Como de costume, Arthur acorda uma hora antes dos dois filhos, Mark e Mike, para preparar tudo para as duas crianças. Café, farda, lanche, banho...
Ele já tem essa vida há seis anos, ou menos se for contar com os dois anos que sua esposa viveu com eles. Mas se considerar que ela não fazia absolutamente nada, então sim, ele tem seis anos nessa rotina que pra muitos é entediante e cansativa.
Depois de arrumar tudo, ele chama os dois que já levantam indo direto para a mesa tomar café. Enquanto os meninos se alimentam, ele vai ajeitar a cama dos dois.
"Dormiram bem?"— Pergunta se sentando à mesa.
"Uhum!"— Os dois murmuram juntos.
"Animados para o primeiro dia de aula?"
"Não!"— Falam juntos novamente.
"Pai, escola não!"— Mike pergunta e sem nem pensar Arthur nega.
"Eu não pago escola pra vocês ficarem em casa, oras"— ri
"Pai, só hoje!"— Mark implora e o pai nega novamente.
"Já disse que não. Terminaram? Agora vão tomar banho para se arrumar."— Diz firme e os dois de cabeça baixa saem da mesa.
Arthur odeia parecer um pai chato e mandão, mas ele trabalha pra cuidar dos dois, pagar escola para os dois, tudo em dobro e ele não aceita que não venha esforço das outras duas partes mesmo que sejam crianças. Ele sabe que se ensinar e acostumar assim, em breve eles entenderão.
Sem contar que mesmo sua infância tendo sido uma das melhores, isso não trouxe benefício nenhum pra si. Pelo menos pra ele não foi como para outras crianças abastadas.
Com certeza não tem do que reclamar, conseguiu se formar mediante tanta luta, tem um emprego, dois filhos educados e que ele ama, seu apartamento é localizado em um dos melhores condomínios e ele consegue dar o melhor a suas crianças. Mas ainda assim, ele quer que Mark e Mike deem valor ao que têm e aos esforços que precisam ser feitos. "Tudo que vem fácil, vai fácil", essa é a frase que ele guarda em sua memória até hoje.
...----...
"Meninos, vamos!"— Arthur chama os garotos que estavam fazendo alguma coisa no quarto.
"Vamos!!"— Mike chega pulando na sala e gritando como sempre.
"Sem pular Mike, vai incomodar os vizinhos."— Adverte calmamente.— "Anda Mark!"— Chama o outro que vem andando tranquilamente.
"Vamos pai!"— Mark diz já com sua mochila nas costas.— "Mike, pega sua mochila!"
"Me deixa cópia!"— O menino esbraveja.
"Cópia!?"— Mark avança em cima.
Arthur que por um momento se distraiu no telefone, ao perceber corre e pega Mark no colo afim de separar a briga.
"Ele que começou pai!"—Mark acusa.
"Você veio me bate!"
"Primeiro, é bater Mike. Segundo, não quero brigas, eu já não disse?"— Suspira— "Se brigarem de novo, eu vou contratar uma babá e vocês não querem uma babá, certo?"— Coloca Mark no chão.
Imediatamente as duas crianças assentem sem nem pensar duas vezes e sem falar nada. Eles dizem que já são grandinhos o suficiente e não precisam de babá, mas na verdade eles só querem bagunçar a vontade porque Arthur muitas vezes se distrai e eles fazem o que querem.
"Agora peguem suas mochilas e vão descendo na frente."— Ordena e os dois obedecem sem questionar.
...---------...
"E se ele chama a babá?"— Mike pergunta com medo e o irmão o encara com os olhos cerrados.
"Culpa sua!"— Mark praticamente gritou com o outro, o que deixou a pessoa que estava saindo de um dos apartamentos levemente assustada.
"Ei meninos!"
Uma voz masculina e não conhecida o chamam. Ambos ficaram estáticos de costas pro homem por lembrarem do que seu pai sempre diz, para não conversarem com estranhos.
"Eu sou o novo vizinho de vocês, não precisam ter medo..."— A voz dele soou tão amigável, que no mesmo instante os dois irmãos viraram.
"Você vai mola aqui?"— Mike pergunta parecendo animado. Ele sempre parece animado pra falar a verdade.
O homem se abaixa pra ficar na altura dos dois.
