...Atenção, queridos leitores:...
...Antes de embarcarem nessa história, tenho que lhes avisar que pode ter um conteúdo que talvez não lhes agrade....
...Sim, trata-se de uma história de amor, porém pode conter palavras chulas e descrição de sexo explícito....
...Não recomendo a menores de idade e nem a leitores sensíveis....
...Me sinto compelida a dizer que, se você não tem senso de humor, não consegue rir de coisas simples, só gosta de ler sobre as mesmas coisas e não aceita nada diferente, pare por aqui! Esse livro não é para você!...
...Dado o aviso, já podemos começar!...
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Carol
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" Para mim já chega! Não te quero mais!
Estou indo embora e não vou ser a madura daqui, não vou te desejar felicidades. Eu espero que sofra!
Eu espero que morra de saudades do café da manhã saudável que faço para você todos os dias e que tenha uma gastrite se empanturrando de doces.
Espero que todos esses doces e refrigerantes, que você costuma se empanturrar, façam efeito e você perca esse seu abdômen tanquinho e fique cheio de espinhas.
Espero que quando você trouxer a sua "Paola" para minha casa, sinta o meu cheiro em todo canto e "broche" com ela! Como eu sei que vai sentir? Sei porque eu borrifei meu perfume em tudo!
E se mesmo sentindo o meu cheiro, você ainda conseguir foder com ela, espero que perceba que eu sou muito mais gostosa e você fez um mau negócio me trocando.
Fê, quando eu sair daqui, pretendo responder as mensagens que seus amigos me mandam no privado e aceitar sair com eles. Só para você ficar com cara de pateta.
É isso mesmo que eu disse! Aqueles amigos que você tanto valoriza, na verdade estão doidos para furar o seu olho.
Já chega! Não te quero mais!
Eu vou embora e nunca voltar. Se quiser pode chamar a polícia para mim, prefiro a prisão do que passar a vida ao lado de um homem como você!
Carol"
Termino de ler mais uma vez o bilhete que escrevi, amasso e jogo no lixo. Quer saber? Eu não preciso dar explicações. Eu não quero nada mais relacionado ao Fê. Que se fodam ele, seus amigos e a sua "Paola Bracho".
Eu nem quero me encontrar com os amigos dele. Eles são horríveis assim como o Fê.
Aliás, uma coisa que aprendi é que ser rico é estar no meio da podridão. Nesses dois anos de casamento não conheci uma pessoa que prestava.
Quando eu sair daqui não quero mais um marido rico, quero um que seja pobre, muito pobre. Nós vamos ter uma vida simples, porém feliz.
Vocês devem estar se perguntando, o porquê da minha revolta? Bem vou contar.
Acontece que hoje é o meu aniversário de dois anos de casamento. Eu fiz um jantar todo especial, coloquei um vestido vermelho do jeito que ele gosta e fiquei o esperando. E ele apareceu? Não! Sabe onde ele está? Está jantando com a amante.
Já tem moscas voando sobre o jantar, a minha maquiagem está borrada de tanto chorar e agora acho que são umas três da manhã e ele ainda não apareceu. Acho que poucos restaurantes ficam abertos a essa hora, então ele deve estar fodendo com outra mulher no dia do aniversário do nosso casamento.
Sabe gente, Fernando, o meu Fê, nunca me prometeu amor, mas eu como sou idiota me apaixonei por ele. Achei que com o tempo ele também se apaixonaria, mas hoje cheguei na terrível conclusão que isso nunca vai acontecer.
Para entender a nossa história, vou ter que começar do início. Eu cresci em um lugar muito pobre em uma comunidade do Rio de Janeiro. Eu era tão pobre quanto a "Maria do Bairro", só não catávamos lixo porque meus pais eram muito orgulhosos.
Meu pai trabalhava vendendo pipoca na praia e o carrinho nem era dele, ele trabalhava para outra pessoa. Minha mãe dependia de conseguir alguns bicos como faxineira.
Quando eles saiam, me deixavam com a vizinha, que era uma cadeirante aposentada e também a minha madrinha. Ela cuidava de mim em troca de eu cuidar dela. Como não costumava sair, ela passava o dia todo assistindo a novelas e eu acabava assistindo também.
