Há quase um século atrás, um homem, chamado David Bark encontrou uma poderosa pedra mágica que, segundo as histórias, era capaz de realizar qualquer coisa que seu portador desejasse.
Tempos depois dessa descoberta fantástica, novas pedras mágicas, com diferentes habilidades e poderes começaram a surgir no mundo. Pessoas que duvidavam de David, começaram a acreditar que poderia sim existir um objeto com um poder tão incrível. Então, a partir daí, esse objeto começou a ser cada vez mais buscado.
Chamados de caçadores, aquelas pessoas buscavam o mesmo que David um dia encontrou: A Pedra Celeste. Assim, uma era se iniciou no continente
Diante a grandes confrontos e embates, dezoito anos já se passaram desde o último confronto entre os cavaleiros do Reino contra os caçadores. Desde então, raros foram aqueles que se aventuraram na busca da pedra celeste. Pelo menos até agora.
...Capítulo 1...
『Dias atuais, ano 1883』
Linkhad é um país costeiro, situado no sudeste do reino de Bastia. Como todos os países, ele é gerenciado por um cavaleiro sagrado e seus subordinados, sendo cavaleiros e soldados. Mediante a isso, cabe a esses guerreiros garantirem a segurança de todos dentro de Linkhad.
Dentro de uma sala, no quartel general de Kuine, pequeno vilarejo de Linkhad, um cavaleiro, chamado Kumakasa, aguardava ansiosamente por algo. Batendo seu dedo lentamente na mesa.
Enquanto isso, um jovem garoto corria pelas ruas desse vilarejo. Seu nome? Luke Shizuka. Os guardas não param de o perseguir, enquanto ele pulava por casas e muros, tentando despista-los.
Residente desde pequeno de Kuine, Luke Shizuka passa mais tempo furtando comida do que na sua própria casa. Ele sempre está com seu colete e bermuda que vão até o joelho, usando um tipo estranho de sapato.
— Volta aqui, moleque!
— Vocês nunca vão me pegar! Tentem se quiser! — Não parou de correr.
Atrás de uma parede próxima, um homem vestido elegantemente observava tudo, ainda sem agir.
— Peguei você, Luke Shizuka!
Gabb é um agente especial, que trabalha para o reino. Treinado desde cedo para ser o melhor possível. Suas roupas são um terno caro, com óculos protegendo seus olhos acinzentados, e boné para seu cabelo não o atrapalhar.
Após um certo tempo correndo, Luke enfim consegue se desvencilhar daquela grande quantidade de guardas que o perseguiam. Agora mais sossegado, ele entra em um beco, para comer aquilo que havia acabado de roubar.
— Ufa! Acho que finalmente me livrei daqueles caras! — Sentou-se próximo a uma lata de lixo — Cara, já estava morrendo de fome! Esse lanche deve estar muito bom!!— Dizia ele o desembrulhando — Eu não entendo o porque que eu não posso pegar sem pagar. Eu só estou pegando dos que tem mais! — disse ele, enquanto mastigava.
Após terminar de comer, Luke da uma olhada para o lado de fora do beco para ver se não tinha ninguém ali. Nesse momento, alguém toca seu ombro, o assustando.
— O quê? — perguntou Luke, olhando para trás. — Quem é você? — Se assustou.
— Luke Shizuka? — questionou o Agente, com a mão no ombro de Luke.
— O quê? Não! Eu não sei quem é esse não! — Tentou disfarçar, não conseguindo. — Eu acho que você está me confundido com alguém, amigo!
Luke tenta sair andando como se nada tivesse acontecido, mas Gabb encosta em suas costas.
— Luke Shizuka, eu sou o Agente Gabb. Preciso que venha comigo!
— Agente Gabb?
— Eu sou o Agente Gabb. Preciso que venha comigo, Luke Shizuka! — ordenou ele
— Agente Gabb?
Agora dentro de uma sala estranha, Luke fica impaciente, vendo que estava sozinho ali. A porta da sala se abre, e o cavaleiro finalmente decide se mostrar.
Kumakasa é um cavaleiro do reino, responsável por cuidar do vilarejo de Kuine. Coisa que ele odeia, por se sentir menosprezado. Seu visual é simples, com uma versão da armadura do reino de cor cinza. Olhos escuros, cabelos castanhos e barba rasa.
— Então você é o filho dele! Até que vocês se parecem mesmo… — dizia ele, enquanto rodeava Luke
— Ué? Do que você está falando? Filho de quem?
— Bom, isso não importa no momento! Preciso que você nos diga, onde está a pedra mágica?
— Pedra mágica? Não faço a mínima ideia.
— Não se faça de sonso, Luke… Recebemos relatos de que a pedra mágica foi usada por alguém aqui em Kuine esses dias, e eu sei que ela está com você.