"Sim, comecei a mudança hoje. Estão arrumando as coisas lá dentro."— Explica brevemente.
"Ah... Hoje é nosso dia de aula!"— Comenta o gêmeo mais extrovertido.
"Oh! Boa aula para vocês dois!"— Sorri.
"Por que nos chamou?"— Mark indaga um tanto sério.
"Bom... Eu vi você gritando com ele e isso me chamou atenção. Acho que foi esse o motivo."
"Só isso?"— Pergunta com expressão desconfiada e faz o mais velho rir.
"Sim, juro! E também porque eu simplesmente amo crianças."— Diz sorrindo gentil.
"M&M, eu não disse pra descerem?!"— Arthur aparece já reclamando, ele nem notou o rapaz ali.
"Não chama assim! Fizemos amigo papai!"— Mike diz envergonhado. Ele odeia os apelidos de "gêmeos" que deram a eles.
"Vou chamar toda vez que me desobedecerem."— Brinca provocando os dois e em seguida se vira pro "novo amigo" dos filhos, e até ele ficou estático, mas não por medo do estranho e sim pelo que viu.
O homem a sua frente era bonito com sorriso simpático, olhos arredondados e brilhantes, pela bronzeada, cabelo azul platinado que combinava muito com ele, todos os seus traços pareciam ter sido minimamente projetados e desenhados com toda a delicadeza do mundo. Se Arthur acreditasse em divindades, diria que estava vendo um deus.
"Prazer, me chamo Jay!"— Cumprimenta sorridente.
"Prazer, Arthur."— formalmente ele cumprimentou o jovem e sorriu.
"Seus filhos são lindos, parecem com você."— Jay comenta sem maldade.
"Oh, obrigado..."
Agradece sem saber o que dizer. Normalmente quando as pessoas elogiavam seus filhos e a si, estavam dando em cima dele. Mas o jovem não, ele realmente não parecia ter dito com intenção maliciosa.
"Esse é o Mark e esse o Mike"— Apresenta um por um como uma forma de mudar a conversa.
"Mark e Mike Laviolette."— Mark complementa.
"Sobrenome francês? Que chique!"— Brinca Jay e Arthur ri.
"Agora é melhor irmos. Primeiro dia de aula não pode ter atraso, certo?"— Arthur diz e Jay concorda com seu sorriso simpático e memorável.— "Até logo!"
"Até!"— Acena e logo é chamado de dentro do seu AP, o que faz ele entrar ligeiramente.
Depois de se despedirem, ele leva os meninos pra escola e segue sua vida.
...~...
O dia de Arthur estava uma correria e mal tinha começado. Ainda era 11:30 e ele precisou sair correndo para buscar os gêmeos na escola.
Ao sair da escola ele ainda foi parado pelo engarrafamento, o que só estava atrasando mais e mais. Os meninos também começaram a fazer barulho dentro do carro e tudo o que Arthur queria é que a senhora que cuida deles de vez em quando, estivesse em casa.
...-...
"Vem Mike!"— Chama pela terceira vez. O garoto estava enrolando pra sair do carro, ele detestava quando tinha que ficar com outras pessoas.
"Pai... Você vai demolar?"— Mike pergunta saindo de dentro do automóvel.
"Prometo que não vou demorar, ok?"— o garoto assente cabisbaixo.— "Agora vamos, já estou mais que atrasado."
Ele diz e pega os dois garotos no colo e com muito esforço, já que eles não são mais as mesmas criancinhas de dois anos.
Chegando no último andar, (onde ele mora e a senhora também) toca a campainha várias vezes e nada.
"Se for a moça daí, ela saiu há uns minutos..."— Uma voz masculina atrás de si fala.
"Não acredito!"— Arthur exclama exausto e olha para trás.— "Jay!?"
"O próprio."— Sorri e põe a caixa que segurava no chão.— "Você parece quebrado, posso perguntar o que houve?"
"Tive que correr para pegar os dois na escola e deixar aqui, mas a mulher não está e eu estou extremamente atrasado!"— Suspira.
"Papai não vai!!"— Mike comemora sem nem saber a dimensão do problema.
"Ele vai sim pequeno, ele precisa..."— Jay quem diz e acaba deixando Arthur meio confuso.
