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Dançado Para O CEO( Revisão)

capitulo 1

— Mamãe, você precisa ir trabalhar hoje?

A voz doce da minha filha ecoa como um sussurro dentro do meu peito. Abaixei até sua altura, olhando em seus olhinhos que sempre brilham quando quer me convencer.

— Preciso, meu amor... Mamãe tem que trabalhar, mas você vai ficar com a tia Dely. Ela vai contar aquelas histórias engraçadas de que você gosta, lembra?

— Mas você promete que no sábado vai me levar pra comer hambúrguer... e sorvete?

Ela segura minha mãozinha com força, e o coração aperta. Como dizer não a um pedido tão simples, vindo de um amor tão puro?

— Prometo, meu amor. No sábado, só nós duas. Eu juro — digo, abraçando seu corpinho pequeno.

— Promessa de fada?

— Promessa de fada — confirmo, encostando meu nariz no dela e arrancando uma risadinha baixa que me dá forças para seguir.

Terminamos o jantar. Escovamos os dentes juntas, como sempre. Deito-a na cama, coberta com o lençol de nuvens e estrelas. Conto uma história, daquelas que ela adora ouvir, com fadas, coragem e meninas que vencem dragões com o coração. Só saio do quarto quando seus olhos se fecham. Dou um beijo na testa dela e respiro fundo.

É por ela que eu respiro.

Me visto, passo batom vermelho e encaro meu reflexo. A mulher no espelho aprendeu a ser forte. Entro no carro. São 21h30. Mais uma noite me espera no clube onde danço. Um lugar onde os corpos falam, os olhos pedem e o dinheiro comanda. Mas há regras. Só toca quem tem permissão. E ninguém é obrigada a nada.

Sou dançarina de pole dance. Danço porque amo dançar — não porque preciso agradar.

Durante o dia, sou subgerente de planejamento financeiro numa construtora. Um trabalho que aperta a alma, mas ajuda a pagar as contas. À noite, viro o que realmente sou: livre.

Mas essa liberdade custou caro.

Tive uma infância cercada por cercas invisíveis. Cresci em uma casa cheia de regras, onde dançar era visto como perda de tempo. Um dia, quando ainda era criança, vi pessoas dançando na rua. Meus olhos se encantaram. Meu corpo entendeu antes de mim: era aquilo. Movimento. Música. Liberdade.

Minha mãe até apoiou, me matriculou no balé. Meu pai... não. Ele queria que eu estudasse, me formasse, seguisse os moldes. Tive medo de decepcioná-lo e continuei no balé. Mas, às escondidas, tentava aprender outros estilos. Dançava no meu quarto, de porta trancada, como se meu coração pulasse junto com os pés.

Aos quinze anos, conheci o pole dance. E me apaixonei.

Fiz aulas em segredo. E em uma dessas aulas, conheci Caio — o homem que mudaria minha vida para sempre. Era meu professor, mais velho. Viramos amigos. Aos dezessete, nos envolvemos. Perdi minha virgindade com ele. Começamos a namorar escondidos.

Passei em primeiro lugar na faculdade de Direito, orgulho do meu pai. Ele sorria, eu chorava por dentro. Caio foi o único que percebeu. Ele sabia que aquilo não era o que eu queria.

Quando descobri a gravidez, aos dezoito anos, tudo desmoronou. Ele ficou feliz, eu fiquei apavorada. Já estava com quatro meses quando contei. Nesse meio tempo, meu pai descobriu meu segredo: as aulas de pole dance.

Fui expulsa de casa. Para voltar, teria que abortar, abandonar a dança e terminar com Caio. Eu não consegui. Não queria.

Fui morar com ele.

No começo, ainda existia alguma esperança. Mas, após o nascimento da nossa filha, ele se transformou. Vi um lado sombrio que nunca imaginei. Palavras cruéis, silêncio cortante, controle, ciúmes, portas quebradas, fome. Ele dizia que mudaria. Eu, ingênua, acreditava.

