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EU, DONA DE MIM

Capítulo 1- SEM DENTE!

Sábado, cinco e quarenta da manhã. Helena olha pela janela de seu apartamento e vê que começava a clarear. Todos os dias no mesmo horário fazia a mesma coisa. Levantava, tomava um banho, vestia uma roupa confortável, tomava um rápido café, pegava suas coisas e saía.

Helena: Tchau Bacon, mamãe já volta!

Ela caminha até um parque próximo onde mora, senta num banco e cuidadosamente tira seu tênis e troca por um belo par de patins. Guarda o tênis na mochila, coloca seus fones no ouvido e começa.

Ela se sentia livre. Dançava ao som da música como se ela e a canção fossem uma só. Ela passeava por entre a brisa como se ela própria se juntasse ao ar, fechava seus olhos apenas aproveitando o momento, seu corpo se movimentava com maestria em cima dos patins, seu cabelo esvoaçava como se obedecesse a canção. Por onde ela passava, ia deixando seu delicioso perfume e encantando a todos que a observavam. Era assim todas as manhãs. Aquele era o seu momento preferido, onde se conectava com ela mesma, já que sua rotina era bem agitada.

Helena chega em casa por volta de sete e meia da manhã. Entra, deixa sua mochila na lavanderia, e observa que Bacon continuava no mesmo lugar.

Helena: Cheguei seu preguiçoso! Mamãe vai tomar banho e já volta.

A manhã transcorre normalmente, já na hora do almoço ela prepara uma refeição leve, pois Bacon estava de dieta, já ela não se importava em estar cinco quilos acima do peso, ela se garantia, porém em se tratando da saúde de Bacon, era preciso ficar atenta.

Após o almoço ela resolve dar uma caminhada pelo condomínio e fazer Bacon se exercitar um pouco. Vão em direção a uma pracinha dentro do condomínio onde algumas crianças estavam brincando, assim que avistam Bacon saem correndo encantadas.

Criança 1: Nossa tia, posso passar a mão nele?

Helena: Pode sim, ele gosta de carinho.

Criança 2: Tia ele morde? 

Helena: Não, ele não morde!

Criança 3: Credo tia, que bicho feio!

Helena ouve isso e rapidamente muda sua fisionomia, quem era aquela pirralha para insultar o Bacon daquele jeito?

Helena: Feia é você menina, você não tem nem dente!

A criança olha para ela e começa a chorar, nesse momento ela percebe que não deveria ter falado aquilo afinal ela era uma adulta e precisava se comportar como tal. Ela vê a mãe da criança vindo em sua direção, não tinha o que fazer, teria que encarar, não era covarde.

Mãe da criança: Posso saber o que aconteceu?

Helena: Não foi nada, acho que ela se assustou com o Bacon, só isso, não foi garotinha linda da tia? 

A menina nada responde, apenas agarra a perna de sua mãe e se esconde atrás dela.

Helena: Bom, eu tenho que ir, tenho compromisso e estou atrasada, até mais meninas – Diz saindo o mais rápido que pode levando Bacon em seu colo.

Helena chega em casa, e começa a rir, não acreditava que realmente tinha se comportado daquele jeito afinal amava crianças, porém aquela menina tinha merecido, pois Bacon não era feio.

Já estava quase na hora de sair e ela ainda nem escolhera a roupa daquela noite, ela só sabia que queria estar linda, queria chamar atenção.

Ela deixa bacon em sua caminha ao lado do sofá, e começa a se arrumar. 

Nove da noite. Ela se olha no espelho e aprova o que vê. Estava em um mini vestido preto curto de alças muito finas e com decote profundo, levemente brilhante, nos pés uma sandália preta de tiras finas, sua maquiagem era leve, apenas realçava os olhos e na boca um batom vermelho, seus cabelos estavam soltos caindo sobre os ombros, seu volume lhe moldava o rosto. Estava pronta. 

Helena: Se comporta Bacon, mamãe te ama – Diz dando um beijinho em seu focinho e saindo.

Naquele dia faria cinco anos do casamento de seu irmão e sua cunhada, ela teria que estar presente. Fernando e Amanda estavam dando uma animada festa na casa deles, se tinha festa Helena estava presente.

Chegando ao jardim da casa deles, Helena tenta achar uma vaga, porém o imenso jardim está apinhado de carros, ela começa a dar voltas e voltas pelo jardim até que finalmente avista uma, porém percebe que mais alguém está se preparando para entrar na vaga, mas ela estava decidida a não permitir que isso acontecesse.

Helena: Agora vamos ver quem pode mais! – fala para ela mesma dentro do carro.