"Nessa altura do campeonato, não vou conseguir mes..."— Para de falar assim que seu celular toca.— "Fala Akira[...] Quinze minutos?![...] A reunião estava marcada para daqui a trinta minutos[...] Não sei se vou conse-"
"Eu fico com eles."— Diz Jay em um tom que não atrapalhe a ligação.
"Quê?!"— Pergunta surpreendido.—"Um minuto Akira.... Você vai o quê?!"
"Eu olho os meninos pra você"
"Não vai atrapalhar?"
"Claro que não! Pode ir, rápido!"— Diz dando pressa a ele e pegando os dois garotos pela mão.
"Muito obrigado Jay! Depois nos acertamos, certo?"— Ele nem espera resposta e sai correndo deixando os dois garotos e as coisas deles juntos com o outro homem.
"Então tá..."— ri nasalado e leva as duas crianças pra dentro do seu apartamento.— "Não reparem a bagunça, ainda estou arrumando as coisas."
"Eu quero almoçar."— Foi a primeira coisa dita por Mark desde que chegaram.
"Certo, certo..."— Pacientemente ele vai até a cozinha e prepara algo. Sua sorte é que sua mãe o acostumou a sempre ter comidas diversas em sua geladeira.
"Minha garrafinha acabou"— Mike fala levantando o objeto.
"Deixa eu encher pra você"— Pega a garrafa e enche, em seguida devolve para o menino e o leva de volta pra sala.— "Vou colocar algo pra assistirem enquanto eu cozinho, não saiam daqui. Ainda está tudo uma bagunça e vocês podem se machucar.."— Avisa enquanto colocava algum desenho na TV.
Jay era uma pessoa extremamente paciente, até mais que sua mãe que cuidou de crianças a vida toda. Ele amava os pequenos inocentes, se encantava sempre que via uma criança e alguns até o chamam de louco por isso já que a maioria de seus amigos e colegas não suportam crianças.
Ele sempre tem em mente uma citação do escritor Patrick Rothfuss. "Quando somos crianças, raramente pensamos no futuro. Esta inocência deixa-nos livres para nos divertirmos como poucos adultos conseguirão. O dia em que nos preocupamos com o futuro é também o dia em que deixamos a infância para trás."
Infelizmente, sua fase inocente onde tudo era mil flores, já passou. E ele quer ensinar aos pequeninos, a aproveitarem enquanto podem, mas aproveitarem com intensidade.
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Já com o almoço pronto, ele serve os dois e volta para os seus afazeres.
Algum tempo depois, eles já tinha terminado de comer e estavam assistindo.
"Tio Jay"— Mark chama
"Hum?"
"Eu estou com sono"
"Também!"— Mike
Qualquer coisinha que os dois dissessem, deixava Jay extremamente bobo.
"Ok, venham aqui.."— Leva eles pro quarto— "Meu quarto não está tão arrumado, mas a cama eu precisei arrumar já que eu iria dormir nela."— Ri nasalado enquanto tirava os sapatos dos dois.
"Boa noite!"— Mike diz e se joga
"Mas ainda é tarde..."— Sussurra—"Boa noite"— Apenas rediz pra deixar o menino bem.
"Obrigado Jay!"— Mark agradece e se deita também.
"De nada principezinho.."— Acaricia suas mechas e a do seu irmão.
Depois de ter ficado com os dois até dormirem, ele se levantou e voltou a ajeitar suas coisas, já estava quase acabando, mas ainda assim demorava pelo fato de ter que descer pra pegar as coisas no carro e depois subir. E mesmo que ele pegasse, ajeitasse e voltasse pra pegar mais, demorava bastante. Então ele pegava uma certa quantidade em um determinado tempo, arrumava e repetia tudo.
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Arthur chegou por volta das 18:30 na residência. Ele colocou seu carro no estacionamento e pegou o elevador pra chegar mais rápido ao seu destino.
Quando pôs os pés no corredor, foi direto a sua porta e assim que abriu se deparou com o silêncio e a escuridão, mas não demorou muito pra se lembrar que seus filhos não estavam em casa, e sim no apartamento da frente.
"Jay!?"— Em vez de tocar a campainha, ele deu duas batidas na porta e chamou pelo nome do outro que não demorou a atender.