Uma noite, ele chegou bêbado e drogado. Nossa filha já andava. Eu tinha apenas dezenove anos. Ele me espancou. Me humilhou. E quando tudo terminou, eu estava no chão, sangrando. Foi quando senti os dedinhos pequenos tocando meu rosto. Ela me olhava com medo.

Foi ali que eu entendi: se eu não podia fugir por mim, fugiria por ela.

Com dificuldade, liguei para minha mãe. Pedi ajuda. Ela ouviu minha voz tremendo e não hesitou. Foi até a casa onde eu morava, junto com meu irmão. O olhar deles, ao verem onde eu vivia, foi devastador. Disseram que iam me tirar dali. Minha mãe, americana, falou com sua tia. Ela nos receberia.

Planejamos tudo.

Na véspera da viagem, Caio chegou novamente bêbado, exigindo comida. Eu mal tinha forças. Tinha conseguido algo para a pequena comer graças à vizinha. Tranquei-me no quarto, e ele socava a porta enquanto minha filha chorava. Cantei baixinho pra ela dormir, mesmo com o coração em pedaços.

Naquela madrugada, fingi acreditar nas desculpas dele. Quando dormiu, peguei Maddie, sua boneca preferida e a passagem escondida. Meu irmão me esperava. Fugimos.

Peguei dois voos até tocar o chão de uma nova vida. E quando finalmente desci do avião, respirei aliviada. Pela primeira vez em muito tempo, me senti segura.

Minha tia nos recebeu. Me acolheu com carinho. Entrei na faculdade de Economia. Recomecei. Estudo de dia, danço à noite. Cuido da minha filha com tudo o que posso oferecer. E mesmo com as cicatrizes, sigo em frente. Por ela. Por mim.

Porque às vezes, para sermos fadas... precisamos primeiro sobreviver como guerreiras.

continua....

2. O Preço da Sobrevivência

Depois de tudo o que passei, jurei a mim mesma que nunca mais dependeria de ninguém. Que a única pessoa capaz de mudar meu destino seria eu. E por um tempo, estava conseguindo.

Consegui um emprego como professora de balé numa pequena escola de dança. Ensinar me fazia bem, me trazia de volta à menina que um dia fui. Aquela que sonhava em brilhar no palco e não em sobreviver entre sombras. Como falo inglês e espanhol fluentemente, logo ganhei destaque. Um dia, sem esperar, ganhei uma bolsa de estudos para cursar Economia. Foi minha segunda chance. E agarrei com força.

Durante o dia, estudava e dava aulas. À noite, continuava com as aulas de pole dance. Não apenas como exercício ou prazer, mas como resistência. Era o único momento em que me sentia verdadeiramente viva. Estava guardando dinheiro, sonhando em comprar um pequeno apartamento, um cantinho só meu e da Maddie. Tínhamos pouco, mas o suficiente. Estabilidade. Paz.

Mas a paz durou pouco.

Há cerca de um ano e meio, tudo mudou. Eu notei que Maddie estava diferente. Ela andava mais quieta, pálida, os olhinhos sempre tristes. Pensei que fosse cansaço ou uma virose comum. Mas naquela tarde, enquanto eu preparava o lanche, ela simplesmente desabou nos meus braços. Estava queimando em febre. O mundo girou.

No hospital, os exames foram rápidos e certeiros. Leucemia. Minha filha... Meu bem mais precioso... Com câncer.

As palavras do médico ecoaram como um trovão surdo: “vamos precisar iniciar o tratamento imediatamente”. Quimioterapia. Medicação de alto custo. Internações. Sessões. Desespero.

O plano de saúde não cobria nem metade. E mesmo com dois empregos, eu não conseguiria bancar tudo. Por semanas, chorei escondida, dormi no chão do hospital, vendi minhas roupas, vendi minhas joias, vendi meu medo. Até que um dia, um homem se aproximou.

— Você já pensou em dançar num clube?

No começo, senti nojo. Respondi que não. Eu não era uma garota de programa.

— Não precisa se envolver com ninguém — ele disse. — Só dançar. A sensualidade já paga bem. E você dança como ninguém.