Kumakasa encara Luke de perto, e o jovem não entende, rindo da cara dele.
— Está bem… Está bem! — Sorriu. — Escuta, eu acho que você deveria me trazer algo para comer, senhor… come casa? É que eu lembro melhor de barriga cheia — disse ele com mão na barriga
— É Kumakasa, seu idiota! Você sabe bem com que está falando? Eu sou um cavaleiro do…
— Eu sei… Eu sei! Mas poderia me trazer algo para comer? — perguntou sorrindo
— Essa não é a questão! Você está me enrolando ou tentando ganhar tempo!? Eu vou dizer apenas mais uma vez, então fale, Luke Shizuka! A Pedra do Gelo está com você, não está? Diga!
— Eu só queria um lanchinho… — lamentou Luke, bem baixinho.
— Já entendi! — gritou ele, saindo andando.
O Cavaleiro perde a paciência e sai da sala de interrogação, deixando Luke sozinho, trancado no lugar. O Agente Gabb estava bem na porta, aguardando, e acabou por observar o cavaleiro um pouco estressado, saindo do local.
— E aí? Conseguiu algo?
— Eu acredito que ele não é o garoto que eu te mandei trazer, Agente Gabb. Esse moleque é um tagarela e doido que, aparentemente, só parece Silva Shizuka mesmo.
— É sim. Ele é Luke Shizuka, filho de Silva Shizuka. Eu o encontrei próximo à casa em que Silva morava.
— Não sei não. Ele não tem nenhum traço de personalidade de Silva — continuou retrucando
— Não duvide de mim, Kumakasa. Você sabe bem que eu não erro! Ah, e eu espero que não faça nada de errado a ele, como combinamos. Eu venho monitorando este garoto a dias. Ele não é o que parece ser — encarou
— Gabb… — se aproximou do Agente — Você pensa que eu faria algum mau a uma pobre criança? Sério? — ironizou — Vou avisar os guardas para lhe encontrarem na saída e quitar nossa dívida. Mais uma vez, obrigado
— Certo! Então eu já vou indo
O Agente é dispensado pelo cavaleiro e se dirige a saída do quartel-general, onde alguns guardas rapidamente se aproximam.
— Aqui está, senhor Gabb! — entregou o soldado, uma bolsa de couro de cheia moedas
— Foram rápidos dessa vez.
Gabb pegou o saco de dinheiro e saiu andando, dando as costas para os guardas e seguindo para fora do quartel-general, porém, no caminho ele acabou por ouvir uma movimentação estranha vindo do lado de dentro, decidindo assim por ficar em alerta.
Já sem paciência, o cavaleiro volta a sala onde Luke estava, levando consigo um prato de comida, que o garoto havia pedido, anteriormente. Ao chegar, ele senta na cadeira a frente ao jovem, o observando calmamente.
— Vejo que trouxe algo pra mim! Que gentileza da sua parte! — Sorriu animado Luke.
— Será que é mesmo para você? — O cavaleiro arremessa o prato de comida na parede e, logo em seguida, pega Luke pelo pescoço, o apertando.
— O que você tá fazendo? Me solta, seu maluco! — tentou dizer ele, ficando sem ar.
— Oh, você já vai saber!
Ele leva Luke a masmorra, que fica no subsolo do local. Seu plano antes parecia ser larga-lo lá, porém, ele parece querer tentar outra coisa agora. Ao entrar na cela, ele arremessa Luke na parede, que bate as costas e cai com as mãos apoiadas no chão.
— Já chega de enrolação! Pode começar a falar! Onde é que está a pedra mágica?
— Eu já disse que não faço a mínima ideia! Não sei do que você está falando… — sentindo fortes dores.
O Cavaleiro não fica satisfeito com as respostas de Luke, e acerta um chute em sua barriga. Luke sente dor imensa e chega até a cuspir sangue.
— Como assim você não sabe? Não faz sentindo. Afinal, você é filho de Silva Shizuka! — questionou
Irritado, ele ergue a mão, usando a magia de sua pedra mágica para criar uma lâmina a partir de seu braço.
— Veja!! Esse é o poder da pedra do metal. É melhor você começar a falar agora ou não vai falar nunca mais! — sorriu insanamente
— Por que você quer tanto saber dessa pedra? Eu nem mesmo sei como funcionam essas coisas.
— Você não sabe? Não é possível. As Pedras Mágicas são artefatos raríssimos, que dão aos seus usuários a capacidade de fazer coisas como isso aqui.
Ele aproxima a lâmina do pescoço de Luke, que ri de nervoso.
— E o que eu tenho haver com isso? Eu já disse que não estou com essa tal pedra que você tanto fala.
— Eu duvido muito e, por via das dúvidas, irei te matar só para garantir!
