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A Bruxa Gélida

Capítulo 1

Me chamo Diana King, tenho 25 anos e por incrível que pareça, eu não tinha essa aparência 10 anos atrás.

Venho de uma família rica que é dona de uma rede de hotéis de luxo espalhados pelo mundo, principalmente na área mais nobre da Cidade de Diamond, os hotéis de luxo Kingdom.

Meu pequeno mundinho começou a ruir quando eu tinha apenas oito anos de idade. Eu era uma criança linda Todos os meus amiguinhos da escola viviam me dizendo isso. Eu tinha o cabelo longo até a altura do meu quadril, de cor preto. Era muito lindo de fato. Meus olhos também eram pretos, tão pretos que poderiam ser comparados com a escuridão de um céu noturno. E minha pele, branca como a neve.

Meus pais sempre disseram que eu tinha uma beleza sem igual, diziam que todas as minhas características eram a combinação perfeita.

Mas essa minha beleza que me diziam ter não era mais importante do que a minha família.

Era um dia como qualquer outro da minha vida. Um dia ensolarado, com várias borboletas voando pelo campo de flores que tínhamos próximo a nossa casa. Eu andava tranquilamente colhendo algumas rosas para dar a minha mãe. Eu tinha herdado o gosto dela por flores. Sempre que eu as colhia, minha mãe colocava algumas por toda a casa e meu pai sempre dizia para não me esquecer de pegar uma especialmente para ele, lle adorava rosas azuis. Já a minha mãe, preferia as rosas vermelhas e as margaridas.

Mas uma tragédia aconteceu. Ao voltar para casa, me deparei com um estranho enfiando uma faca no abdômen do meu pai e o corpo da minha mãe no chão do escritório deles já sem vida.

Consegui me esconder, mas percebi que ele estava a minha procura. Eu havia derrubado o cesto de flores no chão da sala, o que fez esse estranho perceber a minha presença, então eu fugi de casa por 2 dias.

Quando voltei e finalmente tive a coragem de entrar no escritório que era dos meus pais, vi seus corpos largados no chão, da mesma maneira que aquele estranho havia deixado.

A minha sorte foi uma carta que a minha mãe tinha me dado alguns meses antes disso tudo acontecer.

Na carta dizia :

"- Minha querida, se você está lendo isso, é porque algo aconteceu comigo e seu pai.

Sei que você é muito obediente e só iria abrir no momento em a mamãe disse que era pra você abrir, caso extremo de desespero.

Querida, a partir de hoje, você está por conta própria. Não confie em ninguém. Se possível, mude de nome e sobrenome. O papai tinha um sócio que era muito egoísta que queria toda a nossa fortuna apenas para ele, foi ele quem machucou a mamãe e o papai.

Tente o máximo possível para viver longe dele, porque ele vai tentar te machucar também.

Aqui está todos os lugares da casa que tem dinheiro para que você saia daqui o quanto antes. Nunca se esqueça que nós sempre te amamos. Viva minha querida, por nós."

Eu obedeci todas as instruções que a minha mãe havia me deixado e parti.

No começo eu não sabia para onde ir. Pensei em ir para a casa do meu tio que ficava na mesma cidade que a nossa. Mas a minha mãe havia me alertado sobre o perigoso sócio do papai .Fiquei hesitante por um breve momento.

Eu tinha uma raiva que estava dentro de mim e perguntas que não saiam da minha cabeça:

" Por que os meus pais ? Eles eram ótimas pessoas. Nunca prejudicaram ninguém. Muito pelo contrário, sempre estavam ajudando o máximo de pessoas possível."

Eu não conseguia parar de pensar em tais coisas.

Minha mãe queria que eu fugisse para viver, assim o fiz, mas fui em busca de um lugar onde eu pudesse treinar artes marciais, aprender a usar todos os tipos de armas para que eu pudesse vingar a morte de meus pais. Eu era muito nova, mas meus pais sempre estimularam a minha inteligência e minha criatividade. Então eu sabia exatamente qual rumo seguir e onde me abrigar por um tempo.

Andei por dias, mas acabei desmaiando por conta do calor do sol escaldante que estava sobre a minha cabeça quando cheguei perto de um local que parecia com um deserto. Eu não tinha comida e só bebia água depois de muitas horas de caminhada sem descanso. Meu corpo estava exausto.

Quando acordei, estava deitada em uma cama com uma compressa de água fria em minha testa e uma senhorinha que parecia muito simpática dizendo para eu descansar e recuperar as minhas forças.

Mas eu apenas fiquei deitada, queria saber o porquê daquela senhora estar me ajudando.

