— Sr. Bennett, as moças que serão entrevistadas já estão aqui. Posso mandar a primeira entrar? — Elizabeth, a minha governanta pergunta suavemente, depois de ter batido à porta do meu escritório. Concordo, e assim que ela sai, eu suspiro meio cansado, e afrouxo um pouco a minha gravata, me sentindo sufocado, já fazem algumas horas que eu estou aqui, na mesma posição, participando de algumas reuniões pendentes hoje, fechando contratos com concessionárias parceiras.
Eu poderia mesmo adiar isso para um outro dia, pois eu estou precisando de um banho e de algumas horas de descanso. Entretanto, eu despedi a última babá do meu filho, pois ela era uma verdadeira irresponsável e além disso, uma bêbada; o meu filho realmente precisa de alguém que tenha capacidade e responsabilidade o suficiente para cuidar dele, visto que eu não tenho tempo e a mãe... Bem, eu não gosto nem de pensar em Sharon.
Aquela é realmente a rainha da irresponsabilidade.
Batidas fortes na porta me despertaram dos meus devaneios. Ajeitei a minha postura e mandei quem quer que fosse que estivesse lá fora entrasse. Assim que a mulher abriu a porta, eu pedi para que ela se acomodasse e torci internamente para que eu encontrasse, hoje, alguém que fosse digna o suficiente para cuidar do meu filho.
Os minutos se passaram devagar, e quanto mais eu entrevistava mulheres, mais eu ficava impaciente e frustrado. Aparentemente, nenhuma era boa o suficiente, e essa já era a quarta. Inacreditável. Os currículos pareciam impecáveis, mas a personalidade das mulheres... Totalmente inadmissíveis. — Sr. Bennett? — a quinta moça chamou a minha atenção, e eu respirei fundo, já não usando palavras para pedir que ela sentasse na minha frente. Gesticulei com os dedos, e ela entendeu bem o recado, sem nada dizer.
Aparentemente, parecia ser uma mulher jovem. Além de me ser estranhamente familiar. Seus cabelos estavam amarrados em um rabo-de-cavalo alto, ela usava roupas sociais e estava séria, sem ao menos sorrir para mim. Eu fiquei curioso dessa vez, mas logo me contive. Eu não iria me frustrar como das outras vezes, não mesmo. — Boa tarde, ãhn... Srta. Murphy. — eu me referi a ela, ao ler seu nome no meu notebook, que estava aberto em seu currículo. — Então, o que você fazia antes de se candidatar a essa vaga de emprego?
— Eu sou graduada, pós graduada e tenho bacharelado em Design de Moda. Eu projetava roupas de grife para indústrias de moda, mas infelizmente, precisei me mudar e acabei perdendo a oportunidade de exercer o que eu gosto, tive um pouco de dificuldade em encontrar emprego nessa área por aqui.
— Por que exatamente você quer esse emprego? Sabe que é muito menos do que você fazia, sem contar que você receberá um pouco menos também.
— Quero aprimorar minhas habilidades, e também me adaptar ao ambiente. Eu preciso pagar as minhas contas, preciso desse emprego até eu saber mais sobre o mercado da moda britânico.
— De onde você é?
— Eu nasci no Brasil, mas estava morando em Portugal com... Ãhn...
— Com...?
— Meu ex-marido.
— Ah, claro. — eu ergui um pouco as sobrancelhas e balancei a cabeça — Srta. Murphy, qual é a sua experiência com crianças?
— Eu já fui babá em Portugal, trabalhei em uma creche também. Sem contar que eu amo crianças, me dou muito bem com todas elas e não tenho dificuldade nisso. — passei meus dedos por meu queixo e me ajeitei na poltrona em que estava sentado.
— Já trabalhou com crianças especiais? — minha pergunta pareceu a pegar de surpresa
— Como?
— Perguntei se você já cuidou de crianças especiais, sabe o que isso quer dizer, não sabe?
— Claro, eu sei sim. — ela piscou algumas vezes — Olha, eu nunca lidei com crianças assim, mas tenho certeza que conseguiria também, seria mais uma experiência para mim, e eu adoraria fazer isso.