Ele ameaça fazer o movimento de cortar o pescoço de Luke, mas acaba por ser ferido por um tiro, vindo da saída da masmorra. Tiro esse que acabou por não só abrir, mas também atravessar o ombro do cavaleiro.
Colocando a mão sobre seu ombro, ele percebe que o mesmo estava sangrando sem parar. Questionando de onde veio esse disparo, ele se virou, surpreendo-se com que lá estava.
— Você… — murmurou o cavaleiro
— Você disse que não faria mau nenhum a ele. Você quebrou o nosso acordo, Kumakasa! — disse irritado
Gabb atira com seu revólver mais três vezes, porém o cavaleiro modifica seus braços para ferro, conseguindo bloquear facilmente as balas.
— Você não deveria ter voltado! Nosso acordo já acabou.
— Ele não acabou. Você o quebrou!
Kumakasa estende suas mãos para frente, lançando uma chuva de pequenas lâminas super afiadas na direção de Gabb. Este consegue desviar, no susto, dos disparos, se jogando para o lado.
— Ele é praticamente imune aos meus tiros, e sua defesa é muito fortalecida pela sua pedra mágica. Eu preciso achar um ponto fraco…— pensou o agente.
É quando uma das lâminas acerta o pé de Gabb, prendendo-o ao chão. Com sangue escorrendo e sem conseguir se mover, Gabb se viu encurralado.
— Essa não… — lamentou ele.
Kumakasa se aproxima do jovem, com sua lâmina preparada, chegando a ranger seus dentes de tanta raiva.
— Você não deveria ter se envolvido nessa, agente. Seu trabalho aqui já havia terminado. Voltar aqui foi um completo erro!
Enquanto se aproximava do Agente, Kumakasa é parado por algo e se questiona. Sem entender o que havia acontecido ele olha para o chão, vendo assim que seus pés estavam sendo congelados no solo.
— Gelo? Espera… — se virou.
Luke estava de pé, com as duas mãos brilhando em uma mistura de azul-claro com branco, enquanto o gelo no solo se espalhava cada vez mais pela cela.
— Maldito! Eu sabia que você estava a escondendo!
— Aquele chute na barriga doeu, e doeu muito. Você ainda desperdiçou aquela comida toda. Eu… eu não vou te perdoar!
Furioso e com fome, Luke estende as mãos aberta e lança seu raio congelante na direção de Kumakasa, o congelando rapidamente.
— Seu moleque! Você não vai sair dessa tão facilmente… — dizia antes de ser completamente congelado
Depois do ataque, o jovem cai sentado, mas rapidamente se levanta, correndo para ajudar Gabb com seu ferimento.
— Calma, eu vou tirar isso para você! Não fala nada.
— Não, Luke! Espera… Não faz isso… — implorou ele, lamentando de dor
Luke puxou rapidamente a lâmina que atravessava o pé de Gabb, o desprendendo do chão. A expressão que ficou na face do agente após isso, mostrou o porquê de ele não querer que Luke tirasse daquela forma.
— Aí… doeu mais ainda para sair — lamentou o
Agente —, mas obrigado de qualquer forma, Luke.
— Eu que agradeço. Vamos, nós temos que sair daqui rápido!
— Espera, e o que faremos com ele? Os guardas que eu desmaiei logo logo acordarão e…
— Eu sei bem o que podemos fazer com ele — riu
Minutos depois do ocorrido, Luke estava ajudando Gabb, que não conseguia andar direito devido ao ferimento no pé. Com o agente apoiado em seu ombro, eles caminharam pelas ruas de Kuine.
— Para onde estamos indo, Luke?
— Para a minha casa!
— É muito longe? Sabe… Esta doendo um pouco.
— Não muito. Eu acho.
— Acha? Você esta brincando, né? — lamentou.
Eles continuaram caminhando por alguns metros, até que Luke para de repente, e causa uma certa dúvida em Gabb.
— O que foi, Luke? Por que você parou? — questionou o Agente.
— Aí! Quanto tempo você dá para os outros guardas acharem o Kumakasa?
— Acredito que, nesse exato momento, eles já devem ter percebido.
O Cavaleiro e os guardas que Gabb havia apagado anteriormente, estavam totalmente congelados, na masmorra. Minutos depois, uma parte da cabeça do cavaleiro é parcialmente descongelada e o mesmo começa a gritar por ajuda. Após diversos chamados, os guardas percebem a voz que ecoava pelo subsolo, correndo rapidamente para a área da masmorra.
— Nós ouvimos os chamados, senhor! Espera, como isso aí foi acontecer!? — perguntou o guarda assustado.
— Seu idiota! Me tire logo daqui antes que eu me estresse ainda mais!
