O barulho da campainha chamou a atenção da mulher que estava em seu quarto secando os cabelos com uma toalha, intrigada ela nem siquer poderia imaginar quem seria aquela hora da noite, muito menos no meio daquela tempestade, a aquelea hora os empregados com certeza já deveriam estar dormindo e o apartamento luxuoso estava as escuras.
Outra vez a campainha foi ouvida, então ela se levantando-se do assento estofado de frente para a penteadeira ajustou o roupão que usava saindo do quarto, desceu as escadas até a sala de está onde parou de frente para a porta e olhando pelo olho mágico ficou intrigada com a figura que viu ali parado, um sorriso vitorioso brincou nos lábios cheios e os olhos verdes adiquiriram um brilho triunfante.
---- Parece que resolveu aceitar a minha proposta... Começou a falar abrindo a porta porém parou quando o rapaz quase caiu em seus braços e ela se esforçou para manter o equilíbrio. ---- Dean? Meu Deus o que aconteceu com você? Ele estava pálido, soando frio, completamente molhado, a camiseta branca que usava estava completamente completamente manchada de vermelho, assim como a calça jeans que ele usava.
---- Me... Aju..ajuda! Pediu com muito esforço e a mulher passou o braço dele por seus ombros e colocou seu braço na cintura dele o ajudando a chegar no sofá onde caiu junto com ele.
---- Oh meu Deus você está ferido? Questionou ao perceber seu roupão havia sido manchado, não de tintas mas de sangue. ---- O que aconteceu com você Dean? Perguntou se ajoelhando ao lado dele com os olhos lacrimejando e os lábios trêmulos percebendo que não era uma ferida simples, mas um corte profundo. ---- Por favor me diz alguma coisa! Pediu colocando as mãos no rosto dele constatando a febre. ---- Eu preciso chamar uma ambulância, isso uma ambulância, você precisa ir ao hospital, isso hospital, vou te levar ao hospital! Ela se levantou e fez menção de andar porém parou quando ele segurou seu pulso.
---- Não posso ir para um hospital, se eu for os médicos vão chamar a polícia, e eu não quero que todos saibam que fui esfaqueado pela minha ela não pode ser presa! Ela entendia perfeitamente bem a situação do homem, porém não podeia deixá-lo daquela maneira.
---- Dean, eu não entendo de médicina, não posso te ajudar! Ela estava completamente aflita. .
---- Por favor Paloma, eu estou te implorando! Ela concordou e então se ajoelhando ao lado dele outra vez limpando as lagrimas. ---- Eu preciso cuidar do seu ferimento agora, por isso eu vou pegar o kit de primeiros socorros ok!? Ele confirmou com uma aceno, então ela se levantou outra vez, examinando o armário de remédios enquanto bagunçava tudo, com as suas mãos trêmulas e a visão embasada pelas lágrimas ela constatou que não havia tudo que era necessário para cuidar dos ferimentos dele.
Sua única saída era ligar para seu vizinho que era médico e pedir para que ele fosse lá examina-lo, quando o homem chegou e viu o estado do paciente ele ficou com receio de atende-lo, era óbvio que havia sofrido uma tentativa de assassinato e isso podia transformá-lo em um cúmplice, porém a mulher praticamente se ajoelhou a seus pés e lhe emplorou para cuidar dele.
---- Paloma, precisamos levar esse rapaz para um hospital, ele foi obviamente esfaqueado, além disso ele precisa ser operado! Ela fechou os olhos com força.
---- Por favor Ivan, você têm que fazer a cirurgia aqui mesmo, não podemos leva-lo para um hospital... Ele a interrompeu.
---- Paloma se eu fizer isso estarei sendo cúmplice de um crime! Argumentou.
---- Ivan, esse rapaz é meu noivo, ele foi esfaqueado pela mãe que é esqusofrenica e teve um surto, se levarmos ele a um hospital, vamos ser obrigados a dizer a verdade e a mãe dele vai ser presa e foi justamente para evitar isso que recorremos a você, então por favor, eu estou te implorando, ajuda ele! O médico soltou um longo suspiro dando-se por vencido, médico que operou o rapaz com a ajuda da própria Paloma que apesar de quase ter entrado em pânico se conteve diante da situação.
