Olhando fixamente para ele,não acreditava no que estava acontecendo,eu preferia a morte a isso,mas não tinha outra escolha,só havia um destino para mim agora:a servidão.
Meu nome é Darlivin Swooc,moro em uma província pequena do meu país,um local rural onde vivemos de plantações e criação de animais,moro em uma pequena fazenda com minha família,minha mãe,meu pai e meu irmão mais novo. Em nossa casa ajudo tanto a cuidar dos animais,que agora são poucos,como ajudando minha mãe a cuidar da casa. Eu acostumava acordar cedo para ordenhar nossas vacas,mas não sobrou nenhuma,o que nos resta são algumas poucas galinhas,também perdemos nossos porcos,estamos decaindo muito rápido,não sei o que será de nós por mais um mês . A culpa toda é do meu pai,que além de ser um bêbado,começou a querer apostar em negócios falidos e temos perdido tudo.E o pior é minha mãe que não fala nada,em breve talvez venhamos a passar necessidade,coisa que nunca havia acontecido.
Meu irmão ainda é pequeno e não trabalha e eu por ser mulher não é nada fácil conseguir um emprego honesto,nem para minha mãe também,e papai não sei o quer da vida.
-Mas um dia senhora galinha.-digo quando vou recolher os ovos ,mas hoje não tem nenhum.Respiro fundo até as galinhas parecem absorver o clima da casa:pesado.Não tem dado ovos ultimamente,as vezes vou no galinheiro apenas para conversar com elas ,não posso falar com meu irmão pequeno nem com minha mãe que já está com um peso muito grande nas costas, e meu pai não liga.
-Nada de ovos hoje de novo mãe -digo entrando em casa,que está caindo aos pedaços.
-Pois é filha vamos comer sem mistura hoje,a não ser que seu pai traga algo.
As vezes me pergunto se minha mãe e ingênua ou se faz,papai viria para tirar ao invés de trazer algo,ao longo do tempo foi acabando com a fortuna que ganhou do nosso avô . Então deixo de lado a ideia de falar o que penso e vou arrumar a casa,enquanto minha mãe faz o almoço. Queria um dia poder ter o que comer direito,ou ter uma vida diferente da que eu tenho aqui. Mas eu preciso viver assim até as coisas melhorarem em nosso país também,talvez até consiga um emprego.
Depois do almoço costumo sair até o vale que tem perto de casa para catar algumas frutas das árvores a esmo que encontro,sempre vou com meu irmão,Aivo,eu costumo chama lo de Ai,estamos caminhando de mãos dada,somos muito próximos.
-Mana?
-Oi,Ai?
-O papai quase não para em casa será que está procurando um emprego?Se ele arrumar podemos voltar a comer melhor não é?-
Meu irmãozinho consegue ser mais ingênuo que minha mãe .Não tenho costume de mentir mas também não vou iludi lo.
-Ai,acho que nossa situação logo logo vai mudar poderemos comer bem de novo,igual àquela carne com molho que mamãe fazia lembra?
- Ivin se você está falando,eu acredito.
-Que bom,o que nos podemos fazer é continuar ajudando nos afazeres de casa e com os bichos até as coisas voltarem ao normal.
-Ta bom Ivin,tá falado. -Ele me lança um sorriso radiante. Só de ver esse sorriso já me alegro, a inocência dele me cativa ,além do fato de ele ser uma criança alegre e feliz,e um amor de garoto.
Conseguimos achar uma macieira cheia de maças,pegamos o que pudemos carregar.
-Acho que já é o suficiente.-digo para Aivo que já está com sua camisa cheia.Nos levantamos para ir embora-Então vamos voltar quero ver como a mamãe vai ficar.
Nossa mãe fica radiante com as maçãs,até se anima para fazer uma torta para nós.
E quando ela faz fica uma delícia,apesar de faltar ingredientes para uma verdadeira torta de maça,mas minha mãe cozinha muito bem.
Meu pai chega depois do jantar o que me surpreende,ele normalmente chega de madrugada em casa bêbado,hoje claramente ele bebeu mas está o que se pode dizer de sóbrio.
