisa num pedaço de papel e me entrega.

Henrique: Vá amanhã nesse endereço, no horário que marquei aí, vou preparar um contrato. Se a senhorita estiver de acordo.

Pego o papel e olho, letra bonita, parece um endereço residencial.

Eu: Estarei lá senhor. Até amanhã.

Saio de lá e vou direto pra casa. Preciso contar ao meu pai que consegui um acordo.

Chego em casa minha mãe está preocupada, digo que era um problema com a Suzane e já está resolvido. Ela me olha desconfiada mas não faz mais perguntas.

Enrolo um pouco conversando e vou pro meu quarto.

Meia hora depois meu pai vem falar comigo.

Alex: Filha onde você esteve? Me diga que não foi procurar aquele homem.

Eu: Foi exatamente isso que eu fiz.

Alex: Filha você enlouqueceu esse homem é perigoso.

Eu: Não se preocupe papai. Consegui um acordo com ele.

Alex: Que tipo de acordo?

Eu: Vou trabalhar pra ele até pagar essa dívida e ele não tira nossa casa.

Alex: Filha isso está me cheirando muito mal. Ele não é confiável. Você é minha menina não vou deixar você cair numa armadilha.

Eu: Papai já estamos numa armadilha, eu vou e não há nada que o senhor possa fazer pra impedir. A mamãe não vai suportar perder essa casa.

Alex: Eu sei filha isso tudo é culpa minha. Sou um miserável não mereço a família que tenho.

Eu: Pare com isso papai. Vamos sair dessa. Sou sua filha mais velha e tenho que te ajudar. Amanhã vou ver do que se trata, ele vai fazer um contrato. Vai dar tudo certo papai.

Abraço ele forte. No fundo também estou morrendo de medo, mas preciso ser forte agora. Pelos meus pais, pelo meu irmãozinho, eles são tudo pra mim. Faço qualquer sacrifício por eles.

O Contrato

Maria elis

Henrique

Acordei na segunda feira confiante que iria solucionar esse problema. Ele marcou comigo às nove da manhã.

Não sei o que vou vestir pois não faço idéia do tipo de emprego ele vai propor.

Fico horas vasculhando meu guarda-roupa e decido usar o básico mesmo, uma calça jeans, mas dessa vez com uma blusa mais bonita e sandálias.

Não sei o que fazer com o cabelo, resolvo fazer um rabo de cavalo.

Me olho no espelho, mamãe sempre diz que preciso me maquiar, mas eu simplesmente odeeeeio maquiagem, passo só um batom e pronto. Acho que só essa cabeleira cor de fogo já chama atenção suficiente.

Pego um uber e chego ao endereço faltando 15 minutos pro horário marcado. Realmente é uma residência. Aliás que residência!! Uma mansão linda.

Uma senhora de aparência simpática vem me receber.

Senhora: Olá bom dia! A senhorita deve ser Maria Elis não é?

Eu: Sim sou eu mesma.

Senhora: Meu nome é Rita. O Henrique está esperando a senhorita.

Eu: Obrigado!

Acompanhei Rita, de um lado um jardim maravilhoso, mais a frente uma piscina enorme.

A casa era linda, passamos por uma sala enorme e fomos até o escritório. Fui olhando a casa e já imaginando se era na limpeza o emprego. Mesmo se tiver que limpar tudo sozinha vou aceitar, preciso ajudar minha família.

Rita abriu a porta do escritório sem bater, deve trabalhar aqui a muito tempo.

Lá está ele, parece mais lindo ainda, me recrimino mentalmente por achar esse canalha lindo. Ele vem até mim, me cumprimenta com aquele ar ainda debochado que me irrita.

Me manda sentar e volta pra onde estava sentado atrás de uma mesa com computador e várias pastas e papéis.

Henrique: Então, já conversou com seu pai sobre seu "acordo" comigo?

Eu: Sim ele já sabe, não concorda, mas também não pode me impedir. E qual é o emprego que o senhor tem pra mim?

Ele me observa por um instante, abre a gaveta e tira uma cópia de um contrato. Manda que eu leia.

Pego o papel e começo a ler. Minutos depois sinto minhas mãos suando, começo a tremer de raiva, sinto que meu rosto está da cor do meu cabelo.

Eu: Que palhaçada é essa?

Henrique: É um contrato. Apenas leia e aceite....ou não aceite e eu cobro a dívida do seu querido pai.

Eu: Isso não é um contrato de trabalho. É um contrato de casamento!! Você só pode tá me zuando.

Henrique: Sim é um contrato de casamento, mas você não leu tudo.

Eu: Casamento não é emprego!