— A entrada está totalmente congelada, senhor! Não conseguimos abrir de jeito nenhum… — respondeu outro guarda
— Dêem um jeito!!! Se eu ponho as mãos naqueles dois… Só me tirem daqui agora!!! — gritou ele — Maldito Luke Shizuka… Você me paga!! — gritou ele
^^^Continua no próximo capítulo.^^^
Algumas horas após o ocorrido na masmorra do QG do Cavaleiro, em Kuine, Kumakasa voltava a sua sala pessoal, extremamente estressado com o que havia acontecido a pouco.
— Eu não acredito. Como se não bastasse a traição do Agente 5, eu também perdi o garoto das minhas mãos. Raios! Se eu coloco as mãos naqueles dois…
O Cavaleiro da dois socos em sua mesa, assustando os guardas que estavam próximo a porta de sua sala. Olhando os guardas, eu percebe que estava se exaltando demais, se acalmando então.
— É… senhor? — perguntou o guarda, assustado. — Deseja que espalhamos cartazes de procurado? Poderíamos encontra-los rapidamente assim...
— De jeito nenhum! Ninguém pode saber o que aconteceu aqui hoje. Se os outros Cavaleiros descobrem os erros que nos cometemos hoje, podemos acabar em mais problemas.
— Tá. Então, nós vamos apenas ficar de olho, senhor.
— Façam isso.
O guarda sai da sala, deixando Kumakasa sozinho, olhando para um carta em sua parede. Cartaz esse que é de um homem bem conhecido por ele.
— E então, Silva Shizuka? Seu garoto vai acabar seguindo o mesmo rumo que você? Seu maldito!
Luke havia levado Gabb para sua casa, para que pudesse cuidar de seu ferimento no pé. Após enfaixar o pé do Agente, ele procurou algo para ambos comerem, na cozinha.
— Eu devia ter roubado algumas coisas e trazido para casa. Não é possível que não tenha nada para comer neste lugar.
— Você quase não fica nesse lugar, não é?
— Não mesmo! Eu venho aqui poucas vezes
Gabb olha para a mesa e vê uma espécie de fotografia, pegando-a em seguida para observar atentamente com mais detalhes.
— Essa aqui é sua família? — Perguntou o Agente.
— Isso aí? É uma foto bem antiga. Também é a única que eu tenho deles. É bem antiga.
— Esse outro garoto ao lado do seu pai é o seu irmão certo? Mas cadê a…
— Minha mãe?
— Isso.
— Ela nos deixou um tempo depois do meu irmão nascer. Meu pai me disse que ela tinha que resolver umas coisas importantes para ela, só que... Sabe, ela nunca mais voltou — se aproximou de Gabb e pegou a foto, olhando-a com carinho — A pouco tempo atrás, meu pai saiu para uma jornada, atrás de um objeto que ele esteve buscando a muito tempo.
— A Pedra celeste… — disse ele
— Isso. Ele sempre me falava dela! E depois que ele se foi, meu irmão também foi embora de vez.
— Entendi, então você já está sozinho a bastante tempo.
Luke se aproxima da mesa, colocando a fotografia novamente em seu devido lugar. Após isso, ele olha para um quadro com o rosto de seu pai, que estava colado na parede a sua frente.
— Mais ou menos um ano. Escuta… Gabb né?
— Sim, é Gabb.
— Bom, eu percebi essa magia de gelo a um tempo e essa era a mesma magia que meu pai usava, certo?
— Sim. A Pedra do Gelo era a fonte da magia de Silva Shizuka. É por isso que o Kumakasa queria tanto ela.
— É, isso eu entendi, mas se essa pedra está comigo, quer dizer que… — apertou o punho — Quer dizer que ele…
— É. Até hoje não descobriram como, mas foi dito a alguns dias que Silva Shizuka havia falecido em batalha.
— Aquele idiota! Como um pai larga os filhos assim…
— Desculpe de te contar dessa forma…
— Não. Eu vou ficar bem, relaxa! É só que, eu já temia isso poderia ter acontecido.
— Por que?
— Eu não me lembro muito bem… Meu irmão tinha dito algo relacionado a isso naquele dia… Ele disse "eu vou atrás de respostas, irmão. Espero encontrar novamente, um dia."
— Entendi. bom, de qualquer forma eu realmente peço desculpas por te levar para o Cavaleiro. Meu acordo com ele era por apenas um interrogatório, mas ele acabou por quebrar, atacando você.
— Foi isso que estranhei! Então, foi por causa do acordo quebrado que você me ajudou? Isso não simplesmente assinou o seu cartaz de procurando pelos cavaleiros?
— Kumakasa não é burro. Requisitar a minha busca abriria investigações sobre o que aconteceu hoje, e ele não ia querer que os outros Cavaleiros saibam o que aconteceu no quartel general hoje.