Comecei a amar as novelas e sonhava em um dia ser como a "Marimar". Sonhava que um dia iria aparecer um jovem bonito e rico que se apaixonaria por mim e me tiraria da pobreza.
Acabei crescendo com esse sonho, porém percebi que nenhum jovem rico iria entrar na favela em que eu morava.
Eu não sou feia, na verdade sou bem bonita. Tenho a pele morena, uso os cabelos alisados, que são compridos até a metade das minhas costas. Meus olhos são castanhos escuros e meus lábios carnudos. Sou do tipo que chamam de morena tentação, com o corpo curvilíneo com seios e bumbum redondinhos. Não seria difícil de um jovem rico se apaixonar por mim, pelo menos era o que eu pensava.
Apesar da minha boa aparência, quase ninguém me notava, pois meus pais sempre me vestiam com roupas largas e compridas. A minha madrinha me dizia que eles faziam isso por ter medo de algum traficante se apaixonar por mim.
Eu ficava em dúvida se era por isso, ou era porque minha mãe frequentava a igreja. Apesar que ela não era nada religiosa. Ia para o culto e dormia durante toda a pregação. Acho que só frequentava por causa dos almoços que ofereciam aos domingos, ao qual ela levava várias vasilhas plásticas e enchia com comida para levar para casa.
…
Depois que fiquei maior de idade, comecei a trabalhar para ajudar em casa. Arranjei um emprego na Gávea, que é um bairro em uma área elitizada da zona sul do Rio de Janeiro.
Lá eu trabalhava de garçonete em um restaurante que ficava em frente a PUC (Pontifica Universidade Católica). Nessa universidade só estuda gente rica e eu achava que com certeza, trabalhando ali, seria notada por um jovem rico. Bem… isso nunca aconteceu. Para pessoas ricas, pessoas com uniforme não tem rosto ou personalidade, são apenas prestadores de serviço.
Depois de um tempo, acabou que uma pessoa me notou e não foi um homem rico e sim uma garota, Nathalia.
Nath, que era como eu a chamava, tinha acabado de se mudar de Minas Gerais e estava tentando se enturmar, mas ainda não tinha conseguido. Ela frequentava o restaurante e por termos a mesma idade, 21 anos, ela acabou se aproximando fazendo amizade comigo, para ter com quem conversar.
Eu adorei, é claro! Ter uma amiga rica também é muito bom, pensei que depois de um tempo ela poderia me apresentar os amigos ricos quando se enturmasse.
Nath era bem patricinha, com os cabelos castanhos escuros, tinha a minha altura 1,65M, os olhos claros e a pele bem branquinha e delicada.
Depois do expediente ela me levava ao apartamento dela, geralmente conversávamos mas na maioria das vezes me pedia favores. Naquela época eu achava que isso era amizade, mas depois descobri que ela me tratava como se fosse sua serviçal.
Ficava me pedindo para fazer seus cabelos e suas unhas, lhe trazer água, lhe fazer um sanduíche… coisas assim. Quando começou a se enturmar com o pessoal da universidade, fazia questão de dizer a todos que eu era pobre e trabalhava de garçonete quando eu estava por perto.
Ela me chamava para sair com ela e me emprestava suas roupas, mas quando alguém se aproximavam de mim, ela fazia algum comentário deixando a entender que eu não fazia parte do grupo dos ricos. Era muita humilhação, mas eu aguentei porque ainda achava que um dia viveria um romance como das novelas.
Foi aí que Nath me fez a proposta.
Sabendo do meu sonho, ela me contou que iria se casar com um cara rico por um acordo que suas famílias tinham. Eu não sabia que em pleno século 21 ainda existia isso, mas pelo jeito, na alta sociedade ainda existe.
Disse que não queria, pois só viu o cara quando eles eram crianças. Me disse que ele era muito rico, porém era muito fechado e reservado. Não tinha nem redes sociais. Ela tinha medo de dar de cara com um homem muito feio e ter que casar com ele. Me disse que ele não sabia como ela era também e ia armar tudo para que eu me casasse com ele em seu lugar.
Aceitei, pois mesmo sendo feio ele poderia ser carinhoso e romântico e ainda assim eu viveria o meu romance. Além de tudo ele era rico. O que eu tinha a perder?