Quando terminou a cirurgia um tempo depois,ele deu as instruções de como o rapaz deveria ser cuidado e saiu avisando que se ele não tivesse febre e acordasse na manhã seguinte tudo ficara bem, ela ficou a maior parte da noite acordada cuidado dele, porém durante a madrugada ela acabou dormindo.
Três meses antes
“Com o patrimônio de mais 7,4 bilhões de dólares conquistadaos em pouco mais de 3 décadas de mercado a Blue Sense é sem dúvida uma das empresas mais promissórias de toda União Europa, mas esse grande império está ameaçado, isso porque ontem a tarde o presidente da empresa Eduardo Castilho anúnciou sua aposentadoria, e o principal nome cotado para substituí-lo é de seu filho Henrique Castilho, porém os acionistas e direitores da empresa esteram que sua neta mais velha Paloma, assuma a tarefa, enquanto isso as ações do grupo Blue Sense continuam caindo, Aqui é Esmeralda Torres falam direito da sede da Blue Sense, volto com vocês aí no estúdio!”.
---- Se queria causar um rebuliço, meus parabéns vovó, o senhor realmente conseguiu! Falou desligando a tv completamente irrtada. ---- Porque tudo isso agora em, não havíamos combinado que esperaríamos até que tivessimos notícias do meu tio? Reeprendeu e o avô sorriu levando uma xícara de café aos lábios.
---- E o que queria que eu fizesse Paloma, ficar de braços cruzados espero que todos descobrissem que o seu querido tio desapareceu com o dinheiro que roubou da minha empresa? Ele colocou a xícara de volta sobre o pires.
---- Já disse que não acredito que o meu tio tenha feito uma coisa dessas, além disso não temos provas então peço que não o trate como um ladrão por favor! Ela defendia o tio porque não acreditava que o homem que a criou com tanto amor e carinho fosse capaz de roubar a própria família.
---- Ah por favor Paloma seu tio não é nenhum santo! Ergeu a voz e ela inflou o peito pronta para defender o tio.
---- O senhor tão pouco vovô! Respondeu no mesmo tom.
Ainda se lembrava da primeira vez que viu o tio, tinha apenas seis anos e era uma menina asustada que tinha acabado de perder os pais, seu tio pegou o primeiro avião para a Jamaica assim que descobriu que o irmão mais velho havia falecido, desde o primeiro momento fez de tudo para que ela conseguisse se adaptar a sua nova vida, tarefa nada fácil pois sua própria família não via muito bem o fato do primogênito da família ter abandonado tudo por uma mulher negra.
Quando passou a morar em Madrid, teve que se acostumar aos olhos de escárnio, julgamento, superioridade, descobrirá desde cedo como crianças podiam ser cruéis, mesmo sendo respaldada por uma família rica o fato de ser preta pesava mais do que o dinheiro, não se encaixava aos padrões, era gordinha usava óculos e seu cabelo crespo não era bem visto, na verdade era motivo de piada. Durante a adolescência nada mudou, os óculos e os quilos a mais se foram vinheram as doenças emocionas, sem falar que adolescentes são ainda mais cruéis,passou grande parte da adolescência e início da vida adulta tratando de uma depressão e ansiedade.
Agora já aos 26 anos havia chegado a um consenso consigo mesma, era bonita magra ou não, estrias, celulites, cabelos crespos ou alisados, tudo fazia parte de si, não podia mudar só lhe restava aceitar tudo como era, e não era nem de longe uma pessoa feia, como seus 1,70 de altura, tinha um belo para de pernas longas bem torneadas uma cintura bem definida os únicos atributos em seu coração que deixava muito a desejar era os seios tamanho 36 e o quadril estreito e os glúteos quase inexistentes, de resto nada do que reclamar, a pele chocolate vibrante, um belo par de olhos âmbar, sobrancelhas grossas bem desenhadas, nariz fino e empinado, ambos herdados do pai, os lábios cheios da mãe possuía uma beleza bastante exótica.
