1° De Abril
AVISO + (cap 1)
Nome da Obra:
4Gatsu no hajime
tradução: Primeiro de Abril
Yuki
Amanhã é primeiro de abril
Akira
Dessa vez deveriam imaginar alguma coisa nova de verdade
No quarto do dormitório conversavamos a dois. Falávamos de Haruka, o nosso amigo do 3° ano que nunca tínhamos conseguído pregar uma peça
Andávamos de um lado para o outro. Os planos revoavam como foguetes
Akira
Isso tambem não. Precisamos de algo novo
Yuki
Você vai entrar no armário do Haruka
Yuki
E depois fica dentro dele
Yuki
Depois você espia o que ele faz quando esta sozinho, quando ele sequer desconfia que esta sendo observado. O que acha ?
Yuki
Mais tarde, devagar, como um fantasma, você começa a se mexer. Você sacode com cuidado as estantes. Começa a tossir baixo. Antes de ele chegar você apaga a luz. Eu vou ficar a espreita no corredor e te dou o sinal.
Yuki
Amanha é quarta-feira, ele tem aula de esgrima, chega em casa por volta das 10
Fizemos um ensaio. Abrimos e examinamos o grande armário de Haruka. Ele era alto e amplo, cabia uma cadeira nele, eu entrava confortavelmente. Tiramos algumas roupas lá de dentro e as coloquemos em cima da cama. Por uma frecha eu poderia ver tudo do quarto.
Akira
E se ele não estiver sozinho? Se ele troxer algum amigo como o Mizuki?
Akira
Melhor ainda (começou a guardar as roupas onde achou)
Meus olhos ardiam como de um gato selvagem
Akira
E se ele deitar-se logo
Yuki
Mais interessante (fecha a porta do guarda roupa)
Yuki pegou uma caneta e escreveu um recado:
“Caro Haruka, espere por nós, viremos buscá-lo às 11, fomos até o café."
Yuki
Amanhã vamos deixar o recado sobre sua escrivaninha. Se acender a luz, ele o vera sem falta.
Na manhã seguinte acordamos numa manhã branca, um tanto louca. Soavam ventos ásperos. O sol brilhava, chovia, o céu indeciso varria com a tempestade as flores de Primavera. Em nossos peitos se escondia uma ardência incômoda e nós também desejávamos rir e chorar.
A manhã nervosa, e confusa, foi seguida de uma tarde interminável. Eu tropeçava sem parar, a caneta caiu de minha mão uma cem mil vezes, quebrei pratos e copos, sentia-me muito nervoso. Por fim, a noite chegou inesperada. O céu se abriu.
4Gatsu no hajime (cap 2)
O brilho da lua se esparramou sobre a água da piscina esportiva do dormitório.
O portão foi fechado, as conversas dos estudantes se calou. Nos posicionamos.
Yuki
Você esta pálido, esta com medo ?
Por garantia nós apagamos a luz para que ele não notasse a claridade.
Yuki
Onde ele estaria ate agora ?
Mais ouvimos o portão do dormitório abrir. Yuki saiu as pressas para o corredor e, passado um minugo, voltou.
Yuki
Ele chegou (eufórico)
Perguntei imbecilizado pelo nervosismo
Yuki
Haruka, vamos logo se esconda
Yuki
Aqui no armário. Mas ande logo, não ria e se tiver vontade de rir, abafe o sorriso.
Entrei no armário. Yuki por sua vez -eu não entendo por quê- trancou a porta, e depois saiu na ponta dos pés. Isso não estava combinado.
Fiquei sozinho, escutei os barulhos dos móveis. Depois so o silêncio rangia.
Enquanto esperava eu fui tomado de uma vontade de rir, de uma adrenalina estupida, como o vento de abril que fazia lá fora.
Grudei minha mão fria, e úmida, sobre a boca, como Yuki tinha me recomendado. Depois dessa vontade passar, esperei loucamente por ele.
Mas porque ele vinha tão devagar? Estaria com medo? Eu queria sair mais não podia. A fechadura girou.