Fiquei observando o local por uns minutos. Estava meio escuro, então não conseguia ver perfeitamente, apenas sentir. A cama era feita com madeira de árvores e com bastante folhas, mas era confortável. Desde pequena, meus pais me ensinaram o valor da humildade. Se naquele momento eu não tinha mais o meu luxo, uma cama de folhas era muito mais confortável do que dormir em um chão frio ou com areia.

Depois de alguns minutos, ela voltou com uma sopa de legumes que estava cheirando muito bem. Não me contive e perguntei:

Por que a senhora está me ajudando ?

Porque eu encontrei você desmaiada e fraca. No local onde você estava, é rota para vários homens que estão em busca de mulheres bonitas para fazê-las de prostitutas e lucrar com isso. - ela respondeu.

Mesmo ela me dizendo isso, a lembrança da carta da minha mãe dizendo para eu não confiar em ninguém não saia de minha mente. Ficamos em silêncio por apenas um minuto, quando ela resolveu falar:

Eu sei que você é apenas uma criança, mas eles também iriam se aproveitar desse fato. Dizem que uma criança vale muito mais do que uma mulher já adulta.

Obrigada. - foi a única coisa que consegui dizer naquele momento. Então a curiosidade bateu de novo e tive que perguntar: - Que lugar é esse ?

É a Floresta do Sul, fica nos pés do Monte da Lua. - Ela respondeu.

Então eu pensei que poderia apenas ser o destino, pois era exatamente para onde eu queria ir.

Fique por essa noite, se quiser você pode ir embora amanhã de manhã depois que você recuperar suas forças. - a senhorinha me disse.

Obrigada, mas prefiro partir agora mesmo. Tenho muita estrada pela frente. Obrigada pela comida e por seus cuidados. - acenei, peguei minhas coisas e saí de sua pequena residência.

Capítulo 2

Ela era feita de tábuas e o teto era feito com folhas de palmeiras, o chão no lado de fora estava molhado. Perguntei a mim mesma se havia chovido durante o tempo que eu estive desacordada. Quando olhei para a minha frente, vi imediatamente o Monte. Dei alguns passos para ver se tinha alguém por perto, não queria me esbarrar com mais ninguém durante essa jornada que eu estava fazendo.

Comecei a subir aquela montanha enorme e logo percebi o porquê de poucas pessoas terem coragem de subir aquele Monte. Era um dos mais altos que havia por aqui. Mas mesmo assim, me mantive firme em meu propósito. Levei três dias para chegar ao topo, mas felizmente cheguei no meu destino.

Lá havia o que eu estava procurando: A escola de artes marciais do Monte da Lua.

Falei com um dos mestres que me aceitou de muito bom grado, porque omiti o meu real objetivo para aprender a lutar.

Sete anos foi o tempo que durou meu treinamento. Quando eu estava pronta para partir, Jensen, um amigo que fiz lá e que eu achava impossível que ele me olhasse da mesma forma que eu olhava para ele, confessou para mim os seus sentimentos e eu desisti de partir para ficar com ele na mesma hora. Eu enfim tinha um motivo de felicidade em minha vida que tinha sido apenas tristeza durante esses anos. Eu o via como o amor da minha vida. Porém, me envolver com Jensen foi um dos maiores erros que eu poderia cometer na minha vida.

Nosso relacionamento não durou muito, apenas cinco meses. Mas foi tempo suficiente para que ele fizesse tudo de ruim pra mim.

Ele me traia, me xingava, mas mesmo assim, eu achava que ele iria mudar.

Como eu era boba.

Até que um dia, eu peguei ele em minha cama com outra garota e foi aí a gota d'água para mim.

Falei tudo que estava guardado em meu coração que eu nunca tinha dito para não gerar mais brigas entre nós e também falei que queria terminar. Foi nesse momento que ele se enfureceu e me bateu. Todos esses anos que tive de treinamento não foram o suficiente para me defender dele, pois eu estava em choque. Nunca havia pensado que ele seria capaz de chegar a esse ponto. Mas isso não foi o pior.

Ele me bateu bastante, mas me deixou acordada para que eu o visse se aproveitando de mim, se aproveitando do meu corpo enquanto eu não tinha forças para resistir. Felizmente não deu tempo dele fazer o que queria.

Senti a mesma raiva que senti quando vi meus pais sendo mortos injustamente.

Senti um frio se espalhando por todo o meu corpo. Era como se gelo corressem em minhas veias no lugar do sangue. De repente, eu senti uma força inexplicável se reunido por todo o meu corpo por onde esse "gelo" havia passado.

Eu empurrei o Jensen para longe de mim sem ter tocado o seu corpo e vi o seu olhar de desespero. Ao me olhar no espelho eu vi, meus cabelos que eram pretos como a escuridão, agora brancos como a neve que cai no chão em um dia de inverno. E os meus olhos, um azul que lembravam o azul do céu de um dia ensolarado. Olhei para as minhas mãos e vi um tom de azul nelas que brilhava. Voltei o meu olhar para Jensen novamente e a expressão desesperada não havia saído de seu rosto ainda. O gelo que corria em minhas veias curaram todas as minhas feridas e hematomas que ele tinha feito em meu corpo. Antes de sair, percebi que das minhas mãos estavam saindo flocos de neve e minhas unhas estavam um pouco maiores do que antes.