-Chegou cedo-minha mãe diz surpresa.-Alguma boa notícia ?
- Nada ainda mulher,mas eu consegui um comprador pra nossa carroça velha,e vai pagar um bom preço por ela .
- É mesmo meu marido ?Que bom.
-Sim, amanhã pela manhã vou até a cidade entrega-la, e Darlivin quero que venha comigo .
- Eu? -Acho muito estranho papai sempre leva mamãe e não somos o que se pode dizer próximos .
- Eu posso ir meu marido,como sempre vou .
-Não mulher quero que ela vá para pegar a prática ela já está na idade de aprender .
-Isso sim,mas tem certeza que não quer quer eu vá ?
- Só cabem dois na carroça mulher e se você fosse Aivo teria que vir e não há lugar para todos,deixe a lista do que é preciso comprar com a Darlivin que vamos partir antes do amanhecer .
-Nossa tudo muito derrepente,vou preparar as coisas para a viagem;e meu bem vá dormir se não vai ficar cansada para ir amanhã.
- Tudo bem,bênção mãe, benção pai .
- Deus te abençoe filha,boa noite .
-Boa noite .
Vou até meu quarto onde Aivo já está dormindo. Passo um tempo pensando a atitude estranha dele ,o que se passa?Sinto algo de estranho nessa conversa. Mas estou cansada dos afazeres do dia e logo pego no sono.
O Galo está começando a cantar quando minha mãe vem me acordar,me levanto sem querer acordar meu irmão. Visto um vestido simples azul claro de rendas de manga,faço um trança e depois prendo em um coque,preciso ir apresentável afinal estamos indo para cidade . Meu pai por incrível que pareça já está arrumado e começa a me apressar não faço menor ideia do porque . Minha mãe se despede e faz um lanche para a viagem um chá de uma erva que dá nos vales e um pedaço da torta de maçã. -Obrigada mãe ,não vai ficar muito serviço para você sem mim?
-De maneira nenhuma já estou acostumada ,e não estarei sozinha Aivo vai estar aqui e com certeza ele vai me ajudar, vai em paz meu bem.
-Obrigada mãe,quando Aivo acordar diga a ele que eu o amo,mais tarde estarei de volta.
-Claro filha vou dizer.
Então partimos,e por algum motivo sinto um gelo na espinha seria o vento que vem dos vales ?
Seja como for partirmos e agora temos algumas horas de viajem pela frente.
Estamos passando pelas montanhas quando resolvi
perguntar para o meu pai.
-Pai?
- Que foi Darlivin?
- Porque está me levando até a cidade ao invés da
mamãe ,tenho certeza que ela é melhor nas compras que
eu,até porque o senhor não tem costume de me levar
muito lá.
Ele parece observar as montanhas .
- Será bom para você ir até lá mais vezes.
E a única explicação que ele me dá,o que é muito
estranho,e ele está muito quieto,minha vontade é de
voltar para casa,da próxima vez que ele quiser me levar
junto a cidade,vou ter que conversar com a mamãe .
Não temos muito assunto só de vez em quando ele
pergunta algo aleatório e eu o respondo,não tenho nada a
pergunta lo,que tipo de pergunta faria ?
Como tem ido no jogo pai?
O que perdeu dessa vez ?
Quanto de dinheiro gastou ontem com bebida ?
Não ė o tipo de conversa que quero ter com meu pai .
Eu só gostaria que ele fosse mais responsável, o que não é
o caso.
Em breve chegaremos a cidade grande,e o sono por eu ter acordado cedo me faz cochilar ...
Acordo no susto homens me puxando da carroça ,olhodesesperada para todos os lados vejo outros homens batendo no meu pai.
-Me soltem-eu grito-socorro-pai,pai?
Não consigo ter mais a visão do meu pai, que homens
são esses? parecem mercadores,mas são mais sujos e
desarrumados.
Eles me jogam dentro de uma cela em cima de uma
carroça com 3 cavalos puxando,existe outras mulheres dentro sujas e com cabelos desgrenhados.