Henrique: Esse é sim. Com certeza você deve ter vasculhado minha vida na internet. Por causa desse meu "comportamento" meu pai está vindo dos Estados Unidos semana que vem. Ele exige que eu tenha uma vida que seja mais "adequada" pelo menos pra esse bando de fofoqueiros da imprensa.

Eu: E você acha mesmo que vai enganar todo mundo? Comigo? Porque você não escolhe uma dessas mulheres que aparecem com você?

Henrique: Porque não é um casamento de verdade. Deixei bem claro aí. Não teremos nenhum tipo de intimidade, você terá seu quarto, apenas terá que aparecer comigo em eventos e festas.

Eu: Você é louco! Só pensa em você. Vai me aprisionar num casamento falso só pra enganar seu pai e a imprensa?

Henrique: Você veio me procurar querendo uma solução pra dívida do SEU pai.

De repente ele se levanta, está nervoso, vem até mim.

Henrique: Ouça bem mocinha, não gosto de pirralhas feito você. Aceite ou não, a escolha é sua.

Fico ali parada sem saber o que fazer.

Eu: Preciso pensar, por favor.

Henrique: Te dou até amanhã, 24 horas.

Eu: Ok.

Levanto e saio sem olhar pra trás. Atravesso o jardim correndo, preciso sair daqui rápido, estou ficando sem ar.

Chego na calçada minha garganta está fechada, enfio a mão no bolso rápido e pego minha bombinha.

Dois jatos de remédio e começo a voltar ao normal.

Tenho asma, quando fico em situações de muito estresse e nervosismo ela ataca.

Não sei o que fazer e pego o uber de volta pra casa. Quando o carro entra na minha rua levo um choque. Uma ambulância está na porta de casa.

Pago o uber e desço correndo do carro, minha bombinha já está na mão, realmente o dia hoje está complicado.

Vejo uma maca e dois enfermeiros levando meu pai. Minha mãe tenta acalmar o Lucas que chora muito.

Eu: Mãe o que houve?

Amanda: Seu pai começou a me contar umas coisas, nós discutimos, ele tremia muito e estava muito nervoso, de repente ele começou a sentir uma dor no peito e caiu. Fiquei apavorada e chamei a ambulância.

Fui até os socorristas gritando.

Eu: Deixa eu ver o meu pai. O que houve com ele? Por favor😭😭

Socorrista: Calma moça, seu pai sofreu uma ameaça de infarto. Já prestamos os primeiros socorros e vamos levá-lo pra fazer exames. A senhorita é maior de idade?

Eu: Sim

Socorrista: Então pode nos acompanhar na ambulância se quiser.

Fui na ambulância com papai, minha mãe estava muito abalada e ficou em casa com o Lucas que também estava muito agitado.

No hospital levaram meu pai e eu fiquei esperando. Depois de uma hora o médico veio.

Médico: Quem está acompanhando o Sr Alexsander Fernandes?

Me levanto rapidamente.

Eu: Sou eu doutor. Sou filha dele. Maria Elis.

Médico: Seu pai sofreu uma ameaça de infarto. Tudo indica que ele está com os nervos muito abalados, provavelmente por causa do estresse. Vou deixá-lo em observação até amanhã, mas o perigo já passou. Mesmo assim eu recomendo repouso absoluto e nada de estresse ou emoções muito fortes.

Eu: Sim doutor. Eu posso vê-lo?

Médico: Sim claro. Ele está no final do corredor, penúltima porta à direita.

Vou correndo ver o meu pai. Entro no quarto e meu coração se pate em mil pedaços vendo ele assim.

Meu pai sempre foi um homem muito forte, ativo, nunca gostou de ficar parado.

A família sempre foi seu foco. Ele e minha mãe sempre foram muito unidos e felizes.

Eu e minha irmã éramos as "princesas do papai".

A saúde do papai ficou muito abalada depois da morte da Jaque. Os médicos descobriram um tumor raro na minha irmã, numa área do cérebro que não podia ser operada.

Meus pais gastaram tudo que tinham pra tentar salvá-la. Mamãe vendeu a loja e papai gastou todas as suas economias indo de clínica em clínica atrás de médicos.

Foi o pior momento da nossa família. Até que depois de cinco anos tentando minha irmãzinha querida nos deixou aos dezessete anos.

De lá pra cá papai vem tentando se reerguer financeiramente. Mamãe usa remédio pra dormir até hoje. Meu irmão Lucas trouxe luz pras nossas vidas com sua chegada inesperada.

E eu, bom, eu venho tentando ser a filha perfeita, quero ver meus pais felizes.

Ali naquele quarto de hospital com meu coração em frangalhos tomo minha decisão.

Meu pai está sedado e não me viu ali. Enxugo as lágrimas e vou pra casa conversar com mamãe. Ela precisa saber que sua filha vai se casar.

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