Me entregou um cartão. Eu rasguei. Mas naquela noite, em casa, quando vi Maddie dormindo e percebi que não tinha dinheiro nem para o próximo antibiótico, lembrei do valor que ele tinha mencionado.

E aceitei.

Minha tia, que sempre me ajudou como pode, conseguiu um emprego para mim numa construtora — a Montana. Entrei como assistente, e com esforço, subi de cargo há seis meses. Hoje, sou subgerente. O salário melhorou, mas o cansaço triplicou. Trabalho de dia, danço à noite. Aos sábados de manhã, ainda dou aula de balé. Vivo exausta.

Mas tudo vale a pena quando vejo o sorriso da minha filha. Maddie está em tratamento. Já perdeu os cabelinhos, mas nunca a doçura. Eu faço de tudo para que ela não veja a dor nos meus olhos.

Com muito esforço, consegui comprar um pequeno apartamento e um carro usado. Minha mãe e meu irmão ajudam como podem. Meu pai... meu pai ainda me odeia. Nunca me perdoou por ter seguido um caminho diferente do que ele planejou.

Agora é noite. Preciso ir trabalhar e encarar aqueles homens outra vez.

Chego ao clube e caminho até o camarim, onde as outras meninas já se arrumam. O ambiente é uma mistura de laquê, purpurina e segredos. O Night of Lust é dividido por categorias: dançarinas de palco, dançarinas de salão, os strippers masculinos, os VIPs. Eu faço parte do time de elite — danço nos salões VIP, onde só entram os muito ricos, os muito poderosos... e os muito perigosos.

Danço apenas duas vezes por semana nesses salões. São os dias mais rentáveis: sábado e domingo. E os mais pesados também.

Não durmo com clientes. Nunca dormi. E nunca vou dormir.

Enquanto me maquio, a Kim invade o camarim, com sua risada escandalosa e seus cílios exagerados. Todas nós temos um segundo nome, uma identidade inventada. A minha é Angel.

— Angel! — grita Kim, entrando de supetão. — Tem uns bonitões lá fora. Despedida de solteiro! Ouvi dizer que é gente rica, tipo milionário.

— E daí, Kim? Já te disse, eu não tô à venda — respondo, prendendo o cabelo num coque alto.

— Ai, que chata! — ela ri, se olhando no espelho. — Você devia aproveitar mais a vida.

Nem respondo. Eu sei o que vim fazer aqui. E não é me apaixonar por idiotas com dinheiro.

Alguém bate à porta.

— Angel, em dez minutos você entra. Está pronta?

É a Roxy. Ela também dança, mas coordena os shows. É a amante do Leonel, o dono do clube. Hoje, está abatida.

— Meninas... não sei o que fazer com o Leonel — diz, jogando-se no sofá com um suspiro.

— Ele gosta de você, amiga. Mas agora deixa eu me concentrar. A gente conversa depois.

Ela sorri, ainda tensa.

— A música já está no ponto. Vai lá e arrasa, garota.

Respiro fundo. Visto a fantasia preta, sensual e provocante. Coloco a máscara que esconde meu rosto e meu passado. Quando subo ao palco, não sou mais mãe, nem mulher. Sou apenas Angel.

As luzes se apagam. A batida da música começa — Trampoline, na voz rouca e arrastada de Shaed. As luzes focam no centro do palco. Meu corpo acompanha o ritmo. Meus movimentos são precisos, hipnotizantes. Cada giro no mastro é uma explosão de liberdade.

Lá embaixo, os homens aplaudem. Um deles me observa de maneira diferente. Não é só desejo. Há algo nos olhos dele que me inquieta. Um brilho, um reconhecimento... ou uma ameaça? Não sei. Mas sinto um frio na espinha.

Quando termina a apresentação, o público grita meu nome de palco. Sou a favorita. Desço e corro para o camarim, ainda ofegante.

Troco a fantasia por um vestido preto colado com uma fenda alta. Continuo com a máscara. Roxy me chama.