O que isso significa ?Daí eu observo com mais atenção,toda a situação,eles parecem mercadores,mas não há mercadoria em cima de suas carroças e sim mulheres .
Eles são mercadores de escravos ,na verdade de escravas para ser mais exata.
-Pai?Pai?Socorro.-não há resposta.-Será que eles o
mataram?
Os homens me colocam dentro da cela com as outras
mulheres .
-O que vocês fizeram com meu pai?
Eles riem.
-Nao se preocupe ele está melhor que você .
Não sei se posso confiar neles,mas me apego a esperança que nada aconteceu com ele.
A carroça começa a andar me levando para um destino que nunca imaginei ter.
Isso não pode ser verdade,coloco a mão sobre minha
cabeça .O que está havendo ?
Fui raptada por mercadores de escravos.Mas isso não
faz sentido,raptar alguém com família so implicaria que a Guarda do Reino ficaria atrás deles,porque fariam isso é logo comigo.Logo logo isso viria a público e todos os guardas da província saberiam de meu desaparecimento com uma única denúncia da minha família .O que eles estão pensando ?
Olho para trás para ver a carroça da nossa família
desaparecer ao longe.Para onde estarão me levando ?
-Oi-Diz uma das mulheres dentro do cativeiro.
Eu tomo um susto,estava tão perdida em meus
pensamentos.
-Oi-Digo.
-Meu nome e Laya,qual seu nome ?
-Darlivin.
-Darlivin que nome diferente.Mas que situação estranha aquela lá atrás.
Eu a ignoro preocupada com o que iriam fazer comigo.
-Laya,não é ,para onde estão nos levando ?
- Não sabemos ao certo,eles claramente não nos dizem nada ,mas pela direção que ele tomou antes estava indo para a grande cidade,e agora pelo jeito está indo para a Província do Sul.
-Província do Sul?
Não posso acreditar esses homens são muito espertos
estão me levando para o extremo oposto de minha casa que é no norte.
Isso não pode ser.
-Porque eles nos raptaram?Eles vão nos levar para um cabaré ?
Ela olha para mim com curiosidade .
- Não,para sermos servas,e com isso pode se entender
muita coisa,dama de campainha, serviçal,empregada,e brinquedinho de algum burguês,o que eles quiserem .
O que o destino me reservou ?
- Ah e devo avisa lá que os mercadores as vezes leva uma das meninas de vez em quando para se divertir .
Entendo o que ela quer dizer e vejo que estou perdida.Não há como fugir com esse monte de homens ao redor,o que farei ?
-Além do mais Darlivin você foi a única que foi
"raptada"eu e as outras meninas aqui fomos vendidas por nossas famílias.
Ela diz a palavra como se tivesse aspas em cima,como se eu fosse um caso a parte.
Eu ponho a mão na boca para esconder meu espanto.
-Nosso vilarejo e pequeno temos sofrido muito por causa do estado que está o país e acredite e melhor do que morrer de fome.
Eu olho para ela sem acreditar,ela está mesmo dizendo que é melhor a escravidão que está junto a família ?
Mesmo eu passando fome ainda preferiria está ao lado dos meus pais e do meu irmão.
Eu espero que meu pai faça logo a denúncia a guarda
real,porque mesmo eu sendo levada para tão longe ainda posso ser resgatada antes que o pior aconteça .
Serão cinco dias de viagem até as províncias do Sul que são mais frias que as do Norte .
O que o futuro me reserva ?
Os dias passam......em meio a sentimentos conflitantes e uma esperança e expectativa de ser resgatada .
Conversei mais com Laya e com as outras meninas que vinheram de uma província vizinha a minha,mas apesar de ser perto,a situação da província delas é bem pior que a minha, as coisas estão ruins em casa,mas na delas quase chega a calamidade,depois disso pude entender um pouco melhor,mas não aceito a ideia de ser uma serva.Eu sou livre tenho família,não fui vendida pela minha família fui
raptada.
