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Os Dois Chapéus

O filho da Morte

Duas vezes na segunda semana do mês, num casarão fortemente protegido, em um grande salão pouco iluminado, ao contrário do palco, acontecia um leilão.

Ao ouvir um item a ser leiloado, os olhos de uma bela ruiva de seios fartos, brilharam ouro.

— O que você acha Biazinha? — Perguntou para amiga que tinha a fama de ser uma das mais responsáveis e inteligente do grupo. Eternamente na casa dos 30 anos.

— Devo dizer ser de fato interessante. — Respondeu. — Mas você deve respeitar o limite que você mesmo impôs Mia.

— Eu não pago mais que 5 milhões. — Afirmou já levantando a placa que continha o número 19.

— Já temos um interessado! — Disse o leiloeiro. — Temos mais algum?

Outra placa foi levantada, está por sua vez tinha o número 26.

Sem desanimar, Mia continuou levantando sua placa, porém o número 26 também era insistente. Revoltada, ela procura pelo ser que competia consigo, ao encontrá-lo entre os bancos mais ao fundo, encara o portador da placa em pé, mas percebe que seu verdadeiro “inimigo” estava sentado tranquilamente com as pernas cruzadas, e este sorria.

Era um rapaz moreno que usava um chapéu.

Só podia ser esse idiota.

— Parece ser um rapaz bonito. — Comentou Bianca o observando brevemente, mas a pouca iluminação a impossibilitou de o ver melhor.

O rapaz as encarava de volta, mas, de repente, ele muda o foco de sua visão se mostrando um pouco surpreso, quase ao mesmo tempo sua feição muda para um sorriso tímido, em seguida ele olha para frente.

— Ele me ignorou? — Diz irritada.

— Deixe pra lá Mia… você sempre encontra algo melhor, não encontra? — Diz um garoto ao segurar seu braço para que ela voltasse a se sentar ao lado dele.

— Encontro... Mas Louis... — Disse a ruiva, decepcionada.

— Então vai ficar tudo bem. — Sorriu.

Com 19 anos, Louis Pontes, ou Leonino, era o primeiro filho de um grande ativista mais conhecido como o Mago Merlin.

O jovem lhe faz um cafuné ao ver expressão enciumada da amiga quando ouviu leiloeiro dizer que o rapaz de número 26 ficou com o item.

— Louis, a onde estão os meninos, Ravi e Jung? — Perguntou Bianca, era uma morena de cabelos longos e pretos com fartos seios assim como Mia, sentada do outro lado do seu chefe.

— Não falaram nada comigo. Mas daqui a pouco eles devem chegar com Gim e Lucca.

— Espero que eles não tenham sido sequestrados e esquartejados. — Disse Bianca preocupada, assombrando Mia, enquanto Louis simplesmente riu.

— Não fala uma coisa dessa Biazinha! — Repreendeu a ruiva. — E para de rir idiota!— A ruiva puxou a bochecha do garoto, que logo reclamou.

Eles eram uma gangue com 8 membros principais, conhecidos com Os Leoninos, e Louis era o chefe.

Após acabar a primeira parte do leilão, o trio se dirigiu a saída do salão. Mia comprou um anel de diamantes e Bianca, uma obra de arte do século X.

Andando pelo corredor do leilão, a ruiva avista o rapaz de número 26.

Ela ponderou ir tirar satisfações, mas Bianca a impediu.

— Ele é conhecido como o Filho da Morte, na organização Grandina Piece, ele é um Cavaleiro que recebeu uma recompensa de 280 milhões. Um mafioso da mesma geração que o chefe. Eles se chamam Espadas. — A mais nova engoliu em seco, logo mudando de ideia. — Mas ele é um bom médico. — Completou a morena.

— O quê? 80 milhões a mais que Louis? Biazinha, eu nunca tive tão feliz por perder... — Choramingou a ruiva, se ela ganhasse e ele decidisse ir atrás dela, Louis jamais deixaria passar barato, ele era extremamente protetor e isso com qualquer membro do seu grupo, por eles o jovem chefe enfrentaria qualquer um.