"Ah! Oi! Pode entrar, os meninos acabaram de acordar, estão lá no quarto. Pode ir buscar eles."
Diz logo tudo de vez sem dar tempo do outro nem cumprimentar. Arthur por sua vez, achou que Jay não queria conversa por ter dito tudo sem rodeios.
"Ah.. Certo..."— Vai até o quarto e pega as coisas dos meninos, e segurando um em cada mão, saem.—"Obrigado por ter ficado com eles. Quanto quer?"— Ao perguntar isso, o sorriso do rapaz se desfez e uma expressão confusa se formou em seu rosto.
"Não quero nada. Cuidei deles porque quis e pra te ajudar. Sempre que precisar, estarei aqui..."
"Ah... Nossa!"— Ri sem graça— "Então... Jante com a gente hoje. Aceite, só assim me sentirei bem e sem dívidas."
"Tá bom. Só vou aceitar porque não estou afim de cozinhar"— Brinca pegando um dos meninos no colo e imediatamente Arthur foi abrir a porta.
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"Tem certeza que não quer ajuda? Eu posso ajudar moço"— Jay pergunta pela milésima vez.
"Já disse que não precisa. É um jantar de agradecimento!"— responde calmo e sorridente—"E pode me chamar de Arthur, moço é estranho."— Ri.
"Desculpa"
"Sem problemas"— Olha de relance pra ele e sorri ladino.— "Vou arrumar a mesa"— Fala e Jay assente ligeiramente.
"Arthur..."— Murmura sorrindo intrigado.
Sempre que olha para os seus filhos, é como se todos os problemas deixassem de existir. Eles são a razão para o homem querer se levantar todas as manhãs, sua felicidade e maior esperança.
As primeiras coisas que comentaram quando descobriram que a ex-esposa de Arthur estava grávida de gêmeos, era que a família Laviolette iria ganhar novos herdeiros, já outros diziam que teriam muitas confusões na hora de dividir toda a fortuna que nem sequer foi passada para o pai. O jovem com medo na época, resolveu então cortar laços com sua família para evitar que seus dois bens preciosos, brigassem um dia por materiais e dinheiro.
Se questionarem Arthur sobre sua decisão, ele dirá que não se arrepende e nunca se arrependeu. Pra si, essa foi uma das melhores decisões já tomadas e não quer envolver seus pais em mais nada. A única coisa que confiou a eles foi o maldito casamento arranjado que destruiu seu psicológico.
"Mike, o que conversamos sobre doces fora de hora?"— Já era a quinta vez dentro de dez minutos que ele chama a atenção do garoto. Isso porque Mike insiste que doce cura dores, de onde ele tirou isso ninguém sabe.
"Mas papai!"
"Sem mas mocinho, agora vai já pro banheiro."— Ordena e de cara fechada, o menino vai resmungando.— "Por que parece que está ficando difícil cuidar deles?"— Pergunta retoricamente e sorri.
"Papai eu tô com dor na cabeça..."— Mark aparece manhoso e apontando para a região que segundo ele, estava doendo.
"Ah... Não está mentindo pro papai, está?"— pega ele no colo enquanto o encarava fixamente. Pra infelicidade de Mark, ele tem baixa capacidade pra mentir, ao contrário de seu irmão. Mark não consegue sustentar uma mentira, principalmente quando o encaram em busca da verdade.
"Tá bem! Não tô sentindo nada pa"— Faz biquinho de chateado o que deixa Arthur todo bobo.
"Novo recorde de dez segundos."— Coloca ele no chão novamente.— "Vai terminar de se arrumar também, seu avô já está chegando."
Pelo menos três vezes no mês, o avô materno dos gêmeos passa o dia com eles passeando ou na sua própria casa.
Arthur por um deslize, havia esquecido e acordou com o telefonema do senhor informando que chegaria em poucas horas.
Completamente afobado, ele acordou os gêmeos e está até agora na luta para que os dois fossem se banhar. Quando fez um ir pro banheiro, o outro saiu e se repetiu umas quatro vezes.
Agora estão os três no cômodo, Arthur em um canto e as duas crianças na banheira quando soou o toque da campainha.
"Eu vou atender, já volto."— Avisa e sai.