Laya me disse que quanto mais rápido eu aceitar meu
estado atual, será melhor.
E os dias passam e eu fico a cada dia mais deprimida e
revoltada com essa situação;E como Laya disse vi várias vezes os homens pegando as meninas de dentro da nossa sela e levando para a floresta,até mesmo Laya,o que me embrulhou o estômago.Fiquei desesperada quando um homem abriu os cela e me puxou para fora,mas graças aos céus aconteceu algo que me intrigou.
- Essa não Randon,essa aí é mercadoria especial.
Ele me coloca de novo na carroça e é pega uma outra
menina .
Isso não fazia sentido como assim?Eu não sou
mercadoria ,e como assim especial?
Não estou entendo absolutamente nada.
Ate que no quarta dia passamos por umas montanhas e eles nos anunciaram que estávamos chegando a província do Sul.
E nada de resgate e nada de guarda real .
Será que eles não acham importante resgatar uma mulher raptada da sua família por mercadores?Mesmo eu sendo pobre eles cometeram um crime.
Não,não posso perder a esperança,tenho que continuar acreditando .
Os mercadores pararam na montanha para descansar e seguiriam viagem na manhã seguinte ou pelo menos e o que pensamos .
-Amanhã seremos vendidas Darlivin,seja como for sei
que é uma boa menina apesar de o destino ter pregado essa peça com você,mas já que está nesta situação te darei um conselho,quando for vendida seja para o que for não desobedeça seu senhor,por mais que seja difícil,para os servos desobedientes cabe pena e punição,açoites,solitária,ficar com fome e sede ,e a morte dependendo do que o servo fez ao seu senhor eu espero sinceramente que encontre um senhor bom.
-Obrigada Laya,desejo mais ainda para você minha amiga.
Nos abraçamos,dentre a meninas ela foi a que mais me cativou,espero um dia que ela possa se livrar dessa vida de servidão por mais que ela a aceite,por mais que ela tenha falado não acho que vou poder fazer o que ela falou.
Pela manhã partimos da montanha e com poucos minutos de caminhada podemos ver a província do Sul.
Como esperada aqui e frio cerca de 10 graus á menos
que a província do Norte,a noite nas montanhas foi
gelada também eu e as meninas ficamos juntas para
conseguirmos cochilar,em quando os escravajistas estavam bem vestido com casacos e dormiram na carruagem.
Depois de um tempo eu pude entender o porquê das
meninas estarem tão sujas e descabeladas que é o meu estado agora, não como as meninas mas sim,passamos por lugares lamacentos que nos suja e a chuva e depois o vento,ficamos verdadeiramente ao relento como um monte
de objetos velhos .
Em nossa frente província do Sul ,bem diferente da
província do Norte ,mas de algum modo tão bonita quanto.
As casa aqui são feitas de pedras diferente da província
do Norte que são de madeira.Mas isso junto com a tempo frio e fechado da um visual lindo a tudo isso.
Respiro fundo,quando virão me resgatar?
Somos levadas para o centro da província
que parece ser onde fica os mercadores,com
frutas,roupas,artesanatos,animais, de tudo um pouco e agora escravos .
Os homens nos tiram da cela e cada um fica com uma de nós gritando e anunciando as escravas,por incrível que pareça logo parece um interessado em Neitilli,uma das meninas ,sem uma única palavra nos despedimos dela silenciosamente,todas no fundo sabemos que não nos veremos mais .
E então que um homem muito bonito com os traços
correspondente das pessoas do Sul loiro com olhos verdes para na minha frente .
Olhando fixamente para ele,não acreditava no que estava acontecendo,eu preferia a morte a isso,mas não tinha outra escolha,só havia um destino para mim agora a servidão.
-Senhor Salomon Ghrinin,como prometido sua mercadoria foi trazida intacta como o pedido.
Ele olha para mim de cima a baixo .
-Excelente,passe no meu escritório e pegue seu
pagamento mercador .
-Claro,senhor ,pensei que fosse enviar um empregado
para pega lá .
Não,preferi vir pessoalmente e seu mensageiro me
avisou de sua chegada .