----- Não vai terminar seu café da manhã? Perguntou ao vê-la se levantar da mesa pegando a bolsa.
---- Preso de ar fresco vovô, ou vou acabar sufocando com tanta negatividade! O avô sorriu grande parte do cinismo da neta vinha dele, Paloma era uma jovem forte, descidida, audaz, de gênio forte e era normal a troca de farpas entre eles.
Do lado de fora da mansão da família Castilho ela desativou o alarme do colocando os óculos escuros, iria sair para dar uma volta, respirar um pouco, desde que seu tio Martin havia desaparecido tudo estava em branco em sua mente, relamente havia um grande desfalque na empresa nada que pudesse levá-los a falência, na verdade o valor desviado não era nem medade dos 100 milhões destinados ao fundo de emergência, porém só o fato de seu tio ter sumido sem deixar qualquer rastor deixava margens para a dúvida.
Voltando sua atenção para a estrada parou no sinal, sorrindo ao observar uma cena que lhe remeteu 20 anos no passado, uma garotinha usando o uniforme escolar com uma mochila nas costas, segurava na mão do pai, na outra mão segurava um sorveteria de casquinha enquanto atravessavam a rua, uma Ducati preta parou do seu lado, o rapaz usava capacete da mesa cor, usava jeans preto, jaqueta de couro também pretas, assim como o par de luvas, ela ignorou o rapaz e voltou sua atenção para o sinal.
De repente um barulho chamou sua atenção, era seu celular pegando de dentro da bolsa ela viu a mensagem de um número desconhecido: Quer descobrir onde está seu tio? Vá nesse endereço! .
Sem pensar em mais nada Paloma, colocou as coordenadas em seu celular e se dirigiu ao local indicado, fosse lá quem o que fosse se houvesse uma mínima chance de encontrar seu tio valia a pena arriscar, seguindo as instruções do GPS ela percebeu que a estrada daria para um local bastante afastado da cidade, além de ser quase deserto.
Você chegou ao seu destino
Assim que ouviu o anúncio do GPS ela desceu do carro meio receiosa, não sabia se deveria estar realmente ali e principalmente sozinha, porém não havia pensado nisso antes, ao receber a mensagem só pensou na possibilidade de ver o tio e nada mais, havia uma área de mato alto bem a sua frente e mesmo com todos os seus instintos gritando para que não fosse até ela foi.
---- Oh meu Deus! Levou as mãos a boca sentindo o estômago revirando de horror e medo ao sentir aquele cheiro horrível “o cheiro de morte ”.
Paloma Castilho
Ainda era manhã, o dia estava ensolarado a temperatura nos arredores de Madrid deveria estar em torno dos 28 a 29° graus, e mesmo usando um blazer preto sobre o body de renda preta semi transparente preta, e uma calça social longuet da mesma cor, Paloma ainda assim sentia frio, não um frio ocasionado pela temperatura externa, mas um frio que vinha da alma, um frio que parecia vim de dentro da sua medula, que estava entrelado em suas entranhas.
Ela mantinha seus olhos fixos a alguns metros a diante do local onde se encontrava sentada sobre o capô do carro, cordões de isolamento, carros de polícia, fleshes e polícias andando de um lado para o outro procurando provas ou quaisquer vestígio de quem era o altor do homicídio, preenchia o ambiente.
A princípio ao ver o corpo do homem no chão acreditou realmente se tratar do tio por conta do choque, porém depois de criar um pouco de coragem constatou para seu alívio que não era, a pergunta que não queria calar era; por que alguém mandaria aquela mensagem para ela? e A pessoa quê lhe mandou a mensagem acreditava que aquele era realmente seu tio?.
---- Com licença, senhorita castilho? Ela não olhou para o policial, apenas continuou de cabeça baixa, sua mente ainda não estava completamente clara, então ele se agachou a frente dela. ---- Senhorita Castilho, sou Jorge Galhardo, o responsável pela investigação e gostaria de lhe fazer algumas perguntas! Paloma colocou uma mecha dos longos cabelos atrás da orelha respirando fundo.