Fui até perto de Jensen, ele estava encolhido no canto da parede. Ele não ousou dizer uma palavra se quer e nem a sair do quarto. Então eu disse:

Acho que chegou a hora de você pagar por todo o mal que causou a mim.

O que você vai fazer comigo, amorzinho ? - ele ousou me perguntar com a voz tremula.

Nunca mais me chame de amorzinho. Você não merece nem me dirigir a palavra. - eu disse.

Quando terminei de falar, coloquei a minha mão sobre o peito esquerdo dele e cravei ali as minhas unhas, que ficaram maiores assim como eu havia pensado que queria que elas ficassem. Elas tocaram o seu coração, que parou de bater no mesmo instante e seu sangue começou a jorrar dos buracos que minhas unhas tinham deixado em seu peito.

Coloquei uma capa que tinha um capuz e era longa o suficiente para cobrir todo o meu corpo e saí da escola de Artes Marciais deixando tudo pra trás e prometendo a mim mesma que ninguém mais iria me machucar.

Esse foi o dia em que a sensação de matar aquilo que me fez mal, me causou um prazer imenso.

Capítulo 3

Quando saí da escola, senti um alivio tão inexplicável. Mas eu queria saber o que tinha acontecido comigo. Esse poder que surgiu de repente em mim, me transformando completamente e me deixando mais forte e muito mais confiante de minha força e de mim mesma.

Desci o Monte e procurei pelo lugar mais isolado da floresta para saber a imensidade desse poder desconhecido que fluía em minhas veias. Um frio que não me incomodava, fazia eu me sentir acolhida, segura. Encontrei um local onde as árvores eram tão altas que era impossível ver o céu.

Estendi uma de minhas mãos e pensei no que queria que acontecesse. Então saiu uma rajada de gelo de minha mão cortando uma das árvores no meio, fazendo-a cair no chão. Também percebi de que era capaz de congelar as coisas e fiquei muito surpresa com tudo isso. Foi nesse momento em que eu decidi que era hora de voltar para a minha casa.

Não sei como isso foi possível, mas cheguei em minha antiga casa em menos de meia hora depois de sair da Floresta. Não precisei descansar pra pegar fôlego.

Minha casa estava da mesma forma que eu tinha deixado sete anos atrás .Mas era possível ver marcas recentes de pegadas de pessoas na grama do jardim. Aquilo queria dizer que ainda estavam atrás de mim. Entrei em casa e fui para o escritório que era de meus pais. Senti uma onda de tristeza enorme ao me recordar daquele dia terrível. Mas ao mesmo tempo, uma senti grande felicidade, pois agora tinha o que era preciso pra vinga-los.

A casa estava toda suja. Aos poucos fui limpando e organizando tudo da forma que a minha mãe gostava. Percebi também que esses poderes, além de serem controlados pela minha mente, também dependia do meu emocional. Pois, quando me acalmei totalmente, minhas mãos voltaram ao meu tom de pele normal. Só os meus cabelos continuaram brancos e meus olhos azuis.

Tomei um banho bem demorado e saí pela cidade para ver o que havia mudado durante os sete anos que estive fora. Como senti a falta desse lugar.

Ao chegar no centro, me deparei com um prédio abandonado. Então percebi que era um dos prédios dos hotéis da minha família. Senti um aperto no coração em ver o prédio daquela forma. Foi aí que eu notei que estava caindo flocos de neve naquele local da cidade. Então respirei fundo para me controlar.

Eu não queria que as pessoas me vissem daquela forma. Não queria viver isolada e sendo chamada de monstro por onde quer que eu fosse. Entrei em uma lanchonete e fui comer algo. E aproveitei para perguntar a moça que estava na caixa registradora o que tinha acontecido com o prédio.

- Ah, depois que encontraram os corpos do Senhor e da Senhora King mortos, o sócio que ficou com tudo faliu todo o negocio. Agora ele vive em decadência, mas não abre mão da mansão luxuosa que adquiriu quando ocupou a presidência do grupo Kingdom.- ela me contou.

Agradeci pelas informações e saí a procura da maior mansão que tinha na cidade. Quando a encontrei, fiquei abismada. Era três vezes maior que a minha casa que já era bem grande e na frente estava o nome da família, King.

Por incrível que pareça, esse desgraçado que mandou matar os meus pais e ainda estava à minha procura, era o meu tio, Augustos.

O irmão mais novo do meu pai.

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