-Excelente senhor,faça ótimo proveito dela.
-Claro.
Ele pega no meu cotovelo e me arrasta dali,olho para trás
para dar um adeus silencioso para Laya e vejo ela abrir os lábios e disser um" adeus,cuida se " eu apenas aceno,e continuo a ser arrastada por esse senhor.
Ele me joga dentro de uma carruagem,e tira o chapéu.
-Qual seu nome ?
-Darlivin.-digo baixo .
-Darlivin?Nome diferente,apesar disso seus traços são
claramente das pessoas do Norte.
Eu apenas o observo,que tipo de pessoa será ele ?Parece um burguês ,mas para que ele me comprou?
-Aparti de agora em diante eu sou seu senhor,você
entende isso ?Não espero nada além de sua obediência absoluta .
Eu não respondo nada .
-Meu nome é Salomon Ghrinnin,seu senhor .
Depois disso ele diz para o concheiro nos levar para sua casa .
O que me deixa um pouquinho mais tranquila por não estar indo para um cabaré .
Olho pela janela do carruagem e vejo que esta cidade e maior que a minha .
A carruagem para na frente do que posso dizer ser um casarão lindo,no meio da cidade o que me diz que esse homem é um milionario com certeza.
Ele novamente me puxa pelo cotovelo,me arrastando para casa adentro .
Passamos por um jardim lindo até chegar a porta da casa .
A casa e mais linda por dentro do que por fora ,um
ambiente acolhedor com tons que me lembram do outono.
-Darlivin,essa agora será sua moradia.
Novamente não respondo, até porque eu já tenho uma
casa do outro lado do país .
-Você deve estar com fome,venha e coma alguma coisa na cozinha .
E bem difícil não reagir a isso,a sopa que os homens nos serviam era horrível,impossível de comer no final das contas so comia pão e água basicamente,eu até mesmo emagreci um pouco.
Eu balanço a cabeça afirmando .
-Vou leva lá .
-Gertrude ?
-Senhor Salomon,boa tarde meu Senhor,o almoço está
pront..
Ela parece surpresa ao me ver.
-Comerei na sala de janta,por favor,peça as empregadas
que me sirvam e ah essa é Darlivin,nova serva dama ,dê algo para que ela se alimente e depois leve a para o quarto
do terceiro andar.
-Sim senhor.
-Darlivin?Não é,sente se aqui menina,você parece muito
nova.
- Tenho 17 anos.
- E muito nova,mas aqui coma um pouco de sopa,você
parece faminta.
-Obrigada.-Eu respiro fundo,torcendo para a sopa não ser igual a dos mercadores e não é pelo contrário e muito
gostosa,um caldo com peixes e legumes.
Ela permanece ocupada fazendo a comida,a cozinha
parece ser muito bem abastecida.
Dona Gertrude e uma senhora de meia idade cabelos
castanho claro.
Ela põe um copo de chá ao meu lado.
-Desculpe perguntar mas de onde você vem,seus cabelos pretos te denuncia que não é daqui.
-Província do Norte
- Ele foi longe dessa vez para encontrar uma serva.
-Como?Então é tudo verdade ele me raptou.
-Como menina?- Ela pareceu surpresa.-Meu senhor
compra servos ele não precisa raptar ninguém.
Me surpreendeu o modo como ela o defendeu.
-Mas fui arrancada do lado do meu pai e aqueles
mercadores bateram nele.
Ela parece pensar um pouco.
-Isso não é comum,mas se foi raptada foi por inciativa dos mercadores,meu senhor e um homem direito.
-Eu ainda espero ser resgatada pela guarda real .
- Que situação estranha-Ela diz parecendo pensar.
- Eu espero que tudo se resolva.
-Vai sim.
Eu dou um sorriso para ela, e uma pessoa muito gentil.
Eu termino meu prato e agradeço .
-Bom vou leva lá para se banhar na sala das servas e
depois subir para o quarto.
