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RESQUÍCIOS DE UMA NOITE

ENTENDO A HISTÓRIA

Olá,  meu nome é Melinda  Lins tenho 22 ano, eu nasci no Brasil, mas atualmente eu moro  em Paris. Quando eu tinha apenas 10 anos eu fiquei órfã, meus pais morreram em um acidente de carro e desde então eu vivo com a minha vó, a dona Ana de  65 anos, ela é uma mulher incrível, sempre me trata muito bem e me  dá  muito amor, me ensinou o sentido da vida, o importante é fazer o bem sem olhar a quem visando sempre o bem-estar do próximo, levarei isso sempre comigo.

Atualmente eu trabalho como garçonete em um restaurante brasileiro bastante badalado, a noite eu faço faculdade de administração em uma Universidade pública,  estou no último período graças à Deus  rsrs. Mas infelizmente eu não sei como farei para conseguir finalizar este curso, estou na reta final e com isso vem os trabalhos finais que exigem horas de estudo e eu não tenho tempo porque trabalho e ainda preciso cuidar da minha vó.

Nossa vida  nunca foi fácil, mas nos últimos tempos as coisas pioraram, a minha vó está muito doente e eu não tenho a quem recorrer, só posso contar com Deus e minha amiga/vizinha  Alice.

Há dois meses atrás eu era a garota mais feliz do mundo, mas quando descobri que minha vó está com  Câncer de estômago eu simplesmente perdi meu chão, ela é a minha força,  minha companheira e confidente,  o pior não foi saber de sua doença,  e sim vê-la  gritar de dor sem por fazer nada porque o tratamento é caro e não temos dinheiro, meu coração sangra ao presenciar tais cenas, primeiro porque eu a amo e segundo porque foi ela  quem segurou na minha mão me impedindo de cair num poço sem fim, o da amargura, eu tinha  tudo para ser uma garota amarga,  mas não sou, eu sou feliz vivendo do meu jeito.

A casa que moramos era da minha avó, há cerca de 2 anos a minha vó  Ana nomeou seu filho Tiago como seu procurador, e para nossa surpresa ele vendeu a casa e fugiu com o dinheiro nos deixando sem teto, depois de muita conversa com o novo proprietário conseguimos permanecer na casa, só que pagando aluguel, piorando ainda mais nossa situação financeira.

 

Alice sempre diz que eu preciso arrumar um namorado, porque logo minha vó irá partir e eu ficarei sozinha, mas eu discordo do ponto de vista dela, pois eu nunca estarei sozinha, porque aquele que me acompanha é invisível, estando comigo em todos os momentos de minha vida, além disso minha mãe e o meu pai estão cuidando de mim onde quer que eles estejam.

Eu trabalho no restaurante a cerca de 3 anos, vejo pessoas novas todos os, mas um cliente assíduo  chamou a  minha atenção logo de cara, ele é lindo, tem um corpo perfeito, mas extremamente arrogante,  e sabe por que? Porque ele é o homem mais rico de Paris e acha que pode tudo, e sabe o que é pior? É que eu gosto dele, mas é claro que não contei nada para Alice caso contrário ela seria capaz de abordá-lo e contar tudo para ele HAHAHA.

Eu nunca namorei ninguém,  nem mesmo um beijo,  se eu sou virgem? Sim, meu sonho é mim casar virgem, Alice diz que isso nunca vai acontecer, porque eu sempre recuso todos os pretendentes que ela me apresenta, eu sei muito bem os que eles querem, mas não vão ter. A maioria deles são homens experientes,  pegadores que não se apega a ninguém e que tratam as mulheres como se fossem brinquedos, se eu fico chateada com a Alice? Não,  eu sei que o cretino é o namorado dela,  um riquinho mimado que só pensa naquilo. Sempre que saímos para a balada  ele  sempre leva alguém para ser meu acompanhante, eu aceito o convite para não chatear Alice, mas eu nunca bebo porque tenho medo de ser drogada.

 

CAPÍTULO 2- PERDA

Acordo com uma dor de cabeça horrível, eu quase  não dormi, porque ontem a minha vó passou a noite gritando de dor, eu já não sei mais o que fazer.

Levanto da cama e vou para o banheiro fazer minha higiene, logo em seguida vou para a cozinha preparar o café e para minha surpresa encontro com a minha vó no pé do fogão e corro até ela.