— O meu filho sofre de paraplegia. Ele teve uma babá antes, mas ela se atrasava muito, demorava a dar-lhe os seus remédios, e não tinha nenhuma responsabilidade com ele. Eu preciso de alguém que seja pontual, e que cuide do meu filho como se fosse seu, pois eu quero que ele se sinta bem. — senti um nó em minha garganta ao falar sobre ele. Me sinto mal pelo que aconteceu, sempre me culpo por isso, mesmo que todos insistam em dizer que não foi a minha culpa — Ele tem 8 anos, e tem dificuldade em aceitar a sua condição, dificuldade em fazer amigos e o principal, se aceitar.
— Sr. Bennett, eu sinto muito pelo que passou com a última babá. Eu garanto que, se eu for contratada, darei o meu melhor para cuidar do seu filho, e fazê-lo se sentir melhor. Sou ótima com crianças e eu prometo tentar. Eu juro que vou tentar, dar o meu melhor para que seu filho seja bem tratado. — eu pensei por um tempo, e talvez esse seja a primeira das quatro mulheres que eu entrevistei antes que realmente está sendo sincera e não apenas interessada no salário que receberá, ou até mesmo... Em mim.
Eu já estava muito cansado, então não pensei duas vezes em contratá-la. — Eu vou mandar pelo seu email, a planilha de horários do Mathew, mas adianto que, às 9h ele precisa ser levado à escola, às 12h ele volta para casa, e às 14h, precisa ser levado à fisioterapeuta. Sem contar nos remédios, que precisam ser oferecidos a ele na hora certa. — avisei e ela concordou, percebi que estava tentando reprimir um sorriso
— Eu entendi. Muito obrigada pela oportunidade, garanto que não vai se arrepender. — concordei
— Eu espero que não. — pensei se havia mais alguma coisa que eu precisasse a dizer, e então, lembrei. — Ah, eu esqueci de informar que você precisa ficar por aqui, a semana inteira. Está no contrato, você também trabalha aos fins de semana, até às 17hrs, que é quando eu chego e posso tomar conta dele. — ela balançou a cabeça em concordância, mesmo estando meio receosa
— É que...
— Srta. Murphy, não precisa se preocupar com absolutamente nada. Está incluso no contrato que você mora aqui enquanto cuidar do meu filho, eu literalmente estou pagando a sua estadia por aqui. Está tudo bem para você?
— Claro, claro.
— Certo. Você começa na segunda-feira, use esse fim de semana para se organizar aqui. Elizabeth vai te ajudar, e te mostrar o quarto em que você vai ficar. Qualquer dúvida, pode me ligar ou falar comigo. — mais uma vez, ela concordou, sem nada a dizer. — Por favor, assine aqui, na área indicada. — virei a folha em sua direção, e ela leu rapidamente o contrato, assinando seu nome completo ali. — Mais uma coisa. Meu filho não é problemático, então você não terá problema com ele. Independente, você pode falar comigo se algo de estranho acontecer.
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~ PERSONAGENS PRINCIPAIS
(Somente inspiração, imaginem quem vocês quiserem!)
>>> SEGUNDA TEMPORADA ESTÁ DISPONÍVEL NESTE MESMO LIVRO!!! <<<
...HENRY CAVILL como WILLIAM BENNETT...
...MARINA LAWSKI como ANNE-MARIE MURPHY...
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O fim de semana foi corrido, principalmente pelo fato de eu precisar me organizar na mansão do Sr. Bennett. Por sorte e para eu não ficar mais envergonhada ainda, ele não estava presente e um dos seus mordomos aceitou levar minhas coisas até o quarto em que eu me hospedaria, no domingo eu fui até lá, mas não vi ninguém. Passei o dia inteiro em meu quarto, um pouco temerosa sobre tudo.
Hoje, como é segunda-feira, e o meu primeiro dia de trabalho, eu levantei cedo – como costumo levantar – e me arrumei, aprontei tudo e logo desci para a cozinha, dando de cara com uma senhora de no máximo 45 anos. Ela me olhou e veio na minha direção, com um sorriso meigo na face. No mesmo instante, me senti mais confortável — Olá, querida. Você é a nova babá do Mathew, sim?