Subir? Normalmente os quartos dos serviçais ficavam em baixo,a não ser que eu vá servir alguém que queira me ter por perto para servi lo melhor então o quarto do serviçal fica ao lado da do senhor ou da senhora.
-Seu senhor é casado?
-Não-é só o que ela diz.
Ela me ajuda a usar o aparelho de banho,em pensar que eu estou tão suja,lavo os cabelos,depois ela me ajuda a pentea lo e a me vestir com um vestido básico azul marinho .
Ela vai me levando para o quarto .
Vamos subindo as escadas e fico ainda mais impressionada
com a beleza dessa casa,corrimão de madeira fina,piso também todo em madeira,quadros de bom gosto nas paredes,um grande relógio.
Vou subindo as escadas e observando,no segundo andar tem muitas portas ,talvez mais quartos .
Subimos a escadas para o terceiro andar,olho para trás e vejo que Gertrude fica parada no ultimo degrau.
-O que houve?
- Nada de mais,daqui você pode ir sozinha a uma porta no meio do corredor,e eu tenho muita coisa para fazer lá em baixo.
- Entendo,Obrigada Gertrude.
Ela apenas balança a cabeça e volta pelo caminho que veio.
Espero não me perder,termino de subir as escadas e olho
para o corredor,um corredor enorme com uma janela de parede toda no final.
Olho mais detalhadamente e vejo que há apenas uma
porta de madeira,e parece bem grossa.
Não entendo mais nada o que está havendo?
Novamente como na carroça sinto um pressentimento de querer sair correndo, mas como lá não tenho escolha,vou ter que entrar nesse quarto.
Entro sem bater,e tomo um baque ao entrar,o quarto está mobiliado e mais que isso está ocupado,o Senhor Salomon está sentado em uma poltrona ao lado da cama.
-D-desculpe....-Começo.
-Não precisa se desculpar,só feche a porta e entre.
O que está acontecendo aqui ?
Ele se levanta e se posta na minha frente.
- Você poderia soltar seu cabelo ?
-Como disse?Senhor?-Acrescento.
-Solte seus cabelos, eu gostaria de ver o comprimento.
Não sei porque mas estou com um mal pressentimento .
Solto o rabo que tinha feito, e balanço a cabeça para que eles caiam no tamanho normal, no meio das minhas costas.
Ele pega uma mecha no meu cabelo É analisa em suas
mãos.
-Lindo cabelo.Otimo-ele solta meu cabelo vira de costas
pra mim.E depois volta de novo a olhar para meu rosto.
- Você com certeza serve.-ele faz uma pausa.-Tire suas
roupas .
Eu olho para ele sem acreditar, eu não ouvi direito.
-Desculpe senhor mas acho que não ouvi direito .
Ele chega mais perto do meu rosto.
- Eu mandei você tirar sua roupa.
Isso não podia estar acontecendo .
Por mais que eu quisesse acreditar que isso é apenas um pesadelo,mas a realidade é cruel,seu pedido só me faz ver em que situação eu me encontro e me recuso a aceitar.
-O que quer dizer com isso?
-O que você ouviu serva que você tire a sua roupa,ou se preferir eu posso fazer isso por você .
Ele se aproxima de mim, e agarra a alça do meu vestido .Instintivamente como se um inseto nojento tivesse pousado ali,dou um tapa para afastar sua mão .
Ele recolhe a mão e olha furioso para mim.
-Pelo jeito ainda não sabe servi muito bem seu senhor.
Isso me enfurece,claro que não vou saber servi lo desse jeito eu não sou uma meretriz.
-Será que terei que ensina la a como me servir
adequadamente ?
- Não ouse me tocar,eu sou uma pessoa livre,tão livre como você ...e por isso não pode fazer o que quiser comigo.
Ele olha pra mim incrédulo, e inesperadamente começa a rir.
- Você acha que é livre serva ?Então porque acha que
está aqui na minha casa?E te comprei de um vendedor de escravos ?
- Eu não sei, isso tudo foi um mal entendido, e se me
obrigar a fazer o que o você quer,quando tudo for
esclarecido, você será preso.