---- Não precisa falar comigo como se estivesse falando com uma criança de 5 anos, não estou traumatizada só asustada! Ela odiava quando as pessoas lhe impunha uma fragilidade que estava longe de ter.
---- Tudo bem se assim quer, o que veio fazer aqui senhorita? Não é um lugar tão próximo da cidade! Fez a observação e Paloma riu sem humor.
---- Então como sugere que eu tenha matado aquele homem investigador? perguntou irritada.
---- Senhorita por favor não seja presunçosa, lembre-se de que está diante de um policial e que posso prende-la por desacato! O policial também se irritou e Paloma resolveu fundo controlando sua raiva. ---- Voltando a pergunta, por que estava em um lugar tão afastado da cidade? Ela pegou o celular e mostrou a mensagem ao policial.
---- Meu tio desapareceu a cerca de uma semana, ele não disse para onde ia, não sabemos onde ele está agora, não conseguimos entrar em contato com ele, quando recebi a mensagem não pensei em mais nada, só segui as coordenadas até aqui e acabei encontrando essa cena horrenda! Falou tentando conter o tremor da própria voz.
---- E o seu tio? Ela negou. ---- Como pôde ter tanta certeza, o corpo está um tanto... Paloma apertou os lábios fechando os olhos com força.
---- Eles não têm a mesma estátua física, meu tio jamais usa bermuda porque têm uma cicatriz de cirurgia na perna esquerda! Explicou e o policial balançou a cabeça em concordância.
---- Já prestaram queixa sobre o desaparecimento do seu tio? Ela negou. ---- E por que não? Perguntou cruzando os braços.
---- Porque existe um grande distaque na empresa do meu avô e ele acredita que isso esteja ligada ao desaparecimento do meu tio! Explicou o pouco envergonhada e o policial sorriu mostrando os dentes brancos perfeitamente alinhado.
---- Entendi o porque de não quere prestar a queixa! Ela pulou do capô completamente irritada.
---- Meu tio não têm nada haver com esse desfalque! Ela praticamente gritou.
---- Claro ele só saiu para dar uma volta não é? ironizou, fazendo Paloma inflar o peito.
---- Já estou liberada? pergunta ainda muito irritada.
---- Mas é claro, é só deixar seu telefone para contato! Ela tirou uma cartão de visitas de dentro da bolsa e praticamente empurrou contra o peito do policial, entrando no carro completamente irritada então deu a ré no carro e saiu levantando poeira e cantando peneus. ---- Paloma Castilho, gerente geral do grupo Blue Sense, vêm chumbo grosso pela frente já vi tudo! Ele balançou a cabeça em negação.
Paloma acelerou o carro outra vez, ainda estava extremamente irritada, ela era a única que não acreditava que seu tio fosse capaz de roubar o próprio pai, ou talvez era a única que não queria acreditar nisso.
---- Não, ele não faria algo assim, não seria capaz! Limpou as lagrimas que queimavam seus olhos e lhe molhavam a face.
Cerca de 40 minutos depois ela parou em frente ao imponente prédio de fachada espelhada com o nome B&S Group, antes de descer do carro ela retocou a maquiagem, ageitou os cabelos, colocou os óculos escuros e pegou a bolsa, seu lema era jamais demonstrar nenhum tipo de fraqueza, isso não combinava com a família Castilho e muito menos com sua personalidade; jogando as chaves do Aston Martin Victor preto para o manobrista ela subiu os degraus da entrada olhando apenas para frente.
Passou pela porta de vidro automática chamando a atenção de todos os que estavam presentes no hall de entrada da empresa, e pela expressões de alívio que viu no rosto de cada um, presumiu que algo de ruim estava acontecendo.
----- Ainda bem que chegou Paloma, estava prestes a te ligar a sala de reuniões está um completo caos! Anúnciou a secretária completamente agitada.