Sem que o outro carro tivesse tempo de sair do lugar, Helena arranca com o carro fazendo uma curva perigosamente e enfia seu Dodge Charge R/T 1969 preto no pequeno espaço. Se sentia orgulhosa por ser mais rápida. O motorista do outro carro buzina desesperadamente em sinal de reprovação.

Motorista: Seu filho da put@!

Helena apenas ri consigo mesma, vê o motorista ficar dando voltas e mais voltas para achar uma outra vaga. Ela sai de seu carro e entra na casa. Quando entra, todos se voltam para olhá-la afinal ela tinha presença e seu minúsculo vestido chamava a atenção.

Fernando: Finalmente chegou, estão quase todos aqui e nada de você chegar. Não tinha outra coisa para vestir? Estão todos te olhando.

Amanda: Não ligue Helena, você está linda.

Helena: Que ótimo, sinal que gostaram!! Obrigada Amanda. Eu estava no jardim procurando uma vaga, mas fui mais rápida que um imbecil e roubei a vaga dele! – Diz com orgulho, piscando de um olho só.

Francis: Tiaaaa, você chegou! Cadê o Bacon?

Helena: Ficou dormindo princesa, na próxima eu trago para você brincar.

Fernando: Por favor Helena se comporte, não quero mal entendido aqui hoje hein. Tenho alguns clientes importantes aqui e nada pode dar errado. Segure essa sua boca.

Helena: Não se preocupe, não vai dar nada errado!

A festa estava ótima, muita gente animada, bebidas de todos os tipos, comidas variadas e claro, músicas. Helena amava músicas dos anos 80 e 90, e aquele era seu dia de sorte.

Dançava como se não houvesse amanhã, balançava seu corpo como se o mundo fosse acabar naquele instante, uma única coisa a incomodava: um homem que a observava há algum tempo, não tirava os olhos dela a festa toda, não sabia de quem se tratava, pois, seu irmão tinha muitos contatos e fazia muitos negócios. Mas se ele queria ficar olhando, que olhasse.

Helena se divertiu muito, dançou, conversou, brincou com sua sobrinha Francis, e quando estava exausta, se despediu para voltar para casa.

Helena: Fernando, Amanda, eu preciso voltar para casa, Bacon está me esperando, parabéns pelo aniversário de casamento, estava tudo maravilhoso. Nos vemos em breve.

Se despediram e ela sai em direção ao jardim, de repente ela tem a sensação que alguém está a seguindo. Ela se vira e não vê ninguém, continua a caminhar e chega em seu carro.

Homem: Então é você a motorista maluca que roubou minha vaga?

Helena se vira levando um susto e se depara com grandes olhos pretos a encarando. Sua voz era forte e potente que a fez estremecer.

Helena: E você é o imbecil que me chamou de filha da put@?

Homem: Peço desculpas, eu não imaginava que fosse uma mulher dirigindo um carro desses.

Helena: Por que? Você acha que não combina?

Homem: Muito pelo contrário, acho perfeito.

Helena: E então? Você quer alguma coisa?

Homem: VOCÊ!

E quem não queria? Pensou Helena, ela sabia que era bonita, que chamava a atenção, era dona de si, porém não tinha espaço na sua vida para relacionamentos.

Helena: Não se preocupe que isso passa, me dê licença, eu preciso ir.

Homem: Não vai me dar nem o seu contato?

Helena: Não! Nunca mais nos veremos, então não tem essa necessidade.

Ela entra em seu carro, liga o som no último e sai fritando os pneus, não sem antes lhe dar uma piscadinha de olho e um meio sorriso. Ela gostava de provocar.

Homem: Maluca! – fala com um sorriso nos lábios como se aprovasse seu comportamento.

CAPÍTULO 2 – VÁ A MERDA!

Se chamava Helena Roy. Era uma mulher de 33 anos, corpo real, afinal não era modelo, tinha curvas nos lugares certos, nem magra nem gorda demais, usava pouca maquiagem, somente para realçar sua beleza natural, seu cabelo era longo e naturalmente ondulado, gostava dele daquele jeito, era impulsiva, determinada, tinha foco, e não precisava de nenhum príncipe encantado, tampouco fazia questão de homem em sua vida, porém se aparecesse, ele teria que acompanhar seu ritmo. Era uma mulher de atitude. E quem mandava era ela.

Era excelente profissional e estava em sua melhor fase. Era sócia da maior imobiliária do país, negociavam imóveis de luxo.