Ficamos planejando tudo por um tempo e eu acabei descobrindo que ela tinha um namorado gringo e que estava pensando em ir morar com ele na Suécia. Comecei a desconfiar que estava mentindo para mim, mas ainda assim continuei com o plano.
Chegou o dia do casamento e ela conseguiu alterar toda a documentação. Se o noivo assinasse aqueles papéis sem ler estaria se casando comigo e não com ela. Desconfiei, mas ela me garantiu que ele não leria.
No mesmo dia do meu casamento, ela foi embora para Suécia, me deixando sozinha com todo o plano. Me desesperei, isso estava me cheirando a coisa errada.
Vesti um vestido que cobria todo o meu corpo e fui conduzida até o altar. Chegando lá o noivo queria retirar o meu véu. Eu lhe dei um tapa na mão e todos olharam perplexos.
Ele me olhou fechando a cara e veio em minha direção, eu saí correndo. Percebi tarde demais que aquilo era uma armadilha. Porém, acabei tropeçando na saia do meu vestido e caí. Ele me alcançou e me puxou pelo braço. Quando me levantou, descobriu o meu véu e todos ficaram perplexos. Percebi que eles conheciam sim, a noiva.
.........
Pessoal, eu escrevi essa história com tanto carinho!
Por favor, me ajudem curtindo e comentando o capítulo!
Se tiver como deixar um voto ou um presente, ficarei muito grata!
Aviso:
É chato ter que explicar, mas vamos lá!
Esse livro é de um gênero literário que chamamos de "Enemies to lovers" (Inimigos para amantes). É um tipo de história onde o casal se odeia, ou apenas um deles, mas no fim as coisas não são bem assim.
Por esse motivo, haverá atrito entre os dois no início.
É chato também dar um pouco de spoiler da história, mas vocês estão acostumados com narrativas padronizadas nesse app e talvez essa seja um pouco diferente.
E sim, a protagonista é doidinha e Isso é o que dá o humor a história. Não é uma história séria, apesar que teremos assuntos sérios abordados. É uma história para nos divertirmos, pois de problemas e coisas sérias, já basta a vida real.
Desde já agradeço o apoio e não se esqueçam de curtir os capítulos, dar um voto ou presente e comentar.
Estarei respondendo as dúvidas e críticas construtivas, quaisquer outras, dispenso.
Beijos e divirtam-se!
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Fernando - Fê
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Nathalia armou para mim, ela me usou como distração para poder fugir com o namorado.
Um velho apareceu do nada e me deu um tapa no rosto.
– Onde está a Nathalia?! O que você fez com ela? – disse o velho.
Eu estava tão assustada e humilhada que não respondi e comecei a chorar.
– Para de fazer drama, garota! Onde está Nathalia! – disse o velho puxando a manga do meu vestido e rasgando.
– A Nath… a Nath foi embora do país, senhor. Eu não tenho culpa, não me bate! – disse protegendo o meu rosto para não levar outro tapa.
– Fernando! Chame a polícia para essa mulher! – gritou o velho olhando para o noivo.
– Eu não vou fazer isso! – disse o noivo, encarando o velho e cruzando os braços.
– Fernando! Você vai enfrentar o seu avô? Me obedeça ou eu não me responsabilizo pelo que posso fazer com essa farsante!
– Você não queria um casamento, vovô? Pois é isso que terá! – disse o noivo me puxando pelo braço.
– Fernando! Não me enfrente! – gritou o velho.
O noivo o ignorou totalmente e foi me puxando até o juiz de paz. Chegando lá, ele pegou a certidão e leu. Percebi que aquele plano não iria dar certo desde o início, ele leria antes de assinar o contrato de casamento.
– Seu nome é Carolina Soares? – perguntou com uma expressão irritada.
Balancei a cabeça em positivo.
– Assine! – disse me empurrando a caneta.
Eu a empurrei de volta. Estava muito assustada e só queria ir embora dali.
– Você não queria tomar o lugar da noiva? Agora você vai ser a verdadeira noiva! Assine ou eu chamo a polícia.
Peguei a caneta, me tremendo e assinei o papel. Ele também assinou e saiu me puxando pelo braço para a saída.