Melinda-  Vó, a senhora não pode se esforçar assim, isso não fará bem a senhora.

Eu nunca vi uma pessoa tão teimosa quanto a dona Ana.

Quando falo minha vó mim olha fazendo uma cara de brava.

Ana- Não precisa se preocupar eu acordei um pouco melhor e resolvi cozinhar,  vai mim negar isso também?

Eu observo sua reação e dá vontade de brigar com ela por essa atitude infantil,  mas eu não faço porque eu gosto de vê-la disposta, dou-lhe um beijo na testa e fico ali do seu lado.

Melinda- Que cheiro bom, o que é isso?

Assim que eu perguntei ela logo começou a rir, sem entender muito bem o motivo da sua risada eu peguei uma colher e experimentei a coisa mole , era um mingau de maisena tingido com suco de pacotinho sabor laranja,  eu não sabia se ria ou se chorava.

Melinda- Onde aprendeu fazer isso vó?

Esperei a resposta mas ela não disse nada e eu também não insisti, então começamos a comer, era estranho mas era muito gostoso.

Ana- Você não vai trabalhar hoje?

Ela me pergunta com uma cara de surpresa, não digo nada e vou lavar a louça, ainda são 7:00h e eu só entro no serviço 10:00h, essa já é a terceira vez que a minha vó perde a noção de tempo.

♧ANA NARRANDO ♧

Levanto com um pouco de dificuldade e vou para o banheiro, eu não estou nada bem,  quando saio do banheiro faço um esforço e vou para cozinha.

Começo a preparar um mingau que eu acabei inventar, Melinda chega e me repreende,  mas eu não me importo, afinal meus dias estão contados e vou fazer o que eu puder e quiser.

Melinda se aproxima tentando descobrir o que eu estou fazendo, eu forço um sorriso e não digo nada, ela não insiste e então começamos a comer, eu pergunto se não vai trabalhar hoje, ela não responde e vai lavar a louça.

Melinda- Vó, vá para o seu quarto eu preciso limpar a casa e fazer o almoço.

Eu falo e ela me olha com um olhar diferente de agora a pouco, parece muito abatida eu fico triste mas não posso fazer nada para impedir suas dores que ela insiste em esconder de mim, ela levanta e vai para o quarto.

Depois que termino tudo subo para o quarto e vou me arrumar, depois de pronta passo no quarto da minha  vó e dou um beijo de despedida.

Melinda- Até mais tarde vó,  Alice estará aqui daqui a pouco.

Sinto um aperto no peito,  não sei explicar só não gostei da sensação, saio de casa correndo e quando chego no trabalho dou de cara com o gerente com uma cara de poucos amigos.

Gerente- Você está 8 minutos atrasada.

Ele fala e eu dou um sorriso,  apesar de ser chato de vez em quando, ele é um bom amigo.

 

Melinda- Desculpe seu Elias, não foi de propósito.

Eu falo e vou logo me trocar,  não demora muito os primeiros clientes começam a chegar, tudo estava normal,  corrido como sempre, de repente meu telefone toca, vou para uma local afastado, vejo que é Alice e logo atendo.

Alice- Amiga sua vó...

Ela tenta falar mas não consegue, nessa hora eu sinto uma grande pontada no peito, mas resolvi insistir para ela terminar a frase.

Melinda- O que aconteceu com ela?

Eu tento segurar a lágrimas, mas não consigo, o silêncio de Alice está me matando.

Alice- Mel ela se foi, eu sinto muito.

Quando eu ouço aquilo meu mundo desaba, sinto vontade de morrer  com ela, eu não posso acreditar no que ouvi.

Melinda- Diz pra mim que isso é só um pesadelo, que a minha vó está em casa aguardando minha volta, por favor.

Eu falo em prantos e do outro lado da linha Alice também chora, então não há possibilidade de ser apenas uma brincadeira,  corro a até o gerente e conto  pra ele, pego minhas coisas e saio ainda de uniforme.

Sai em disparada em direção a porta e sem querer acabo esbarrando em um homem, para minha surpresa é o cara que eu gosto,  ele mim olha com cara de nojo, mas não me porto.

Melinda- Desculpe senhor,  não tive a intenção.

Eu falo e saio correndo, ele ficou lá bufando horrores para o gerente, pouco depois chego no hospital e encontro Alice, quando ela me ver corre ao meu encontro e me abraçar.