Ao abrir a porta, se deparou com um homem não muito alto, magro, cabelo quase todo grisalho e olhos escuros. O senhor emanava um ar de superioridade e carregava uma expressão de seriedade misturada com aversão.
"Bom dia senhor Jones."— Arthur cumprimenta apenas para ser educado, mas só recebe um sorriso completamente falso.
"Já estão prontos?"— Se refere aos meninos.
"Quase.. Quer entrar pra esperar?"
"Não, esse lugar deve ser uma bagunça. Você nem tem uma mulher pra arrumar isso, como ainda pergunta se eu quero entrar? Onde está a vergonha?!"
Sem reação, Arthur franziu o cenho e deu um riso rápido.
"Não é porque eu sou um pai solteiro de dois meninos, que minha casa vai ser uma baderna. Eu soube e sei educar meus meninos, certo?! Sem contar que mulher não foi feita pra ser escrava de homem, não fale como se a função delas fossem limpar e cuidar de criança, por isso a Mirelly fugiu, por conta da sua mente fechada, machista idiota."— O velho arregalou os olhos espantado com a afronta deste.— "E se não quiser entrar, não entre, foda-se você e sua metidez."
Entra e bate a porta.
"E o vovô?"— Mike questiona o pai assim que o mesmo entra.
"Ele está lá fora esperando. Agora terminem pra aquele velho sumir daqui..."— diz baixo
Arthur nunca foi muito com a cara de Jones, sempre percebeu como o mais velho era perto de seus pais e quando estavam a sós.
Mirelly também lhe contava situações do cotidiano, já que eram amigos muito próximos antes de toda a confusão que causou a separação não só deles, mas de todos. Jones é rabugento, machista, exigente, interesseiro e muito mais na visão dos outros.
...--~--...
Já com os dois prontos, o pai saiu com ambos, um de cada lado. Jones por sua vez, olhou de cima a baixo de cada um dos netos e sorriu ao ver Mark.
"Mark, meu garoto!"— Anima-se.
"Eu também?"— Mike pula tentando chamar atenção do avô.
"Sim."— Diz sem um pingo de emoção e nem olha pro menino. Arthur vendo isso tudo, se sentiu extremamente enojado, mas não quis dizer nada pra não acabar magoando o garoto.
"Hoje eu só posso levar um."— O velho diz segurando a mão de Mark.
"Então vai sair daqui com nenhum."— Arthur sorri satisfeito e puxa Mark.
"Arthur eu não estou te entendendo. Esqueceu quem eu sou?"
"Acha que ligo? Da última vez brigamos também, e agora quer sair só com um, me poupe por favor!"— Suspira—"Se Mike não for, Mark também não vai, e é isso."
Ele entrou com os dois meninos e deixou Jones do lado de fora remoendo toda a raiva que estava sentindo do pai das crianças.
Tendo passado poucos minutos, a campainha foi tocada novamente e o homem que já estava de cabeça quente porque os dois filhos estavam chorando de forma exorbitante, levantou e foi atender já falando sem antes nem ter visto quem era.
"Olha aqui velho Jones, já disse que n-"— Ele para ao ver a outra pessoa de olhos arregalados.
"Ok... Imagino que não seja pra mim, certo?"— Jay, que estava segurando uma caixa com algo nas mãos, solta uma leve risadinha.
"Desculpa... Me desculpa mesmo!"— Abre a porta e dá espaço pra ele entrar.
"Tudo bem... Mas se não se importar, quem é Jones e o que ele fez pra você ficar tão irritado?"
"Então... É o avô dos meninos, acredita que ele queria levar o Mark e deixar o Mike? Ele sempre faz esse tipo de coisa, sempre exclui o Mike!"— Bate a porta assim que entram.
"Então você não deixou e por isso os dois estão chorando?"
"Exato."
"Eu tenho algo que pode acalmar eles, chama pra mim?"
Arthur assente e vai chamá-los.
Desde a chegada de Jay, os meninos se apegaram muito a ele, tudo envolve ele. Desde o jantar que foi há umas duas semanas, os dois adultos também vivem trocando mensagem e sempre que tem tempo Jay passa no apartamento da frente para ver os gêmeos.
Agora ele chegou em uma ótima hora, certeza que Mike e Mark iriam prestar toda atenção nele e do jeito que são, nem deixariam Jay ir embora tão facilmente.
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