A igreja estava um rebuliço só. Tinha gente fofocando, gritando, me xingando… até chegaram a me jogar coisas. Eu pensei que no meu casamento me jogariam arroz na saída, mas acabei recebendo uma sapatilha que foi lançada na minha cara.
…
Fui no carro calada o tempo todo. Também o que eu poderia falar? Eu estava com muito medo. Pensando bem agora, não sei o que tinha na cabeça. Eu realmente achei que tomaria o lugar de alguém em um casamento e depois sairia tudo bem? Acho que realmente ando vendo novelas demais.
Chegamos em um condomínio de mansões e o carro entrou em um jardim enorme. À frente, eu já conseguia ver a mansão. Era uma casa tão linda quanto as que se viam nas novelas. Tinha dois andares, um jardim enorme, era toda em arquitetura moderna, branca com detalhes em preto e muito vidro.
O carro parou na frente da porta e o noivo saiu, eu continuei no carro, pois ainda não sabia o que fazer. Pensei que ele me mandaria para minha casa ou me largaria na rua, mas ele me trouxe até a sua casa.
Ele bateu no vidro da minha janela, impaciente.
Destranquei a porta e fui saindo.
– Estava achando que eu iria abrir a porta para você? – disse zombando.
– Moço, me desculpe… olha, só me diz onde é o ponto de ônibus que vou voltar para minha casa.
– Você vai morar aqui agora! E nem pense em fugir, se sair daqui eu te denuncio por se passar por outra pessoa.
Comecei a chorar, eu não queria ir para a prisão. Quem iria me amar se eu tivesse uma ficha suja? Estava vivendo um pesadelo ao invés de um sonho.
– Por favor me deixa ir! Eu preciso avisar aos meus pais pelo menos. Eles vão ficar preocupados.
– Dê o endereço ao motorista, que ele fará isso. Peça a ele para trazer suas coisas também. – disse entrando na casa e sumindo.
Dei ao motorista o endereço e entrei na casa que era tão linda dentro quanto era de fora. Tinha móveis chiques e decorações caras.
Fiquei parada na sala, sem saber o que fazer. Eu estava suja e rasgada, não sentaria no sofá limpo. Talvez ele ficasse bravo comigo se eu fizesse isso. Ele não me disse onde seria o meu quarto e eu precisava de um banho. Me jogaram coisas sujas quando eu saí da igreja, sem contar que cai no chão algumas vezes enquanto aquele homem me puxava.
Acho que fiquei uma hora ali de pé, sem saber o que fazer. Ele apareceu, descendo as escadas. Seus cabelos estavam molhados e ele estava vestido com short e uma camiseta, bem casual.
Só agora eu reparei no meu marido e ele era muito bonito. Bem diferente de como imaginei antes de o ver. Tinha os cabelos pretos, aos quais algumas mechas caiam em sua testa, os olhos castanhos claros e um nariz europeu e retilíneo. Acho que tinha pelo menos 1,90m de altura e seu corpo era todo esculpido, os ombros largos e um peitoral que saltava para fora da camiseta.
– O que está fazendo aqui? Não tem hábitos de higiene? Você fede! – disse em um tom irritado, o que fez me sentir envergonhada.
– Eu… você não me disse onde eu vou ficar. – disse cabisbaixa.
– Em um quarto de empregada, é claro! Falei que ia morar aqui, mas isso não significa que estou te convidando para minha cama.
Nossa, eu nem disse que queria ir para a cama dele. Ele poderia ser bonito por fora mas por dentro era uma pessoa horrorosa.
Ele saiu andando pela casa, me deixando sozinha. "Que homem horrível, ele nem me disse onde era o quarto da empregada. Deve ter feito isso só para me deixar parada aqui por mais uma hora." Pensei.
Mal pensei isso e o motorista apareceu com minhas coisas. Então perguntei a ele onde era o quarto e ele me ajudou a encontrar.
Fui para o meu quarto e finalmente pude tomar um banho e descansar. Nossa! Hoje foi um dia horrível e eu estava muito cansada. Acabei adormecendo e tendo pesadelos com a novela "A Usurpadora", sonhei que a Paola Bracho aparecia no meu quarto e apontava uma arma para mim gritando: "Larga o meu Nandinhoo!" E isso não faz o menor sentido porque nem é a mesma novela.