Ele olha para mim descrente com minhas palavras.
- Eu serei preso?Acho que você precisa aprender algo serva ,e para provar que você é minha e posso fazer o quiser com você, - ele aperta um botão na parede.
-Deixarei você pensando um pouco a respeito.
As portas se abrem e dois seguranças entram.
-Rapazes a senhorita ali precisa refletir um pouco,levem na para ao calabouço , e diga aos empregado que não devem lhe dar comida e nem água,creio que assim ela pensará melhor.
Eles me agarram e puxam para fora.
- Você é um homem cruel-grito-vai pagar por isso quando isso for esclarecido.
Ele apenas se senta em sua poltrona e pega um jornal para ler, como se nada tivesse acontecendo.
Eu desço as escadas sendo carregada pelos seguranças que me fazem passar pela sala e depois pela sala de jantar e depois pela cozinha.
Quando passo pela cozinha vejo Gertrude olhando
assustada.
Do lado esquerdo da cozinha há uma escada ,depois um pequeno corredor que leva a mais um lance de escada onde estão as selas.
Dá pra ver que é muito sujo sem muita iluminação .
Eles me jogam na cela,caio de cara no chão e lá fico,sem conseguir conter o choro que já fazem as lágrimas descerem.
Como vim parar em uma situação como essa?Há uma
semana estava nos pastos de minha casa colhendo maças e agora?Presa, mesmo eu sendo uma mulher livre,isso é uma injustiça ,estou tão frustrada que grito para ninguém.
Pois estou sozinha, revoltada Mas ainda tenho esperança que a guarda consiga me
achar com a denúncia que com certeza minha família fez.
Como será que está Aivo?E minha mãe ,e meu pai? Será que não foi muito machucado por aqueles monstros ?
Eu tenho quase a convicção de que serei resgatada,mesmo que tudo o que aconteceu comigo desde a última semana me parecesse estranho,mas o tempo passa,e vejo o dia se transformar em tarde e a tarde em noite,estou com fome e lembro que ele deu ordem de ninguém me dar comida e nem água ,quanto tempo ele vai me deixar aqui ?
Me deixará morrer de fome ou de sede?
Estou tão exausta da viagem com fome e frio que acabo apagando.
Acordo no que acredito ser o meio da noite,com um rato na sela onde estou eu dou um grito,o que me deixa a maior parte da noite entre cochilo com medo do rato voltar.
-Oh vir outro bicho.
E outro dia começa e nada de comida e nem água ,fraqueza começa a bater,tento não me esforçar demais,assim consigo manter um pouco de sanidade em minha mente.
Ele claramente quer me fazer sofrer aos poucos.Ou quer me ensinar a lição pela rejeição ,de uma forma ou de outra eu não tenho opção estou entre a cruz e a espada.
O que mais me incomoda é que ele nem teve medo de
minha ameaça .Se ele me obrigar a me deitar com
ele,e for descoberto que fui raptada, que não sou uma
serva,ele terá duas escolhas a prisão ou o casamento.
Eu balanço a cabeça,eu nunca vou deixar que ele me toque aquele ser repulsivo, o que ele acha que eu sou um objeto?
Preciso achar uma forma de sair dessa situação,mas primeiro preciso sair daqui,estou muito fraca não
conseguirei fazer muita coisa.
Eu passo o dia entre cochilo,meu corpo fraco,e sem
comida e água e ainda pior,se eu ficar mais um dia aqui vou morrer,a cada hora que fico mais tentada aceitar a servidão,porque é isso ou a morte,mas em caso de morte ele pretende fazer isso aos poucos comigo sofrendo a cada minuto.
Até para respirar há dificuldade minha boca está
seca,meu estômago parece um buraco,estou tremendo de frio,e estou exausta.Cada hora parece uma eternidade,as horas passam a conta gotas,cochilo de novo.
Quando abro os olhos vejo dois sapatos a minha frente.
Eu dou um salto para trás,e olho diretamente para os olhos claros de Salomon.
-Você ainda está viva?Vim tira lá do castigo,creio que
tenha pensado bem em suas últimas ações .