Haruka acendeu a luz e olhou a sua volta com um olhar indiferente. Notou o recado. O leu, sentou-se.
Akira
Que estranho, ele acha que esta sozinho (pensei)
Por algum tempo senti prazer da situação. Via claramente todos os movimentos dele. Diante de mim passa ereto, imerso, um garoto de ombros largos, saudável sério e indiferente era, Haruka. O brilho da luz iluminou seus cabelos brancos, quase que cinza. Eu o observava fixamente. Ele se movimentava me modo natural. Passou a mão por seus cabelos. Em seguida tomou agua. De outras vezes ele não bebia assim. Não é tão descuidado e descontraído. Seus movimentos são desinteressados e leves. O rosto é sério, porém seduzente. Cansado e pouco expressivo. Nossos rostos são assim quando estamos inteiramente sós.
Os olhos descansam, os passos são cansados e lentos. Eu não queria mais rir. Via a minha frente um adolescente, tremendamente cansado de estusar, num cansaço terrível. Então começou a ler, mais logo se entendiou, tomou mais um copo de água.
4Gatsu no hajime (cap 3)
Akira
Agora o Haruka já esta a nossa espera, acreditou em nós (pensei)
Akira
(Olhei para o relógio e eram quase 11 horas)
A meio hora que Yuki disse ja tinha passado havia muito tempo. Eu deveria começar a me mexer, fazer barulho.
Não vou aguentar aqui por muito tempo. Porque comecei a sentir medo dele e de mim mesmo. O que pode acontecer? E se ele me encarar -aqui pelo buraco do guarda roupa- com um olhar que pode conter qualquer sentimento. E se ele brigar comigo ou me der um sertão, devagar, pausadente? E se ele fizer uma cara de bravo, fria, que ele exibe somente quando esta sozinho, uma cara que ele esta acostumado, mas que desestabilizaria minha mente.
Eu veria tudo. Sentiria tudo. Ainda assim eu tinha de ficar ali. Esperei mudo e quieto. O medo aumentava cada vez mais, sentia o quarto todo com o clima pesado, lentamente ele desabaria sobre minha cabeça e não havia mais escapatória.
O relógio de parede bateu doze em ponto, eu queria gritar por ajuda, para ele, para que me salavasse de alguma forma, mais eu não conseguia, não tinha coragem. Eu me assustaria, desmaiaria assim que terminasse de falar.
Haruka se aprontava para nos encontrar, tomou banho, se vestiu. Depois, como se ouvisse um chamado, olhou em volta, vasculhou com um olhar o quarto. Ele, o herói, o garoto prodígio, mais disputado, estava com medo? Meu cordeirinho órfão, como você esta atento. Talvez desconfie de alguma coisa?
Iluminou debaixo da cama, para a porta do quarto, em seguida veio para diante do guarda roupa, tentou abrir a porta, mais ela estava trancada, Yuki estava com a chave. A luz do quarto iluminou o buraco da fechadura.
Akira
~Esse é mesmo um dia louco.~
Por fim ele se vestiu, pegou um casaco, que lhe caia muito bem, apagou a luz. ~Vai sair~. Sinto que agora deveria gritar. Yuki desapareceu, me trancou no armário, também me enganou. Da minha garganta escapou um som fino, trêmulo, que ele não escutou.
Ele abriu a porta, me deixaria no armário, a noite no armário, ate amanhã. Nisso, das profundezas da minha garganta, comecei a gritar.
Akira
HARUKA, perdoe-me... ESTOU NO ARMÁRIO... abra, eu me arrependo... POR FAVOR
Ele voltou do saguão. Acendeu a luz. Arrombou o armário. Seu rosto estava pálido. Agitado e surpreso, ele disse:
Cai sobre seu peito, confessei chorando.
Akira
Foi uma brincadeira infeliz. Eu não sabia que você estaria sozinho... Senti muito medo... era pra ser uma pegadinha de 1° de abril, me perdoue
Haruka
Já não é mais 1° de abril (sorri)
Olhemos para o relógio e já eram 00:01
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