— É. Faz sentido. Você é bem inteligente, né Gabb?
— Que isso. Eu agradeço…
— Bom, só vão vou poder te oferecer comida. Infelizmente, não há nada na dispensa. Na verdade, tem gelo.
— Eu compreendo, então vou deixar metade do meu dinheiro que ganhei. Já deve ser algo para te ajudar.
Gabb ameaça colocar as moedas na mesa, porém, Luke acerta uma pedra de gelo em sua testa.
— Aí!!! Por que você… — perguntou
— Não precisa. Você deveria guardar pra você e compra umas roupas menos… feias.
— Feias? isso é um dos ternos mais caros que existe, seu idiota. Você que usa essa roupa toda desleixada aí. Sem nenhum cabimento andar com esse tipo de roupa! Não sente frio não?
— Eu crio gelo, por que eu sentiria frio?
— Bom, você tem um bom argumento para alguém que cogita não usar um poder como esse apenas porque não quer. Bom, acho que já tá na hora de eu ir. É confuso, mas acho que tem coisa que você vai ter que descobrir sozinho.
Gabb se levantou com um pouco de dificuldades, indo até porta, sem perceber que deixou um papel cair de seu bolso.
— Você deixou isso cair — disse Luke, o entregando.
— Ah, é o cartaz do torneio de Florensie.
— Torneio?
— É. Vai ter um mini torneio de lutadores no centro de Florensie. Parece que vai ter até um prêmio em dinheiro para quem ganhar.
— Daora. Eu poderia participar, mas estou com muita preguiça — se jogou no sofá em seguida, simulando uma cochilada.
— Você é bem diferente de seu pai, Luke— disse ele, sorrindo. — Bom, eu vou indo então! — olhou para trás e viu Luke deitado — Luke, me diga você possui algum tipo de sonho?
— Acho que não, Porque? Eu acho que nem mesmo sei o quê é um sonho.
— Você deveria saber, sonhos são coisas que nós almejamos e fazemos de tudo para alcançar.
— Fazemos de tudo para alcançar… Espera! Gabb, então você possui um sonho?
— Eu tenho sim, quero me tornar o melhor naquilo que faço. É algo que eu prometi para uma pessoa a alguns anos — disse ele, sorrindo — Vou continuar trabalhando para alcança-lo!
— Que massa, cara! boa sorte pra você! Na próxima vez que nos encontrarmos me arruma um lanche, acho que vou ficar sem comer hoje para sobrar espaço pra amanhã.
— Você é um cara muito estranho, Luke Shizuka. Até a próxima.
Gabb sai pela porta da casa de Luke, e some em um beco próximo. Luke permanece deitado, olhando para o teto, pensando.
— Ele disse sonhos, né…
Um jovem treinava no quintal de sua casa. Sua irmã mais velha o assistia, duvidando de suas ações.
— Você precisa ser mais efetivo nos ataques Vitor, mire em todos os pontos vitais do porco. Continuar atacando assim, não vai adiantar nada.
...Larisse, a mais velha...
— Eu já disse que não precisa me dizer o que fazer!
...Vitor, o Caçula...
— Você é treinado desde tão cedo e continua tão fraco. Não esperava menos do mais fraco da família — ironizou ela
Vitor avança contra o animal, acertando diretamente sua garra do trovão, o pulverizando em raios.
— Eu falei para esperar. Estava apenas vendo o momento certo para o atacar.
— Em uma luta de verdade, você não terá tempo para ficar vendo hora certa de atacar.
— Exatamente que você disse, em uma luta de verdade. Nessas circunstâncias eu acabaria com meu alvo antes que ele pudesse pensar em se defender.
— Agora eu gostei das suas palavras, irmãozinho, mas você acabou com seu jantar — disse ela, rindo.
Ele vira as costas e vai andando para o seu quarto, deixando sua irmã falando sozinha
— Fiquei sabendo que vai no torneio amanhã… Finalmente você vai enfrentar adversários de verdade — dizia, sendo ignorada por Vitor, que entrou em seu quarto e fechou a porta
— Como se eu precisasse estar pronto para alguma coisa.
No dia seguinte, o torneio já estava sendo anunciado logo pela amanhã. Os cavaleiros do reino de Florensie, também marcaram presença no local.
— Sejam todos bem vindos ao torneio para prodígios de Florensie, onde o prêmio é estipulado em 2 mil moedas — disse o homem de cabelo bagunçado e roupa elegante.
...Hitogatsa, O Duelista....
— Vejo que estão todos chegando e pegando seus lugares, então irei explicar as regras para deixar todos que se inscreveram informados — dizia o anunciante — Dois lutadores se enfrentam na arena. Para vencer, é necessário fazer o adversário ficar impossibilitado de lutar ou faze-lo desistir da luta. É proibido matar o adversário! O prêmio em dinheiro vai para o que mais se destacar entre os lutadores. Armas e artefatos serão checados pelos guardas, fora isso, magia é totalmente liberado!