Ele é um homem mal.Parece se divertir com meu estado atual.
Eu olho para ele,com uma raiva que nunca sentir por
ninguém na minha vida.
- Rapaz pode leva lá para cima.
O segurança entra na cela e me carregam para cima,estou tão fraca que não consigo fazer nada além de me deixar ser levada por ele.
Quando chegamos na parte de cima ,na cozinha Gertrude corre para me dar água .
Eu poderia me afogar com essas águas mas mesmo assim bebo até que o copo fique vazio.
O guarda me coloca em uma cadeira.Vejo Gertrude correr mais uma vez,enfim ela coloca um
prato de comida na minha frente .
-Vamos menina,coma alguma coisa.
Por mais que eu queira por minha cara no prato e comer tudo de uma vez,mas minhas mãos tremem e a cozinha parece rodar um pouco a minha volta,então eu só consigo comer devagar.
O pior mesmo não é a fome e sim a sede que sinto.
Peço mais um copo de água para Gertrude .
-Quando ela terminar de comer -levanto meus olhos
assustada Salomon estava me observando apesar de estar falando com Gertrude.-lave a e a mande a para meu quarto.
-Sim senhor.
Ela faz como uma meia reverência a ele.
Ele sai sem dizer mais nada e eu o observo partir .
Me sinto acorrentada,um rato encurralado pelo gato.
- Não vou subir naquele quarto,prefiro morrer a aceitar fazer o que ele quer.
-É o que vai acontecer Darlivin se continuar a insistir
em recusar a obedece lo,ele pode mandar te açoitar ou voltar a te colocar no calabouço e dessa vez te deixar uma semana lá sem comer nada.
Eu penso que é bem capaz de ele fazer algo assim,eu não tenho muita saída.
-O que vou fazer então?
-Minha querida acho que você deveria obedecer meu
senhor,ele é bem duro as vezes,mas não acho que vá te ferir fisicamente ou algo assim, as outras servas que ele teve não reclamavam nem falavam nada do tipo,elas até gostavam,pelo menos é o que elas diziam.
Ainda assim me recuso a virar uma concubina desse
homem.
Não tive escolha além de subir Gertrude disse que se eu não subisse ele mandaria os seguranças me buscarem.
Bato duas vezes na porta, ouço a voz dele dizendo para que entre.
- Com licença.
-Serva,entre e sente aqui-ele aponta a poltrona na
frente da dele.
Eu ando devagar como se alguém tivesse me pedindo pra sentar ao lado de uma cobra coral.
-Vejo que está limpa, você é mesmo muito bonita serva.
Estava demorando.Mas também é culpa de Gertrude
que me vestiu com uma camisola ao invés de um
vestido.Instintivamente eu cruzo os braços na frente dos meus seios.Ele olha para mim como um leão olha para uma gazela.
-Imagino que o calabouço a tenha feito pensar bem.
Eu olho para baixo e balanço a cabeça .
- Que bom, então...- ele se levanta e passa a mão no meu cabelo, mão dele desse até meu pescoço.Eu tento me afastar,ele me segura pelos ombros.
- Não ponha suas mãos em mim!
-Como?Imaginei que tivesse pensado bem, será que você quer voltar para a calabouço serva ou ser açoitada desta vez?
- Eu já disse que sou uma mulher livre,o senhor quer ser punido por se deitar comigo sem ser meu marido ?
-Ainda insiste que é livre?Vai me obrigar a fazer o que
eu não quero.
O que ele está tramando ?Ele não pode me obrigar a
fazer o que eu não quero.
Ele se afasta de mim para meu alívio, pega algo na mesa de cabeceira.
-Tome,leia isso.
Ele me passa um envelope com o que parece ser alguns documentos.
Eu olho para ele e ele olha pra mim.Nao tenho a mínima ideia do que seja.
Eu abro o envelope,meu coração bate mais forte,parece que pedir todo o ar, meu mundo cai,eu perco meu chão .
O documento que tenho em minhas mãos e minha carta de escravidão .
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