— É, sou eu sim. — respondi simplesmente.
— O Sr. Bennett falou que você estaria aqui hoje. O meu nome é Elizabeth, sou a governanta da casa e estarei responsável para te ensinar tudo o que você precisa saber. — ela explicou e eu não disse nada, apenas balancei a cabeça em concordância — Você já recebeu o cronograma?
— Sim, está aqui. — eu entreguei a ela o papel. Eu havia imprimido dias antes, no mesmo momento que o Sr. Bennett mandou-o para mim.
— Ótimo. Tudo o que você precisa saber está aí, os remédios do Mathew ficam na terceira porta do armário, são devidamente trancados, para que ele não acabe os ingerindo, que foi o que aconteceu uma vez. — nesse momento, eu me assustei com a sua declaração
— Desculpe, não entendo. Pode explicar melhor?
— Mesmo tendo pouca idade, Mathew é um garoto muito esperto, sempre foi assim. Desde que ele sofreu o acidente, se tornou triste e melancólico. Ele tem problemas com a sua condição, e por isso tentou cometer suicídio. — engoli a seco, percebendo que trabalhar aqui seria mais difícil do que eu estava imaginando — A culpa foi da antiga babá, ele deve ser supervisionado sempre e ela se distraiu no celular. Sr. Bennett proíbe o uso de aparelhos eletrônicos em horário de serviço, a não ser que seja no momento de lazer do Mathew.
— Eu estou entendendo.
— Nesse momento, ele está dormindo. Vou te acompanhar até o seu quarto. — balancei a cabeça em concordância — Você só precisa ajudá-lo a sentar em sua cadeira, mas ele já consegue fazer algumas coisas sozinho.
— Ele precisa de ajuda para usar o banheiro?
— Sim. — ela não me falou mais nada, pois nesse momento, já estávamos adentrando um quarto no imenso corredor da mansão Bennett. Havia uma enorme cama centralizada no cômodo, e nela, havia cobertores espalhados e um garotinho em profundo sono.
Me aproximei juntamente com Elizabeth, e só pude perceber que o garoto ostentava lindos cabelos castanhos escuros, que eram lisos e pareciam ser muito macios. Estavam esparramados nos lençóis e eu pisquei algumas vezes, me sentindo nervosa. — Mathew, querido? Acorde, tenho alguém para te apresentar. — a senhora disse calmamente e a criança não demorou nem dois minutos para abrir os olhos, e fitar a mim.
Mathew tem lindos olhos verdes, esmeraldas brilhantes que me fizeram suspirar surpresa. Ele me olhou atento, sem falar absolutamente nada. — Oi, eu sou a Any. — eu me apresentei brevemente e ele enrugou as sobrancelhas
— A nova babá? — ele questionou, com a voz rouca. Eu mordi o lábio, o achando extremamente fofo e educado. Eu o respondi com um simples “sim”. — O que aconteceu com a outra, Beth?
— Você não precisa se preocupar com isso, querido. — ela acariciou a sua bochecha — Eu vou deixar vocês a sós. Mathew, ensine a ela o que você achar necessário, sim?
— Tudo bem. — finalmente a mulher saiu do quarto e nos deixou sozinhos — Você pode... Ãhn... Puxar aquela cadeira um pouco mais pra perto, por favor? — o garotinho soou educado, apontando para algo atrás de mim. Sem pensar muito eu olhei e fui até a cadeira, que era muito sofisticada, diferente de todas que eu já havia visto.
Eu a levei para perto dele e observei-o, cuidadosamente, se locomover até a cadeira. — Preciso ir ao banheiro.
— Ah, claro. — eu sorri e empurrei a sua cadeira até o cômodo. Entramos e eu me surpreendeu mais uma vez. Era tudo adaptado para ele. — Você precisa de ajuda? — perguntei
— Sim, preciso que me ajude a me livrar das minhas roupas, após isso, pode me esperar lá fora. Eu não vou demorar muito. — concordei e fiz como ele havia pedido.