Elenita não era só a secretária de Paloma era também seu braço direito e melhor amiga, tinham a mesma idade, mesma estátua física com a simples diferença de que Elenita era branca tinha cabelos castanhos luminosos que ao contrário de Paloma jamais precisou de uma progressiva, a jovem também tinha olhos azuis expressivos, um rosto ânguloso, lábios finos, sobrancelhas grossas um nariz entupido, porém o que consolava Paloma era saber que assim como ela sua amiga só tinha pernas bonitas pois também lhe faltava seis e glúteos.
---- Então vamos para lá agora! Anúnciou entrando no elevador e todos que estavam alí antes saíram para não atrapalhar a subida, algo que preocupou ainda mais a jovem. ---- O que está acontecendo Elenita? Perguntou já se irritando com a situação.
---- O seu tio Martín está causando o maior alvoroço na sala de reuniões! Ela respirou fundo já podia imaginar, seu tio Henrique era um verdadeiro imprestável não sabia fazer absolutamente nada e só havia recebido um cargo na empresa por ter o sangue dos Castilhos correndo em suas veias.
Quando as portas do elevador se abriram elas já podiam ouvir as vozes alteradas desede o final do corredor ao se aproximarem mais da sala elas poderam ouvir um: Aquela bastarda não tem direito algum aqui, nós nem ao menos sabemos se ela têm o sangue dos Castilhos nas veias!.
---- Mas é a bastarda que têm o apoio dos acionistas e da junta direitora ou já se esqueceu disto titio!? Ela puxou a cadeira na cabeceira da mesa de reuniões se sentando de pernas e braços cruzados com uma expressão cinica no rosto. ---- O que pretende tio? perguntou já sabendo a resposta.
---- Todos nós sabemos que a empresa não está indo bem, Henrique roubou o nosso dinheiro e despareceu as ações estão despencando e se não vendermos elas agora vamos ter um prejuízo gigantesco! Ele praticamente guritou e Paloma encostou a cabeça no apoio da cadeira como se tivesse ouvido a piada do século.
---- Fala isso por toda a sua experiência como ex diretor financeiro tio? Perguntou cínicamente e o tio cerrou os punhos ofendido.
A estádia de Martín como direito financeiro da empresa durou apenas cerca de seis meses e fora um completo desaste, pois nesse meio tempo a empresa acumulou uma perda de quase 70 milhões de dólares, um dos maiores prejuízos que a empresa já teve por má administração desde a sua fundação.
----- Vamos mesmo ter essa discussão agora? Perguntou calma, porém o tio sabia que era uma ameaça disfarçada por isso saiu da sala completamente transtornado. ---- Para todos aqueles que têm dúvidas sobre a atual situação da empresa um e-mail detalhado sobre o último relatório financeiro será enviado para todos, se não temos mais nada para dizer, creio que a reunião está encerrada! Ela saiu da sala sem esperar por respostas caminhando a passos largos em direção ao elevador. ---- Eu não acredito que ele fez isso, como uma pessoa pode ser tão cretina!? Explodiu assim que as portas do elevador se fecharam.
---- O pior é que parece que o seu tio vendeu todas as ações que possuía! Paloma levou as mãos ao rosto suspirando cansada.
---- O que mais falta acontecer hoje? Perguntou alterando a voz porém a resposta foi bem rápida, ao chegar em sua sala ela se deparou com um homem alto e forte parado de frente para a vista panorâmica que tinha em seu escritório. ---- Quem é você e como entrou aqui? Perguntou desconfiada e o homem se virou para ela com um sorriso cinico no rosto.
O homem deveria ter entre um 1,80 a 1,90 de altura, tina a pele branca porém com um bronzeada natural, possuía ombros largos, braços fortes, pernas longas bem torneadas, um rosto ânguloso, o queixo meio quadrado moldado pela barba rala, uma olhada negro intenso e pentrante, lábios cheios, um nariz entupido, cilios longos que moldava muito bem os belos olhos assim como as sobrancelhas grossas, os cabelos não eram tão curtos o que lhe dava um ar de executivo selvagem, ele era um homem muito bonito.
---- Muito prazer eu sou Dean, Dean Mauricie Mitchell, novo acionista da Blue Sense ! Explicou estendendo a mão para ela que aceitou.