— Que foi Mia? — Perguntou o garoto após terminar de dispensar o grupo de mulheres que veio até ele.

— Aquele homem que a gente conheceu no leilão anos atrás, a cada dia fica mais assustador. — Disse.

— Sim. E não acha que a gente também não? — Sorriu.

A positividade do seu chefe era contagiante.

— Mia, minha vida! — Diz um loiro ao vê-la de longe. — Você está tão linda, sentiu saudades? — Se aproximou um loiro pronto para pegar em sua cintura.

— O que pensa que está fazendo Ravi? — Diz a moça o empurrando

— Bem-merecido — Diz um de cabelo vermelho, também se aproximando chamado Jung.

— O que você disse, crina de galo?

— O quê você disse, seu tarado sem vergonha? — Retrucou Jung.

— Ei, pessoal! — Gritou Louis sorridente, chamando atenção dos seus companheiros, sendo logo correspondido com toques de mãos.

— Foi mal pela demora chefe. — Disse Lucca, um moreno do cabelo comprido e cacheado.

— Relaxa, vamos, quero passar na pizzaria, tô com fome. — Afirmou.

— Como queira! Quanto mais rápido melhor! — Mia queria sumir dali e apenas se acalmou quando viu um carro chegando.

— Oh yehhh! Pra onde nós vai? — Disse o rapaz após abrir a porta do automóvel.

— Ao Silvers! E tudo fica por sua conta Caveira! — Diz o jovem sorrindo.

— De jeito nenhum! Vai custar os olhos da cara! Paga você Gim. — Afirmou o tiozão, um moreno de cabelo afro que usava sempre  um óculos de sol.

— Não podemos desobedecer às ordens do nosso chefe! — Diz Gim.

A ruiva novamente procurou com os olhos o rapaz do chapéu, quando o viu engoliu em seco, pois esse já os observava. Seu corpo inteiro sentiu um calafrio.

Ele possuía um olhar intimidador e louco, ela plenamente conseguia imaginar aquele homem matando alguém, ele parecia ser capaz de fazer qualquer coisa e isso a assombrou. Ela não queria que Louis se envolvesse com ele.

— Pizza! Pizza! — Gritaram os homens, enquanto todo o bando entrava no carro ignorando o protesto de Caveira.

(...)

(...)

[Horas antes]

Era um rapaz de apenas 26 anos, dono do hospital, de uma rede fármacos e chefe de máfia. Era carinhosamente conhecido como Filho da Morte. Seu nome; Tom Tavares.

Nesse momento estava no escritório médico, havia acabado de atender um paciente quando um dos seus companheiros bateu à porta.

— Chefe! — Chama seu subordinado que permaneceu do lado de fora do escritório.

— Entra.

Era um ruivo de altura mediana, usando um macacão bege com o símbolo do hospital, o mesmo emblema da máfia.

— Já passou da hora do senhor ir para casa! — Afirmou como se fosse sua mãe.

— Quase esqueci... — Mentiu. — Obrigado o Felipe. — Ele arruma os papéis e organiza a mesa, enquanto o subordinado foi a frente.

Tavares primeiro instruiu os outros médicos e enfermeiros que iam ficar de plantão, e em seguida saiu do hospital em direção ao estacionamento. Entrou no seu carro onde seus companheiros o esperavam.

— Chefe... Atrasou hoje de novo! — Diz o motorista ao dar partida no carro assim que Tavares entra no banco de trás.

— Não exagere o Biel. — Disse Tom pensativo.

— Me perdoe. — Se desculpou.

Gabriel era pançudinho, de sorriso angelical, sua pele era bem clara e seu cabelo branco em contraste com olhos negros. Era o melhor amigo de Tom.

— Tá se desculpando por quê? O chefe atrasou mesmo! — Protestou Felipe sentado no banco da frente. — Duas horas — Completou.

— Quê? — Sabia que havia atrasado, mas nem tanto.

O Leonino

— Já são oito horas da noite e você disse que queria sair hoje, mas desse jeito...

— Me desculpem. — Tom estava pensativo, tem coisas que não pode adiar, tinha um empasse grande nas suas mãos e para resolver isso a curto prazo ele precisaria entrar nas disputadas por poder das máfias, algo que ele entraria com facilidade, pois ele pode.