Acordei pela manhã e o meu Nandinho, o Fernando, não estava em casa. Respirei aliviada. Fiquei conversando com as empregadas tentando descobrir alguma coisa sobre ele, mas elas me disseram que ele só diz o necessário e é sempre daquele jeito, fechado. Mas me contaram uma fofoca, disseram que ele estava sendo obrigado a casar pelo avô e parece que para enfrentá-lo, se casou comigo.
Percebi que eu realmente era a "Paulina" dessa história. Todos resolveram me usar. Nath, que agora virou a "Paola", fez exatamente como a personagem. Me usou para fugir com o namorado. E o Fernando… Bem, ele nunca vai ser o "Carlos Daniel". O "Carlos Daniel" é um príncipe! Ele está mais para um "Paolo" que me usou para arranjar briga com o avô.
Estava muito calor e as empregadas me perguntaram se eu não queria ficar na piscina. Me disseram que elas me levariam uma limonada. Elas eram muito fofas comigo, até dei um abraço nelas agradecendo. Nesse último dia fui tão maltratada e humilhada, que sentir qualquer demonstração de carinho estava me fazendo quase chorar.
Fui para a piscina e era enorme, a água era azulzinha. Tinha algumas espreguiçadeiras e um jardim enorme atrás. Parece que a casa era toda cercada pelo jardim. Olhei em volta e me veio a cabeça que esse lugar parece um castelo de contos de fadas.
Me sentei na beirada e fiquei balançando meus pés na água que estava muito fresquinha. Não aguentei e entrei na piscina, de roupa e tudo. Fiquei me divertindo jogando água para o ar e girando. Eu nunca entrei em uma piscina na vida e era muito divertido.
Continuei brincando sozinha, quando ouvi um pigarro. Me virei abruptamente e vi um homem me olhando. Não era o Fernando.
Parei de brincar e fiquei olhando para ele, sem reação. Ele vestia um terno chique, tinha os cabelos loiros e um olhar divertido. Veio até a beirada da piscina e me estendeu a mão, peguei-a e ele me ajudou a sair.
– Você não acha que deveria usar um biquíni? – perguntou.
– Eu não tenho um biquíni. Eu sei que é estranho entrar na piscina de roupa, mas não tinha ninguém aqui, então achei que não faria mal se eu entrasse.
– Pensando bem, não faria nenhum mal mesmo! – disse me olhando de cima a baixo. – Qualquer dia desses eu passo aqui e te levo para comprar um biquíni.
– Mesmo?! – sorri de felicidade.
– O que está fazendo na piscina, Ro… – disse Fernando aparecendo e depois interrompendo o que iria dizer ao me ver – O que você está fazendo aqui? – dessa vez eu tenho quase certeza que a pergunta foi para mim.
– Fernando, não fique bravo com a menina! – disse o tal homem, ficando na minha frente e me protegendo – Ela deve ser nova aqui e é só uma garota. Deveria deixar garotas bonitas brincarem sempre na piscina. Principalmente nos dias em que eu vier aqui.
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Pessoal, eu escrevi essa história com tanto carinho!
Por favor, me ajudem curtindo e comentando o capítulo!
Se tiver como deixar um voto ou um presente, ficarei muito grata!
Fernando fechou a cara. Parecia que aquele homem queria matar alguém. No caso, acho que esse alguém seria eu.
– Parece que você acabou de conhecer a minha mulher. – disse entredentes, parecendo que estava se controlando.
– O quê!? – o homem arregalou os olhos, surpreso – Me desculpe Fernando! Achei que era uma de suas empregadas. – disse me empurrando na direção dele.
Fernando segurou em meus ombros e me olhou de cima a baixo. Quanto mais me olhava, mais seu olhar se tornava assassino.
– Isso é jeito de se apresentar as visitas?
Quando ele disse isso, eu resolvi me olhar e percebi que eu estava com uma camiseta branca e sem soutien. Isto é, dava para ver os meus seios através do tecido. Meu rosto queimou de vergonha. Levei as mãos aos meus seios e saí correndo dali. Cheguei até a escorregar e cair, mas me levantei e continuei correndo, sem olhar para trás.