•••
Depois que Mathew saiu do banheiro, eu já havia arrumado sua cama e agora, estávamos nos dirigindo à cozinha pois ele precisa tomar o seu café da manhã, para ir à escola depois. Para a minha surpresa, O Sr. Bennett estava à mesa e quando cheguei com seu filho, ele me observou minuciosamente, me deixando meio nervosa. — Bom dia, pai.
— Bom dia, filho. — ele respondeu, ainda me observando. Engoli a seco e o levei até seu lugar na mesa e lhe servi, logo em seguida fazendo menção de sair, mas a voz rouca do homem me impediu. — Para onde está indo, Srta. Murphy?
— Eu vou para a sala dos funcionários nesse momento, senhor. Algum problema?
— Quero que se sente à mesa conosco. Elizabeth fará o mesmo. — fiquei meio surpresa com seu convite — Por favor. Cultivamos esse hábito nesta casa, não precisa ficar envergonhada.
— Tudo bem. — me sentei ao lado de Mathew e a governanta também sentou com a gente depois; todos estávamos em silêncio, mas depois de um tempo, o garoto decidiu quebrá-lo.
— Aonde está a mamãe, papai? Faz alguns dias que não a vejo. Sabe onde ela poderia estar? — um suspiro pesado saiu do Sr. Bennett e ele limpou o canto da boca com um guardanapo, depois de ter parado de comer. Sua atenção havia se voltado para seu filho agora.
— Eu não faço a mínima ideia, Mathew. Sua mãe não atende as minhas ligações há dias e nem responde a nenhum e-mail. Sugiro que não pense muito nela, pois você tem coisas mais importantes para focar nesse momento. — no mesmo instante, um clima tenso pairou no ar e eu vi dificuldade em engolir a torrada que estava mastigando.
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~ OUTROS PERSONAGENS:
...VIKA BRONOVA como SHARON LOGAN...
...DAVI BERTRAND como MATHEW BENNETT LOGAN...
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Preciso levar Mathew à escola, e estava procurando Sr. Bennett para perguntá-lo à respeito disso. Por sorte, ele ainda não havia saído e eu o avistei indo em direção a porta, ajeitando seu fino terno, que parecia ser caríssimo, e com certeza é. — Sr. Bennett, Mathew vai à escola de ônibus mesmo?
Só depois de fazer a pergunta foi que percebi o quão patética ela soou. Em minha defesa, eu não pensei em nenhuma outra forma de abordar ele.
— O carro está na garagem, e a chave fica com Elizabeth. Peça para ela, senhorita. — eu concordei e finalmente ele foi embora, me deixando sozinha. Já havia ajudado Mathew a vestir seu uniforme, confesso que ainda estou aprendendo, o garoto precisou me dar algumas dicas, pois estava claro que eu estava perdida em tudo aquilo. Por sorte, Mathew é um menino paciente e educado, não viu problema algum em me auxiliar.
— Senhora, pode me entregar a chave do carro? Levarei Mathew à escola. — pedi ao ir até a cozinha, e ela sorriu para mim, caminhando até uma outra sala, segundos depois vindo até mim com a chave em mãos. — Muito obrigada!
— Não precisa agradecer, querida. E não me chame de senhora, assim eu me sinto mais velha do que já sou. — ambas sorrimos — Me chame apenas de Eliza, ou Beth, como o Mathew costuma me chamar.
— Tudo bem, Beth.
— Assim está bem melhor. — ela olha para o seu relógio rapidamente — Já está na hora de levá-lo, você não vai querer chegar atrasada lá, sim?
— Claro! Eu já estou indo. — caminhei as pressas até o quarto de Mathew e bati na porta, abrindo-a em seguida, percebendo que ele estava organizando seus materiais em sua mochila. — Vamos?
— Sim, só me ajuda com a mochila, por favor?
— Tudo bem. — eu caminhei até ele e peguei a sua mochila, apoiando-a em meu ombro. Segurei os pegadores traseiros de sua cadeira e comecei a empurrá-la para fora do quarto, guiando-o até a garagem, que, por sinal, era enorme e eu até poderia me perder no meio de tantos carros.
Eu ainda não tinha tido a noção do quão rica é essa família, mas já estou começando a entender.