Sua atividade de médico mafioso era voltada a atender a população em geral, cuidando da saúde pública e privada, até mesmo o governo e os criminosos, em troca de favores, principalmente dinheiro. Um dos seus trabalhos de mais rentabilidade e status na organização GP era o de limpar os restos que ficam depois de um confronto de pessoas anônimas.

— E a gatinha lá ajudou no seu atraso? — Perguntou Felipe curioso.

— Era só uma paciente.

— Mas ela era bonita.

— Já tive muitas mulheres na minha vida pra um decote me chamar atenção agora.

— Pega uma mina que tu gosta e pronto, se não tú fica sem.

— Talvez eu fique, sequestro só vira romance em livros.

— Olhaa pelo lado bom, “Antes só, do que mal acompanhado.” Não é chefe? — Disse Biel.

— Naturalmente.

(...)

— Chefe a gente vai passar aqui às 9:00. — Ao deixá-lo na porta de casa, os amigos se despedem.

O médico entra em casa, vai direto ao seu quarto, guardou suas coisas, e logo seguiu em direção ao banheiro para tomar um banho.

Ao sair do boxe ele se encarou no espelho.

Tavares era magnífico, querendo ou não ele se preocupava com aparência, mantinha um bom físico e usava boas roupas, com uma mania de sempre usar um boné Baker boy de pelos. Como mafioso, ele era perigoso, observador e cauteloso, e não se importava em colocar a própria vida em risco. Como pessoa, sabia amar, sabia cuidar, sabia rever suas ações, sabia pedir desculpas, coisas que aprendeu ao ter nascido num lar caótico de uma amável mãe e um pai gângster.

Era um desperdício não ter sorte de achar boas mulheres, mas ela jamais mudaria seu estilo de vida por causa disso. Gente ruim existe em todo lugar e boas também.

Com apenas as roupas de baixo, ele saiu a cozinha para preparar o chá.

Voltou ao quarto para se arrumar, colocou uma calça e botas de couro preta e uma blusa azul anil com o símbolo da sua facção em laranja. E por cima um sobretudo preto com detalhes em amarelos, por fim nem arrumou o cabelo, pois colocaria seu chapéu. Voltou e tomou o chá que já estava pronto e esperou seus subordinados aparecerem.

Dez minutos depois, Biel, Felipe e Mateus chegaram para o levar ao leilão.

Ao adentrar a casa, procuram sentar num local alto e mais atrás, geralmente se fazia presente nos leilões de sábado, porém havia, embora relutante, decidido ir hoje, sexta, por curiosidade.

Sentado em seu lugar, a primeira coisa que seus olhos focam é o local onde Louis, o Leonino, estava, seu provável rival, o protagonista e mentor de diversos crimes ousados. O jovem estava acompanhado por apenas duas mulheres, estranhou por não ver o resto do grupo que ele sabia ter o costume de vir nesse dia.

Os itens logo começam a ser leiloados e um acessório chama atenção de Tom, um par de anéis de diamante azul, seu arco era prata e possuía dois pequenos rubis, um de cada lado, não era todo dia que via algo assim, decidido iria tê-las.

Mas a Leonina Mia, era realmente insistente.

Ela o encara com os olhos impertinentes, Tom sorri, porém,  observa haver atraído os olhares dos que estavam com ela, a outra mulher o olha indiferente, e o jovem Louis, esse, o olha em seus olhos fixamente, em seguida os fecha enquanto dá um grande sorriso, sincero e brilhante.

Surpreso, isso o fez se desconcertar, devolveu um meio sorriso e rapidamente desviou o olhar, culpando a si mesmo pela reação pífia.

Quem sorri assim de forma tão pura e doce, ao seu rival?

(...)

(...)

Quando acabou a primeira parte do leilão, Tom foi conferir seus novos pertences e na saída vê ao longe uma agitação, um monte de garotas tentavam chamar a atenção de alguém que não podia ser ninguém mais e ninguém menos do que Louis.