Ela entra em seu escritório na segunda-feira, já sabendo a agenda daquele dia. Encontra seu sócio sentado em sua mesa, mexendo em suas coisas, ela para e fica observando por um tempo, o cretino não tinha se dado conta que ela tinha entrado.

Helena: E então? Achou o que procurava?

Felipe: Hã? E-eu....

Helena: Anda seu cretino, fala o que você quer!

Felipe: Eu só quero aquele contrato daquela casa lembra?

Helena: Não era mais fácil ter me pedido?

Felipe: Ok, você pode por favor me dar aquele contrato?

Helena: NÃO!

Felipe: Viu porque mexi nas suas coisas? 

Helena: Esqueça esse assunto, você sabe que vender aquela casa está fora de questão. Eu quero achar um comprador perfeito para ela, não um rico de merda metido a besta! Ainda não senti que chegou a hora. Vou escolher a dedo. Aquele lugar é especial.

Felipe: Mas a casa vale milhões, e temos um comprador em potencial, não podemos perder essa venda, seria um lucro e tanto para nós.

Helena: Então me passa o contato que eu mesma faço questão de avaliar se ele merece aquela casa ou não. Sabe qual é o seu problema? Você é muito intrometido, e agora saia daqui antes que eu enfie um desses papéis você sabe onde!

Felipe: Maluca! – Diz saindo de cara feia, sabendo que seria inútil, ela não cederia.

Helena passava o dia fazendo visitas com seus clientes, a maior parte do tempo ela gostava de passar na rua mostrando pessoalmente os imóveis, onde ela chegava os clientes se surpreendiam pois em seu cartão apenas tinha seu sobrenome e o de seu sócio, e um número de telefone, as visitas eram combinadas por sua secretária e quando ela chegava os clientes tinham uma agradável surpresa.

...ROY & BIANCHI...

...Xx xxxxx- xxxx...

Seus dias eram sempre cheios, muitas visitas, contratos, e negociações, a hora mais feliz do dia era quando ela andava de patins ao amanhecer, e quando chegava em casa e encontrava Bacon abanando seu minúsculo rabinho.

Dois meses na mesma rotina, entre contratos e visitas, o tempo ia passando rápido demais.

Helena chega em casa, joga sua pasta no sofá, tira seus saltos, e corre abraçar Bacon, senta numa poltrona e começa a fazer carinho em sua pequena cabecinha, de repente dá um pulo quase derrubando o pequeno bichinho de seus braços.

Helena: Putz, esqueci o presente da pirralha! E o aniversário é amanhã. 

Helena dorme naquela noite pensando num presente ideal para uma criança de cinco anos. O que se dava para uma criança de cinco anos? Bonecas ela tinha aos montes, ursos de pelúcia, bolas, carrinhos, jogos, quebra-cabeças, enfim nada faltava. Estava quase dormindo quando uma ideia lhe vem à cabeça, ela sorri sozinha pensando que seu irmão iria surtar, porém o que importava era que sua sobrinha gostasse.

A manhã foi corrida, foi patinar como sempre, voltou para casa, levou Bacon para o petshop, pois iria à festa de aniversário com ela; Enquanto Bacon foi se embelezar, foi atrás do presente de sua sobrinha.

Por onde ela passava com o presente, provocava risos, porém ela adorou a sensação. Helena volta ao petshop, pega Bacon e vai para o apartamento se arrumar para a festa.

Helena ria para si mesma o tempo todo, mal podia ver a cara de seu irmão! Ele teria um treco.

Ela escolhe uma saia jeans rasgada, uma regata branca e um All Star branco nos pés, afinal seria uma festa de criança e teria centenas de pirralhos correndo para todo canto.

Ela chega à casa de seu irmão, novamente o jardim apinhado de carros, porém dessa vez acha uma vaga fácil.

Ela desce do carro, pega Bacon no colo, todo cheirosinho, com gravatinha e tudo, em seguida pega o presente de Francis no banco de trás do carro. 

Ela abre a porta da casa e uma criança vem correndo em sua direção esfregando sua pequena mão suja de chocolate em sua blusa, ela olha para o garoto e mostra a língua, o menino retribui e sai correndo, ela ria por se comportar tão imaturamente.

Francis: Tiaaaa, você veio e o Bacon também!

Helena: Sim princesa da tia, o Bacon estava morrendo de saudades de você!

Francis: Tia e o que é isso aí?

Helena: É seu presente, feliz aniversário princesa, você gostou?

Francis: É fofinho, mas o que é tia?

Helena: É um bode princesa, um bodinho preto, o que achou? 

Francis: Obrigada, é meu mesmo tia? Posso mesmo ficar com ele? E se meu pai brigar?