---- Paloma Castilho, me desculpe, mas nós já nos conhecemos antes? Perguntou o examinando cuidadosamente enquanto se sentava em sua cadeira de couro preto.
---- Não creio que tenhamos nos conhecido antes, já que seria eu esquecer uma beleza como a sua senhorita, porém meu pai e o seu avô são velhos conhecidos! Ela franziu a testa sem entender o motivo de ter sentido aquele leve arrepio na espinha.
---- Claro, mas o senhor me lembra muito alguém que eu conheço, só não sei quem, tem certeza que nunca nos vimos antes? Perguntou meio sem graça, por medo de ser meio incoveniente.
---- Não acredito, mas pode ser porque meu pai trabalhou para seu avô durante muitos anos, por isso acredito que é dele que se lembra! Ela sorriu de leve achando a forma dele falar meio estranha era como uma raiva contida.
---- E qual era o nome do seu pai? Perguntou curiosa.
----- Pedro, Perdro Sanchez! Paloma engoliu em seco se lembrando de quem era o pai daquele homem.
---- Quanto das ações da nossa empresa o senhor comprou? Perguntou sentindo as pernas comecarem a ficar bambas.
---- Como os 15% do seu tio, acúmulo um total de 55% por cento das ações! Falou se inclinando para a frente e pela primeira vez em muito tempo ela voltou a ter medo.
Dean Mitchell
Elena Ortega
Martin Castilho
Paloma ainda permanecia de cabeça baixa com as mãos dentro dos cabelos negros, não entendia como era possível o controle da empresa havia escapado por entre seus dedos e ela não soube de nada, não pode fazer absolutamente nada.
---- Paloma!? Ela olhou para Elenita que estava parada de frente para a mesa que tinha um olhar de pena no rosto. ---- Trouxe um cházinho para você se alcalmar! Falou empurrando a xícara para a frente dela.
---- Não me olha assim Elenita, sabe que o que eu mais detesto são esses olhares de pena! se levantou pondo as mão na cintura. ---- Eu não entendo, como algo assim pode ter acontecido bem diante dos meus olhos e eu não vi absolutamente nada! Ela soltou um suspiro.
---- Acha que isso pôde ter alguma coisa haver com o desfalque e o desaparecimento do seu tio Henrique? Perguntou sentindo lástima pela amiga.
---- Eu não sei, na verdade eu não sei de mais nada, nem sei se ainda acredito que meu tio é inocente! Falou chorosa e a secretária e amiga deu a volta na mesa e a abraçou.
---- Calma amiga, não fica assim vai ficar tudo bem, não se preocupa! Paloma encostou a cabeça no peito da amiga e se deixou abraçar por ela.
O bairro de Salamanca ficava vizinho ao centro de Madri, com suas grandes avenidas do século 19, repletas de restaurantes finos e lojas de grifes, especialmente na "Milha Dourada". Os moradores mais sofisticados frequentam o Platea Madrid, um requintado mercado de comida gourmet instalado em um antigo teatro. Há obras de arte e relíquias da pré-história da Península Ibérica no Museu Arqueológico Nacional, e o Museu Lázaro Galdiano abriga obras de Goya e Bosch. E para Paloma que era adepta a hábitos noturnos da aristocracia como frequentar restaurantes caros, ir ao teatro, entre outras atitudes que o bairro oferecia, era mais do que perfeito.
----- Bem vinda de volta menina, preparo seu jantar? A babá lhe perguntou assim que ela abriu a porta do apartamento tirando os saltos e colocando a bolsa e as chaves sobre a mesa olhou para a babá de forma desanimada.
---- Não naná, estou sem fome, mais tarde seu eu quiser preparo alguma coisa gracias! Hiolanda era sua babá desde que foi morar com o tio, ela praticamente a criou por isso Paloma a considerava como uma segunda mãe e quando descidiu sair da casa do tio a babá foi a primeira que descidiu levar consigo.