Os leoninos eram um grupo que sumiu por dois anos, e tem menos de 3 meses que eles voltaram espalhando o caos. Era comum que atraísse o olhar de quaisquer um e o jovem chefe aparentemente inexperiente era um prato cheio para as mulheres mais velhas.

Não demorou muito e o resto do grupo, isto é, cinco homens apareceram e se juntaram. Eles riam e conversavam alto como se mais nada importasse.

— Chefe?

— Hm. — Diz Tom alheio.

— Chefe!

— Oi? — Diz finalmente ao ter sua atenção voltada para quem o chamava.

— Por que comprou esse par de anéis? — Questionou Biel.

— Ah... — Tavares ficou pensativo. Afinal, por que comprou? — Acho que vou vendê-las...

— Sério? Mas são tão lindas. — As pedras centrais eram escuras num azul-marinho, mas cativava em intenso brilho com o reflexo da luz.

— Não sei bem. — Diz olhando para as mesmas, pensativo.

— Dê para aquela moça.

— Eu já falei que ela era só uma paciente!

— Me perdoe. — Diz ao pedir desculpas.

Tom voltou a caminhar. Cauteloso não queria dá um passo maior que perna, mas agora estava realmente confiante.

E essa é a minha melhor aposta.

— Por que está sorrindo chefe? — Perguntou Gabriel curioso pelo sorriso malicioso do mesmo.

— O brilho da joia. — Diz.

— Os anéis?

— Sim. — Respondeu.

— O que tem? — Sussurrou Matheus para o companheiro.

— Eu não sei, só sei que ela custou mais que o olho da cara, 80 corações! — Sussurrou de volta.

— Pode garantir que essa não é amaldiçoada? — Perguntou Mateus assombrado.

Tavares parou de andar e encarou seu subordinado.

— Não.

E então entrou no carro.

— Como assim?! — Disseram os três, tendo o dobro de cuidado com o par de anéis.

5 milhões foi o preço pago pelos diamantes azuis.

A família mafiosa

Esparramado sobre sua cama em seu quarto, Louis Pontes dormia tranquilamente. O cobertor já não estava sobre si, sem blusa, não que fosse novidade, se revelava um corpo magro, porém de músculos desenvolvidos, além de uma cicatriz abaixo do seu peito direito de um tiro que levou anos atrás. Seu cabelo era ondulado e preto na altura dos olhos, com lábios carnudos e rosados, seu rosto tinha traços latinos herdados de uma mãe mexicana, numa fisionomia infantil, transmitia pureza e confiança.

— Que cheiro bom... — É a primeira coisa que o menor fala ao acordar. Se levanta, descalço mesmo, segue o cheiro e desce as escadas indo direção a cozinha.

— Bom dia, maninho! — Louis observava o sorridente loiro.

— Bom dia! — Diz dando um abraço no seu irmão mais velho por trás que preparava o café da manhã. — Qual o rango? — Perguntou se espreguiçando assim que desgrudou do irmão.

— Panqueca. — Respondeu sem suspense.

— Meu preferido! — O menor senta numa cadeira próxima à ilha. — Como foi ontem?

— Bem, primeiro eu fui resolver umas coisas pro Sr. Merlin. Depois, já que me sobrou tempo e não estava muito longe, eu fui visitar uma cidade no Japão ver como estava o povo de lá, já que Apolo fala muito deles.

— Hm, deve ser legal lá...

— Sim, o povo é bem acolhedor, mesmo nas mãos de Puma. — Diz sério.

— Um dos pilares... — Os olhos de Louis brilham.

— Nem começa Lo, ele é o mais forte dos quatro pilares ou ao menos o mais cruel.

— Eu não quero desafiar pilar! Eu quero desafiar o Rei... — Diz o garoto fazendo bico.

— Ah claro.

O primeiro a obter esse título, foi um faccioso que chegou a governar o tráfico de boa parte do continente. George Ross foi aquele que criou a organização Grandina Piece, apenas para tornar as disputas por dinheiro e território, um espetáculo, além de colocar sua própria posição em disputa. Bastava ser mais forte. Porém, ninguém nunca o derrotou, por fim se entregou à polícia e seu império foi inteiramente fragmentando por seus subordinados.