Não ia conseguir achar o carro, e nem fui avisada quanto ao que seria, então destravei-o e quando ouvi o som, localizei-o no mesmo instante. Quando cheguei perto o suficiente, percebi que se tratava de um Kia Sedona, estava novo em folha, parecia ser um carro de última geração. Engoli a seco e abri a porta, nem sequer encostando nela, fiz isso apertando o botão na chave e no mesmo instante em que a porta abriu, uma pequena rampa foi apoiada no chão. Me surpreendi mais uma vez, nunca havia visto um modelo como esse.
— Não precisa empurrar mais, eu vou sozinho. — concordei e observei-o mexer no painel de sua cadeira, no mesmo momento, ela se moveu até dentro do carro e eu fechei a porta novamente. Entrei no lado do condutor e observei o painel, lembrando de como se dirige um carro, pois faz um tempo que não faço isso.
Claro que isso não quer dizer que eu tenha esquecido, até porque, renovei a minha carteira de motorista há uns meses atrás.
Havia um gps ali, e como eu ainda não estava familiarizada com a cidade, eu coloquei o nome da escola de Mathew nele e rapidamente as instruções começaram a ser ouvidas por mim.
A viagem ocorreu tranquila, a escola fica há mais ou menos vinte e cinco minutos da mansão Bennett e eu já consegui memorizar o caminho. Abri a porta do carro para que o garotinho saísse e ele assim o fez, eu o acompanhei até a entrada do colégio, e já senti olhares nos acompanhando. Aquilo me incomodou um pouco, e também ao Mathew, que mexia o tempo todo nos dedos, parecendo muito nervoso com tudo.
Eu realmente não entendi, afinal, não é o seu primeiro dia de aula. — Você está bem, Mathew? — eu perguntei preocupada, pois ele está um pouco trêmulo, parece estar passando mal. Meu sangue pareceu congelar dentro de mim. Várias perguntas começaram a rondar a minha mente.
E se eu dirigi rápido demais e ele ficou enjoado? — era a pergunta que eu mais me fazia, mas meus pensamentos foram interrompidos quando ele afirmou estar bem. Mesmo que não parecesse. Eu insisti mais um pouco, e o menino me garantiu que não estava passando mal, era apenas impressão minha. Eu fingi ignorar isso, e me afastei para que ele ficasse mais à vontade para ir para a sua sala. Observei-o de longe, e percebi quando um grupo de garotos (aparentemente mais velhos) se aproximaram dele e começaram a conversar entre si, sorrindo descaradamente. Até aí tudo bem, mas quando eles pegaram a mochila de Mathew e a jogaram no chão, eu precisei intervir.
A passos largos, eu caminhei até eles e minha presença não foi percebida até que eu chamei a atenção deles. — O que vocês pensam que estão fazendo? — minha voz soou alta e eu me aproximei de Mathew, segurando o seu ombro, olhando para ele profundamente, percebendo como ele estava assustado. Seu rosto estava vermelho. Me ajoelhei e comecei a pegar as suas coisas do chão, colocando em seu colo novamente.
— E quem é você? — um dos garotos me perguntou, talvez ele seja o valentão do grupo
— Isso não interessa. Eu quero saber o que vocês pretendiam fazer com o Mathew. — meu tom de voz é rígido
— Any... — Mathew tentou falar comigo, mas eu não o ouvi
— Também não interessa a você o que faríamos com ele. — o menino rebateu e pude ouvir a risada de seus amigos.
— Não quero que vocês se aproximem dele novamente, caso contrário, pagarão por isso. — eu falei bem alto e o menino ficou com os olhos arregalados, me olhando brutalmente assustado — Me fiz clara?!
— Sim. — me afastei com um sorriso, como se nada tivesse acontecido.
— Ótimo. — passei as mãos em minha roupa e olhei para Mathew, que me encarava estático — Boa aula, querido. — pisquei em sua direção e saí dali, sem nem olhar para ninguém.
Não sei o que deu em mim, mas vê-los destratar o Mathew me deixou possessa. Não posso admitir que isso aconteça. Provavelmente seja por isso que ele seja um garoto tão triste.
Eu estou disposta a ajudá-lo.
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