O apartamento era amplo, confortável, sua decoração era neutra, no chão o porcelanato creme, nas paredes tons de areia e cinza, havia poucos móveis apenas o suficiente, um sofá de veludo marrom, três poltronas em veludo branco, uma mesa de centro de madeira, sobre o grande tapete da sala, um painel espelhado ao fundo, um conjunto de cinco lustres, ao lado a sala de jantar que consistia apenas na mesma, a cozinha no andar de cima os quartos, o dela era o principal e havia mais dois em que ficavam os empregados.
Ao chegar no quarto Paloma simplesmente se jogou na cama, não estava conseguindo entender como sua vida havia dado um giro de 360° graus de uma hora para outra, tudo havia começado há cerca de uma semana quando seu tio desapareceu, ele não atendia o celular, não respondia as mensagens, não havia levado seus documentos porém no dia em que desapareceu havia quatro passagens para quatro países diferentes e ninguém sabia se ele havia embarcado em um daqueles vôos realmente.
Logo em seguida veio a notícia do desfalque que estava deixando tudos os acionistas da empresa agitados e aflitos e agora isso, esse sujeito que havia chagado do nada e agora já era dono de mais da metade da empresa que havia sido fundada por seu avô.
Paloma acabou dormindo alí mesmo sem siquer perceber, acordando só na manhã seguinte. ela ficou completamente chocada ao perceber que havia adormecendo sem tomar banho, escovar os dentes e sem jantar, por isso levantou-se da cama de imediato se dirigindo ao banheiro, colocou a banheira para encher se dirigindo ao closet afim de escolher sua roupa. Opitou por uma calça de alfaiataria de seda preta de cintura alta e uma blusa de musseline branca com forração em seda, babados nas mangas e gloa alta.
Voltando para o banheiro tirou a roupa, prendeu os cabelos em um coque e entrou na banheira relaxando quando sua pele entrou em contato com a água quente, fechando os olhos seus pensamentos vagaram até o homem que desde a manhã do dia anterior estava lhe causando bastante estresse, antes Dean se chamava, Damian não tinha muitas lembranças sobre ele pois a última vez que o viu tinha dez ou onze anos, apenas sabia que era um rapaz tímido, inteligente, reservado e bastante estudioso, o pai dele e seu avô eram muito amigos, estavam sempre juntos porém um dia a família desapareceu e nunca soube o porque.
Voltando ao presente Paloma se ergeu pegando a toalha se enrrolou na mesma, parou de frente para a pia e escovou os dentes, então voltou para o quarto vestiu a roupa, caminhou até a penteadeira sentando-se se no acento de frente para a mesma calçou os scarpins pertos, se virando de frente para o espelho, passou o corretivo e a base no rosto, apenas para esconder as manchinhas que o excesso de melanina criara depois das espinhas e pequenos machucados.
Passou um delineador e o rímel, um pouco de blash bronze e um batom rosado nos lábios, dividiu o cabelo ao meio fazendo um rabo de cavalo, colocou um par de brincos redondos, então se levantou foi até o closet pegou uma bolsa de mão de couro preto com alças em metade dourado e saiu do quarto.
Ao descer as escadas se deparou com a babá pondo a mesa do café da manhã, ela sorriu se aproximando dela e lhe deu um beijo na maçã do rosto.
---- Bom dia naná! A babá sorriu.
---- Bom dia minha menina, dormiu sem jantar não foi? A frase tinha uma amorosa repreensão.
---- Me desculpe naná eu acabei dormindo sem perceber! Se desculpou com se tivesse cometido um erro.
----- Você fica cada dia mais parecida com o seu pai sabia, eu olho para você e vejo o Júlio na minha frente, seus olhos, o nariz o formato do rosto, são idênticos aos do meu menino! A babá falou emocionada, ela havia visto o nascimento e crescimento dos três herdeiros da família Castilho, por isso a morte do pai de Paloma havia sido um duro golpe para ela.
---- Eu estou com fome naná, por favor me sirva um café! Pediu se sentando para desviar a atenção da babá daquele assunto triste.
Na verdade para Paloma, aquele tambem era um assunto doloroso apesar de não ter muitas lembranças dos pais, lembrava- se da forma amorosa como eles a tratavam, como eram carinhosos, sua mãe sempre lhe contava histórias antes de dormir e seu pai sempre brincava com ela quando voltava para casa, pelo menos em suas lembranças eles era felizes.