Desde então a cidade de Grandina, mesmo 23 anos após sua morte, se tornou o epicentro das ações de novas facções que aspiram, assim como Louis, superar quem reside a posição atualmente.

— E você irmãozinho, como foi o seu dia ontem?

Louis rangeu os dentes.

— Uma das cargas foi roubada. Agora eu quero saber quem foi  o bundão que me roubou e matou meu motorista, pois eu mesmo vou até ele. — Disse sério.

— Esse é meu garoto. — Sorriu.

De repente a expressão do Leonino muda completamente.

— Daí a noite eu fui no leilão, acredita? Eu vi o Tav!

— “Tav”? — Disse confuso. — Você quis dizer...

— Tom Tavares? — A voz do homem que surgiu na porta da cozinha chamou atenção dos jovens.

— Bom dia, véio. — Louis sorriu encarando o pai.

— Bom dia, filhos — Respondeu dando um beijo na testa de cada um.

— Desculpa se o acordamos pai. — Disse o loiro.

Merlin é o pai do Louis que eventualmente adotou Saymon na época uma criança refugiada e o Apolo, filho biológico do primeiro Rei, que atualmente trabalha para o Thunder.

— Eu dormi o suficiente. — Disse para o filho mais velho. — Aliás, bem lembrado, preciso agradecer o menino Tavares. — Afirmou pensativo.

— Pois é, a gente trabalhou junto, mas ninguém me disse que ele havia salvado sua vida! Eu vou matar você e o Apolo não falaram nada nem por telefone! — Afirmou fingido esganar o irmão.

Merlin riu.

— Bem, o que tem o garoto filho?

— Ah, eu o vi no leilão! Mas ele nem falou comigo... — O menor fez um leve bico.

Os mais velhos se encaram.

— Por que você não foi falar com ele? — Saymon observa o irmão tão curioso quanto o pai.

— Ah mas... Tipo, eu... — O garoto ficou um pouco sem jeito.

— Certo, entendi… Se está com saudade dele e só chamar ele pra se encontrarem, afinal duvido que ele vá recusar, mesmo que vocês sejam tecnicamente rivais. — Falou de uma forma mais brincalhona a última parte.

— Concordo. — Afirma o pai, também bagunçando o cabelo do mais novo e esse fica vermelho fazendo os mais velhos rirem.

Você está entendendo errado... — Sussurrou.

— Estamos? — Disseram enquanto riam, pois o garoto estava corado.

Algumas vezes durante os anos que Louis permaneceu fora, seu pai e seu irmão se reuniram com o médico em uma parceria temporária de contrabando de remédios e tratamento de pessoas em alguns países emergentes. Sabiam que Tom não era uma pessoa ruim, para os seus padrões.

— Eu não sei... — Diz o Leonino pensativo.

— Bem, não me deixem esquecer de agradecê-lo. — Merlin puxou a cadeira e sentou-se esperando Saymon terminar o café da manhã.

— As coisas seriam mais fáceis se você não fosse um mafioso? — Comentou o loiro ao ver que seu irmão ainda tinha uma interrogação no rosto.

— Mas eu gosto de ser assim e ter o que eu quero.

— Mimado pelo crime, ou melhor, pelo chefe do crime.

— Mas respeito, sou eu que mimo vocês como os socos do amor. — Disse o pai orgulhoso. — Mas a família da sua mãe é absurda, isso explica porque ela se casou comigo quando meu nome já tava na Interpol. Enfim, contanto que não faça mal a nenhum civil, pode seguir a influência que quiser, com a carreira que bem entender.

— Bravo, belíssimo discurso. Vai ganhar a maior panqueca. — Diz o loiro realmente lhe entregando a maior panqueca.

— Não é como se eu pudesse fazer meu pequeno egoísta bonzinho mudar de ideia. — Sorriu abraçando o filho. — Aliás, Louis, fiquei sabendo que roubaram uma carga. — Disse o mais velho.

— Sim, vou pegar esse cara e deixar de exemplo. Pode ficar tranquilo pai.

— Eu tô tranquilo, sei o potencial dos meus filhos. Mas, alguns deles vão querer armar pra cima de você, então como pai, gostaria que tomasse cuidado filho.