Helena: Seu pai é um banana mas, fique tranquila que com ele eu me resolvo. Ih, olha ele vindo aí, promete que vai fazer biquinho e carinha de triste se ele achar ruim?

Francis: Prometo tia, combinado!

Fernando: Helena, o que significa isso? O que você faz em minha casa com um porco e um bode?

Helena: Porco não, esse é o Bacon e você sabe disso, e esse lindo bodinho preto é o presente de sua filha, você gostou?

Fernando: Você ficou maluca? Como você pode dar um bode para uma criança de cinco anos? Perdeu o juízo, ela não vai ficar com esse bicho não.

Francis usa todo seu charme, faz sua carinha mais triste, um biquinho e tenta convencer seu pai.

Francis: Papai, deixa? Ele é tão fofinho, e é meu aniversário né?

Fernando: Isso é coisa sua né sua maluca? Você induziu minha filha a me chantagear.

Helena: Eu? Nunca, agora com licença que vou procurar sua esposa, ih olha ela ali, fui.

Ela sai de fininho rindo da reação de seu irmão, sabia que ele ia detestar o presente, porém sua sobrinha havia adorado, tinha até escolhido o nome do bodinho. Cookie. Se chamaria cookie. Andava com ele para cima e para baixo, mostrando para todo mundo seu presente.

A festa estava uma barulheira só, crianças correndo para todo canto, comendo açúcar o tempo todo, fazendo com que a pilha delas não acabasse nunca.

Helena pega seu porquinho Bacon no colo e vai para o jardim dos fundos, lá ela teria mais privacidade, pois os adultos estavam todos reunidos lá, enquanto as crianças ficavam no salão de festas da casa com os monitores.

Assim que ela chega no jardim dos fundos, ela reconhece um rosto. Ele vem em sua direção, abrindo um sorriso.

Homem: Então quer dizer que nos encontramos de novo?

Helena: Não por vontade minha e sim azar mesmo.

Homem: E esse porquinho, não me diga que é seu?

Helena: Algum problema com isso? 

Homem: Não, você é mesmo surpreendente, gosto disso, eu...

Helena: Ah vá a merda! – Diz já saindo de perto dele o deixando falando sozinho, encontra Amanda e senta ao seu lado. A conversa flui normalmente, ela conhecia a maioria dos convidados, todos amigos e parceiros de negócios de seu irmão. Mas e aquele embuste, quem era ele?

CAPÍTULO 3 – ESPÍRTO DE PORCO

Álvaro ficara plantado no mesmo lugar desde que aquela mulher maluca o tinha mandado a merda! Quem era ela? Por duas vezes a tinha encontrado na mesma casa, será que era parente de Amanda? E por que ela era tão grosseira com ele? Quanto mais ele pensava nela, mais vontade de conhece-la. Desde a noite no jardim em que roubara sua vaga, ela não saía de seus pensamentos. Torcia para encontra-la novamente e sabia que seria só uma questão de tempo.

Ainda se lembrava do fora que havia recebido dela, numa atitude impulsiva o que era raro ele ser, havia dito que a queria, e ela simplesmente o ignorou, o deixando plantado pela primeira vez no jardim. Ele reconhecia que havia começado de maneira errada com ela, agora só precisava achar uma forma de se aproximar.

Sabia algumas coisas sobre ela: Era linda, espontânea, dançava bem, tinha bom gosto musical, era pavio curto, tinha um belo carro, amava seu porquinho Bacon e claro, o mais importante, era maluca.

Álvaro era um homem sério, de poucos amigos, 39 anos, alto, olhos pretos e marcantes, o nariz era fino e perfeito, expressão praticamente indecifrável. 

Havia seis meses que reencontrara Fernando, eles haviam estudado juntos na faculdade, depois que terminaram os estudos, cada um tomou um caminho diferente, Álvaro foi embora do país, porém, agora estava de volta, e a vida tratara logo de colocar uma maluca em seu caminho. Ela era tão cheia de vida, parecia que tinha ânsia de viver, não se importava em ser ela mesma, não fazia jogos e falava o que lhe vinha à mente.

Ela era muito diferente dele pois, ele era um empresário acostumado a encontros cheios de formalidade, acostumado ao mundo dos negócios onde tudo era por interesse, e com mulheres não era diferente, elas se ofereciam aos montes a ele, porém seu coração estava fechado completamente. De alguma forma aquela maluca havia mexido com ele. Só restava saber o porquê.