Alice- Eu sinto muito pela sua perda, pode contar comigo para o que der e vier.

Ela fala com a voz de choro, eu não consigo dizer nada, abraço de volta e choro de dor e desespero, porque a última integrante de minha família acabou de partir.

 

 

 

 

CAPÍTULO 3- ENTERRO

♧WILLIAM NARRANDO ♧

Acordo por volta das 8:00h da manhã, faço minha higiene, troco de  roupa e vou tomar café, chego na cozinha e encontro dona Joana.

William- Bom dia Joana,  o que teremos para o café?

Eu pergunto mas já sei a resposta, moramos só eu e ela aqui nessa mansão  e é impossível  para ela dar conta de tudo sozinha, não gosto de ninguém aqui,  por isso não tenho empregadas.

Joana- Só café, o senhor terá que comer algo na empresa, de novo rsrs.

Ela fala e rimos juntos da situação, bebo meu café e vou para a empresa e logo começo a trabalhar, essa rotina realmente me deixa irritado, depois de trabalhar até o meio dia, ainda preciso ir a um almoço de negócios.

Cerca de 30 minutos  depois chegamos a um restaurante de comida brasileira, sou um cliente assíduo por isso não preciso fazer reserva, quando eu estou entrando alguém esbarra em mim, era uma garçonete, bem mal educada por sinal.

Ela pediu desculpas e foi embora nem olhou na minha cara, eu fiquei com tanta raiva e resolvi reclamar com o gerente.

William- Como vocês podem ter uma funcionária tão mal educada, ela nem olhou na minha cara certamente seu pedido de desculpas foi falso.

Depois que falei isso o semblante do gerente mudou, agora  ele não sabe como defender a funcionária.

Gerente- Senhor,  eu sinto muito pelo ocorrido, peço desculpas em nome dela, ela aca...

Ele ia falar algo mas eu o interrompo, não quero saber o motivo e logo expresso meu desejo.

William- O meu conselho é que o senhor demita aquela funcionária, a sua conduta não condiz com esse renomado restaurante.

Falo e vou direto me sentar, os meus clientes me acompanham e começamos a reunião, dou uma olhada no gerente e vejo que ele está pálido, sei que fará o que eu pedi, dou um sorrisinho vitorioso e volto aos negócios.

 

♧MELINDA NARRANDO ♧

 

Ficamos ali abraçadas e chorando muito, depois de um tempo me solto do abraço e vou dar uma última olhada na minha vozinha, e quando a vejo volto a chorar.

Melinda- Vó,  eu não sei se eu irei aguentar viver sem a senhora,  muito obrigada por tudo que a senhora fez por mim, eu sempre irei te ama.

Fico lá olhando para ela por um longo tempo, Alice entra e me puxa para fora.

Alice- Mel, eu sei que é grande a sua dor, mas a única coisa que você pode fazer por ela é rezar e enterrar.

Alice tem razão, mas eu choro mais ainda e ela mais uma vez me consola, depois de me controlar, saiu e vou resolver as questões do enterro.

Em poucas horas eu resolvo tudo, volto para casa e quando entro meu coração dói de tristeza e de solidão, saber que nunca mais irei vê-la  me faz se sentir sozinha em meio a escuridão, então vou para meu quarto, tomo um banho e deito para tentar dormir.

Já é de manhã e não consegui pegar no sono, me levanto, faço minha higiene,  troco de roupa e vou  tomar café, como qualquer coisa e vou para o cemitério, quando estou saindo de casa eu  encontro Alice e sua mãe,  dona Rita,  elas me cumprimenta.

Rita- Melinda,  eu sinto muito.

Ela  me abraçar e começamos a chorar, Alice também nos abraçar e  choramos mais ainda.

Depois de um tempo, nós nos recompomos e fomos as 3 para o cemitério, o enterro terminou rapidamente, só estavam presentes eu, Alice, Rita e o coveiro.

Depois que saímos do cemitério, fui direto para a minha casa, assim que entro começo logo arrumar as coisas da minha vó,  ela tinha pouca coisa, coloquei tudo em uma caixa e levei para o meu quarto.

Enquanto arrumo as coisas encontro alguns comprovantes de depósito, eu não conheço o  recebedor, a única de que saberia era a minha vó, resolvo deixar pra lá e vou tomar um banho.

 

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