— Pode deixar. — Sorriu.

— E vou deixar — Riu. — A gente vai sair amanhã, então fica tudo por sua conta.

— Quando vão voltar?

— Em meses.

— Quê?

— Relaxa que já tô me aposentando. — Ambos sabiam que não foi isso que Louis no fundo, quis dizer, mas o próprio sabia a resposta.

Naquela manhã eles colocaram toda a conversa em dia, se divertiram e conversaram o máximo que puderam, afinal depois não se veriam mais, Merlin e Saymon precisavam resolver um assunto num país, e só voltariam em mais ou menos dois meses.

(…)

Já eram 7 da noite quando o loiro passou pela sala e reparou no irmão jogado no sofá, assistindo Tv.

— Louis, você vai pra festa?

— Que festa?

— Piece? — Saymon olhou incrédulo para o irmão.

Desde que o jovem teve sua cabeça a prêmio pela primeira vez, há quase quatro anos, só havia ido uma vez.

— Ah! Eu me esqueci! — Diz coçando a cabeça.

— Esqueceu? Mais é hoje!

— Hoje?! — Grita o menor surpreso.

— Vamos maninho, anda, se arruma.

— Daqui a pouco aparece seu bando gritando aqui. — Disse o pai saindo da cozinha.

Merlin por um mero momento pensou ser um mago invocador, pois logo começou a ouvir um certo barulho de conversa se aproximando pelo jardim da casa.

— Por falar neles. — Coçou Saymon a cabeça, em seguida vai em direção a porta — Olá! Meus jovens! — Diz o loiro ao abrir a porta.

— Saymon! — Gritam.

— Não vou falar nada, mas meu irmão nem tá arrumado. — Disse como se estivesse sussurrando. — Podem entrar.

— Grande Chefe como vai? — Diz Gim, o mais responsável do grupo.

— Bem.

— Olá Sr. Merlin — Diz Bianca e Mia.

— Bom vê-las meninas.

O grupo ficou conversando até o menor aparecer, usando um short Jeans rasgado, uma larga blusa de manga vermelha sem detalhes, calçando um tênis branco. Ele foi bem contemplado. Louis estava bem sexy. Foi o que todos pensaram.

— O senhor Louis está pintoso. — Diz Caveira.

— Concordo — Bianca o observava atentamente.

— Mas será que está mais bonito do que eu? — Completou o moreno que tinha a idade do Louis, fazendo pose de modelo.

— Aqui ninguém me supera! — Afirma Mia, ela usava um vestido azul-claro de apenas uma alça, era curto e ainda possuía uma abertura lateral que valorizava as suas curvas.

— É claro Mia gatinha! Você é perfeita.

— Nem chega perto Ravizinho — Diz a moça.

— Não tem vergonha? — Provoca Jung.

— Fica na sua cabeça de morango.

— Ah não, não comecem a brigar aqui! — Lucca inutilmente tenta parar os amigos.

— Não se intromete! — Disseram os dois juntos. — A beleza da Mia é incomparável — Completa Ravi.

— Ora, todos estão bonitos! — Diz Robin, quase decretando que ela era a mais bonita. — Mas devo dar crédito ao chefe, para quem você se produziu todo assim? — Diz curiosa com um sorriso no final.

— Para quem? — Perguntou Pontes, recebendo um sorriso da mulher como resposta, o deixando pensativo.

— É como a Biazinha disse, eu estou lindo! — Afirmou Ravi.

— É, está igual um príncipe. — Diz Jung em tom sarcástico

— Isso foi um elogio Jung? — Indagou o loiro.

— Tá parecendo o príncipe das fadinhas piririm plim plim, até brilha. — O avermelhado se aproximou mais do loiro. — Você passou maquiagem? — Curioso tocou no rosto do mesmo.

— Não imbecil! — Disse retirando a mão do “aminimigo”. — Meu brilho é natural!

— Bem, vamos? — Diz Lucca cortando o assunto.

— Cuidem do meu irmãozinho! — Grita Saymon ao vê-los ir embora.

— Pode deixar. — Respondem.

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