Álvaro pensava em alguma forma de chegar nela, mas como? Ela era diferente de todas as mulheres que ele conhecera, e aparentemente o detestava. Como chegar nela? Elogiando Bacon, talvez? Mas ele não entendia nada de porcos. Como se chamava? Afinal ninguém havia os apresentado ainda.

Ele volta e senta ao lado de Fernando, ainda sem parar de observar Helena. Ela por sua vez agia como se ele não existisse.

A conversa foi interrompida por gritos e correria, Francis chega correndo com Cookie seu bode, e chorando muito.

Amanda: O que foi Francis, por que está chorando?

Francis: O Augusto disse que o Cookie é feio, e ele pegou meu balão e não quer devolver.

Todos se levantam e vão ver o que estava acontecendo, Helena logo reconhece o pestinha que criara a confusão. Era o mesmo garoto que havia lambuzado sua roupa de chocolate. 

Amanda se aproxima e tenta conversar com ele educadamente.

Amanda: Meu amor, não pode falar essas coisas, você não gostou do Cookie? E o balão, porque você tomou da Francis?

Pestinha: Esse bicho é horroroso e fedorento, e eu peguei o balão porque eu quero e agora é meu.

Helena mais uma vez foi tomada por um espírito de porco (com todo respeito ao Bacon), toma a frente e vai em defesa de sua sobrinha.

Helena: Escuta aqui seu pirralho, você está é com inveja dela ter um bichinho e você não! Seu invejoso, e quanto ao balão... – Helena agarra com uma das duas mãos e o estoura fazendo o maior barulho – Pronto! Agora ninguém briga mais.

A partir daí foi briga generalizada, as mães presentes defendendo seus filhos e possessas com a atitude de Helena, as crianças brigando entre elas, os adultos discutindo, e mais uma vez Helena metida na encrenca. Não restava mais nada a ser feito, ela sairia de fininho sem que ninguém percebesse.

Helena: Eu e minha boca grande! Preciso parar de implicar com crianças.

Consegue ouvir de longe seu irmão a encarando e gritando.

Fernando: Sua maluca, você me paga!

Ela sai de fininho com Bacon no colo e vai em direção ao seu carro, quando dá partida não pega, ela olha o painel de combustível e percebe que está zerado.

Helena: Droga! Justo agora? Só pode ser castigo!

Álvaro: Você quer uma carona? – fala com a cabeça no vidro e aparecendo do nada.

Helena: Olha, devido as circunstâncias, eu acho que aceito, afinal essas mães podem voar em meu pescoço.

Álvaro: Ótimo, vamos antes que elas vejam você fugindo! – falava rindo com gosto.

Álvaro não podia ter tido sorte maior, pois assim teria chance de conhecer aquela bela e maluca mulher.

Eles se acomodam no carro dele e resolve se apresentar., enquanto ia dirigindo e saindo do caos.

Álvaro: Me chamo Álvaro, e você?

Helena: Helena, Helena Roy, e esse é Bacon Roy.

Álvaro: Espera, seu sobrenome... Você é a irmã do Fernando?

Helena: Isso mesmo, digamos que meu irmão e eu somos um pouquinho diferentes, tanto em comportamento quanto em aparência.

Álvaro: Vocês não se parecem em nada mesmo, ele é sério e você tão espontânea. Não me lembro dele ter mencionado você nem na época da faculdade. Eu estava fora do país, voltei tem seis meses, ainda é tudo novo para mim, a primeira pessoa que reencontrei foi seu irmão.

Helena: Eu e meu irmão temos formas muito diferentes de ver a vida. Isso não quer dizer que não o ame, mas ele constantemente pega no meu pé. 

Álvaro: Preciso te parabenizar pelo presente original que você deu a sua sobrinha! Um bode! Poxa, eu jamais pensaria nisso! – falava e ria ao mesmo tempo.

Nessa hora o muro entre eles começou a ser derrubado pois, Helena também começou a rir muito. Bacon parecia que entendia pois começou a fazer barulhos como se estivesse rindo junto, isso só fazia eles rirem mais ainda.

Álvaro: E então? Onde te deixo? Precisa me mostrar o caminho para sua casa.

Helena nada responde, apenas deixa o silêncio entre eles, como se estivesse pensando o que deveria fazer.

Helena: Quer comer alguma coisa comigo?

Álvaro: Agora? Claro, eu estou mesmo com fome, saímos antes da melhor parte da festa! Conheço um lugar onde podemos ir, e não se preocupe que Bacon será bem recebido.

Ela apenas sorriu para ele de forma doce, um sorriso que aqueceu seu coração pois até aquele momento só conhecia a Helena maluca. Quantas mais existiam?

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