— Angel, você tem um show privado agora. Salão VIP 4. O grupo da despedida de solteiro quer algo especial.

— Já estou pronta — respondo, com a alma pesada.

Ela sorri. Mas seus olhos não. Há algo errado.

— Só... tenha cuidado, tá?

Caminho pelo corredor mal iluminado até a porta de vidro espesso. O segurança me abre espaço. O ambiente do salão VIP é mais silencioso, mais escuro. Há sofás, champanhe, música baixa.

E ali está ele.

O homem que me olhou de maneira diferente.

Ele me encara de novo, como se soubesse quem eu sou.

E então... ele sorri.

Um sorriso que me arrepia a pele.

Porque eu conheço aquele sorriso. Mas não lembro de onde.

Continua...

3. Nem Por Três Milhões

Entro no salão VIP e a porta se fecha atrás de mim com um estalo abafado.

Cinco homens estão sentados em poltronas de couro, cercados de garrafas caras e fumaça de charuto. Estão rindo alto, afogados em álcool e arrogância. Mas um deles me chama a atenção. É o mesmo que me olhava antes, do lado de fora do palco. O olhar dele... não sei descrever. Há algo nele que arrepia a minha pele.

As meninas já estão em cena. Kim está sentada no colo de um, rindo de algo que ele cochicha em seu ouvido. Do outro lado, vejo Lua dançando com movimentos provocantes, escorregando sensualmente por um dos canos metálicos laterais. O palco aqui é menor, mas o impacto da dança é o mesmo. Talvez até mais intenso, por estar tão perto.

Eles ainda não notaram minha entrada. Avalio o ambiente, procurando o noivo. Presumo que seja o do meio — é o único calado. Ao lado dele, está o homem de olhos cinzentos que não tira os olhos de mim.

Mas finjo que não percebo. Entro no ritmo da música, colocando “Earned It”, do The Weeknd, no volume exato. O som toma conta do ambiente, abafando as conversas e congelando os risos.

A luz baixa destaca o brilho da minha pele sob a fantasia preta. Caminho devagar, desfilando por entre os sofás com passos calculadamente sensuais. Sinto todos os olhares se voltarem para mim, mas ignoro. Meu corpo fala por si.

Me aproximo do noivo. Danço à sua frente, sem tocá-lo. A regra é clara: ninguém toca sem permissão. Minha presença o intimida e o fascina ao mesmo tempo. Faço um giro leve e puxo a Kim pela mão, dançamos juntas. As meninas percebem e entram no ritmo. Criamos uma dança coordenada, como se tivéssemos ensaiado por semanas.

Cílios. Cintura. Pele.

Giro em torno da cadeira do noivo, meus passos lentos e firmes. O amigo dele, o homem dos olhos cinzentos, me observa com um interesse silencioso. Não é lascívia. É outra coisa. Algo mais profundo — e perigoso.

Vou até outro convidado, um loiro abusado, bonito demais para o próprio bem. Seus olhos percorrem meu corpo com uma fome que me incomoda. Quando tenta me tocar, levanto o dedo indicador com firmeza. "Não."

Ele sorri como se fosse um desafio.

Subo com leveza sobre a mesa, sem derrubar nada. Deito de cabeça para baixo, braços estendidos, cabelos escorrendo pelo ar. Os peitos se projetam. As luzes refletem sobre o brilho da minha pele. Sinto cada olhar queimando minha carne.

Mas há um deles que me toca... sem tocar. O olhar do homem de olhos cinza me atravessa como uma corrente elétrica. Cada movimento meu parece ser coreografado para ele — mesmo que eu não queira.

Levanto com elegância, encaro-o de frente e danço para ele. Ele não sorri, não comenta, não desvia. Apenas observa, como se me conhecesse.

As outras meninas se aproximam. Dançamos juntas. Uma coreografia improvisada, mas harmoniosa. Eu corro até o pequeno palco, seguro no mastro e inicio uma sequência de pole dance que arranca suspiros e aplausos. O corpo se move com controle e leveza, como se desafiasse a gravidade.