Fui direto para o meu quarto e me tranquei lá. Juro que estava com tanta vergonha que não queria ver ninguém naquele momento.
No outro dia, acordei cedo e fui para a cozinha com as empregadas. Não tinha nada para fazer naquela casa, então resolvi ficar ajudando-as com os afazeres. De repente, senti algo acertando o meu rosto e caindo no chão. Quando olhei, era Fernando que tinha jogado. Me abaixei para ver o que era e era uma sacola com biquínis dentro. Olhei para ele, quase chorando, e ele me olhou de volta e disse:
– Não pense que é uma gentileza. Só não quero que fique mostrando os seus peitos por aí! – depois disso, se virou e foi embora.
Uma lágrima caiu de meus olhos e não foi de felicidade, foi de tristeza. Ele precisava ficar me humilhando? Poderia muito bem ter me dado aquilo sem jogar em mim. As empregadas vieram e me abraçaram. Peguei aquela sacola com os biquínis e joguei longe. Acho que nunca mais vou entrar naquela piscina.
– Não fique assim Srtª Carol. O Sr Fernando só deve estar com ciúmes. Homens perdem a cabeça quando estão assim.
– Impossível, Joana! Aquele homem me odeia e só está me torturando. Eu não vejo a hora de poder voltar para os pais. – disse chorando.
Eu estava com medo de ser presa e só por isso não fugi. Porém, ele não poderia me impedir de voltar a trabalhar. Pensei que eu deveria tentar recuperar meu emprego, pois lá era um bom lugar para se trabalhar. E também, logo aquele homem ia me chutar da casa dele e eu sairia de lá com uma mão na frente e outra atrás.
A mansão ficava na Barra da Tijuca e em um lugar inacessível para ônibus. Tive que andar quase um quilômetro, até encontrar o ponto. Fui até o restaurante onde trabalhava, pedir meu emprego de volta e eles aceitaram. Isso porque eu nem tinha sido demitida, eu faltei só por dois dias e eu sempre trabalhei direito, então meus patrões gostavam de mim.
Agora minha rotina estava sendo assim: acordava bem cedo para poder chegar a tempo no trabalho e na volta já estava anoitecendo e acabava chegando na mansão a noite. Geralmente eu não via o Fernando e isso era um alívio. Depois do que aconteceu e pelo seu comportamento comigo eu não queria ver ele nem que ele se tornasse o "Carlos Daniel".
Era bastante cansativo para mim ter que andar tudo isso, todos os dias. Para os funcionários da casa não era, porque eles não faziam isso todos os dias. Todos dormiam lá durante a semana e só tinham folga no fim de semana.
Chegou o fim de semana e aquela casa ficou vazia. Eu também estava de folga, pois o restaurante em que trabalhava a clientela era formada por sua maioria, pelos universitários. E como a faculdade não funcionava nos fins de semana, o restaurante também fechava.
Fui na cozinha, fiz um misto quente rápido e voltei para o quarto. Não queria dar de cara com aquele homem.
Passei a manhã toda no quarto, até que me bateu uma fome, então resolvi voltar a cozinha para comer alguma coisa. Cheguei lá e Fernando estava lá. Na mesa tinham várias opções de doces e ele estava se empanturrando com eles. Meu Deus! Percebi que ele era viciado em doces. "Como um homem comendo todas aquelas besteiras conseguia manter aquele físico?" Me perguntei.
– Senta e come. – disse quando me viu.
– Nem pensar! Você acha que eu vou comer todas essas besteiras?
– Ótimo! Melhor para mim. – disse e depois quase bebeu um copo cheio de refrigerante de uma vez.
Fui na geladeira e peguei alguns legumes e frutas. Olhando para ele comendo assim, me deu vontade de comer algo muito saudável. É claro que eu gosto de doce e não tenho nada contra, porém ele estava comendo porções exageradas de bolo, sorvete, donuts… Muita coisa.
Fiz uma omelete com vegetais e comi com um pouco de arroz que sobrou do jantar. Depois lavei meu prato e fui em direção ao meu quarto.
– Espera! – gritou, me fazendo parar e olhar para ele – Vista o seu biquíni e me encontre na piscina.
– Eu não quero ir para a piscina, Fernando. Vou passar a tarde no meu quarto.