Paloma levou a xícara de café aos lábios, saboreando o gosto da mistura de café, canela, leite e um toque de açúcar, ela depositou a xícara sobre o pires outra vez pegando uma torrada e espalhando geleia cremoso de morango por cima, não havia percebido que estava com tanta fome, até começar a comer, ela pegou uma mini torta de frutas vermelhas se levantando da mesa, se despediu da babá, transferiu as coisas de uma bolsa para outra e saiu do apartamento indo em direção ao elevador.
Quando as portas se abriram na garagem do prédio ela caminhou até o local onde havia estacionado o carro, ela entrou no carro e deu partida no carro e saiu do prédio, repetindo o trajeto que fazia todos os dias, a empresa ficava no centro da cidade por isso só leva cerca de 10 minutos para chegar na empresa.
Ao para o carro ela jogou a chave para o motorista depois de comprimenta-lo, subiu as escadas da entrada e ao chegar no hall da empresa encontrou a secretária e melhor amiga em seu aguardo.
---- Bom dia senhorita castilho, lhe passo a agenda? Perguntou começando a caminhar lada a lado com ela.
---- Por favor! Pediu se diminuir o ritmo.
---- A senhorita só têm um único compromisso hoje e é uma reunião daqui a duas horas! Ela parou na frente do elevador e olhou para a secretária atônita.
---- O único compromisso que tenho hoje é uma reunião? Perguntou e a secretária confirmou sem explicar o motivo.
Quando chegou a sua sala Paloma ainda estava meio atônita com a notícia de que não teria praticamente trabalho nenhum durante todo o dia, ligando o computador ela deu um giro em suas redes sociais, tinha diversos seguidores embora não fosse tá ativa, distraiu-se observando a vida alheia se asustando quando a porta de sua sala foi aberta com certa violência.
---- Vovô, qual é o problema? Questionou asustada com a atitude do ancião.
---- Pelo visto ainda não leu o jornal de hoje! Declarou e ela negou então ele jogou um exemplar do jornal El país sobre a mesa, então ela o abriu.
“A notícia da aposentadoria do renomado empresário Eduardo Castilho, não passou de uma tentativa falha de esconder a grave crise financeira enfrentada pela por essa gigante do transporte, na tentativa de evitar a falência mais da metade das ações da empresa formam vendidas para uma empresa estrangeira de tecnologia”.
---- Como uma coisa dessas pode ter acontecido bem debaixo dos nossos narizines? Perguntou irritado. ---- 55 Paloma, 55 % das ações da empresa que eu mesmo fundei e dediquei mais de 30 anos da minha vida foi para as mãos de um completo estranho! Ele gritou muito agitado.
---- Se acalma vovô, agora o que nos resta é pensar em uma forma de recuperar a empresa...Ele a interrompeu.
---- Recuperar a empresa? Você não percebeu Paloma, se esse homem têm 55% significa que o seu adorado tio vendeu as ações dele e você ainda é ingênua o suficiente para entender que eles nos traiu ou ainda acha que ele é inocente? Gritou transtornado.
---- Com licença, só vim avisar que está quase na hora da reunião! Ela confirmou e a secretária se retirou.
---- Vamos vovô! Indicou o caminho até o elevador, eles entram descendo dois andares, assim que as portas do elevador se abriram eles caminharam em direção a sala de reuniões.
Ao entrarem na sala eles perceberam que todos os acionistas e membros da junta direitora já estavam presentes, bem como o homem que Paloma havia conhecido no dia anterior.
---- Bom já que estamos todos aqui, gostaria de me apresentar, eu me chamo Dean Mauricie Mitchell e como todos vocês já devem saber, eu agora possuo 55% das ações desta empresa, portanto sou o novo sócio majoritário e como sócio majoritário nada mais justo do que ocupar o cargo de presidente da empresa não acham? Paloma não entendia o porque mas aquelas palavras eram um desafio claro a seu avô.
Visual da Paloma
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