Pelas ruas que ligam Florensie a Kuine, um garoto corria desesperadamente. Este garoto, era ninguém mais ninguém menos que Luke Shizuka.
— Aquele cabeça de vento nem pra me dizer a hora exata... É bem capaz de eu estar muito atrasado — disse ele, suando gelado — Espera, porque é que eu tô correndo assim?
O garoto percebe que estava sendo muito burro, então ele usa o poder de gelo para criar uma pista de gelo e começa a patinar, indo cada vez mais rápido!
— Isso é mais divertido que roubar lanche! Espera, por que eu não fiz isso antes!?
Os Cavaleiros estavam acomodados em uma espécie de camarote, na arquibancada do Coliseu de Florensie.
— Você acha mesmo que ele vai vir até aqui? — questionou Hitogatsa.
— Só saberemos se ele realmente aparecer. Acredito que a ferida deve doer ainda, e ele sabe que eu estou aqui.
...Monsgold, o Minotauro...
— De qualquer forma, se ele vier a aprontar, irá acabar sendo capturado por nós, os cavaleiros.
— É, Konor.. Será mesmo que o seu filho vai aparecer por aqui? — pensou ele, enquanto se aproximava do vidro que dava visão da arena de batalha.
Continua no próximo capítulo.
Os competidores do torneio já começavam a chegar ao Coliseu. Na entrada, a inscrição era feita com aqueles que iam chegando, mas poucas pessoas queriam participar. Enquanto isso, a arquibancada gritava de ansiedade.
Um homem pardo de cabelos curtos e castanhos, de cor escura e roupa de luta vermelha estava de pé na entrada, terminando sua inscrição.
...Carlos, o Lutador...
— Prontinho, Carlos. Você já está inscrito! — disse o supervisor
— Valeu — respondeu Carlos, fazendo sinal de positivo.
— Próximo!!! — gritou
Um outro jovem vem logo em seguida, andando calmamente. Era Vitor. O jovem branco, de cabelos escuros e longos até seus ombros, vestia uma camisa branca e uma calça cinza.
— Seu nome, por favor! — pediu o supervisor
— É Vitor! — respondeu ele.
— Você está com algum tipo de armamento, Vitor? — perguntou, anotando.
— Não! Não estou com nada! — colocou as mãos nos bolsos
— Certo. Pode seguir a esquerda e aguardar ser chamado, por favor.
—... — Não disse nada, seguindo andando para o local indicado.
— Esses jovens hoje em dia estão muito sérios. Cadê aquele pessoal alegre que gosta de lutar? Fala sério!
Gabb enfim chegava ao Coliseu. Indo ao local apenas para assistir as batalhas que aconteceriam, ele de repente é surpreendido por alguém que vinha em alta velocidade.
— Sai da frente, Gabb! — gritou Luke, vindo correndo.
— O que? Espera, o que você tá fazendo? — perguntou assustado
Luke, descontrolado, acaba por atropelar Gabb, fazendo com que ambos se choquem com uma bancada de vendas de um comerciante próximo, a destruindo.
— Aí, minha cabeça… — disse ele, se levantando. — Eu me esqueci que isso não tem freio. — Coçou a cabeça.
— Seu idiota! Quase matou nós dois!!! Espera, o que você tá fazendo aqui?
O dono da bancada se aproxima, furioso com a sua barraca destruída.
— Na verdade, eu acho que nós ainda vamos morrer — afirmou, apontando para o dono
— Xiiiiii — disse Gabb, desesperado
Alguns minutos após conseguirem despistar o dono da bancada, Luke e Gabb param em uma praça próxima e se sentam em um banco de madeira.
— Vai, fala Luke. O que é que você veio fazer aqui?
— Eu vim participar do torneio, ué. Por qual outro motivo eu viria?
— Mas você não tinha dito ontem que não participaria?
— Eu mudei de ideia!— disse, tirando uma embalagem do bolso, a abrindo. Era um cachorro-quente, no qual ele havia pego minutos atrás.
— De onde é que você tirou isso? — perguntou, olhando pro lanche
— Peguei na bancada daquele senhor! — Mordeu — Hm... Tá bom — disse mastigando.
Gabb ficou olhando sem entender nada enquanto Luke saboreava o cachorro quente. Após Luke comer quase tudo, o Agente percebe que tinha que dizer algo.
— É… Luke? Você tinha dito que mudou de ideia e que queria participar do torneio, certo?
— Uhum — respondeu, com a boca cheia.
— É que… A inscrição já vai acabar! — Apontou para a entrada.
— Hm?