– Eu te comprei os biquínis e não vai usar? Quer dizer que fez aquilo de propósito naquele dia. Queria ficar se exibindo para o meu amigo. Olha, ele gosta de sair com garotas pobres, como você, mas não é nada sério. É só para transar mesmo!
– Foda-se o que você pensa, Fernando! – fiquei com raiva – Se se incomoda tanto comigo, porque não me deixa ir embora e fica me ameaçando? Você pode até me obrigar a ficar aqui, mas não pode me obrigar a ir para a piscina.
– Eu posso.
– O quê?!
– Eu posso te obrigar, porque se não fizer o que eu quero eu vou demitir as suas amigas. – disse se referindo às empregadas.
– Você não faria isso?
– Duvida?
– Você é um homem horrível, Fernando! Horrível! Espero que sofra muito na vida.
Disse indo em direção ao meu quarto e batendo os pés.
Peguei um biquíni qualquer, vesti e fui para a piscina. Ele estava na espreguiçadeira de sunga e com uns óculos escuros Ray Ban, exibindo todo aquele físico maravilhoso. Nem parecia que comia tantos doces exibindo aquele abdômen tanquinho. Se não fosse uma pessoa tão horrível eu ficaria alguns minutos babando por ele. Mas como dizem que quando se conhece o interior de uma pessoa, isso acaba se refletindo no exterior, eu já não estava vendo mais tanta graça assim nele.
Fui para a espreguiçadeira que ficava o mais longe possível dele. Mal me sentei e ele disse:
– Entre na piscina.
– Estou bem aqui.
Ele retirou os óculos e me olhou. Só com o olhar já senti suas ameaças, me levantei e entrei na piscina.
Estava calor e a água estava muito fresquinha, se ele não estivesse ali, provavelmente eu estaria me divertindo.
Alguns minutos depois ele bufou, se levantou e foi embora. Ele deve ter algum problema, acho que só de respirar eu irrito esse homem. Soltei o ar de meus pulmões, aliviada e comecei a brincar na piscina.
Peguei meu celular e tirei algumas fotos para postar no Instagram. Sempre quis fazer isso, postar fotos na piscina assim como as meninas ricas fazem. Logo recebi muitos likes em minhas fotos, descobri que as pessoas gostam muito de ver fotos de piscina.
Logo recebi uma mensagem em meu privado. Não reconheci de primeira, mas depois reconheci quem era pelo o que ele disse:
[ Eu te compraria um biquíni muito mais bonito, mas esse também é muito interessante.]
Vi que provavelmente era o amigo do Fernando, aquele que veio aqui e me viu na piscina. Dei uma olhada rápida no perfil dele e vi que se chamava Rodrigo. Pelo jeito gostava muito de viajar pois tinham muitas fotos em lugares diferentes. Percebi que deveria ter me achado porque tínhamos um amigo em comum, Nath.
Olhei para mim e não tinha nada de errado com o biquíni que Fernando me comprou, só ficou um pouco pequeno em mim. Provavelmente ele não sabe o meu tamanho.
Resolvi não responder. Fernando tinha ficado uma fera depois do que aconteceu e eu só queria paz naquele momento.
Fiquei feliz por Fernando ter ido embora, acabei me divertindo na piscina o dia todo, só entrei em casa a noite.
Fui até a cozinha ver se pegava alguma coisa para comer. Fernando apareceu, deixou uma sacola no balcão e disse.
– Pegue!
Peguei e olhei dentro, tinha alguns cremes hidratantes e protetor solar. Olhei para ele, ele revirou os olhos e disse:
– Eu não me importo com você! Mas se continuar passando o dia todo exposta ao sol, vai ficar mais feia do que já é. Uma hora ou outra vou ter que aparecer com você em público e vou passar vergonha ao seu lado.
"Ele me chamou de feia?!"
Fiquei com raiva e peguei um dos frascos de hidratante, taquei nele e ele desviou. Depois fui direto para o meu quarto e me joguei na cama, lamentando não ter acertado.
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Pessoal, eu escrevi essa história com tanto carinho!
Por favor, me ajudem curtindo e comentando o capítulo!
Se tiver como deixar um voto ou um presente, ficarei muito grata!
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