A música muda. Continuo dançando. O salão inteiro está hipnotizado.

O noivo finalmente se solta. Está rindo com as outras meninas, uma delas o beija. Não me importa.

Estou descendo do palco quando ouço:

— Ei, gata! — uma voz masculina me chama.

É o loiro abusado. Me aproximo com cautela, mantendo a máscara firme no rosto.

— O valor? — pergunta ele, sorrindo com um ar de quem acha que pode comprar qualquer coisa.

Finjo não entender.

— O valor da dança já está incluído no pacote que vocês contrataram — digo, cordial, mantendo o profissionalismo.

Eles riem. Todos. Menos os dois silenciosos.

— Não estou falando da dança — ele insiste, com um olhar sujo. — Estou falando do seu programa.

Meu estômago revira.

— O senhor deve estar confundido — digo com um sorriso sarcástico. — Há um catálogo virtual com os nomes disponíveis para esse tipo de serviço. O senhor viu o meu nome lá? Angel?

— Não — responde, dando um gole longo na cerveja. — Achei que fosse... exclusiva.

— Eu não durmo com clientes. Só danço. E, por falar nisso, meu horário está quase acabando. Há muitas meninas aqui que podem oferecer o tipo de prazer que o senhor procura. Com licença.

Viro as costas, pronta para sair com elegância.

— Espera.

Paro. Dou meia-volta, sem perder o controle.

Preciso manter a educação. Engolir o orgulho. É parte do jogo.

— Um milhão.

A frase corta o ar como uma lâmina.

— O quê? — pergunto, surpresa, achando que entendi errado.

— Um milhão — repete o amigo dele. — Gael, você tá louco?

— Eu quero ela — diz Gael, com a voz embriagada de ego.

— Só você mesmo pra pagar caro por um p***\, tendo tantas de graça — comenta outro.

Sinto o sangue ferver. Os olhos cinzentos continuam me observando. E o noivo permanece calado.

Dou um passo à frente. Minha voz sai firme, carregada de desprezo.

— Nem por três milhões.

Viro as costas e saio da sala com dignidade. O salto ecoa no chão como um aviso: ninguém me compra.

Troco de roupa rápido. Visto um vestido discreto, pego minha bolsa e sigo para o estacionamento. Entro no carro e solto o ar que estava preso nos pulmões.

O cheiro do perfume barato e dos homens nojentos ainda parece grudado na pele. Quando chego em casa, vou direto para o banho. A água quente lava o suor, o glitter, e parte da revolta que não consegui esconder.

Visto meu pijama e vou até o quarto da Maddie. Ela dorme tranquila, abraçada à sua boneca preferida. Beijo sua testa com carinho.

Mas minha mente insiste em voltar para os olhos cinzentos.

Não, Agatha. Não faça isso. Ele é um cliente. Um homem como tantos outros.

Mas por que sinto que não é?

Acordo com o som do despertador. São 7h. Poucas horas de sono, mas tenho uma rotina a cumprir. Faço minha higiene, escondo as olheiras com uma maquiagem leve e coloco minha roupa de trabalho.

Beijo a testa da minha filha, brinco alguns minutos com ela e sigo para a empresa. Entro às 8h30. Sou subgerente e termino a faculdade este ano. Estudo EAD, indo à universidade três vezes por semana apenas para as provas. Ninguém lá sabe da minha vida dupla. Nem da Maddie.

Sou discreta. Profissional. Irretocável.

Namorar? Nem pensar. Tenho medo de me envolver de novo, de cair em outra armadilha como Caio. Aqui, ninguém desconfia da verdade. Nem mesmo minha tia.

Moro sozinha com minha filha. A cuidadora, quando precisa, dorme conosco. Pago bem. Confio nela. É uma das poucas pessoas que conhecem parte da minha realidade.

E sigo vivendo nessa linha tênue entre o palco e o escritório. Entre a máscara e o espelho.

Mas aqueles olhos... por que ainda me perseguem?

Continua...

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