O portão do Coliseu já estava começando a se fechar, é quando Luke usa sua magia para congelar o mesmo, possibilitando que ele pudesse entrar.
— Espera!!! — gritou Luke
— O que? — perguntou o supervisor, sem entender.
— Essa foi por pouco, garoto.
— Eu também vou querer me inscrever! — Entrou, sorrindo
No camarote dos cavaleiros, Monsgold aguardava ansiosamente para o início das batalhas. Ele estava sentado, com os olhos fechados e concentrado, quando Hitogatsa voltou a sala.
— Senhor? — Chamou entrando — Eu retornei!
— Ah, oi, Hitogatsa. E então?
— Poucos competidores se inscreveram no torneio. São eles: Danily, Hatsune, Carlos, Vitor, Ruko e Luke.
— Ruko… Esse nome me é familiar.
Os sorteios já haviam sido feitos, e o apresentador já se adiantava para começar o torneio. A arquibancada fica animada com a entrada do homem, que já se coloca a disposição de falar.
— Se preparem, pois as batalhas já vão começar! — Gritou, animando ainda mais a plateia.
— Pensando bem. Quem achou que colocar adolescentes para brigar e adultos para assistir seria uma boa ideia? — se questionou Gabb.
No túnel de acesso, um encontro um tanto quanto peculiar. Vitor e Carlos acabam por se encontrar, trocando olhares em caminhos cruzados.
— O que deu nesse cara? Por que ele parou na minha frente igual uma estátua? — pensou Vitor
— Olha a cara desse muleque. Parece que pode atacar alguém aqui a qualquer momento — pensou Carlos
Ambos ficam se encarando por alguns segundos, até que após muita demora, eles resolvem fazer algo.
— Eu sou o Vitor! — Estendeu a mão.
— E eu sou o Carlos! — Cumprimentou Vitor.
Carlos faz sinal de positivo para Vitor, que imita o gesto, terminando ali o diálogo. Carlos então, seguiu andando, para um canto diferente do túnel. Vitor fica parado, apenas olhando.
— Vou fingir que não aconteceu nada aqui — disse Vitor.
— Como primeiro confronto, teremos: Luke, de Kuine contra Hatsune, de Florensie! Venha a arena, desafiantes! — Anunciou o apresentador
Luke é o primeiro a vir para arena. Andando meio desleixado, ele demonstrava pouca experiência em combate. Monsgold, que estava olhando do camarote, se surpreende ao ver o garoto.
— Aquele jovem… Ele me lembra alguém! É, é isso mesmo.
— O que foi, senhor? Viu alguma coisa?
— Veja com seus próprios olhos, Hitogatsa.
— Ver? — Colocou a cara no vidro — Não é possível…
Depois é a vez de Hatsune vir a arena. Portando sua espada em suas costas, ela demonstrava grande tranquilidade em seu modo de andar. A jovem é alta e tem cabelos castanhos, assim como seus olhos, usando uma jaqueta laranja e uma bermuda branca.
...Hatsune, a Espadachim...
— Ele não tem uma espada. Então, provavelmente não deve arma alguma consigo — disse ela, observando Luke — Bom, tenho que ficar atenta de qualquer forma.
— Pode usar espada? Deu ruim… — pensou Luke
— LUTEM!!!
— Espera, como assim lutem? — perguntou o jovem
Hatsune, do nada, some do campo de visão de Luke, fazendo um corte em seu braço com um ataque muito rápido.
— O que? — questionou, assustado.
Luke coloca a mão em seu braço direito e vê que um pouco de sangue estava escorrendo dele. Em seguida, ele olha para trás, vendo Hatsune se virando novamente para ele.
— Eu nem mesmo pude ver ela me atacando… — pensou ele
— Por que ele deixou eu acertar ele? Nem mesmo tentou desviar. Vou me aproveitar disso.
Hatsune avança novamente, mirando outro corte em Luke, dessa vez no braço esquerdo. Como era esperado, Luke não desvia novamente, ficando com um corte em cada braço agora.
— De novo. Eu não vi ela me atacando! — disse ele, sangrando.
— Ele não desviou novamente — pensou Hatsune — O que é que ele tá fazendo?
Os dois braços de Luke estavam sangrando enquanto ele tentava assimilar o que estava acontecendo. Hatsune fica observando, sem entender também.
— Ei, cara! — chamou ela
— O que foi?
— Você não vai reagir não? Vai continuar me deixando te atacar?
— Eu tô tentando reagir.
— Oi?
Hatsune então deduz que Luke não tinha como desviar de seus ataques, e decide acabar com a batalha logo.
— Entendi. Então você não consegue me ver atacando. Bom, então você não pode continuar nessa luta — disse ela, avançando novamente na direção de Luke, com sua espada preparada para derrubar o jovem.
— Eu me enganei... — disse Monsgold, dando as costas para o vidro
— Espere, senhor!
Com um toque de Luke no chão, o solo da arena foi totalmente congelado, fazendo com que ele não fosse atacado. Hatsune, foi mostrada segundos após, com os pés preso ao solo, bem a frente de Luke.
— O que? Como você…
— Agora eu te peguei! — sorriu
Luke acerta um soco firme na barriga de Hatsune, fazendo com que a mesma fosse lançada longe, caindo na borda da arena.
— O que foi isso, meus expectadores? Parece que o jovem Luke finalmente resolveu mostrar seu poder!
— Hmm — pensou Monsgold
A espadachim se levanta, recolhendo sua espada e limpando o sangue que escorria pelo canto de sua boca.
— Então, resolveu mostrar sua habilidade — disse ela, rindo.
— Eu estava pensando como iria conseguir te parar antes que chegasse em mim, e parece que a solução era bem simples até.
A plateia foi a loucura com a reviravolta, se empolgando com o rumo que a luta tomaria a partir de agora.
— Agora sim! Temos uma luta. — afirmou Monsgold, sorrindo
Hatsune sorri e some mais uma vez. Luke reage tocando o solo para o novamente o congelar, porém, não adianta de nada.
— Não vai me congelar se eu não atacar pelo solo! — disse ela, no ar.
A espadachim ataca por cima, cortando verticalmente na direção de Luke. Rapidamente, o jovem criou um domo de gelo, que acabou sendo destruído, mas antes conseguiu diminuir a velocidade de Hatsune.
Hatsune começa a cortar repetidamente na direção de Luke, que com ajuda de impulsos no gelo no chão, conseguia desviar dos ataques. Impaciente, ela dá um empurrão em Luke, o desequilibrando.
— Essa não… — disse Luke, caindo.
Ele escorrega um pouco e Hatsune aproveita para atacar de cima com sua espada, mas Luke consegue cobrir seu braço direito de gelo e bloquear o ataque.
— Não sabia que valia empurrão! — afirmou, rindo
— Seu idiota! Estamos lutando, não dançando! — respondeu
— E o que tem haver?
Luke tenta dar uma rasteira em Hatsune, que dá um mortal para trás para se esquivar. Luke então canaliza magia de gelo na palma de suas duas mãos.
— Agora é minha vez de iniciar o ataque!
Luke junta a palma das mãos e as estica para frente, lançando sua magia.
— Esse aqui eu chamo de Raio congelante! Tente não ser pega, se não, será totalmente congelada!
O ataque é lançado, indo rapidamente contra Hatsune, que não tem reação para ao menos tentar se esquivar.
— Essa não…— pensou, sem opções.
O raio acertaria Hatsune em cheio, mas a mesma colocou a espada para se proteger, "repelindo" o ataque para os lados para os lados.
— Como ela está fazendo isso? — perguntou Luke
— É o que estou pensando, senhor Monsgold?
— Sim. É isso mesmo! — respondeu, animado
Hatsune estava se concentrando muito. Enquanto o gelo era repelido, ela suava frio, usando toda sua capacidade física para não ser congelada.
Luke percebe que não conseguiria e resolver para seu ataque, sem entender como Hatsune estava fazendo aquilo.
— Como você fez isso? Conseguiu bloquear toda a minha magia!
— Ela usou sua energia espiritual para repelir o raio congelante dele, não é, Hitogatsa?
— Sim, senhor. Ela utilizou a arte do Senkai. E foi no apagar das luzes que ela tirou essa cartola, não é?
— É. Mas parece que ela pagou um preço alto por isso.
Hatsune estava exausta, suando e respirando ofegante. Ainda de pé, mas com muitos indícios de estar no seu limite.
— Será que a desafiante Hatsune ainda pode lutar? Ele parece esgotada.
— Não. Eu ainda posso lutar. Eu usei muita da minha energia para bloquear essa magia. Eu não posso perder agora — disse ela, se ajeitando.
— Você é impressionante, Hatsune — disse Luke, se preparando
Hatsune ajeita sua postura, erguendo sua espada novamente e preparando sua última cartada.
— Eu treinei muito para isso! Não posso perder, não sem antes utilizar tudo que eu tenho. Prepare-se, Luke! Esse será o meu último golpe.
— Então se vai ser seu último ataque, pode vir! Eu também vou com tudo!
Luke juntou a palma das suas mãos e criou uma esfera congelante, aumentando conforme passava o tempo.
— Que suspense! Parece que agora os desafiantes vão dar seus golpes finais! Quem será que vencerá?
Hatsune avança na direção de Luke, com a espada preparada para o cortar. Luke, por sua vez, reage correndo de encontro com Hatsune, com sua esfera de gelo na mão direita.
Continua no próximo capítulo.
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